M-1 (57 mm) Antitanque

História e Desenvolvimento.
No final da primeira metade da década de 1930 o Exército dos Estados Unidos (US Army) dispunha em suas unidades de infantaria como arma de maior calibre, diversos modelos de metralhadoras de calibre .50 (12,7mm). Embora já houvesse estudos em curso para a adoção de uma arma de maior calibre para emprego contra veículos automotores e carros blindados, ainda não havia uma previsão concreta para sua incorporação. Desta maneira este processo, apesar de fundamental ainda era tido como embrionário, gerando pouco interesse por parte dos oficiais militares de alta patente. Visando reduzir custos de desenvolvimento, os estudos realizados apontariam para a análise de peças de artilharia de calibres semelhantes já disponíveis no mercado. Dentre os modelos avaliados destacava-se um canhão alemão, modelo sobre o qual seria desenvolvido a partir de 1938 do projeto e conceito do primeiro canhão antitanque americano o M-3  de calibre 37 mm.  Esta nova arma receberia seu batismo de fogo contra o Exército do Imperio do Japão, durante a defesa das Filipinas em dezembro de 1941, recebendo elogios por sua atuação. Este canhão antitanque teria ainda destacada participação na Campanha de Guadalcanal, onde seria empregado contra a infantaria japonesa e principalmente contra os carros de combate japoneses, se mostrando extremamente eficiente contra o leve sistema de blindagem destes veículos. Já os resultados amostrados durante a Campanha do Norte da África em 1942, seriam completamente diferentes, com seu pequeno calibre se mostrando insuficiente para fazer frente aos modernos carros de combate alemães dos modelos Panzer III e IV.  Neste contexto, relatórios de inteligência emitidos após a desastrosa Batalha de Kasserine, em fevereiro de 1943, mencionavam que seus projeteis de 37 mm , mal arranhavam os blindados do Exército Alemão (Wehrmacht).  Estes péssimos resultados remeteriam inicialmente a conclusões controversas por parte dos oficiais, com as justificativas se dividindo entre a possibilidade de obsolescência da arma, emprego de táticas não refinadas ou falta de experiência das equipes. No entanto, a avaliações mais detalhadas deste relatório concluíram que o equipamento em questão era completamente inadequado para este novo nível de ameaça, levando a decisão sobre sua emergencial substituição. 

O princípio desta solução, no entanto, já havia sido desenvolvido anteriormente do outro lado do Oceano Atlântico, pois no início do ano de 1940 o comando do Exército Real (Royal Army), lançaria uma demanda a seus arsenais para o desenvolvimento de uma nova arma antitanque destinada a substituir os antigos canhões QF 2 Pounder de 40 mm. Este modelo inglês também se mostraria ineficiente quando confrontando com os carros de combates alemães durante os primeiros meses da Campanha da França neste mesmo ano.  Neste contexto o Woolwich Arsenal seria selecionado para o desenvolvimento de uma nova arma antitanque, como ponto de partida, definiu-se o emprego do calibre de 57 mm. Esta decisão se basearia na experiência da empresa na produção em larga escala no final do século XIX de peças de artilharia semelhantes, assim esta experiencia (know how) aliada a grande parte do ferramental já existente, poderia eliminar várias etapas neste processo, agilizando assim seu prazo para o início de produção em larga escala. Desta maneira sua concepção seria finalizada em meados do mesmo ano, no entanto o desenvolvimento de seu transportador não seria concluído até o fevereiro de 1941, resultando em um grande atraso no cronograma original. Este programa seria afetado também pelos eventos decorrentes da queda da França, onde durante o processo de evacuação das praias de Dunquerque, grande parte dos equipamentos e armamentos da Força Expedicionária Britânica (BEF) seriam abandonados durante a execução da operação Dynamo. Assim com base nas perspectivas de um potencial invasão alemã e na inadequada quantidade de armas de artilharia naquele momento, seria decido focar a produção em massa de armamentos, levando por questões de produtividade, a decisão em se reativar a linha dos canhões antitanque QF 2 Pounder de 40 mm. Esta definição estava embasada na produção em massa de uma arma já em uso, não necessitando também de treinamento e aclimatação das tropas, atrasando assim o lançamento do novo canhão QF 6 Pounder de 57 mm. Assim sua produção somente seria iniciada em novembro de 1941, com sua entrada em serviço ocorrendo somente a partir de maio de 1942. 
