Jeep Ford GPW 1941 no Brasil

História e Desenvolvimento.
No final da década de 1920, o comando do Exército dos Estados Unidos (US Army), passaria a dedicar cada mais esforços e recursos, com o objetivo assim acelerar o processo de transição de uma força terrestre hipomóvel para uma força mecanizada. E neste contexto cada vez mais se valia dos avanços tecnológicos implementados pela pujante indústria automotiva norte-americana. Este importante programa, além de abranger uma variada gama de veículos de carga e transporte de pessoal, priorizava o desenvolvimento de um veículo utilitário leve com tração integral 4X4, capaz de operar em ambientes fora de estrada devendo superar com facilidades obstáculos e ainda transportar até quatro soldados totalmente equipados. Diversas iniciativas seriam trabalhadas pelos militares em conjunto com a indústria automotiva para o atendimento deste objetivo, porém o conceito final deste novo utilitário só se materializaria a partir do início do ano de 1932. Seu idealizador o Coronel Robert G. Howie, um dos comandantes do 7º Companhia de Tanques, baseada no Fort Smelling Minn no estado de Minessota, e um dos principais defensores do conceito de motomecanização total do exército.E  assim tinha plena ciência das necessidades da força terrestre neste novo espectro operacional. Seu primeiro protótipo funcional, seria construído nas oficinas do Forte Sam Houston no estado do Texas, sendo imediatamente submetidos a testes práticos de campo. Excelentes resultados seriam apurados neste processo, levando a decisão do comando do exército em liberar recursos para a contratação da produção de um lote pré-série de setenta carros, porém esta fase seria adiada devido a restrições orçamentarias vigentes naquele período. Este programa só seria retomado em fins do ano de 1936, quando a montadora Bantan Car Company da Pensilvânia, seria escolhida em uma concorrência para esta tarefa. Estes veículos passariam se entregues a partir de meados do ano de 1938, sendo destinados ao Quartel General do Departamento Exército dos Estados Unidos no Forte de Holabird em Baltimore (Maryland). Dispondo agora de uma frota maior, os militares poderiam ampliar a abrangência de se programa de testes em campo, iniciando neste contexto também a formatação da doutrina de emprego operacional deste novo tipo de veículo utilitário. 

Neste completo programa de testes de campo, verificou-se que este novo veículo utilitário com tração integral 4X4, permitiria ao Exército dos Estados Unidos (US Army) explorar um grande potencial de mobilidade para força terrestre operando com sucesso em uma variada gama de tarefas em ambientes fora de estrada (off road). Esta perspectiva levaria a decisão em se adotar em larga escala o modelo nas forças armadas norte-americanas, culminando assim na abertura de concorrência para sua produção em série. Neste processo seriam emitidos convites a mais de cem empresas dispostas a participar da concorrência, prevendo a apresentação de suas propostas técnicas e comerciais e protótipos funcionais. No entanto o aumento das tensões geopolíticas na Europa e no Pacífico Sul naquele momento, iriam afetar drasticamente este processo de concorrência, pois cada vez se tornava mais claro a emergencial necessidade em se modernizar as forças armadas norte-americanas face as novas possíveis ameaças representadas pela Alemanha Nazista e pelo Império do Japão. E devido a este importante fato, o cronograma inicial desta grande concorrência seria alterado, e passaria a contar como exigência básica, a apresentação de um protótipo funcional do veículo em apenas quarenta e nove dias. De montadoras convidadas a participar deste processo, apenas a Ford Motor Company, American Bantam Compay e Willys-Overland Company aceitariam o desafio, porém somente a segunda conseguiu entregar o protótipo funcional dentro do prazo exigido. Apesar do protótipo apresentando pela American Bantam Company lograr êxito no processo de avaliação comparativo, o comando do Exército dos Estados Unidos (US Army) em face a necessidade emergencial de reequipamento militar, definiria por aprovar também as propostas dos demais concorrentes. Os processos de avaliação e testes resultariam em modificações sobre o protótipo original, nascendo assim o modelo pré-série de produção designado como Bantan BRC, que apresentava em termos de desing traseiro, grande semelhança com os projetos concorrentes, apresentando ainda um desenho frontal levemente arredondado em consonância com o design automotivo norte-americano típico do final dos anos da década de 1930. 
Apesar da aprovação para a produção dos três modelos, ainda pairavam dúvidas sobre os projetos apresentados pela Ford Motor Company e pela Willys-Overland Company, levando a uma nova etapa de testes de campo nos campos de prova do Quartel General do Departamento Exército no Forte Holabird, que seriam realizados de 27 de setembro a 16 de outubro de 1940, com o modelo Bantan BRC, novamente se destacando aos olhos atentos dos engenheiros destes concorrentes, pela sua superioridade técnica, abandonando assim inicialmente a ideia de produzir três modelos distintos. Assim agindo em colaboração com todos os envolvidos neste processo de avaliação, surgiria a versão final de produção designada como Bantam BRC 40. Em seguida no dia 31 de março de 1941 seria celebrado um contrato entre o governo norte-americano e a American Bantam Company envolvendo a produção de mil e quinhentos carros. Apesar desta grande vitória, era notório que a montadora não dispunha da capacidade industrial e estabilidade financeira para o atendimento em cadência aos necessários contratos subsequentes que deveriam ser firmados, podendo assim prejudicar o cronograma emergencial de reequipamento das forças armadas. Assim no intuito de sanar esta deficiência, o Departamento de Guerra Norte Americano (The War Department), tomaria uma decisão polemica, que envolveria a cessão do projeto e as plantas originais do BRC 40 para a Ford Motor Company e da Willys-Overland Company, sob a alegação que este projeto estratégico e de vital importância era de propriedade intelectual do governo. Esta definição visava atender as demandas de fornecimento dentro do cronograma estipulado originalmente, fazendo uso das linhas de produção existentes destas grandes montadoras, obtendo assim a infraestrutura industrial necessária ao atendimento dos contratos de produção. Curiosamente, esta decisão arbitrária do governo norte-americano jamais seria questionada pela diretoria da American Bantam Company, acredita-se que muito em função da precária situação financeira da empresa naquele momento. Como possível contrapartida a empresa seria agraciada com contratos para a produção de componentes automotivos, reboques de carga e combustível T/1 de ¾ de tonelada (envolvendo mais de setenta mil unidades) e torpedos para a Marinha Real (Royal Navy).

