L-118 Light Gun AR 105 mm no Brasil

História e Desenvolvimento.
Durante o início da Segunda Guerra Mundial, os regimentos de artilharia de campanha do Exército Real (Royal Army) faziam uso em grande parte de peças de médio calibre produzidos pelos arsenais da Royal Ordnance, como os canhões QF 6 Pounder de 57 mm, QFM4 Pounder de 84 mm, QF Pounder 25-pr de 87,6 mm. A partir de março de 1941, o estabelecimento do programa norte-americano Leand & Lease Act Bill (Lei de Empréstimos e Arrendamentos), garantiria aos britânicos o fornecimento de uma grande quantidade de armas e equipamentos, entre estas centenas de obuseiros M-2 AR 105 mm e M-1 Howitzer 155 mm. Em fins da década de 1950 o Exército Real (Royal Army), iniciou um programa visando a adoção de um novo obuseiro leve a fim de substituir a curto prazo em seus regimento de artilharia, os canhões de 75 mm, 87,6 mm e morteiros de 110 mm. Estudos seriam conduzidos analisando diversas opções de desenvolvimento ou aquisição de armas já em uso, com a direcionamento pendendo para a segunda opção, muito em função de necessidade de implementação a curto prazo. A escolha recairia sobre o modelo italiano Oto Melara Mod 56, com este obuseiro sendo projetado para atendimento das demandas do Exército Italiano (Esercito Italiano) para o emprego em suas unidades de artilharia de montanha. Para isso apresentava um peso final leve o suficiente para ser aerotransportada por helicópteros Westland Wessex ou ser tracionada por viaturas leves com tração integral 4X4 Land Rover. Rapidamente um contrato seria celebrado, envolvendo a entrega de pelo menos quinhentas peças aptas a operar com a munição norte-americana M-1 (designada como "105 mm How" no Reino Unido). Estes obuseiros leves receberia a designação local de L-5 105 mm, entrando em serviço ativo no Exército Real (Royal Army) e no corpo de Fuzileiros Reais (Royal Marines) a partir de meados do ano de 1961.

No entanto o emprego operacional do obuseiro L-5 105 mm, nos dois primeiros anos, apontaria deficiências graves, como seu baixo alcance, que o tornava potencialmente vulnerável ao fogo de contra-bateria e sua insuficiente taxa de disparo e tempo de resposta. A combinação destes dois fatores prejudicava a letalidade operacional deste tipo de armamento. Este cenário deflagaria em 1965, a aprovação de um requerimento do Estado Maior Britânico, visando o desenvolvimento de um novo sistema de armas de calibre 105 mm. Os requisitos necessários estipulavam um peso máximo de 1.600 kg, operação em 360º, capacidade de disparar imediatamente após ficar sob a água por trinta minutos, e dimensões compatíveis para serem aerotransportados pelos novos helicópteros Boeing HC Chinook e aeronaves de transporte Hawker Siddeley HS 780 Andover. Em termos de munição pelos requisitos oficiais, este novo obuseiro britânico deveria usar os projéteis de fabricação nacional Fd Mk 1 e Fd Mk 2 de 105 mm para operação e 105 mm How (M-1) para treinamento. No entanto, em 1964, esta definição seria alterada, permitindo assim que uma variante deste obuseiro o L-119 pudesse operar com a munição de 105 mm padrão norte-americana a US1935 (M-1). Definidos os requisitos básicos, diversas propostas seriam apresentadas em 1965. Com o melhor estudo conceitual sendo deferido como plataforma de desenvolvimento, ficando seu projeto final a cargo do Centro Real de Pesquisa e Desenvolvimento de Armamentos (RARDE), baseado no centro de pesquisas miliares de Fort Halstead na região de Kent na Inglaterra. Os primeiros protótipos foram completados em meados do ano de 1968, sendo logo submetidos a testes práticos de campo. Este programa resultaria na necessidade de reprojeto de itens críticos, pois verificou-se que a robustez operacional almejada, não poderia ser obtida com estes protótipos, sendo assim necessário aumentar o peso final do obuseiro.
Esta demanda geraria a versão final desta arma de artilharia, com ela sendo novamente submetida a testes práticos de campo e disparo, recebendo agora a homologação para produção em série em meados de 1975. No final deste mesmo ano, seria iniciada a produção através da empresa estatal britânica, Fábrica de Artilharia Real (Royal Ordnance Factories – ROF), na região de The Meadows, Nottingham, no Reino Unido. Entre as características marcantes deste novo obuseiro, estavam sua culatra de bloco deslizante vertical com mecanismo de disparo elétrico, operando em conjunto com uma trilha de caixa em vez de uma trilha dividida, fazendo uma plataforma transversal, com recuo hidropneumático. Seu peso final de 1.858 kg (4.096 lb), em função do porte da peça podia ser considerado relativamente leve, com este fator sendo atribuído ao aço usado no carro e no cano do canhão, com este fato sendo facilitado pela estreita distância entre eixos. Porém este sistema impedia a peça de girar no ângulo de 180º necessário para 'desdobrar' a arma. Devido a este fator, o L-118 Light Gun estava equipado com um cubo de desmontagem em um lado, permitindo que o material bélico seja girado removendo uma roda. Contando com uma equipe de artilharia bem treinada, este procedimento podia ser realizado em apenas trinta segundos. Em manobra de transporte com a peça desdobrada, podia-se ser tracionada nesta posição em até 64 km/h, já em operações de deslocamento de longa distância ou em terrenos acidentados, o barril passava a ser é invertido e preso ao final da trilha. No período inicial de sua incorporação o L-118 Light Gun 105 mm vinham equipados com os visores L7 ou L-7A1, incorporando uma escala de elevação integral e iluminação interna alimentada por fontes de luz Trilux, foram usados para apontar o canhão para fogo indireto. Havia também a opção de emprego de um sistema de telescópio de fogo direto com conjunto de uso noturno com sistema de intensificação de imagem.