O batismo de fogo do modelo QF 6 Pounder em serviço no Exército Real (Royal Army) ocorreria entre os dias  26 de Maio e 21 de Junho de 1942, durante a batalha de Gazala, com estes canhões sendo empregados contra as forças blindadas alemãs e italianas lideradas pelo General Erwin Rommel. Apesar desta arma apresentar grande êxito neste confronto, a batalha terminaria com uma vitória por parte das forças do Eixo. Os relatórios do emprego do QF 6 Pounder 57 mm comprovariam que este canhão antitanque se adequava perfeitamente as necessidades do Exército dos Estados Unidos (US Army) no processo de substituição dos canhões antitanque M-3 37 mm. Assim desta maneira seria celebrado um acordo entre os governos destes dois países, visando a produção sob licença desta arma antitanque.  A versão escolhida para fabricação seria baseada no modelo QF 6 Mark II, com dois canhões deste modelo sendo enviados ao Watervliet Arsenal nos Estados Unidos para confecção dos gabaritos e ferramental. A alta demanda pela obtenção deste tipo a arma, levaria a decisão de estender a produção também para o Rock Island Arsenal, com as primeiras armas agora designadas como M-1 Gun 57 mm sendo entregues a partir de outubro do ano de 1942. Uma variante designada M-1A1, passaria a empregar pneus e rodas do tipo “US Combat", a este se seguiria o modelo M-1A2, que introduziria a prática britânica de travessia livre, o que significava, que a arma poderia ser atravessada pela tripulação empurrando e puxando a culatra, em vez de atravessada apenas por engrenagens. No entanto, visando melhorar a produtividade, no início da primavera de 1943, seria decidido focar os esforços industriais somente na versão padrão M-1. Neste momento pelo menos dois terços desta produção deveriam ser destinadas as divisões do Exército dos Estados Unidos (US Army) baseadas na Inglaterra, visando assim compor alta disponibilidade para seu emprego futuro na invasão da França. O restante da produção seria destinado ao atendimento das demandas previstas nos contratos do programa de ajuda militar aos aliados, o acordo Leand & Lease Act Bill  (Lei de Empréstimos e Arrendamentos), com a maior parte destas peças sendo fornecidas as forças britânicas, com um pequeno volume devendo ser cedido a União Soviética (URSS), para o emprego pelo  Exército Vermelho. 

Como registrado anteriormente, os canhões M-1 Gun e QF6 Pounder apresentaria resultados extremamente positivos, sendo capaz de penetrar qualquer blindagem dos veículos alemães e italianos. Em sua ação mais célebre, os canhões de QF 6 Pounder do 2º Batalhão, a Brigada de Fuzileiros (juntamente com parte da Artilharia Real de Bateria Antitanque 239), destruiriam mais de quinze tanques inimigos na ação em 'Snipe' durante a Segundo Batalha de El Alamein. Com estes resultados se repetindo posteriormente durante as fases iniciais da invasão da Itália. No entanto ao longo do ano seguinte, os alemães introduziram projetos muito mais pesados e fortemente blindados de carros de combate, especialmente os tanques Tiger I e o Panther, contra os quais a munição de 57 mm se mostraria ineficaz quando empregada contra sua blindagem frontal. Desta maneira as forças aliadas passariam a empregas táticas de engajamento lateral e traseiro, com os canhões QF6 Pounder sendo responsáveis pelos primeiros carros de combate Tiger destruídos no norte da África. A partir de maio de 1944 este cenário começaria a mudar, com os carros de combate alemães de nova geração passando a ser vítimas com a introdução de munições mais sofisticadas como o Armor-Piercing Composite Rigid - APCR (munição perfurante de blindagem), Armor-Piercing e Discarding Sabot - APDS. Próximo a implementação da operação Overlord os canhões M-1 Gun 57 mm se encontravam disponíveis em grande número na Europa, e de acordo Tabela de Organização e Equipamentos (TO&E) de 26 de maio de 1943, uma Companhia Regimental Antitanque, passava a incluir nove canhões de 57 mm e cada batalhão dispunha de um pelotão antitanque com três canhões, totalizando dezoito armas destas por regimento. Em meados de 1944, o M-1 57 mm já representava o equipamento padrão das forças norte-americanas na Frente Ocidental, superando largamente em números os canhões M- 3 Gun 37 mm. Durante a campanha de invasão na Normandia os canhões antitanque M1 57 mm, apresentaram destacada participação no esforço aliado, e neste cenário seriam tracionados pelos veículos Dodge WC-63 1 1⁄2 Toneladas 6x6 e  White M-3 Half-Track.  Após a consolidação da cabeça de ponte nas praias da França, estes canhões antitanque passariam a cedidos as Forças Francesas Livres (France Libre), apresentado destacada participação no esforço aliado naquela fase do conflito. 
