O empresário Walter H. Beech se tornaria um dos mais relevantes personagens do ramo de construçao aeronáutica durante os primórdios da história da aviação norte-americana, sendo um dos principais responsáveis pelo seu grande desenvolvimento. Em sua biografia destaca-se a fundação da Travel Air Manufacturing na cidade de Wichita Kansas, uma empresa de construção aeronáutica, que apresentaria entre seus quadros os promissores projetistas Lloyd Stearman e Clyde Vernon Cessna. Suas aeronaves de maior destaque comercial seriam representadas pelos modelos Travel Air 2000, Travel Air 5000 e Travel Air 5000, se tornando assim naquele período uma das uma das mais proeminentes fabricantes de aeronaves. A quebra da Bolsa de Valores em 1929, afetaria pesadamente a economia norte-americana e por consequente o mercado aeronáutico, e neste contexto a Travel Air Manufacturing passaria a enfrentar dificuldades financeiras, com este processo culminado em sua venda para a Curtiss-Wright Corporation. Neste momento seria concedido a Walter Beech a posição de presidente da divisão de aviões da companhia e vice-presidente de vendas, no entanto ficaria insatisfeito por se afastar das áreas de desenvolvimento e produção de aeronaves , levando o a decisão de deixar a Curtiss-Wright Corporation a fim de estabelecer sua própria empresa de construção aeronáutica. Após estudar o mercado e compor seu planejamento estratégico, e meados do ano de 1932, seria fundada na cidade de Wichita Kansas a Beech Aircraft Corporation, contando com Walter Beech como presidente, sua esposa Olive Ann Beech como secretária, Ted A. Wells como vice-presidente de engenharia, KK Shaul como tesoureiro, e o investidor CG Yankey como vice-presidente. A empresa iniciou suas operações em uma fábrica ociosa da ociosa da Travel Air Manufacturing (agora já renomeada como Cessna Aircraft Company), em Wichita no estado do Kansas. Apesar do cenário econômico norte-americano nesta época se apresentar caótico, em função de se apresentar no auge da depressão, Walter H. Beech resolveria focar seus esforços para o segmento de transporte executivo e turismo de luxo, nichos estes que mesmos pequenos, ainda mantinham demandas regulares.
A aposta da Beechcraft Aircraft Company, em um segmento de aeronaves de alto valor agregado, se dava pelo objetivo de se tentar conquistar uma classe de consumidores potenciais que não foram afetados diretamente pela grande crise econômica norte-americana e internacional. Potenciais clientes estes, que se disporiam a investir um valor considerável para a aquisição de uma aeronave de transporte pessoal, desde que esta apresentasse características diferenciadas principalmente de desempenho e desing, seduzindo assim com facilidade este importante nicho de mercado. Seguindo esta linha estratégica, sua primeira aeronave de transporte executivo, deveria apresentar alta performance para viagens em velocidades de cruzeiro, para percorrer médias e curtas distancias, focando como potenciais clientes empresas de transporte regional e principalmente altos executivos e proprietários das grandes corporações norte-americanas. Seu projeto seria completamente desenvolvido pelo brilhante engenheiro aeronáutico Ted Wells, que havia participado anteriormente também da fundação da Travel Air Manufacturing. Nascia assim o Beechcraft Modelo 17, uma aeronave monomotora, que apresentava configuração do tipo biplano, com as duas superfícies de sustentação posicionadas fora do conceito tradicional, com a asa superior mais recuada em relação a inferior. Este desing inovador, conferia a aeronave uma aparência diferente, porém agradável aos olhos. A incomum configuração de asa cambaleante negativa da aeronave e sua forma única maximizaria a visibilidade do piloto, e tinha por intenção reduzir o arrasto de interferência entre as asas. Sua estrutura era de madeira e tubos de aço soldados, recoberta com entelagem, a exceção do bordo de ataque das asas, carenagem do motor e parte frontal do suporte do para-brisa que eram confeccionados em alumínio. Sua construção era complexa e levava muitas horas-homem para ser concluída. Seu trem de pouso convencional do Beechcraft Modelo 17, se mostraria incomum na época, porém combinado com uma simplificação cuidadosa, de peso leve e um poderoso motor radial, ajudaria a aeronave a obter um bom desempenho.