As primeiras entregas aos regimentos de artilharia de campanha do Exército Real (Royal Army), tiveram início em abril de 1976, sendo seguidas em setembro de entregas para no Corpo de Fuzileiros Reais (Royal Marines). O L-118 Light Gun 105 mm apresentava um peso final superior as peças de artilharia antecessoras, porém neste período já se encontravam em serviço nas forças armadas britânicas helicópteros de grande porte, como os Westland Puma HC Mk 1 e Westland WS-61 Sea King que podiam transportar com facilidade esta nova arma. No modal de transporte terrestre, a peça passaria a ser tracionada pelos novos Land Rover 101 Forward Control, veículo desenvolvido especialmente para o emprego no transporte dos lançadores de misseis terra ar Rapier. Seu batismo de fogo ocorreria durante a Guerra das Falklands – Malvinas em 1982, quando cinco baterias, totalizando trinta obuseiros seriam empregados durante a operação de retomada das ilhas. Nas fases finais desta campanha em torno da capital de Port Stanley, esses canhões disparariam até quatrocentos tiros por canhão por dia, principalmente com "carga super", um sistema propulsor de projetil de artilharia mais poderoso, para a qual foram projetados. Pode-se conferir ao obuseiro leve L-118 Light Gun 105 mm uma contribuição significativa na vitória britânica. Esta peça de artilharia ganharia notoriedade internacional, passando a conquistar importantes clientes de exportação, chegando a equipar as forças armadas do Bahrein, Benim, Bósnia-Herzegovina, Botswana, Brasil, Irlanda, Quênia, Malawi, Marrocos, Nepal, Nova Zelândia, Omã, Portugal, Espanha, Tailândia, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Austrália, Holanda e Suíça. Com este obuseiro sendo produzido sob licença nos Estados Unidos com a versão M-119 e Austrália na versão L-119 Light Gun. Sua fabricação seria descontinuada no ano de 1987, totalizando mais de mil e quinhentos obuseiros entregues.
As características positivas de operação deste equipamento durante o emprego real, levariam a família de obuseiros L-118 - 119 Light Gun a serem submetidas a constantes processo de aprimoramento e modernização, com o primeiro destes sendo aplicado no início da década 1990, quando as peças em serviço no Exército Real (Royal Army), quando foram equipados com um dispositivo de medição de velocidade de focinho (MVMD), um radar e sua fonte de alimentação. Em 2002, os canhões L-118 Light Gun do Exército Britânico completaram a substituição de suas miras ópticas pelo sistema de apontamento de artilharia LINAPS (APS) montado acima do cano. Este novo sistema fazia uso de giroscópios a laser de três anéis para determinar o azimute, o ângulo de elevação e o ângulo de inclinação do canhão. Este sistema incluía também recursos para navegação e auto levantamento usando um sistema de posicionamento global (GPS), medição de direção inercial e medição de distância. Em 2007 um novo programa seria realizado, agora visando reduzir o peso total da peça e aprimoramento de componentes críticos, envolvendo a troca de peças de aço por ligas de titânio. Por volta de 2010, novas miras de tiro direto (com função e visão noturna) para uso de longo alcance foram introduzidas para serviço no Afeganistão. Neste contexto uma nova unidade de controle (LCDU) com uma tela sensível ao toque um pouco maior foi introduzida, sendo integrada ao sistema de transferência de dados do FC-BISA padrão OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para tiro direto. Já as peças de artilharia em serviço no Exército Americano (US Army), seriam atualizadas a partir do ano de 2013, gerando a versão M-119A3, passando esta a ser equipada com um sistema de controle de fogo digital e unidade de navegação inercial auxiliada por GPS usando software derivado do M-777A2.