Com o fim da Segunda Guerra Mundial em maio de 1945, e a consequente desmobilização das tropas norte-americanas, os canhões M-1 57 mm começariam a ser desativados no Exército dos Estados Unidos (US Army), passando a ser substituídos em menor número por canhões sem recuo ou ainda bazucas. O eclodir da Guerra da Coréia (1950 - 1953), levaria este equipamento a ser mobilizado para o emprego em um cenário de conflagração real, com muitos sendo cedidos ao Exército da Coréia do Sul (Daehanminguk Yuk). Porém anterior a este conflito, as Forças de Defesa de Israel (IDF), fariam extenso uso tanto dos M-1 Gun quanto dos QF 6 Pounder, empregando-os em batalhões antitanques em nível de brigada e pelotões antitanque de batalhão. Este se tornaria um dos maiores operadores pós-guerra deste tipo de canhão antitanque, em fins de 1955 havia cento e cinquenta e sete peças em serviço ativo, e no ano seguinte mais cem seriam adquiridas na Holanda, porém chegariam a tarde demais para entrar em serviço antes da deflagração da Crise do Canal de Suez. O modelo também seria adotado pelas Forças Armadas do Paquistão, servindo durante anos, atualmente muitos ainda podem ser vistos como "guardas do portão" junto as bases do exército daquele país.  Durante a Guerra do Biafra (1967 - 1970), tanto o Exército Federal da Nigéria quanto as Forças Armadas de Biafra faria uso do modelo, chegando serem empregados como canhões embarcados em pequenos navios. Atualmente ainda podem ser encontradas armas antitanque deste modelo em uso em países da África e América do Sul. Entre os anos de 1942 e 1945 seriam produzidos pelos arsenais norte-americanos um total de mais de quinze mil canhoes da família M-1 Gun 57 mm. 

Emprego no Exército Brasileiro.
No início da Segunda Guerra Mundial, o governo norte-americano passaria a considerar com extrema preocupação uma possível ameaça de invasão no continente americano por parte das forças do Eixo (Alemanha – Itália – Japão). Quando a França capitulou em junho de 1940, o perigo nazista a América se tornaria claro se este país estabelecer bases operacionais nas ilhas Canárias, Dacar e outras colônias francesas. Neste contexto o Brasil seria o local mais provável de invasão ao continente pelas potencias do Eixo, principalmente devido a sua proximidade com o continente africano que neste momento também passava a figurar nos planos de expansão territorial do governo alemão. Além disso, as conquistas japonesas no sudeste asiático e no Pacífico Sul tornavam o Brasil o principal fornecedor de látex para os aliados, matéria prima para a produção de borracha, um item de extrema importância na indústria de guerra. Além destas possíveis ameaças, geograficamente o litoral do mais se mostrava estratégico para o estabelecimento de bases aéreas e operação de portos na região nordeste, isto se dava, pois, esta região representava para translado aéreo, o ponto mais próximo entre os continentes americano e africano. Assim a costa brasileira seria fundamental no envio de tropas, veículos, suprimentos e aeronaves para emprego nos teatros de operações europeu e norte africano. Este cenário demandaria logo sem seguida a um movimento de maior aproximação política e econômica entre o Brasil e os Estados Unidos, resultando em uma série de investimentos e acordo de colaboração. Entre estes estava a adesão do país ao programa de ajuda militar denominado como Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), que tinha como principal objetivo promover a modernização das Forças Armadas Brasileiras, que neste período estavam à beira da obsolescência tanto em termos de equipamentos, armamentos e principalmente doutrina operacional militar. Os termos garantidos por este acordo, viriam a criar uma linha inicial de crédito ao país da ordem de US$ 100 milhões de dólares, para a aquisição de material bélico, proporcionando ao país acesso a modernos armamentos, aeronaves, veículos blindados e carros de combate. Estes recursos seriam vitais para que o país pudesse estar capacitado para fazer frente as ameaças causadas pelas ações de submarinos alemãs a navegação civil e militar que se apresentavam no vasto litoral do país. A participação brasileira no esforço de guerra aliado seria ampliada em breve, pois Getúlio Vargas afirmou que o país não se limitaria ao fornecimento de materiais estratégicos para os países aliados, e que “o dever de zelar pela vida dos brasileiros, levaria o governo a  a medir as responsabilidades de uma possível ação fora do continente. 

