A maioria das armas antiaéreas empregadas na Primeira Guerra Mundial foram adaptações de armas de médio calibre montadas de maneira que fosse possível utilizá-las com um amplo ângulo de ataque. Obtiveram certa eficácia contra os aviões lentos e vulneráveis da época, porém o rápido desenvolvimento da tecnologia aeronáutica observada no pós guerra melhoraram em muito a performance das aeronaves, e os canhões antiaéreos já não possuíam a cadencia de tiro rápida o suficiente e nem eram nem capazes de alcançar a altitude em que os novos aviões militares voavam, desta maneira todas as defesas antiaéreas existentes até então passaram a ter pouca utilidade em hipotéticos novos conflitos que se avizinhavam no futuro. Neste contexto as nações vencedoras do conflito começaram a desenvolver uma nova geração de canhões antiaéreos que pudesse novamente rivalizar com as ameaças aérea. Em meados da década de 1930 a Alemanha ainda estava impedida pelo Tratado de Versalhes de desenvolver e fabricar armas, e secretamente aplicava seu processo de rearmamento sobre a égide do regime nazista. Buscando contornar as limitações impostas desde 1918, engenheiros alemães capitaneados pela empresa Krupp se uniriam a empresa sueca Bofors em movimento de cooperação para a criação de uma nova geração de canhões antiaéreos que apresentassem com grande cadência de disparos e projéteis de alta velocidade, capazes de atingirem altas altitudes.
Os primeiros canhões “Flugzeugabwehrkanone” (canhão de defesa de aeronaves) Flak Modelo 18 começaram a entrar e serviço no exército alemão em 1928 e possuíam uma arma de calibre 88 mm e estava montado em uma estrutura base tipo cruciforme fixa com ângulo de giro de 360º apresentando uma elevação de - 3º á + 85º, sendo assim capaz de atacar alvos tanto em terra quanto no ar, em caso e emergência podia ainda efetuar disparos sobre sua base de transporte sobre rodas, porém sem a mesma precisão. Como principal diferencial possuía um sistema de carregamento "semiautomático", simples de operar que ejetava os cartuchos vazios disparados, permitindo que ele fosse recarregado simplesmente inserindo um novo cartucho em uma bandeja, este processo resultaria em taxas de disparos da ordem de 15 a 20 tiros por minuto resultamos melhores do que os apresentados por qualquer outro canhão naquele período. Podia empregar munições contra aeronaves e pessoal, e antitanque altamente explosivo contra tanques e outros veículos blindados, sendo de 10,4 kg na versão explosiva ou perfurantes de 9,2 kg, estas últimas atingindo uma velocidade na boca do cano a 820 metros por segundo, sendo capazes de penetrar a couraça de qualquer blindado em serviço naquela época.
Em fevereiro de 1933 o Chanceler Adolf Hitler acusou os comunistas pelo atentado criminoso ao prédio do Reichstag, e logrou convencer o Presidente Hindenburg a assinar o "decreto do incêndio do Reichstag", que suspendia importantes direitos políticos e humanos. Este seria o começo do movimento de Ascenção do partido Nazista em direção ao total controle do governo alemão, uma das premissas básicas seria o fortalecimento imediato das forças armadas alemães, desprezando qualquer clausula do Tratado de Versalhes. Neste contexto o programa do canhão Flak Modelo 18 seriam amplamente acelerados com a ordem para produção em massa, por ser considerada uma arma extremamente de alto potencial decisivo no campo de batalha. Esta perspectiva seria comprovada em 1936 quando a Alemanha interveio na Guerra Civil Espanhola, apesar de estar disponível em pequeno número no campo de batalha, o Flak 18 rapidamente provou ser a melhor arma antiaérea disponível na época. O destacamento antiaéreo equipados com os canhões de 88 mm sem mostraram ser precisos e versáteis também no combate contra alvos terrestres, a alta velocidade do canhão no disparo e o grande calibre, o tornaram a arma ideal par ataques antitanque e anti bunker a longa distância.