Emprego nas Forças Armadas Brasileiras.
A moderna artilharia de campanha, seria estabelecida no Exército Brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial, quando o pais se alinhou ao esforço de guerra aliado, passando a ser signatário do programa de programa norte-americano Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), permitindo as forças armadas brasileiras, acesso a modernos equipamentos e sistemas de armas, entre uma variada gama de peças de artilharia com calibres de 37 mm a 305 mm, passando assim a substituir nas unidades de primeira linha, os antigos canhões de campanha de origem francesa, alemã e inglesa. Principalmente neste contexto, a introdução dos modernos obuseiros M-1 Howitzer 105 mm e M-2 Howitzer 155 mm, representaram grande avanço tecnológico e operacional, para a artilharia da força terrestre brasileira, que até então operavam com equipamento completamente defasado e de questionável efetividade operacional quando empregados no moderno cenário de enfrentamento terrestre. Em termos de formação doutrinaria, está se daria no calor da batalha, quando a Artilharia Divisionária da Força Expedicionária Brasileira (FEB), composta por quatro batalhões de obuseiros (Grupos de Obuses), sendo três deles com doze obuseiros M-2 105 mm cada, e um Batalhão de Artilharia (IV) com doze obuseiros M-1 155mm, embasada pelos ensinamentos ministrados pelo corpo técnico do Exército Americano (US Army), participou ativamente da campanha da Itália. Este poder de dissuasão seria reforçado a partir da segunda metade da década de 1960, quando mais obuseiros seriam fornecidos através dos termos do programa do “Acordo de Assistência Militar Brasil Estados Unidos”. Neste contexto mais peças M-2 e M-2A1 AR de 105 mm e M-1 AR de 155 mm seriam cedidos não só ao Exército Brasileiro, mas também ao Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN). Em termos de renovação de peças de artilharia este movimento seria mínimo com o Exército Brasileiro recebendo apenas dezenove obuseiros M-102 AR 105 mm Howitzer entre os anos de 1967 e 1968, com estes sendo concentrados no 25º Grupo de Artilharia de Campanha - Bagé (25º GAC), sediado na cidade de Bagé no interior do Rio Grande do Sul.