O primeiro protótipo desta aeronave alçaria voo nas instalações da empresa na cidade de Wichita no estado do Kansas, no dia 4 de novembro de 1932, sendo submetido nos meses seguintes pelo fabricante a um intensivo programa de ensaios em voo. Este processo levaria a implementação de muitas melhorias no projeto original, nascendo neste momento sua primeira versão de produção em série. As primeiras aeronaves seriam ofertadas ao mercado doméstico a partir de maio e 1933, com preços unitários na ordem de US$ 14.000,00 a US$ 17.000,00 de acordo com as configurações do modelo escolhido. No entanto esta faixa de preço se mostraria inadequada, resultando em apenas dezoito aeronaves vendidas no mercado norte-americano no ano de 1933. Em busca de aumentar sua fatia de mercado, mais melhorias seriam implementadas na aeronave, entre estas mudanças estava a implementação de trem de pouso retrátil representando uma novidade para aquele período. Assim desta maneira gradativamente suas vendas foram melhorando, e como principal exclusividade sua configuração luxuosa do interior aparada em couro e mohair e produzida artesanalmente, despertavam a atenção dos mais exigentes clientes, levando o modelo nos anos seguintes a conquistar uma boa fatia do mercado norte-americano e canadense de aeronaves executivas. A velocidade do Beech Model 17 Staggerwing , tornaria o modelo muito popular entre os pilotos civis na década de 1930, e uma de suas versões iniciais, lograria êxito ao conquistar o primeiro lugar na cobiçada "Corrida do Troféu Texaco" na edição de 1933. Em 1935, um diplomata britânico, o Capitão H.L. Farquhar, realizaria com sucesso um voo ao redor do mundo, fazendo uso de um Beech Model B-17R, viajando 34.331 quilômetros de Nova York a Londres, por meio da Sibéria, Sudeste Asiático, Oriente Médio, Norte da África e de volta pela Europa. Em termos de competições, Louise Thaden e Blanche Noyes conduzindo um Beech Model C-17R Staggerwing, conquistariam o troféu Bendix de 1936. Pilotando um modelo D-17W, Jackie Cochran estabeleceria um recorde de velocidade feminino de 328 km/h e de altitude, alcançando mais de 9.144 metros, conquistando também o terceiro lugar na Bendix Trophy Race de 1937. Curiosamente o primeiro emprego militar da aeronave ocorreria durante a Guerra Civil Espanhola, quando células da versão civil Beechcraft C-17 Staggerwing adaptadas, seriam empregadas em missões de bombardeiro pela Força Aérea Republicana Espanhola. Algumas aeronaves também seriam usadas como ambulância pelas forças armadas da China Nacionalista no conflito contra o Japão neste mesmo período.
Durante os anos seguintes, o modelo ganharia grande notoriedade no mercado civil norte-americano se tornando um sucesso em vendas, despertando assim a atenção do Corpo Aéreo do Exército dos Estados Unidos (USAAC), que buscava naquele momento um vetor para este tipo de emprego. Assim no final de 1938, três células do modelo Beech D-17S seriam adquiridas a fim de serem empregadas em um programa de avaliação, para validar ou não o seu emprego como aeronave de ligação leve. Esta variante incorporava além do trem de pouso retrátil, uma série de melhorias no projeto, como ailerons nas asas superiores, novo motor Pratt & Whitney Wasp Junior R-985-17 com 450 hp de potência e sistema de sincronização dos freios com os pedais do leme de direção. Estas aeronaves receberiam a designação militar provisória de YC-43 ( Y designando uma aeronave em desenvolvimento ou tipo não padrão, C significando Carga ), sendo entregues para o inicio do programa de ensaios operacional. Após a conclusão deste estágio, a aeronave seria homologada para operação militar, levando a celebração de um contrato com o Exército dos Estados Unidos (US Army) para a aquisição de setenta e cinco células da versão Beech UC-43 Traveler, que começariam a ser entregues a partir de maio de 1939. Posteriormente as três aeronaves iniciais seriam deslocadas posteriormente para a Europa para servirem como aeronaves de ligação a serviço dos adidos aéreos militares norte-americanos em Londres, Paris e Roma. A Marinha dos Estados Unidos (US Navy) se tornaria o segundo maior cliente militar do modelo, assinando em setembro de 1939 um contrato para a produção de cento e trinta e duas aeronaves dos modelos Beech GB-1 e GB-2 para emprego em sua aviação naval atuando principalmente no continente. Mais cento e dezoito aeronaves seriam negociadas para a aquisição, com pelos menos três dezenas de células do modelo civil Beechcraft D-17 Staggerwing, sendo temporariamente alugadas a fim de suprir demandas emergenciais. A Força Aérea Real (Royal Air Force) e a Marinha Real (Royal Navy) adquiririam cento e seis aeronaves da versão Beech "Traveller Mk. I", nos termos do programa de ajuda militar Lend-Lease Act Bill (Lei de Empréstimos e Arrendamentos) para suprir sua própria necessidade crítica de transporte leve de pessoal, durante a Segunda Guerra Mundial.