A experiencia obtida durante a Guerra Civil Espanhola, revelaria, no entanto, a ocorrência de vários problemas técnicos de pequena ordem, porém também apresentou oportunidades potenciais de melhoria. Em 1939 surgiria a versão aprimorada denominada Flak Modelo 36, ao contrário de seu antecessor que possuía o cano do canhão em peça única, novo apresentava o sistema de multi seção, oque facilitava muito a substituição de revestimentos desgastados. Já a nova estrutura base tipo cruciforme era mais robusta e pesada e passou a ser equipada com pneus duplos na frente e atrás, possibilitando assim uma melhor precisão quando da necessidade de operação em regime de emergência, com o canhão podia ser disparado na posição de transporte, logo após de ser separado de seus rebocadores SdKfz 7. Visualmente o o Flak 36 podia ser identificado pela adoção de um escudo blindado que propocionava proteção limitada para os artilheiros, salientando que este acessório podia ser instalado também na versão Flak 18. A alteração do sistema de fixação permitia que a arma estive pronta para a operação em dois minutos e meio, o que favorecia o modelo em operações rápidas dentro do conceito blitzkrieg.
Em operação tanto no teatro europeu ou junto ao Afrika Korps, no norte do continente africano, a capacidade de penetrar qualquer blindado, francês, inglês ou americano tornaria o Flak 38 88 mm um mito, muito temido por seus adversários. Praticamente estes canhões estiveram presentes em todos os fronts de batalha onde a Wehrmacht combateu. A defesa antiaérea passaria para o comando da Luftwaffe (Força Aérea Alemã) em 1935 e novamente os Flak 18/36 tiveram destacada atuação na defesa do Reich, envolvendo parques industriais e principais cidades alemãs, em agosto de 1944 com o intensificar dos bombardeios aliados a Luftwaffe chegou a dispor de 10.704 canhões Flak 18, 36 e 37 em serviço, nesta atividade. Além da Alemanha, versões desta formidável arma foram adquiridas pela Espanha, China, Brasil e Finlândia onde neste país se mantiveram em uso até 1977. Durante a guerra varias peças capturadas foram operadas pela Grécia, Iugoslávia e Estados Unidos. Entre 1933 e 1945 seriam produzidas 26.616 unidades deste canhão dispostas em sete versões.
Emprego no Brasil.
Durante a segunda metade da década de 1930, o Exército Brasileiro se encontrava em uma situação delicada, pois este era um período instável por inúmeros conflitos de ordem regional espalhados no mundo. Analisando o cenário sul americano, muitos países vizinhos ao Brasil dispunham de equipamentos bélicos superiores. Relatórios de inteligência apontavam que Argentina e Chile contavam com armamento mais moderno e numeroso, tanto aéreo, terrestre e naval, chegando a preocupante definição que nosso pais estava completamente despreparado para enfrentar possíveis ameaças externas. Estimativas otimistas apontavam que em caso de invasão, grandes regiões do pais poderiam cair sobre domínio inimigo em poucas semanas. Para resolver esta deficiência em 1936 o general Eurico Gaspar Dutra, então Ministro da Guerra, determinou que uma comissão de compras, visitasse na Europa principalmente, vários fabricantes de armamentos, visando assim iniciar um processo de reaparelhamento das Forças Armadas Brasileiras. Foram realizadas reuniões junto a empresas como a Schneider, Ansaldo, Krupp e Rheinmettal, com o objetivo de se conhecer opções e modalidades de financiamento e pagamento. Inicialmente em março de 1937 um contrato foi celebrado com a empresa alemã Fried Krupp AG para o fornecimento de 100 canhões de 75 mm C/26 e acessórios destinados a equipar as unidades de cavalaria de fronteira.
Em 25 de março de 1938 foram assinados diversos acordos com a indústria de defesa alemã, resultando na compra de uma quantidade substancial de para artilharia, compreendendo 1.180 peças desde canhões de campanha 75 mm até obuseiros de 150 mm. Entre as empresas participantes como a Daimler Benz, Kraus Maffei, AG Matra Werke, Bussing-NAG, Henschel & Sohn, Car Zeiss e Eletroacoustic GmBh, se destacava a Fried Krupp AG, pelo volume de negócios com esta, assim por este motivo este acordo passou a ser conhecido como “ O Grande Contrato Krupp”, e além das peças de artilharia compreendia uma grande gama de munição, ferramental, acessórios , veículos automotores sob rodas e esteiras, reboques oficina e equipamentos para direção de tiro e localização de som. O valor deste investimento era de 8.281.382 milhões de libras esterlinas contemplava também ferramental e treinamento e direitos de produção de peças de reposição e munição. Infelizmente em setembro de 1939 a Alemanha invadiu a Polônia, iniciando a Segunda Guerra Mundial. Este fato iria causar problemas nas rotas comerciais entre a Alemanha e os demais países, atrasando a entrega dos materiais pertencentes ao contrato brasileiro, tentativas de embarque das cargas por portos alternativos na Itália e Portugal foram tentados, porém sem lograr existo. Por fim dois carregamentos foram retidos no porto em Lisboa, e foram liberados somente após a intervenção do Departamento de Guerra dos Estados Unidos junto as autoridades inglesas. O avançar da crise na Europa causada pela expansão nazista iria interromper novos fornecimentos, com o restante do material estocado sendo absorvido pelas forças armadas alemães, com só uma fração dos materiais sendo recebidos no Brasil.
