História e Desenvolvimento.
A história da De Havilland Canada teve início em 1928, quando a British De Havilland Aircraft Company estabeleceu uma subsidiária em Toronto, na província de Ontário, Canadá. O objetivo inicial era produzir localmente o De Havilland DH-82 Tiger Moth, uma aeronave de treinamento básico projetada para preparar pilotos das forças armadas canadenses. O Tiger Moth, com sua simplicidade e confiabilidade, tornou-se um pilar na formação de aviadores durante os anos 1930, preparando o terreno para a expansão da empresa. Com o início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a De Havilland Canada foi transformada em uma corporação da coroa, sob controle do governo canadense, integrando-se ao esforço industrial aliado. Durante o conflito, a empresa desempenhou um papel crucial na produção de aeronaves e componentes aeronáuticos, com destaque para o bombardeiro leve De Havilland DH.98 Mosquito. Das mais de 7.000 unidades desse modelo produzidas globalmente, aproximadamente 17% (cerca de 1.190 aeronaves) foram fabricadas em solo canadense. Essas aeronaves, conhecidas por sua velocidade e versatilidade, foram enviadas ao teatro de operações europeu, contribuindo significativamente para missões de bombardeio, reconhecimento e combate. Após o término da Segunda Guerra Mundial, a De Havilland Canada direcionou seus esforços para o desenvolvimento de aeronaves projetadas especificamente para o severo ambiente operacional do Canadá, caracterizado por vastas áreas selvagens, temperaturas extremas e pistas rudimentares. Paralelamente, a empresa manteve uma divisão dedicada à produção licenciada de aeronaves britânicas, como o De Havilland Vampire, e, mais tarde, de modelos norte-americanos, como o Grumman S2-F Tracker, uma aeronave de guerra antissubmarino (ASW) produzida sob licença para atender às necessidades das forças armadas canadenses. O primeiro projeto militar pós-guerra da De Havilland Canada, o DHC-1 Chipmunk (conhecido como "Esquilo"), marcou um marco significativo na história da empresa. Realizando seu voo inaugural em 22 de maio de 1946, o Chipmunk foi desenvolvido como um treinador básico para substituir o obsoleto DH-82 Tiger Moth. Introduzido em serviço no final de 1946, o modelo destacou-se por sua manobrabilidade, simplicidade e robustez, tornando-se uma escolha popular para a formação de pilotos. Até 1956, foram produzidas 1.284 unidades, operadas por 25 forças aéreas em todo o mundo, incluindo a Royal Air Force (RAF), que manteve o modelo em serviço até 1995. O Chipmunk não apenas consolidou a reputação da De Havilland Canada como fabricante de aeronaves de treinamento, mas também demonstrou sua capacidade de projetar aeronaves duráveis e confiáveis. Lançado em 1947, o DHC-2 Beaver representou um marco na aviação utilitária, sendo a primeira aeronave da De Havilland Canada projetada com características STOL (Short Take-Off and Landing, ou decolagem e pouso em pistas curtas). Desenvolvido para atender às demandas de operadores civis e militares em regiões remotas do Canadá, o Beaver destacou-se por sua capacidade de operar em pistas improvisadas, como lagos congelados, rios e terrenos acidentados. Com uma produção de 1.657 unidades entre 1947 e 1967, o Beaver conquistou operadores em mais de 50 países, sendo amplamente utilizado em missões de transporte, evacuação médica e reconhecimento.