No que tange a artilharia de campanha, o cenário não era melhor, com a Força Terrestre sendo equipada em sua grande maioria com canhões produzidos no início do século, se destacando os alemães Krupp 75 mm Modelo 1908, e franceses Schneider - Canet 75 mm, preparados para tração hipomóvel. Os primeiros navios de transporte norte-americanos carregados com todo tipo de moderno equipamento militar começariam a ser recebidos no porto do Rio de Janeiro,  a partir de meados do ano de 1942 se destacando principalmente um grande número de armas de infantaria e artilharia. Entre estes se encontravam canhoes antitanque de 37 mm e obuseiros de 105 mm e 155 mm, com sua incorporação representando assim um grande salto qualitativo para a artilharia do Exército Brasileiro. Como esperado, o país tomaria parte em um esforço maior junto aos aliados, com está intensão sendo concretizada no dia 09 de agosto de 1943, quando através da Portaria Ministerial nº 4.744, publicada em boletim reservado de 13 do mesmo mês, foi estruturada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), constituída pela 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE) e por órgãos não-divisionários. Esta força seria comandada por um general-de-divisão, Joao Batista Mascarenhas de Morais, sendo composta de quatro grupos de artilharia (três de calibre 105 mm e um de calibre 155 mm). A infantaria deveria ser equipada ainda com armas anticarro e antitanque de diversos tipos e aplicações, sendo destinados ao contingente brasileiro a cessão de cinquenta e sete modernos canhões antitanque M-1 Gun de 57 mm, tipo até então inédito no Exército Brasileiro. Em 12 de abril de 1943, através do Decreto-lei nº 5.388-A, seria criada a Companhia de Canhões Anti-Carro. Apesar das tropas brasileiras, destinadas a lutar no teatro de operações na Itália, serem submetidas a intensivo programa de treinamento de combate nos centros de treinamento do Campo dos Afonsos e Gericinó no Rio de Janeiro, faltava-lhes ainda a capacitação para a operação de armas mais complexas como os canhões antitanque e obuses modernos.  Esta deficiência seria sanada somente em solo italiano, através da implantação de um programa de instrução ocorrendo entre os dias 5 e 18 de agosto, de 1944, na localidade de Tarquínia, situada a 60 quilômetros a noroeste de Roma.  Nesta fase os soldados brasileiros, que seriam responsáveis pela operação das armas antitanque, e começariam a se familiarizar com os conceitos e doutrina deste tipo missão, sendo instruídos por seus pares norte-americanos do “V Exército”, que detinham grande experiencia no manejo desta arma.   
Inicialmente este processo seria estabelecido com o uso dos canhões antitanque M-3 37 mm, peça esta que se encontrava presente em maior número na Itália, porém na fase final deste processo toda a instrução seria também ministrada com os canhões M-1 Gun de 57 mm, que nas forças aliadas na Europa passavam a substituir as armas de 37 mm nesta missão.  No dia 15 de setembro de 1944,  clima gelado  já prenunciava os rigores do inverno próximo, e seria nestas condições que a  Força Expedicionária Brasileira (FEB) receberia seu batismo de fogo, quando as tropas lideradas pelos General Zenóbio da Costa, atuariam em coordenação com três companhias norte-americanas, com esta operação enfrentando pouca resistência do inimigo. Dois dias depois seriam conquistadas as localidades de Massarosa, Bozzano e Quiesia, não sendo registrado, no entanto, nenhum encontro com unidades blindadas alemães ou italianas. A exemplo da formatação de emprego doutrinário original do Exército dos Estados Unidos (US Army), os canhões antitanque M-1  Gun de 57 mm podem ter sido empregados em conjunto com os canhões M-3 Gun de 37 mm. Junto ao contingente brasileiro, estas armas equipariam o  1º Regimento de Infantaria – Sampaio, 6º Regimento de Infantaria – Ipiranga e 11º Regimento de Infantaria – Tiradentes e pela Companhia Anti Carros. Existem poucos registros oficiais do emprego destes canhões contra veículos blindados inimigos, com estas peças sendo geralmente utilizadas em ataques contra pontos de defesa ou fortificações inimigas. Após o término do conflito em maio de 1945, todos os canhoes M-1 Gun de 57 mm bem como os demais veículos, armas e equipamentos cedidos pelos norte-americanos seriam entregues ao Comando de Material do Exército dos Estados Unidos (US Army) na cidade de Roma. Nesta unidade todos estes materiais considerados em melhor estado de conservação seriam armazenados e despachados posteriormente ao Brasil por via naval. Após serem recebidos no porto do Rio de Janeiro em julho deste mesmo ano, estas peças de artilharia "italianas", passariam a ser concentradas nas unidades de Infantaria e de Companhias Anti Carro, que já operam o mesmo tipo de armamento recebido anteriormente.   