Um dos objetivos do “Grande Contrato Krupp” era o de estruturar no Exército Brasileiro pelo menos seis regimentos de um moderno sistema de defesa antiaérea, para isso foram contratados a aquisição de 60 canhões Flak 88 mm C/56, equipamentos de comando e direção de tiro (preditores) WIKOG 9SH fabricados pela Carl Zeiss e sistemas de localização de som ELASCOPORTHOGNOM fabricados pela Eletroacoustic GmBh. Estes dispositivos eram utilizados previamente a adoção de radares, visando direcionar a artilharia contra os aviões inimigos orientados pelo som. Para tracionar os canhões 88 mm foram encomendados também 32 tratores meia lagarta Locomotivfabrik Kraus Maffei AG Sd.Kfz 7 de 7,5 toneladas. No entanto as consequências do eclodir da Segunda Guerra Mundial na Europa e os bloqueios navais da Royal Navy (Marinha Real Inglesa) as cargas saindo da Alemanha, levariam o Exército Brasileiro a receber somente 28 canhões Flak 88 mm C/56, 06 tratores meia lagarta Sd.Kfz 7, 18 aparelhos de localização de som ELASCOPORTHOGNOM e 06 preditores WIKOG 9SH.
Embora a quantidade de material recebido fosse muito menor que a encomendada, ainda foi possível dotar três regimentos, o 1º Grupo do 1º Regimento de Artilharia Antiaérea (1/1º RAAAé) no Rio de Janeiro, sediado na Vila Militar em Marechal Deodoro, sendo esta a primeira a receber o material em 4 de fevereiro de 1941, quando chegaram 12 canhões para equipar três baterias, dois aparelhos ELASCOPORTHOGNOM e uma bateria de projetores SPERRY M1939. Em outubro deste ano a unidade realizou o primeiro exercício e tiro real, utilizando alvos rebocáveis, sendo os disparos orientados por telêmetros, preditores e aparelhos de localização de som. O 1º Grupo do 2º Regimento de Artilharia Antiaérea (1/2º RAAAé) baseado em Osasco recebeu duas baterias com quatro canhoes cada, todos os equipamentos de orientação e dois tratores Sd.Kfz 7. Com o aumentar das tensões esta unidade foi provisoriamente transferida para o arquipélago de Fernando de Noronha, após inúmeros percalços na transferência do material, as duas baterias foram instaladas na ilha no Morro do Curral. Se mantiveram lá até o final de 1944, quando os equipamentos foram realocados no município de Praia Grande em SP, quando esta unidade foi transformada no 2º Grupo de Artilharia Antiaérea. Por ultimo o 1º Grupo do 3º Regimento de Artilharia Antiaérea (1/3º RAAAé) recebeu os oito canhões restantes, tendo por missão proteger a área de Natal contra ataques aéreos a Base Aérea de Parnamirim e a costa do estado.
No dia 18 de dezembro de 1942 as 7:00 horas da manhã, uma bateria pertencente ao 1/3º RAAAé, efetuou disparos contra a vela de um submarino não identificado que fora avistado e detectado a 2.600 metros da costa, este seria o único registro de emprego real do Flak 88 mm C/56 Modelo 18 no Exército Brasileiro. Mesmo com a chegada de uma expressiva remessa de canhões americanos nos termos dos acordos Leand & Lease Act, as peças de artilharia da Krupp se mantiveram em uso no Brasil até meados da década de 1950, sendo somente descarregados por escassez de munição, pois pela qualidade de emprego superavam em muito aspectos os seus pares americanos, entre eles os novos canhões antiaéreos M117 (M1) de 90mm.
