Oto Melara M-56 105 mm no Brasil

Historia e Desenvolvimento.
As origens da atual empresa italiana OTO Melara S.p.A. que hoje compõe o grupo empresarial da Leonardo-Finmeccanica S.p.A, tem seu início no ano d 1905, quando a empresa seria fundada como uma joint venture entre as empresas Vickers e Terni Steelworks, Cantiere Navale Fratelli, Orlando e Cantieri Navali Odero. O investimento total também seria fornecido pelos empresários Giuseppe Orlando e Attilio Odero. Durante a Primeira Guerra Mundial, a Vickers Terni produziria muitos modelos canhões de campo com calibre 40 mm e 76 mm, sendo empregadas principalmente pelas forças terrestres de muitos países participantes naquele conflito. Em 1929, a empresa seria renomeada como Odero Terni Orlando com a abreviatura OTO passando a ser sua marca comercial. Durante a Segunda Guerra Mundial, a empresa seria responsável pelo desenvolvimento e produção da maioria dos modelos de canhões navais que passariam a equipar a grande Marinha Italiana (Regia Marina). Após o término do conflito suas instalações industriais seriam recuperadas e passariam a se dedicar a produção de uma variada gama de produtos civis, como tratores, implementos agrícolas e teares. Em 1953 a empresa seria renomeada como Oto Melara, neste mesmo período os países europeus voltavam seus esforços novamente para o fortalecimento das forças de defesa de seu país, muito em virtude de se fazer frente as possíveis ameaças das forças da União Soviética (URSS). Este contexto geopolítico culminaria na adesão do governo italiano a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), e a Oto Melara que anteriormente já estava ensaiando seu retorno a mercado militar, vislumbrou neste movimento uma grande oportunidade no horizonte, voltando assim seus recursos e investimentos para o desenvolvimento de projetos de defesa em sua planta fabril na cidade de La Spezia. Seus primeiros projetos a serem desenvolvidos retornavam a sua principal origem, ou seja, a arma naval, e ao longo dos anos seguintes seus canhões passariam a equipar mais de mil navios de combate, sendo empregados desde navios patrulheiros a contratorpedeiros de todos os portes, sendo adotados em mais de sessenta marinhas ao longo do globo. 

Paralelamente ao desenvolvimento das primeiras armas navais, a empresa também passaria a investir recursos no segmento de obuseiros voltados para a força terrestres, com a primeira grande oportunidade de mercado se materializando após uma consulta por parte do comando do Exército Italiano (Esercito Italiano). Este pleito focava inicialmente o desenvolvimento de uma peça de artilharia capaz de atender à exigência de um obuseiro leve moderno que pudesse ser usado pelos regimentos de artilharia de montanha das brigadas Alpini (infantaria de montanha especializada). Os parâmetros iniciais definam uma arma leve que pudesse ser facilmente montada e desmontada por uma pequena guarnição, sendo composta por no máximo doze peças, que pudessem ser transportadas em conjunto ou individualmente. Deveria ser também facilmente manuseada quando em operação com a capacidade de ser usado no papel de fogo direto. Apesar de que seu projeto visasse o transporte manual (mule-pack) desmontado em terrenos montanhosos e irregulares, esta peça deveria ser facilmente tracionada por um veículo leve, como um jipe ou uma Land Rover. Com o escudo removido, deste obuseiro deveria poder ainda ser facilmente transportado no interior de um veículo blindado de transporte de pessoal como o FMC M-113 APC. O projeto seria logo apresentado pela equipe técnica da OTO Melara S.p.A. e praticamente atendia a todas as especificações previstas no pedido de desenvolvimento do governo italiano, incluindo ainda a capacidade de operar com as munições norte-americanas US M-1 de 105 mm. Este obuseiro estava equipado ainda com um novo modelo de suspensão, que permitia a arma ser ajustada para o alto, deixando espaço para a culatra hidropneumática recuar em altos ângulos de elevação ou baixo para disparar em trajetória plana contra tanques e alvos semelhantes. Seu baixo peso final de 1.290 kg ainda o qualificaria para ser aerotransportado pela maioria das aeronaves de asas rotativas disponíveis nas forças armadas italianas naquele período.   
O projeto logo seria aceito, gerando os primeiros contratos de fornecimento para as forças armadas italianas, com o equipamento recebendo a designação de OTO Melara M-56 (em alusão ao ano de desenvolvimento – 1956). Em fevereiro de 1958 seriam entregues as primeiras peças de artilharia, com estas se tornando plenamente operacionais o Exército Italiano (Esercito Italiano) em meados do mesmo ano. Logo em serviço junto as brigadas de montanha Alpini, este obuseiro se mostraria muito flexível e embora sua amplitude máxima de fogo fosse limitada apenas a 10,5 km, porém podia ser eficazmente ser empregado como uma arma antitanque ou mesmo morteiro, podendo assim lançar projéteis com trajetória parabólica para um próximo acerto vertical. Seu sistema permitia o recuo da peça, concedendo assim capacidade de dezoito graus de travessia tornando-se uma arma perfeita para fogo direto também. Assim estas qualidades operacionais aliadas a seu baixo custo de aquisição, operação e manutenção, começariam a despertar a atenção de outros países, com a empresa OTO Melara S.p.A. passando a celebrar seus primeiros contratos de exportação ainda nesta mesma década, conquistando assim grande popularidade em muitos exércitos em todo o mundo. Em 1959 o modelo participaria de um processo de seleção para uma campanha de padronização de “arma de campo leve” para as forças da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Durante este processo de seleção participariam vários modelos, com o modelo italiano superando todos os seus concorrentes, passando a ser adotado no início do ano de 1960, substituindo em grande parte nos exércitos europeus os antigos canhões US M-1 de 75 mm, sendo adotado inclusive pela Alemanha e Reino Unido, sendo na verdade a primeira ocorrência de adoção de material militar de origem italiana pelas forças armadas britânicas. A arma tornaria-se o equipamento padrão da artilharia do Comando Aliado da Força Móvel da Europa (AMF ACE Mobile Force (Land)) equipando as baterias fornecidas pelo Canadá, Bélgica, Alemanha, Itália e Reino Unido até o ano de 1975.