Ainda durante o conflito, mais aeronaves seriam exportadas a nações aliadas, sendo empregados como aeronaves de transporte e ligação junto as forças armadas do Brasil, Nova Zelândia, China Nacionalista e Austrália. No pós guerra aeronaves desta família seriam exportadas para Holanda, Bolívia, Cuba, Espanha, Honduras, Finlândia, Etiópia, Peru e Uruguai. Em emprego militar muitas destas células seriam operadas até fins da década de 1960, principalmente na América Latina. Ao todo entre os anos de 1933 e 1948 seriam produzidas setecentos e oitenta e cinco células da família Beechcraft D-17 Staggerwing e UC-43, dispostas em vinte e uma versões civis e quinze militares. Curiosamente devido a escassez de motores durante a Segunda Guerra Mundial estas aeronaves foram produzidas visando a intercambialidade no emprego de uma variada cama de motores, como Wright R-760-E2, Jacobs L-5 (R-830-1), Jacobs L-6 (R-915A3), Wright R-760 -E1, Wright R-1820-F11, Wright SR-1820-F3 , Jacobs L-4 (R-755D), Wright R-975-E2 ou E3, P&W R-985-AN-1 ou AN-3 e P&W R-985-SC-G. Em fins de 1945, a Beechcraft Aircraft Company converteria sua capacidade de produto totalmente para o mercado civil, desenvolvendo a versão final da aeronave o modelo G-17S, ao preço unitário de US$ 29.000,00. Seu sucessor natural o Beechcraft Bonanza, chegaria ao mercado no inicio da década de 1950, porém apesar de ser menor e menos potente, custava um terço do preço do modelo anterior, podendo ainda transportar até quatro pessoas a uma velocidade semelhante com um menor custo operacional. Novamente o legado da empresa na produção de aeronaves executiva se manteria vivo, com este novo modelo se tonando também um grande sucesso comercial, se mantendo em produção até os dias atuais.
Emprego nas Forças Armadas Brasileiras.
No inicio do século vinte, a comunicação por carta entre os estados da federação era extremamente demorada, devido ao emprego dos modais rodoviários e navais, levando o governo brasileiro a iniciar estudos visando estabelecer uma operação embrionária de correio aéreo, fazendo uso da recém criada arma aérea junto a Marinha do Brasil e o Exército Brasileiro. Assim o primeiro registro de transporte aéreo de malas postais que se tem notícia no pais, ocorreria no dia 15 de agosto de 1919, quando o hidroavião Curtiss HS-2L de matricula nº11 da Aviação Naval, tripulado por oficiais da Marinha do Brasil, partiu da cidade do Rio de Janeiro, transportando uma correspondência oficial do Ministério da Marinha para uma divisão que participava de manobras de combate na Ilha Grande, inaugurando assim o Correio da Esquadra. A missa básica desta nova organização era o de atuar no envio de correspondências entre unidades da Marinha do Brasil. Não existiam aeronaves específicas destinadas a esse serviço, sendo utilizadas as aeronaves que estavam a disposição. Ao longo de sua existência, o serviço realizou cerca de trezentas ligações com a esquadra em diferentes exercícios e manobras. No entanto o primeiro emprego de transporte de malas postais civis, somente ocorreria no ano de 1931, com a inauguração do Correio Aéreo Militar (CAM), operado pela Aviação Militar do Exército Brasileiro. Logo em seguida no dia 29 de julho de 1934 seria criado o Correio Aéreo Naval (CAN); atendendo linhas entre as cidades litorâneas de Rio de Janeiro - Santos - Paranaguá - Florianópolis. No ano seguinte, esta linha seria estendida até a cidade do Rio Grande. Inicialmente os vôos do CAN seriam executados com as oito aeronaves WACO modelo CSO adquiridas em 1933 e equipadas com flutuadores. Posteriormente, com a introdução dos modelos WACO mais modernos (CJC e CPF-5) em 1935, o Correio Aéreo Naval (CAN) melhoraria a sua regularidade e a sua eficiência, passando a utilizar também pistas de pouso em terra. Estas aeronaves apesar de serem robustas e confiáveis, apresentavam grandes limitações em termos de desempenho e autonomia, estes fatores comprometiam a capacidade de expansão e eficiência do deste serviço aéreo postal, gerando uma premente necessidade de modernização de seus meios.