Por fim, o DHC-3 Otter, lançado em 1952, foi uma evolução direta do Beaver, oferecendo maior capacidade de carga e passageiros, além de melhorias em desempenho STOL. Com seu voo inaugural em dezembro de 1951, o Otter rapidamente ganhou destaque no mercado, com 466 unidades produzidas até 1965. Utilizado por forças armadas e operadores civis, o Otter foi empregado em missões de transporte, busca e salvamento, e apoio logístico em ambientes remotos. Sua capacidade de operar com flutuadores, esquis ou rodas reforçou sua adaptabilidade, tornando-o uma escolha ideal para operações em regiões como o Ártico e a Amazônia. Uma grande oportunidade se apresentaria em 1958, quando o comando do Exército dos Estados Unidos (US Army), lançou uma concorrência internacional para uma nova aeronave de transporte tático, exigindo capacidades de decolagem e pouso STOL para operar em pistas curtas e não preparadas, além de versatilidade para missões próximas ao front de batalha. Com apoio financeiro do Departamento de Produção de Defesa do Canadá, a De Havilland Canada desenvolveu o DHC-4, projetado para atender a essas especificações rigorosas. O primeiro protótipo realizou seu voo inaugural em 30 de julho de 1958, demonstrando impressionantes capacidades STOL e robustez estrutural. Os militares norte-americanos, impressionados com o desempenho do DHC-4, assinaram um contrato para a produção de cinco células de avaliação, designadas como YAC-1. Os testes conduzidos confirmaram o potencial da aeronave, levando à assinatura de um contrato de produção para 159 unidades, que receberam a designação CV-2 Caribou. As primeiras entregas ao Exército dos Estados Unidos (US Army) ocorreram em março de 1961, marcando a entrada oficial do modelo em serviço. O CV-2 Caribou rapidamente se destacou por sua capacidade de operar em pistas rudimentares, transportando cargas e tropas em condições adversas. Em 1966, um acordo operacional entre o Exército dos Estados Unidos (US Army) e a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) resultou na transferência de todas as unidades do Caribou para força aérea, onde foram redesignadas como C-7 Caribou. Essa transição reflete a reorganização das responsabilidades de transporte aéreo tático nos Estados Unidos, com a força aérea assumindo o comando de operações aéreas fixas. A aeronave foi amplamente empregada na Guerra do Vietnã a partir de 1966, após sua transferência para a força aérea, sendo operado por unidades como o 483º Grupo de Transporte Aéreo Tático e esquadrões subordinados, incluindo o 535º, 536º e 537º Esquadrões de Transporte Aéreo Tático, baseados em locais como Cam Ranh Bay, Phu Cat e Vung Tau. As principais missões do Caribou no conflito incluíam Ressuprimento de Tropas, Evacuação Aeromédica, Transporte de Tropas e Equipamentos e Missões de Apoio Logístico. Sua capacidade STOL permitiu operações em pistas improvisadas, frequentemente sob fogo inimigo, consolidando sua reputação como uma aeronave confiável e versátil.
Durante o conflito, algumas unidades do C-7 Caribou foram capturadas pelas forças norte-vietnamitas, particularmente após a queda de bases no Vietnã do Sul. Essas aeronaves foram incorporadas à Força Aérea Popular do Vietnã e operadas até o final da década de 1970, principalmente em missões de transporte e logística. Em 1962, o Exército dos Estados Unidos (US Army) lançou uma nova concorrência para uma aeronave de transporte médio, buscando capacidades ainda mais avançadas. Os requisitos incluíam: Capacidade STOL para operações em pistas curtas e não preparadas; Carga útil equivalente à de um helicóptero CH-47A Chinook; Versatilidade para transportar 30 soldados totalmente equipados, um míssil balístico de médio alcance MGM-31 Pershing, um obuseiro de 105 mm ou uma viatura média de três quartos de tonelada. Este processo tinha por objetivo substituir cerca de cento e ciquenta células do De Havilland DHC-4 Caribou que se encontravam em operação, e apresentavam como principal deficiência o emprego de motores radiais a pistão Pratt & Whitney Motores R-2000 que além de obsoletos apresentavam um alto consumo de combustível, impactando diretamente no desempenho operacional destas aeronaves. Em resposta à concorrência, a De Havilland Canada apresentou uma proposta ambiciosa: uma versão ampliada e modernizada do DHC-4 Caribou, designada como DHC-5 Buffalo. Equipada com dois turboélices General Electric CT64-820-1, cada um com 3.055 shp, a aeronave oferecia desempenho superior, incluindo a capacidade de decolar em apenas 369 metros de pista, superando obstáculos de 15 metros de altura com uma carga máxima de 18.597 kg. Essas características excediam os requisitos do US Army, que incluíam a capacidade de transportar até 40 soldados equipados ou diversas cargas, como viaturas pequenas e médias. Impressionado com o potencial do Buffalo, o Exército dos Estados Unidos (US Army) firmou um contrato com a De Havilland Canada para a produção de quatro aeronaves destinadas a um programa de avaliação e ensaios em voo. O primeiro protótipo alçou voo em 9 de abril de 1964, demonstrando capacidades operacionais que superavam as expectativas, incluindo excepcional desempenho STOL e flexibilidade para missões táticas. As aeronaves de teste, designadas como C-8A, foram submetidas a rigorosos ensaios, confirmando sua adequação para operações em ambientes desafiadores. Apesar do sucesso técnico do DHC-5 Buffalo, mudanças na política de aquisição de material militar dos Estados Unidos na década de 1960 impactaram drasticamente o programa. Uma nova diretriz priorizou fornecedores nacionais, destinando recursos gerados por impostos americanos exclusivamente a empresas dos Estados Unidos. Essa mudança criou barreiras significativas para a De Havilland Canada, uma empresa estrangeira, mesmo com sua comprovada competência técnica. Como resultado, o Exército dos Estados Unidos (US Army) limitou-se à aquisição das quatro aeronaves C-8A inicialmente contratadas, encerrando as perspectivas de um contrato de produção em larga escala.