Durante toda a sua carreira este canhões antitanques norte-americanos seria tracionados pelos carros blindados M-3A-1 Scout Car, blindados meios lagarta M-2, M-3, M-5, utilitários Dodge WC-63  e WC-62 Beep 6X6 Big Foot e finalmente perto do fim de sua carreira por veículos utilitários nacionais militarizados como os  Ford Willys-Overland Rural F-75 e F-85.  Apesar de ser muito superior aos canhões antitanques M-3 Gun de 37 mm em seu emprego operacional, os M-1 Gun 57 mm , operariam no Exército Brasileiro com grande nível de restrição em termos de tiro prático, muito em função da escassez de munição deste calibre.  Ao contrário deste tipo, a munição de 37 mm era mais comum na Força Terrestre, principalmente por equipar os carros de combate leve M-3 Stuart e os carros blindados sobre M-8 Greyhound, salientando também, que este projetil chegou a ser produzido localmente, algo que nunca ocorreu com a munição de 57 mm.  No início da década de 1960, mais unidades do canhão antitanque M-1 Gun de 57 mm seriam recebidos no país, sendo parte integrante de um grande lote de material militar cedidos as Forças Armadas Brasileiras nos termos do Acordo Militar Brasil – Estados Unidos. Estes canhões antitanque eram oriundos das unidades de infantaria do Exército dos Estados Unidos (US Army), e se mantinham cuidadosamente armazenados desde sua retirada de serviço em fins da década de 1950. Neste mesmo pacote seriam recebido um grande lote de munição de 57 mm de diversos tipo, trazendo um alento, proporcionando uma retomada operacional deste tipo de armento, permitindo uma maior distribuição destes canhões, que até então estavam concentradas nos Regimento de Infantaria (RI) , e Companhias de Canhões Anti Carro (CCAC), passando a compor também o efetivo de alguns Esquadrões de Reconhecimento Motorizado (Esqd Rec Mec). Vale ressaltar o emprego real deste tipo de armamento, durante a implantação da prontidão das forças do Exército Brasileiro nos estados de Sao Paulo e Rio de Janeiro, em sua participação nos esforços de demonstração de força durante a Revolução ou Contra Revolução de 1964, movimento deflagrado no dia 31 de março deste mesmo ano.
A partir de fins do ano 1965, ainda dentro dos termos do  Acordo Militar Brasil – Estados Unidos, as Forças Armadas Brasileiras passariam a receber nos anos seguinte novos lotes de materiais equipamento bélicos mais modernos de origem norte-americana. Neste contexto seriam cedidos ao Exército Brasileiro um considerável número de canhões sem recuo (CSR) M-40, M-40A1 e M-40A2 de 106 mm, desenvolvido especialmente para emprego anti-carro e antitanque. Devido ao seu menor peso, facilidade de manejo e eficiência operacional, estas novas armas passariam a imediatamente substituir os canhões antitanque M-1 de 57 mm junto aos Batalhões de Infantaria, com estes passando a equipar mais unidades que até então faziam uso das peças remanescentes do modelo M-3 Gun de 37mm. Porém seu intenso emprego operacional anterior, levaria a um novo cenário de escassez de munição de 57 mm, levando em 1967  a decisão de se iniciar o processo de desativação desta arma. Os últimos canhões antitanque M-1 Gun de 57 mm seriam retirados em meados do ano de 1972, com muito destes sendo preservados nas sedes de suas unidades operacionais como monumentos ou ainda passando a compor o acervo de diversos museus militares espalhados pelo pais. Algumas destas peças seriam desmilitarizadas e vendidas para a entusiastas ou colecionadores civis. 

Em Escala:
Para representarmos o canhão antitanque M-1 Gum de 57mm, fizemos uso do mediano kit da Riichi Models na escala 1/35, modelo que peca na qualidade de injeção do plástico com muitas rebarbas. Porém como ponto positivo o kit, apresenta um bom set em photo etched. Para se representar a versão usada pelo Exército Brasileiro, não há necessidade de se realizar nenhuma alteração, bastando montar o modelo direto da caixa.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo, representa o único padrão de pintura tático empregado desde o recebimento das primeiras peças em 1942 e nos lotes subsequentes. Este  esquema  seria mantido até sua retirada de serviço até o início da década de 1970.


Bibliografia: 
- M-3 57 mm Gun Wilipedia - https://en.wikipedia.org/wiki/Ordnance_QF_6-pounder
- US M-1 57 mm Anti-tank gun at Militaria: Weapons - http://efour4ever.com/57mm.htm
- Artilharia de Campanha no Exército Brasileiro – Cezar Carriel Benetti - http://www.ecsbdefesa.com.br/fts/ACEB.pdf