O próximo contrato de produção agora envolvendo dezesseis mil carros seria direcionado em agosto do mesmo ano a montadora Willys Overland Company, que designaria este veículo como "MA Quad" (posteriormente MB).  Em seguida novos contratos seriam celebrados, porém agora neste contexto Ford Motors Company passaria até o final do ano de 1945 a receber as maiores encomendas de produção. Oficialmente o modelo produzido por esta montadora receberia a designação de Ford GPW (General Purpose Willys Veículo para uso geral de desing Willys). No Exército dos Estados Unidos (US Army), seus primeiros condutores referiam popularmente ao veículo pelo acrônimo GP", que na língua inglesa soava na pronúncia como "jeep". Curiosamente a palavra "jeep" era a única pronunciada por um personagem de quadrinhos muito famoso da década de 1930 chamado Eugene, que era o animal de estimação de Olívia Palito, namorada do marinheiro Popeye. Este simpático personagem era detentor de uma variada gama de poderes, como super força e capacidade de caminhar pelas paredes e tetos. Assim graças a popularidade do desenho animado, os soldados passariam a chamar seus veículos de “Jeep” em alusão aos poderes deste simpático personagem. O termo "Hey, he's a real Jeep!" (Ei, ele é um verdadeiro Jeep!), era constantemente empregado para pessoas que apresentavam uma capacidade física superior. Desta maneira nascia assim um dos mais famosos nomes de veículos da história mundial de todos os tempos. Conforme as montadoras aceleravam o processo de fabricação, mais e mais unidades militares norte-americanas passavam a integrar o modelo em suas frotas. O batismo de fogo logo viria, e figura na mente coletiva que o primeiro Jeep a entrar em combate pertenceria ao modelo Willys MB ou simplesmente "42" (de 1942), mas isso é um erro. Antes dele, outros modelos deste tipo de veículo seriam enviados para as frentes de combate naquele teatro de operações, como o Willys Quad, Bantan BRC 40, Willys MA Quad e o Ford GPW ou popularmente conhecido como “Pigmy”, com estes sim, participando de ação real pela primeira vez no Pacífico Sul contra as forças do Exército do Império do Japão. 
Durante toda a Segunda Guerra Mundial, a produção desta versátil família de utilitários leves superaria mais de meio milhão de carros, destes 363.000 seriam produzidos pela Willys Overland Company nos modelos MA Quad e MB Quad e cerca de 280.000 seriam produzidos no modelo GPW pela Ford Motors Company. O modelo seria um dos expoentes do programa de ajuda militar Lend & Lease Act Bill (Lei de Empréstimos e Arrendamentos), com mais de 51.000 unidades fornecidas somente para a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) para uso pelo Exército Vermelho de Trabalhadores e Camponeses, além de outros milhares destes veículos sendo cedidos nestes mesmos termos a outros países aliados durante a guerra. O término deste conflito levaria o término da produção em larga escala, e neste mesmo momento a Willys Overland Company entraria na junta comercial e industrial norte-americana com um processo contra a Ford Motors Company, pleiteando a exclusividade internacional no emprego da marca comercial “Jeep”, tendo em vista a anterior aquisição do projeto junto a American Bantam Company. Após uma longa batalha judicial em janeiro de 1946 a Ford Motors Company, passaria a ser judicialmente impedida de fazer uso da marca Jeep. Diferente de uma série de veículos militares que tiveram sua produção descontinuada após o término do conflito, a família de veículos Jeep continuou a ser fabricada, agora somente pela Willys Overland Company, e a partir do início da década de 1950, o modelo seria redesignado como M-38 (MC) com estes vindo a substituir uma grande parte dos primeiros modelos produzidos pela Ford Motors Company em uso nas forças armadas norte-americanas, com grande parte destes cedidos a nações amigas em diversos programa de ajuda e cooperação militar. Detentor de uma mecânica simples e robusta, grande parte da grande frota dos jipes Ford GPW permaneceriam em uso em diversas forças armadas no mundo até pelo menos o final de década de 1990.