As quatro unidades do C-8A foram operadas por um curto período durante a Guerra do Vietnã, sob o comando do 2º Pelotão de Voo da 92ª Companhia de Aviação, baseado na Base Aérea de Bien Hoa, no Vietnã do Sul. Durante esse tempo, o Buffalo demonstrou sua capacidade de realizar missões de ressuprimento, evacuação aeromédica e transporte tático em condições adversas, reforçando sua reputação como uma aeronave robusta e confiável. Contudo, a curta duração de sua operação pelos Estados Unidos limitou seu impacto no conflito. O C-8A enfrentou desafios semelhantes aos do Caribou: exposição a fogo antiaéreo, manutenção em ambiente tropical úmido e pistas rudimentares. Sua construção robusta, com tanques de combustível auto-selantes, mitigou alguns riscos, mas a curta duração das operações limitou incidentes documentados. Após o revés comercial com o Exército dos Estados Unidos (US Army), a De Havilland Canada identificou o potencial do DHC-5 para exportações e operações especializadas, redesignando o modelo como DHC-5A Buffalo. O governo canadense, principal investidor no projeto original, adquiriu 15 aeronaves, designadas localmente como CC-115, para a Força Aérea Real Canadense (RCAF). Essas unidades foram empregadas em missões de transporte tático, patrulha e lançamento de paraquedistas, aproveitando sua capacidade STOL para operar em pistas curtas e não preparadas, características essenciais para as vastas regiões remotas do Canadá. A partir de meados da década de 1960, o CC-115 Buffalo também desempenhou um papel significativo em missões internacionais sob a égide da Organização das Nações Unidas (ONU). Três aeronaves foram destacadas para operações de paz no Oriente Médio, participando de missões humanitárias e de assistência até 1979. Tragicamente, em 9 de agosto de 1974, o CC-115 de matrícula RCAF115461, operando como uma aeronave de assistência da ONU, foi abatido por um míssil superfície-ar lançado por forças sírias, resultando na perda de todos os passageiros e tripulantes. Esse incidente, ocorrido durante uma missão de paz, marcou um momento sombrio na história do Buffalo, mas também destacou o compromisso do Canadá com operações humanitárias globais. Em 1975, a RCAF decidiu retirar o CC-115 Buffalo de sua função primária como aeronave de transporte tático, redirecionando as unidades em melhor estado de conservação para missões de Busca e Salvamento (SAR – Search and Rescue). Essas aeronaves foram convertidas e receberam um padrão de pintura distintivo em amarelo e vermelho, facilitando sua identificação em operações de resgate. Durante 47 anos, de 1975 a 17 de janeiro de 2022, o CC-115 Buffalo foi o principal vetor de asas fixas para missões SAR no Canadá, desempenhando um papel vital no salvamento de vidas em ambientes hostis, como montanhas, florestas e regiões costeiras do Ártico.
Emprego na Força Aérea Brasileira.