Em Escala:
Para representarmos o “Flak” 88 mm Modelo 18 C/56", fizemos uso do excelente kit da AFV Club na escala 1/35, modelo que prima pela qualidade e detalhamento, combinado peças em metal, borracha e photo etched. Para se representar a versão usada pelo Exército Brasileiro, basta descartar o escudo blindado de proteção dos artilheiros.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura que pode ter sido empregado no "Flak” 88 mm e demais peças de artilharia de origem alemã recebidos pelo Brasil, se baseando no esquema adotado no exército alemão em fins da década de 1930. Existem seis canhões preservados no Brasil, com pelo menos três tipos de tons de verde.
Durante a segunda metade da década de 1930, o Exército Brasileiro se encontrava em uma situação delicada, pois este era um período instável por inúmeros conflitos de ordem regional espalhados no mundo. Analisando o cenário sul americano, muitos países vizinhos ao Brasil dispunham de equipamentos bélicos superiores. Relatórios de inteligência apontavam que Argentina e Chile contavam com armamento mais moderno e numeroso, tanto aéreo, terrestre e naval, chegando a preocupante definição que nosso pais estava completamente despreparado para enfrentar possíveis ameaças externas. Estimativas otimistas apontavam que em caso de invasão, grandes regiões do pais poderiam cair sobre domínio inimigo em poucas semanas. Para resolver esta deficiência em 1936 o general Eurico Gaspar Dutra, então Ministro da Guerra, determinou que uma comissão de compras, visitasse na Europa principalmente, vários fabricantes de armamentos, visando assim iniciar um processo de reaparelhamento das Forças Armadas Brasileiras. Foram realizadas reuniões junto a empresas como a Schneider, Ansaldo, Krupp e Rheinmettal, com o objetivo de se conhecer opções e modalidades de financiamento e pagamento. Inicialmente em março de 1937 um contrato foi celebrado com a empresa alemã Fried Krupp AG para o fornecimento de 100 canhões de 75 mm C/26 e acessórios destinados a equipar as unidades de cavalaria de fronteira.
Em 25 de março de 1938 foram assinados diversos acordos com a indústria de defesa alemã, resultando na compra de uma quantidade substancial de para artilharia, compreendendo 1.180 peças desde canhões de campanha 75 mm até obuseiros de 150 mm. Entre as empresas participantes como a Daimler Benz, Kraus Maffei, AG Matra Werke, Bussing-NAG, Henschel & Sohn, Car Zeiss e Eletroacoustic GmBh, se destacava a Fried Krupp AG, pelo volume de negócios com esta, assim por este motivo este acordo passou a ser conhecido como “ O Grande Contrato Krupp”, e além das peças de artilharia compreendia uma grande gama de munição, ferramental, acessórios , veículos automotores sob rodas e esteiras, reboques oficina e equipamentos para direção de tiro e localização de som. O valor deste investimento era de 8.281.382 milhões de libras esterlinas contemplava também ferramental e treinamento e direitos de produção de peças de reposição e munição. Infelizmente em setembro de 1939 a Alemanha invadiu a Polônia, iniciando a Segunda Guerra Mundial. Este fato iria causar problemas nas rotas comerciais entre a Alemanha e os demais países, atrasando a entrega dos materiais pertencentes ao contrato brasileiro, tentativas de embarque das cargas por portos alternativos na Itália e Portugal foram tentados, porém sem lograr existo. Por fim dois carregamentos foram retidos no porto em Lisboa, e foram liberados somente após a intervenção do Departamento de Guerra dos Estados Unidos junto as autoridades inglesas. O avançar da crise na Europa causada pela expansão nazista iria interromper novos fornecimentos, com o restante do material estocado sendo absorvido pelas forças armadas alemães, com só uma fração dos materiais sendo recebidos no Brasil.