Emprego nas Forças Armadas Brasileiras.
No início da Segunda Guerra Mundial, o governo norte-americano passaria a considerar com extrema preocupação uma possível ameaça de invasão no continente americano por parte das forças do Eixo. Quando a França capitulou em junho de 1940, o perigo nazista a América se tornaria claro se este país estabelecer bases operacionais nas ilhas Canárias, Dacar e outras colônias francesas. Neste contexto o Brasil seria o local mais provável de invasão ao continente pelas potencias do Eixo, principalmente devido a sua proximidade com o continente africano que neste momento também passava a figurar nos planos de expansão territorial do governo alemão. Além disso, as conquistas japonesas no sudeste asiático e no Pacífico Sul tornavam o Brasil o principal fornecedor de látex para os aliados, matéria prima para a produção de borracha, um item de extrema importância na indústria de guerra. Além destas possíveis ameaças, geograficamente o litoral do mais se mostrava estratégico para o estabelecimento de bases aéreas e operação de portos na região nordeste, isto se dava, pois, esta região representava para translado aéreo, o ponto mais próximo entre os continentes americano e africano. Assim a costa brasileira seria fundamental no envio de tropas, veículos, suprimentos e aeronaves para emprego nos teatros de operações europeu e norte africano. Este cenário levaria a uma maior aproximação política e econômica entre o Brasil e os Estados Unidos, resultando em uma série de investimentos e acordo de colaboração. Entre estes estava a adesão do país ao programa de ajuda militar Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), que tinha como principal objetivo promover a modernização das Forças Armadas Brasileiras, que neste período estavam à beira da obsolescência em equipamentos, armamentos e doutrina. Os termos garantidos por este acordo, viriam a criar uma linha inicial de crédito ao país da ordem de US$ 100 milhões de dólares, para a aquisição de material bélico, proporcionando ao país acesso a modernos armamentos, aeronaves, veículos blindados e carros de combate. Estes recursos seriam vitais para que o país pudesse estar capacitado para fazer frente as ameaças causadas pelas ações de submarinos alemãs a navegação civil e militar que se apresentavam no vasto litoral do país. Seria decidido também pelo presidente Getúlio Vargas, que o país enviaria um contingente expedicionário para ajudar no esforço aliado no teatro europeu de operações.