Esta demanda passaria a ser contemplada a partir da segunda metade da década de 1930, quando o comando da Aviação Naval da Marinha Brasil, iniciaria um amplo programa de modernização de seus meios aeronáuticos. Neste escopo seria definido como prioridade a renovação da frota de aeronaves de transporte, para o emprego não só em missões de ligação, mas também para a atuação junto as linhas do Correio Aéreo Naval (CAN). Objetiva-se adquirir aeronaves maior porte e autonomia, criando uma estrutura que viabilizaria o estabelecimento da tão sonhada Linha de Correio Tronco Norte. Este novo ramo postal sairia da cidade do Rio de Janeiro, percorrendo toda a costa do nordeste até chegar a cidade de Belém no estado do Pará. Em seguida seguiria acompanhando o curso do rio Amazonas, até chegar em seu destino, a cidade de Manaus. Uma ramificação da Linha Tronco Norte, saindo do Rio de Janeiro, também deveria atender a localidade de Ladário no Mato Grosso do Sul, na região centro oeste do país. Neste contexto uma concorrência internacional seria aberta prevendo a compra de um pequeno lote de aeronaves de alto desempenho, com este processo recebendo inúmeras propostas de fabricantes norte-americanos e europeus. Após analises e estudos, a Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM), acabaria decidindo pela aquisição do modelo Beechcraft D-17A Staggerwing, uma aeronave que tecnicamente atendia as demandas exigidas para operação nas linhas de longa distância do Correio Aéreo Naval (CAN). Negociações seriam conduzidas junto aos representantes comerciais do fabricante, com quatro aeronaves novas de fábrica sendo encomendadas, a um custo unitário de US$ 16.350,00, com o contrato oficial sendo assinado entre as partes no final do ano de 1939. Estas células seriam desmontadas e transportadas ao Brasil por via marítima, sendo recebidas no porto do Rio de Janeiro no primeiro trimestre de 1940. Registros do fabricante informam que somente oito aeronaves do modelo Beechcraft D-17A Staggerwing foram fabricadas, com as células posteriores na linha de produção já passando a pertencer a versão Beech D-17R , e especula-se que destas quatro foram entregues a Aviação Naval da Marinha do Brasil.
Após serem descarregadas, as células seriam transportadas em caixotes por via terrestre até Centro de Aviação Naval do Rio de Janeiro (CAvN RJ), localizado na Base Aérea do Galeão para serem montados sob supervisão de uma equipe técnica da Beechcraft Aircraft Corporation, que acompanharia todo este processo, sendo responsável ainda por ministrar treinamentos para o pilotos e equipes de manutenção da Aviação Naval. Após a finalização deste processo, as aeronaves com o registro do fabricante 358 á 361, receberiam a designação militar de D1Be passando a portar as matriculas “MB 205 á 208”, sendo colocadas em condições de voo e ensaiadas em parceria entre os militares brasileiros e os técnicos do fabricante. Vencida esta fase as quatro aeronaves seriam oficialmente aceitas para serviço operacional, passando a ser disponibilizadas ao Centro de Aviação Naval do Rio de Janeiro (CAvN RJ), e posteriormente seriam colocadas a disposição do Correio Aéreo Naval (CAN), para iniciar o atendimento das linhas do correio aéreo. Infelizmente em em 21 de junho de 1940, registraria-se o primeiro acidente com uma aeronave deste modelo, quando após decolar de madrugada da pista da Base de Aviação Naval de Rio Grande (RS) para empreender a perna de regresso da linha semanal do correio aéreo, ao sul do pais, seu tripulantes se depararam com condições meteorológicas adversas, levando a decisão de se regressar ao aeroporto. Porém já próximo a cidade devido a problemas de visibilidade o Beech D1Be cairia no centro do canal, ao norte do aeródromo, provocando infelizmente a morte dos quatro tripulantes. Apesar deste acidente as três células restantes seriam mantidas em intensa atividade, realizando não só as missões do Correio Aéreo Naval (CAN), como também voo de ligação e transporte de oficiais e autoridades da Aviação Naval e da Marinha do Brasil. Em 20 janeiro de 1941 a criação do Ministério da Aeronáutica (MAer) logo determinaria a transferência de todo pessoal, material e frota de aeronaves da Aviação Militar e da Aviação Naval para a recém criada Força Aérea Brasileira, com as três células remanescentes do Beechcraft D1Be sendo incluídas nesta diretiva. No mês seguinte a Portaria Ministerial nº 47 promulgada no dia 20 de fevereiro definia a fusão do Correio Aéreo Militar (CAM) e Correio Aéreo Naval (CAN) em um único serviço aéreo postal, com este passando a ser denominado como Correio Aéreo Nacional (CAN).