Seu batismo de fogo se daria durante o conflito "Emergência Malaia", também conhecida como a Guerra de Libertação Nacional Anti-Britânica (1948-1960), quando os obuseiros OTO Melara M-56 seriam empregados pelos Exército Australiano (Australian Army) e pelas forças militares da Comunidade das Nações (Commonwealth), contra os combatentes comunistas pró-independência do Exército de Libertação Nacional Malaio (MNLA). Uma nova participação destes obuseiros agora pertencentes ao Exército Real (Royal Army) do 1º Regimento Leve de Artilharia Real a Cavalo e 19º Regimento Leve, seria registrada durante a "Emergência de Áden", também conhecida como a Revolta de Radfan, uma rebelião armada da Frente de Libertação Nacional (Iêmen do Sul), contra a Federação da Arábia do Sul, um protetorado do Reino Unido, que agora faz parte do Iêmen. No entanto esta arma registraria um emprego mais intenso durante as primeiras fases da Guerra do Vietnã (1955 – 1975), quando seriam utilizados pelas forças armadas da Austrália e Nova Zelândia, neste contexto de grande atrito os artilheiros destes dois exércitos, classificariam a arma inadequada para operações contínuas. Verificou-se que as partes do equipamento sofriam grande desgaste e ficavam propensas a mais quebras quando montadas e desmontadas repetitivamente, levando a serem transportados em caminhões por distâncias mais longas fora da zona de combate. Desta maneira os OTO Melara M-56 acabariam sendo retirados deste front de batalha dois anos depois, sendo totalmente substituídos pelo obuseiro norte-americano M-101A1 de 105 mm mais robusto. Em serviço junto as forças da Comunidade das Nações (Commonwealth), esta arma era conhecida como "obuseiro do pacote L-5" com munição L-10. No entanto, sua falta de alcance e a letalidade indiferente de sua munição levariam o Reino Unido a iniciar o desenvolvimento de seu substituto, apenas dois anos após o obuseiro de carga entrar em serviço, gerando assim o L-118 Light Gun AR 105 mm.
Seu penúltimo emprego efetivo em conflitos de grande importância se daria em 1982 durante a Guerra das Falklands – Malvinas, quando obuseiros OTO Melara M-56 pertencentes aos 3º e 4º Grupos de Artilharia do Exército Argentino foram empregados contra as tropas britânicas durante a ousada operação de retomada das ilhas do arquipélago. Neste conflito, grande parte das baixas britânicas acabariam sendo causadas por esta peça de artilharia. Ao todo até o final do ano de 1985 seriam produzidas cerca de três mil obuseiros deste modelo, com sua produção sendo mantida sob licença pela empresa militar estatal chinesa Norinco Group (North Industries Corporation) até o final do século passado. Ao longo dos anos estes canhões  seriam operados pelas forças armadas da Itália, Austrália, Alemanha, Áustria, Argentina, Arábia Saudita,  Bangladesh, Bélgica, Biafra, Burkina Faso, Botsuana, Brasil, Bósnia e Herzegovina, Canada, China, Chipre, Croácia, Djibuti, Chile, Equador, Etiópia, Emirados Árabes Unidos, Federação da Sérvia e Montenegro, França, Gana, Grécia, Índia, Indonésia, Ira, Iraque, Iêmen, Iugoslávia, Kuwait, Quênia, Malásia, Marrocos, Macedônia, Nepal, Nova Zelândia,  Nigéria, Paquistão, Peru,  Portugal, Reino Unido, Filipinas, San Marino, Espanha, Somália, Sudão, Tailândia, Venezuela, Zâmbia e Zimbabué.  Atualmente centenas de obuseiros leves OTO Melara M-56 ainda se mantém em serviço ao redor do mundo, com previsão de se manterem na ativa em varias forças terrestres até meados deste século. Em janeiro de 2023, dezenas destas peças seriam cedidas pelo governo francês para as forças armadas da  Ucrânia, a fim de serem empregados na guerra contra a Rússia, representando um significativo reforço no esforço de guerra daquele pais. 