Um dos objetivos do “Grande Contrato Krupp” era o de estruturar no Exército Brasileiro pelo menos seis regimentos de um moderno sistema de defesa antiaérea, para isso foram contratados a aquisição de 60 canhões Flak 88 mm C/56, equipamentos de comando e direção de tiro (preditores) WIKOG 9SH fabricados pela Carl Zeiss e sistemas de localização de som ELASCOPORTHOGNOM fabricados pela Eletroacoustic GmBh. Estes dispositivos eram utilizados previamente a adoção de radares, visando direcionar a artilharia contra os aviões inimigos orientados pelo som. Para tracionar os canhões 88 mm foram encomendados também 32 tratores meia lagarta Locomotivfabrik Kraus Maffei AG Sd.Kfz 7 de 7,5 toneladas. No entanto as consequências do eclodir da Segunda Guerra Mundial na Europa e os bloqueios navais da Royal Navy (Marinha Real Inglesa) as cargas saindo da Alemanha, levariam o Exército Brasileiro a receber somente 28 canhões Flak 88 mm C/56, 06 tratores meia lagarta Sd.Kfz 7, 18 aparelhos de localização de som ELASCOPORTHOGNOM e 06 preditores WIKOG 9SH.
Embora a quantidade de material recebido fosse muito menor que a encomendada, ainda foi possível dotar três regimentos, o 1º Grupo do 1º Regimento de Artilharia Antiaérea (1/1º RAAAé) no Rio de Janeiro, sediado na Vila Militar em Marechal Deodoro, sendo esta a primeira a receber o material em 4 de fevereiro de 1941, quando chegaram 12 canhões para equipar três baterias, dois aparelhos ELASCOPORTHOGNOM e uma bateria de projetores SPERRY M1939. Em outubro deste ano a unidade realizou o primeiro exercício e tiro real, utilizando alvos rebocáveis, sendo os disparos orientados por telêmetros, preditores e aparelhos de localização de som. O 1º Grupo do 2º Regimento de Artilharia Antiaérea (1/2º RAAAé) baseado em Osasco recebeu duas baterias com quatro canhoes cada, todos os equipamentos de orientação e dois tratores Sd.Kfz 7. Com o aumentar das tensões esta unidade foi provisoriamente transferida para o arquipélago de Fernando de Noronha, após inúmeros percalços na transferência do material, as duas baterias foram instaladas na ilha no Morro do Curral. Se mantiveram lá até o final de 1944, quando os equipamentos foram realocados no município de Praia Grande em SP, quando esta unidade foi transformada no 2º Grupo de Artilharia Antiaérea. Por ultimo o 1º Grupo do 3º Regimento de Artilharia Antiaérea (1/3º RAAAé) recebeu os oito canhões restantes, tendo por missão proteger a área de Natal contra ataques aéreos a Base Aérea de Parnamirim e a costa do estado.
No dia 18 de dezembro de 1942 as 7:00 horas da manhã, uma bateria pertencente ao 1/3º RAAAé, efetuou disparos contra a vela de um submarino não identificado que fora avistado e detectado a 2.600 metros da costa, este seria o único registro de emprego real do Flak 88 mm C/56 Modelo 18 no Exército Brasileiro. Mesmo com a chegada de uma expressiva remessa de canhões americanos nos termos dos acordos Leand & Lease Act, as peças de artilharia da Krupp se mantiveram em uso no Brasil até meados da década de 1950, sendo somente descarregados por escassez de munição, pois pela qualidade de emprego superavam em muito aspectos os seus pares americanos, entre eles os novos canhões antiaéreos M117 (M1) de 90mm.
Em Escala:
Para representarmos o “Flak” 88 mm Modelo 18 C/56", fizemos uso do excelente kit da AFV Club na escala 1/35, modelo que prima pela qualidade e detalhamento, combinado peças em metal, borracha e photo etched. Para se representar a versão usada pelo Exército Brasileiro, basta descartar o escudo blindado de proteção dos artilheiros.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura que pode ter sido empregado no "Flak” 88 mm e demais peças de artilharia de origem alemã recebidos pelo Brasil, se baseando no esquema adotado no exército alemão em fins da década de 1930. Existem seis canhões preservados no Brasil, com pelo menos três tipos de tons de verde.
Bibliografia:
- 88 mm Flak 18/36/37/41 - https://pt.wikipedia.org/wiki/8.8_cm_Flak_18/36/37/41
- Canhões antiaéreos Krupp 88 mm no EB – Helio Higuchi , Paulo R. Bastos
Jr e Iury Jatai,– Tecnologia & Defesa
- Acervo Museu Conde de Linhares - Rio de Janeiro