Cientes das qualidades da aeronave no pleno atendimento das linhas postais, o Beechcraft D-17 seria considerado o vetor ideal para esta tarefa, com o Comando da Aeronáutica (COMAER) em fins do anos de 1941 decidindo por buscar um incremento de sua frota com este modelo de aeronave, se valendo para isso das vantajosas condições oferecidas nos termos do programa Leand & Lease Act Bill (Lei de Empréstimos e Arrendamentos). Desta maneira a Comissão de Compras de Material Aeronáutico, sediada em Washington, negociaria a aquisição de cinquenta e uma aeronaves novas de fábrica agora pertencentes a versão militarizada. Estas aeronaves começariam a ser recebidas em fins do ano de 1942 , e seriam dispostas no modelos Beech UC-43 Traveller (versão destinada ao Exército dos Estados Unidos - US Army) e Beech GB-2 (versao da Marinha dos Estados Unidos - US Navy). Em conjunto com as primeiras aeronaves Beechcraft D-17A Staggerwing, estas novas células passariam a compor as mais diversas linhas do Correio Aéreo Nacional (CAN), ampliando não só alcance, mas também a efetividade, transportando malas postais ou cargas leves. Neste momento seriam também empregadas esporadicamente como como aeronaves de ligação orgânica, transportando pessoal e malas postais entre as principais bases aéreas existentes naquele período. Em operação estas aeronaves passariam a ser muito apreciadas por seus tripulantes e eventuais passageiros, principalmente por causa de sua alta velocidade e conforto interno. Estas aeronaves seriam então mantidas com um dos principais vetores no Correio Aéreo Nacional (CAN) até meados do ano de 1955. Porém os Beechcraft D-17A Staggerwing, UC-43 Traveller e Beech GB-2, começariam a ser parcialmente substituídos nestas tarefas pelos bimotores Beechcraft AT-7, C-18 e D-18, que apresentam maior alcance e segurança. Inicialmente estes novos vetores operariam em um regime compartilhado nas linhas postais, com estas aeronaves recebendo o apelido de “Beech Bi” e seus antecessores o apelido de “Beech Mono”.
Por serem empregadas intensivamente nas mais diversas linhas do Correio Aéreo Nacional (CAN) em todo o território nacional, as células dos modelos Beechcraft D-17A Staggerwing, UC-43 Traveller e Beech GB-2, sofreriam um grande desgaste estrutural. Com muitas destas aeronaves sendo inutilizadas em acidentes de grande e pequena monta reduzindo drasticamente a frota. Em meados da década de 1950, as aeronaves que anteriormente pertenceram a Aviação Naval da Marinha do Brasil já haviam sido descarregadas e sucateadas há alguns anos. As aeronaves remanescentes, ainda em boas condições de voo, seriam mantidas em operação, sendo empregadas como aeronaves orgânicas a serviço de diversas bases aéreas e Parque de Materiais da Aeronáutica, até o ano de 1963, quando o último avião seria retirado do serviço ativo da Força Aérea Brasileira. Das aeronaves originalmente recebidas, somente uma célula da versão Beechcraft UC-43 Traveller, seria preservada, e após restaurada passaria a pertencer ao acervo do Museu Aeroespacial (MUSAL), no Rio de Janeiro – RJ.
Em Escala.
Para representarmos o Beechcraft D-17A Staggerwing D-17A D1Be "MB 205", empregamos o antigo kit da AMT, pois não existe no mercado um modelo para compor esta versão inicial da aeronave, levando assim a necessidade de pequenas modificações para se aproximar do modelo empregado pela Aviação Naval da Marinha do Brasil. Como não há no mercado um set de decais específicos para a versão naval brasileira na escala 1/48, empregamos decais oriundos de diversos sets da FCM Decais.
O esquema de cores descrito abaixo representa o padrão com o qual as aeronaves foram recebidas em 1940, este esquema foi mantido após a transferência para a Força Aérea Brasileira. Após o termino da Segunda Guerra Mundial estas aeronaves e os demais Beech UC-43 Traveller e Beech GB-2, passariam a ostentar um novo padrão de pintura e metal natural, com as marcações nacionais, mantendo este esquema até sua desativação no ano de 1963.
Bibliografia :
- Aeronaves Militares Brasileiras 1916 á 2015 - Jackson Flores Jr
- Beechcraft Model 17 / D17A - Aviação Naval Brasileira - http://www.naval.com.br
- História da Força Aérea Brasileira – Rudnei Cunha Dias da Cunha http://www.rudnei.cunha.nom.br
- Beechcraft Model 17 Staggerwing - Wikipédia - http://en.wikipedia.org/wiki/Beechcraft_Model_17_Staggerwing