Os contratos inicialmente celebrados entre os governos brasileiro e norte-americano, previam o fornecimento quase dois mil veículos utilitários leves com tração 4X4 do tipo "Jeep", com estes não atendendo a nenhum critério de padronização por fabricante ou modelo, não existindo registros oficiais por parte das forças armadas brasileiras sobre a quantidade de modelos recebidos que foram produzidos pela Ford Motors Company ou pela Willys Overland Company. Os primeiros veículos utilitários desta família começariam a ser recebidos no Brasil em lotes a partir de março 1942, e mesclavam veículos novos e usados, estes oriundos da frota pertencente ao Exército dos Estados Unidos (US Army). Existindo ainda relatos de alguns modelos raríssimos, como alguns Willys MA (sem registro) poucos "Slatt Grill" (grade de grelha), e até uma unidade do modelo primordial Bantam BRC-40. Salientamos que a partir de registros fotográficos, nos permitem atestar que grande parte destes carros foram fabricados durante o ano de 1941, representado assim modelos da fase inicial de produção. Com este processo atendendo ao procedimento formal de cessão de equipamento militar a aliados, priorizando assim a entrega de versões mais novas e aprimoradas para as forças armadas norte-americanas, com estas repassando veículos usados para exportação. O advento do recebimento destes carros e sua operação no Brasil, em muito contribuiria no processo de implantação da motomecanização em larga escala no Exército Brasileiro, não só por sua versatilidade, mas também pela quantidade disponível, pois até então. Pois neste momento a frota de veículos com tração integral deste porte se resumia a poucos e antigos veículos do modelo Vidal & Sohn Tempo G-1200 de procedência alemã que foram recebidos em 1938, porém disponíveis em um número insuficiente para se dotar sequer uma unidade operacional completa. Uma pequena parcela destes veículos seria ainda cedida a Força Aérea Brasileira e a Marinha do Brasil para o emprego em missões administrativas. 
Do total de veículos previstos para cessão ao Brasil nos termos do programa Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), seria decidido que 655 carros seriam entregues diretamente na Itália, para assim equipar as unidades operativas da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que contemplaria posteriormente o envio de 25.000 soldados ao continente Europeu. Teatro de Operações no qual os Jeeps desempenhariam um grande papel na locomoção das forças brasileiras durante o desenvolver campanha. A partir do dia 5 de agosto de 1944 estes veículos começariam a ser disponibilizados ao Exército Brasileiro, sendo retirados do estoque estratégico de recomplemementação do 5º Exército dos Estados Unidos (5th Us Army) baseado na cidade italiana de Tarquinia. Destas viaturas, muitas podiam ser consideradas como “veteranas de guerra”, devido ao seu intenso emprego anterior nas campanhas militares na Sicília e no Norte da África. O principal motivo da cessão de carros usados e muitas vezes em péssimo estado de conservação para as forças militares brasileiras, era a necessidade de alocação de recursos, veículos e equipamentos de primeira linha que deveriam ser empregados em junho do mesmo ano na invasão da França durante o "Dia D" na operação Overlord. Neste contexto alguns carros seriam fornecidos a Força Aérea Brasileira para emprego junto ao 1º Grupo de Aviação de Caça (1º GpAvCa) e a 1ª Esquadrilha de Ligação e Observação (1º ELO), onde seriam empregados em tarefas administrativas. Os veículos incorporados ao Exército Brasileiro se apresentavam em número inferior as necessidades de movimentação da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1º DIE), pois pelo tamanho do contingente seria necessário se contar pelo menos com o dobro da frota. Desta maneira este carros passaram ser muito valorizados, e os soldados indicados como motoristas, passavam a adotar estes carros como verdadeiras “damas”, sendo submetidos primorosamente a processos de manutenção preventiva e corretiva. Exemplo disso é que grande parte da frota recebeu nomes de batismo, pintados em sua lataria, com alguns fazendo referência às “pessoas amadas” que ficaram no Brasil. Como referência citamos o Jeep FEB 330 que recebeu o nome “Delourdes”, o Jeep FEB 310 chamado de “Macaca”, e o veículo de uso pessoal do General de Divisão Joao Batista Mascarenhas de Morais, que recebeu o nome de “Liliana” em homenagem a sua filha.