No início da década de 1980, ficava clara a necessidade de aquisição de novos obuseiros de 105 mm, tendo em vista que os M-101AR (M-2 e M-2A1) se encontravam em operação há mais de quarenta anos. E apesar de apresentarem plena disponibilidade operacional, com esta proporcionada muito em função de serem submetidos a manutenções frequentes e processos de atualização técnica (contando inclusive ainda com a produção local de peças de reposição), ficava notório que estes sistemas de artilharia não atendiam mais as às necessidades de mobilidade, alcance e amplitude de campo de tiro exigidas no combate moderno. A fim de atender esta demanda, o comando do Exército Brasileiro iniciou estudos visando a possível aquisição e uma novo obuseiro de campanha com calibre de 105 mm, visando a aquisição de até cinquenta peças, que deveriam substituir as peças mais desgastadas dos obuseiros M-2 AR 105 mm (M101) e complementar o inventário dos Grupo de Artilharia de Campanha Leve, Grupos de Artilharia de Campanha Paraquedista e Brigadas de Infantaria. Diversas opções seriam analisadas, com a escolha recaindo sobre o obuseiro leve L-118 Light Gun 105 mm, assim um contrato seria celebrado entre o Ministério do Exército e a empresa estatal britânica Royal Ordnance Factories – ROF, visando a contratação de um pacote envolvendo a aquisição de quarenta destas peças de artilharia auto-rebocáveis novas de fábrica, compreendendo o reparo L17 A1 e boca de fogo L-19 A1, componentes de reposiçao, munição específica e bocas de fogo intercambiáveis L-20 A1, permitindo converter este modelo na versão L-119 Light Gun para emprego com munição padrão de origem norte americana do tipo M-1. Estes novos obuseiros estavam equipados com Sistemas de Pontaria Direta, composto com a Luneta para o tiro direto, graduada para o uso das granadas anticarro (HESH) e explosiva (HE L31A3) e é usada para todos os tipos de alvos, Luneta de pontaria noturna - usada somente com a granada anticarro, alça e massa de mira do aparelho de pontaria - usada quando a luneta cotovelo está inoperante e Luneta panorâmica - usada para alvos estáticos, quando o alcance é muito grande para a luneta cotovelo ou a carga ou o tipo de munição a ser utilizada é diferente da que foi usada para o ajuste da referida luneta.
Em termos de munição, seriam empregadas as granadas 105 mm, Explosiva (HE L31A3), Granadas 105 mm, Fumígenas de Cobertura (SMK BE L45A2), Granadas 105 mm, Fumígenas de Sinalização, (MARKER RED L37A2/MARKER ORANGE L38A2), Granadas 105 mm Iluminativas, (ILUM BE L43A2), Granadas 105 mm, de Exercício (PRAC FLASH RO38-05A1) e Granadas 105 mm, Anticarro (HESH L42). Com todas estas sendo posteriormente produzidas no país. Apesar de fazer uso de munição de mesmo calibre dos antigos obuseiros M-2 AR 105 mm (M101), o cano do canhão desta nova arma era mais longo, refletindo assim em um melhor aproveitamento da queima do propelente da granada levando a um maior alcance balístico. Assim, o L-118, podem atingir um alvo a 17,2 km, que representa um tremendo incremento em relação ao seu antecessor. Este obuseiro possuía ainda um sistema de recuo hidropneumático com a culatra deslizante vertical, facilitando seu emprego operacional. Por ser um equipamento auto rebocado, a guarnição da peça era composta pelo Chefe de Peça (CP), Cabo Apontador e Atirador (C1), Soldado Carregador (C2), Soldado Municiador (C3), Soldado Municiador-Chefe (C4), Soldado Municiador (C5), Soldado Municiador-Chefe (C6) e Motorista (Mot). Embora esta equipe normal de operação tenha seis homens, até quatro homens bem treinados podem operar a função de tiro e conseguir uma cadência de até oito tiros por minuto. No início de 1985, seriam recebidos no porto do Rio de Janeiro os primeiros obuseiros L-118 Light Gun 105 mm, sendo alocados inicialmente junto a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), a fim de se estabelecer a doutrina operacional e consequente elaboração do Manual de Campanha “Serviço da Peça do Obuseiro L118”. Após este processo estas peças seriam distribuídas ao 2º Grupo de Artilharia de Campanha Leve (2º GAC L), 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista (8º GAC Pqdt), 10º Grupo de Artilharia de Campanha de Selva (10º GAC Sl), 20° Grupo de Artilharia de Campanha Leve – Aeromóvel (20º GAC L – Amv), 26° Grupo de Artilharia de Campanha (26º GAC) e ao 32° Grupo de Artilharia de Campanha (32º GAC), com cada bateria sendo composta por 4 peças sendo geralmente tracionadas por caminhões Mercedez Bens LAK 1418 VTNE (Viatura de Transporte Não Especializada).