A gênese da aviação de transporte militar no Brasil tem seu início em 1945, quando nos termos do Leand & Lease Act, foram recebidos os primeiros dez Douglas C-47 Skytrains, nesta época a frota brasileira era limitada, composta por poucas aeronaves como os Lockheed L-12A Electra Junior e o Lockheed Model 18 Lodestar, insuficientes para atender às demandas de um país de dimensões continentais. A aquisição do C-47 alocados no 1º Grupo de Aviação de Transporte (GAT), sediado no Rio de Janeiro, representou um salto significativo na capacidade de transporte da Força Aérea Brasileira (FAB). Ao longo dos anos seguintes seriam recebidos mais 71 C-47 e 02 C-46 Commando, contudo as primeiras aeronaves de transporte pesado os Fairchild C-82A Packet seriam incorporados em 1955, passando a equipar o 1º Esquadrão do 2º Grupo de Transporte, sendo empregados inicialmente em proveito das missões do Correio Aéreo Nacional (CAN) e posteriormente em apoio as atividades do Núcleo da Divisão Aeroterrestre do Exército Brasileiro. Esta frota de transporte tático seria reforçada em 1961 com a aquisição de 12 células Fairchild C-119G Flying Boxcar, representando uma significativa capacidade de transporte. No entanto suas operações ficaram praticamente concentradas nas regiões sul e sudestes, devido a falta de infraestrutura das demais regiões, representando em sua maioria operações em pistas não preparadas, muitas vezes lamacentas ou irregulares, demandavam habilidade excepcional dos pilotos e robustez da aeronave. Neste cenário empregado os veteranos Douglas C-47, porém estes apresentavam limitações em relação a carga e alcance (2.600 km com carga padrão), o que levou a Força Aérea Brasileira (FAB) a buscar aeronaves mais modernas nas nos anos seguintes, resultando na aquisição dos Douglas C-54G Skymaster e C-118 Liftmaster . Porém no final da primeira metade da década de 1960 a disponibilidade dos C-82 havia caído drasticamente, atrapalhando desempenho do 1º/1º GTT (Grupo de Transporte de Tropas) na execução das missões de transporte logístico, transporte de tropas e lançamento de paraquedistas do Exército Brasileiro. Neste escopo operacional estas aeronaves eram complementadas pelos C-119G do 2º/1º GTT (Grupo de Transporte de Tropas), porém se apresentavam se encontravam em números insuficientes para o atendimento das demandas vigentes. Logo em seguida mais problemas de ordem técnica passavam a afligir cada vez mais severamente a capacidade operacional desta força de transporte, principalmente devido a problemas crônicos causados pela obsolescência e constante falta de peças de reposição para seus velhos motores a pistão Pratt & Whitney R-2800-85 e Wrigth Cyclone R-3350-85.
Este cenário causava preocupação junto ao Comando da Aeronáutica (COMaer), que em função da grande extensão territorial do país, necessitava apresentar a maior prontidão operacional possível de sua frota de aeronaves de transporte . Desta maneira o Ministério da Aeronáutica (MAer), ciente do fator de disponibilidade e obsolescência de sua frota de aeronaves de transporte, decidiu no início do ano de 1965, por substituir os Fairchild C-82 Packet e complementar temporariamente os Fairchild C-119G Flying Boxcar (que seriam depois substituídos pelo novos Lockheed C-130E Hercules) por aeronaves mais modernas. Assim a fim de atendimento a esta demanda, em fins do ano de 1964, seria deflagrada uma concorrência internacional, envolvendo a aquisição de até trinta aeronaves de transporte de porte médio. Neste momento seriam recebidas várias propostas de fornecedores internacionais, incluindo neste escopo "compras de oportunidades" de aeronaves usadas que poderiam ser adquiridas em vantajosos termos de programa de ajuda militar. Contudo o programa de aquisição de aeronaves de transporte seria considerado como de alta prioridade pelo governo federal, concedendo assim ao Ministério da Aeronáutica (MAer) uma grande dotação orçamentaria para este processo. Definida a opção pela aquisição de aeronaves "novas de fábrica", seriam procedidas análises sobre os modelos apresentados para a concorrência. Estes estudos baseados no teor comparativo logo derivaram para a escolha lógica da aeronave DHC-5A Buffalo produzida pela empresa canadense De Havilland Canada. Pesando a seu favor, suas capacidades de operação em pousos e decolagens em pistas curtas (STOL-Short Take off and Landing), e sua robustez para o emprego em aeródromos não preparados ou desprovidos de qualquer infraestrutura básica. Características estas que muito interessavam, pois se adaptavam ao tipo de emprego almejado pela Força Aérea Brasileira (FAB), que seria basicamente definido por missões de lançamento de tropas paraquedistas ou mesmo o pouso de assalto em pistas rusticas ou campos sem infraestrutura adequada. Além desse tipo de emprego especificadamente militar, a nova aeronave serviria perfeitamente para o apoio as populações no interior da Amazônia e a suporte as operações da COMARA (Comissão de Aeroportos da Região Amazônica), organização militar responsável pela implantação da malha de aeroportos naquelas regiões longínquas do Brasil. E assim as características de pouso e decolagens curtas e a potência de seus motores, representavam os maiores trunfos da aeronave, neste processo de concorrência, levando assim o Ministério da Aeronáutica (MAer) a decidir pela aprovação da proposta apresentada pela empresa canadense.