Curiosamente na Itália os veículos recebidos pelas tropas brasileiras apresentavam suas chaves de ignição soldadas aos painéis (procedimento padrão norte-americano), com o objetivo de se evitar o risco de perda delas durante as operações de combate. Os veículos de uma maneira geral e principalmente os Jeeps destinados a Força Expedicionária Brasileira (FEB) seriam recebidos desprovidos de qualquer numeração serial padrão do Exército Brasileiro, com apenas algumas centenas apresentando marcações adotadas pelo Exército dos Estados Unidos (US Army), gerando assim gerando assim dificuldades no controle da frota por parte das unidades responsáveis brasileiras, levando involuntários extravios de viaturas em campo ou furto por parte de forças aliadas. Porém periodicamente estas perdas eram sorrateiramente repostas, pois muitas vezes os pracinhas brasileiros se apoderariam de jipes norte-americanos que eram deixados camuflados e abastecidos estando prontos para entrar em açao. Ao se deparar com estes jipes desguarnecidos, os brasileiros em patrulha sorrateiramente “pegavam emprestados” estes carros, já que geralmente a chave de ignição estava soldada no painel. Do total de jipes recebidos no teatro de operações italiano, nove viaturas estavam configuradas na versão de ambulância, provendo assim o transporte de feridos até os hospitais de campanha, estando alocados junto ao Batalhão de Saúde operando em conjunto com outros tipos de veículos. Porém esta tarefa de remoção médica ao longo da campanha também passaria a ser realizada por outras unidades da Força Expedicionária Brasileira (FEB), fazendo uso de jipes convertidos para o transporte de feridos. Diversas opções seriam assim elaboradas para a versão do Jeep Ambulância, indo deste a configuração básica para transporte de dois feridos (sem profundas alterações na carroceria), onde se procedia a colocação de uma padiola atravessada na parte detrás da viatura com os punhos assentados nas laterais do veículo. E a versão mais customizada com um suporte próprio para esta padiola instaladas na carroceria, com seus punhos apoiados na primeira padiola e no para-brisa deitado. Neste mesmo período no Brasil, os jipes  passariam a compor o esteio da frota motomecanizada do Exército Brasileiro sendo alocados por todas as unidades militares espalhadas pelo país, além de equipar também as bases da Força Aérea Brasileira e da Marinha do Brasil.
Após o término do conflito em maio de 1945, os jipes remanescentes bem como os demais veículos, armas e equipamentos cedidos pelos norte-americanos seriam entregues ao Comando de Material do Exército dos Estados Unidos (US Army) na cidade de Roma. Nesta unidade os veículos em melhor estado de conservação seriam armazenados e despachados posteriormente ao Brasil por via naval. Estes se juntariam aos demais veículos da mesma classe que já se encontravam no país em serviço desde 1942 sendo distribuídos as unidades operativas. A partir da segunda metade da década de 1950, as Forças Armadas Brasileiras receberiam mais jipes oriundos do Exército dos Estados Unidos (US Army) e classificados como material excedente de guerra" (War Surpluss), sendo agora cedidos ao pais nos termos do Programa de Assistência Militar (Military Assistance Program - MAP), este novo lote reforçaria a capacidade operacional, possibilitando ainda a substituição dos veículos de produção mais antiga  bem como uma melhor padronização de modelos o que viria a facilitar os processos de manutenção. Durante a década seguinte começariam ser incorporados os primeiros jipes militarizados produzidos nacionalmente como os Willys Overland e  Ford CJ-2, CJ-5 e CJ-6, paralelamente ao recebimento também de veículos usados Wiilys M-38A1. Este processo permitiria o início de um amplo processo de desativação dos jipes recebidos na década de 1940. Registros oficiais apontam que os últimos jipes originais permaneceriam em serviço ativo pelo menos até final da década de 1970. Atualmente existem alguns destes carros em estado operacional no Exército Brasileiro sendo basicamente empregados como veículos cerimoniais.

Em Escala.
Para representarmos o Ford Jeep GPW "Malacara” matrícula FEB 210A, em uso pela Força Expedicionária Brasileira – FEB, durante a Segunda Guerra Mundial, fizemos uso do kit produzido pela Bronco Models na escala 1/35. Para melhor detalhamento adicionamos um set de armamentos em resina da Eletric Products. Fizemos uso de decais produzidos pela Decals e Books, presentes no livro " FEB na Segunda Guerra Mundial" de Luciano Barbosa Monteiro. Existem algumas diferenças sutis entre os jipes militares GPW e Willys produzidos após 1942, mas os primeiros lotes produzidos apresentavam as marcas dos fabricantes estampadas em suas carrocerias, processo este descontinuado a mando do Departamento de Guerra Norte Americano (The War Department).
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura empregado pelo Exército dos Estados Unidos em todos os seus veículos empregados durante a Segunda Guerra Mundial no teatro de operações da Europa, com estes Jeeps Ford GPW recebendo apenas as marcações e seriais do Exército Brasileiro. Alguns deste manteriam durante o conflito os números seriais norte-americanos ostentando o escudo do Cruzeiro do Sul. Em seu retorno ao Brasil os Jeeps Ford GPW mantiveram este padrão de pintura até sua desativação. Empregamos tintas, washes e vernizes produzidos pela Tom Colors.



Bibliografia : 

- Jeep Ford & Willys  https://en.wikipedia.org/wiki/Willys_MB
- Jeeps no Exército Brasileiro - https://jplopes.tripod.com/exbrz.htm
- FEB na segunda Guerra Mundial - Luciano Barbosa de Monteiro
- Leand & Lease Act  - Revista Tecnologia e Defesa - Edição 133.