Em 1995 dezoito peças do modelo L-118 Light Gun 105 mm, seriam adquiridas pela Marinha do Brasil para emprego da artilharia de campanha de sua força anfíbia, sendo alocados junto Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais (BtlArtFuzNav), Unidade subordinada a Divisão Anfíbia. Neste contexto estes obuseiros tem a missão de prestar presta apoio cerrado e contínuo aos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais. É capaz de concentrar fogos em uma área, transferir fogos rapidamente de um alvo para outro sem necessidade de mudança de posição, neutralizar forças ou instalações inimigas, lançar cortina de fumaça, iluminar áreas determinadas e atingir alvos em posições desenfiadas. Estes obuseiros a serviço das Forças Armadas Brasileiras são frequentemente helitransportados ou aerotransportados, demonstrando extrema capacidade de mobilidade. A partir do final da década de 2010, verificou-se a necessidade de se prover a recuperação destes obuseiros britânicos, visando assim manter sua plena operacionalidade. Inicialmente os estudos seriam conduzidos pelo Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), focando a modernização do antigo conjunto de vedação do seu sistema de freio-recuperador. Este apresentava muitas falhas de estanqueidade, mistura de fluidos e desgaste acentuado, o que provocava problemas de desempenho e o comprometimento da disponibilidade da frota. O AGSP desenvolveu um novo conjunto de vedação com uma configuração moderna e consagrada, como caso de sucesso em equipamentos de alto desempenho. Essa configuração utiliza-se de materiais de última geração como ligas de teflon, poliuretano e aço inox, permitindo alto desempenho ao sistema com o mínimo de desgaste a seus componentes, resultando em períodos de disponibilidade muito maiores sem a necessidade de troca dos componentes. Oportunamente foi concluída a avaliação dos discos de embreagem do mecanismo de elevação do obuseiro L-118 Light Gun, nacionalizados pelo Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), bem como a validação do funcionamento da primeira versão do conjunto de vedação para o sistema do freio recuperador do obuseiro, fabricado no Brasil pela Vedabrás Indústria e Comércio Ltda, após processo licitatório. Em dezembro do ano de 2020 começariam a ser entregues as unidades operativas do Exército Brasileiros os primeiros L-118 Light Gun 105 mm recuperados, permitindo assim estender a vida útil destas peças de artilharia até a sua provável substituição no final da década de 2020.
O processo de recuperação dos obuseiros leves L-118 Light Gun 105 mm seria o primeiro passo para a atualização da capacidade operativa, o próximo passo seria atualizar os Sistemas de Pontaria Direta, com a solução sendo nacionalmente desenvolvida pela Imbel S/A. Este sendo composto pelo Modulo Genesis, que é um sistema computadorizado de direção e coordenação de tiro Nível Brigada, que objetiva substituir os métodos tradicionais, de forma a atender às necessidades de Apoio de Fogo das Armas de Infantaria, Cavalaria e Artilharia. Dotado de equipamentos apropriados para o emprego em campanha, o sistema possibilita maior precisão e um expressivo ganho de velocidade no processamento das missões de tiro, permitindo que o comandante intervenha no combate pelo fogo no momento oportuno e com munições e volumes adequados. O Sistema Gênesis torna o Apoio de Fogo contínuo e preciso, realizando a centralização de todas as unidades de tiro que estão sob seu controle operacional. Além disso, o Sistema Gênesis é flexível e modular, permitindo a redistribuição de seus módulos em função das necessidades táticas. Esta união de esforço permite recuperar a capacidade efetiva da artilharia de campanha do Exército Brasileiro, até a provável substituição destes obuseiros, planos que já estão em estudo derivando para opções como a aquisição de até 86 peças do modelo norte americano M-119A2 de 105 mm, oriundos dos estoques do Departamento de Defesa do governo dos Estados Unidos (DoD), junto a materiais para a sua operação, através do “Foreign Military Sales” (FMS). Esse projeto está incluído no Subprograma Sistema de Artilharia de Campanha (SPrg SAC), integrante do Programa Estratégico do Exército Obtenção da Capacidade Operacional Plena (Prg EE OCOP), levando em conta as demandas do combate moderno e as necessidades de mobilidade tática. O principal objetivo é substituir os atuais M-101AR já com setenta e cinco anos de uso e, futuramente, os L-118 Light Gun 105 mm e M-56 Oto Melara.

Em Escala.
Para representarmos o obuseiro L-118 Light Gun 105 mm, fizemos uso do excelente kit impresso em 3D do fabricante nacional 3D Scale Models na escala 1/35. Modelo de fácil montagem e bom nível de detalhamento. Para se representar a versão usada pelo Exército Brasileiro, não é necessário proceder nenhuma mudança, com o modelo podendo ser montado direto da caixa. 

O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o segundo padrão de pintura aplicado nos obuseiros L-118 Light Gun 105 mm, após o processo de recuperação realizado no pelo Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP). Inicialmente estas peças apresentavam o esquema de camuflagem tática em dois tons. Empregamos tintas e vernizes produzidos pela Tom Colors.


Bibliografia: 

- L118 Light Gun 105 mm - https://www.no-regime.com/ru-pt/wiki/L118_light_gun
- 25º Grupo de Artilharia de Campanha - http://www.25gac.eb.mil.br/
- Sistema Gênesis GEN-3004 - https://www.imbel.gov.br/index.php/comunicacoes-eletronica-e-sistemas 
- Obuseiro M119A2 para o Brasil? - https://tecnodefesa.com.br/obuseiro-m119a2-para-o-brasil/
- Recuperação de obuseiros de 105mm - Paulo Roberto Bastos Jr. www.tecnodefesa.com.br