Durante os anos 1970 e 1980, o Brasil intensificou a presença militar na Amazônia para proteger fronteiras e afirmar soberania, em um contexto de tensões regionais e interesses internacionais sobre a floresta. O C-115 apoiou missões como a Operação Traíra, transportando tropas e suprimentos para áreas de fronteira, além de contribuir para a construção de pistas e bases aéreas, como as do Comando Militar da Amazônia. Sua operação fortaleceu a projeção de poder aéreo em regiões estratégicas. Além do papel militar, o C-115 foi fundamental em operações humanitárias. A aeronave entregava suprimentos médicos, alimentos e equipes de resgate a comunidades isoladas, especialmente durante enchentes, epidemias ou desastres naturais na Amazônia. Sua capacidade de evacuação médica (MEDEVAC) salvou inúmeras vidas em áreas sem acesso a hospitais. Essas missões reforçaram o papel da Força Aérea Brasileira (FAB) como agente de integração social, aproximando o Estado brasileiro de populações remotas. O C-115 tornou-se o "rei da selva", conectando comunidades isoladas, bases militares e aeródromos improvisados, onde outras aeronaves não conseguiam operar. Durante todos os anos de seu emprego operacional , o Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMASP) seria responsável por todo o processo de suporte e manutenção destas aeronaves, mantendo inclusive uma célula orgânica em sua dotação, para a realização de missões de transporte logístico da própria unidade. Apesar de serem constantemente submetidos a processos contínuos de manutenção esmerada, o peso dos anos, o desgaste estrutural das células, sua consequente obsolescência e problemas na obtenção de peças de reposição, começaram a gerar preocupantes índices de indisponibilidade, fato que este aliado a perda de nove aeronaves em acidentes ao logo dos anos, passava a comprometer seriamente a capacidade de transporte da força. Este cenário levaria a Força Aérea Brasileira (FAB) a repensar o emprego do modelo, decidindo assim em 1981, substituir os C-115 Bufalo do 1º/15º Grupo de Aviação (1º/15ºGAv), pelos novos Embraer C-95B Bandeirante. Desta maneira as células remanescentes passariam a ser concentradas junto ao 1º/1º Grupo de Transporte de Tropas (1º/1º GTT) e ao 1º/9º Grupo de Aviação (1º/9º GAv), reforçando ambas as dotações, permitindo assim a retomada de um nível operacional aceitável. Em novembro de 2002, o cenário de baixa disponibilidade se repetiria com a frota de C-115 da Força Aérea Brasileira (FAB), com as aeronaves do 1º/1º Grupo de Transporte de Tropas (1º/1º GTT), sendo substituídas pelos Lockheed C-130H Hercules, passando a concentrar as últimas células remanescentes junto ao 1º/9º GAv - Esquadrão Arara.
Em Escala.
Para representarmos o De Haviland Canada C-115 Búffalo “FAB 2367", fizemos uso do excelente kit em resina da Liberty Quality Kits, lançado em 2006, reconhecido pela sua alta qualidade e fidelidade ao design da aeronave. Este modelo foi selecionado para representar com precisão as características da aeronave. Todo o compartimento de carga foi detalhado manualmente em scratch , utilizando materiais como plástico, resina e arames para replicar os elementos internos, como suportes, divisórias e acessórios. Fizemos uso de decais do confeccionados pela FCM Decals que compõe o set original do modelo.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o terceiro padrão de pintura empregado pelos De Haviland Canada C-115 Búfalo, com este sendo adotado em toda a frota a partir de meados da década de 1980. Originalmente as aeronaves foram recebidas com uma camuflagem verde e azul, similar as empregadas pelas aeronaves canadenses, com as células do 1º/1º Grupo de Transporte de Tropas (1º/1º GTT) e do 1º/15º Grupo de Aviação (1º/15ºGAv), adotando posteriormente um padrão de tático em verde e cinza, e por fim um outro padrão pintura de alta visibilidade na cor metálica e branco empregado temporariamente pelo 1º/9º Grupo de Aviação (1º/9º GAv).
Bibliografia :
- Revista ASAS nº 33 " DHC-5A Buffalo (C-115) - Aparecido Camazano Alamino
- Aeronaves Militares Brasileiras 1916 – 2015 por Jackson Flores Jr
- Revista Flap Internacional - " O incrível Buffalo" - http://www.revistaflap.com.br/web/noticias/noticias/4789-o-incrivel-buffalo