Emprego no Exército Brasileiro.
A moderna artilharia de campanha, seria estabelecida no Exército Brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial, quando o pais se alinhou ao esforço de guerra aliado, passando a ser signatário do programa de programa de ajuda militar norte-americano Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), permitindo as forças armadas brasileiras, acesso a modernos equipamentos e sistemas de armas. No que tange a arma de artilharia seriam recebidas uma variada gama de armas dispostas entre os calibres de 37 mm a 305 mm, passando assim a substituir nas unidades de primeira linha, os antigos canhões de campanha de origem francesa, alemã e inglesa. Principalmente neste contexto, a introdução dos modernos obuseiros M-1 Howitzer de calibre 105 mm e M-2 Howitzer de calibre 155 mm, representaram grande avanço tecnológico e operacional, para a artilharia da força terrestre brasileira, que até então operavam com equipamento completamente defasado e de questionável efetividade operacional quando empregados no moderno cenário de enfrentamento terrestre. Em termos de formação doutrinaria, está se daria no calor da batalha em emprego real, quando a Artilharia Divisionária pertencente a Força Expedicionária Brasileira (FEB), composta por quatro batalhões de obuseiros (Grupos de Obuses), sendo três deles equipados com doze obuseiros M-2 105 mm cada, e um Batalhão de Artilharia (IV) dotado com doze obuseiros M-1 155mm. Todo este processo seria embasado  pelos ensinamentos ministrados pelo corpo técnico do Exército dos Estados Unidos (US Army), quer participaria ativamente da campanha da Itália. Este poder de dissuasão seria reforçado a partir da segunda metade da década de 1960, quando mais obuseiros destes modelos seriam fornecidos através dos termos do programa do “Acordo de Assistência Militar Brasil Estados Unidos”. Neste contexto mais peças do modelos M-2 e M-2A1 AR de 105 mm e M-1 AR de 155 mm seriam cedidos não só ao Exército Brasileiro, mas também ao Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN). Porém em termos de incorporação de armas de artilharia mais modernas, este movimento seria mínimo, com o Exército Brasileiro recebendo apenas dezenove obuseiros M-102 AR 105 mm Howitzer entre os anos de 1967 e 1968. E o fato destas armas sendo concentradas apenas no  25º Grupo de Artilharia de Campanha - Bagé (25º GAC), sediado na cidade de Bagé no interior do Rio Grande do Sul, limitaria muito o acesso da força terrestre a este tipo de canhão mais moderno.

No início da década de 1980, ficava clara para o comando da Força Terrestre, a necessidade de aquisição de novos obuseiros de 105 mm, tendo em vista que os modelos norte-americanos M-101AR (M-2 e M-2A1) se encontravam em operação há mais de quarenta anos. Apesar da idade, estas veteranas armas de artilharia apresentavam plena disponibilidade operacional, com este status sendo proporcionado pelo por frequentes processos de manutenção e atualização técnica. Destacava-se ainda neste contexto a produção nacional de diversos componentes críticos, garantindo um mínimo patamar de independência. Mesmo assim ficava notório que estes sistemas de artilharia não atendiam mais as às necessidades de mobilidade, alcance e amplitude de campo de tiro exigidas no combate moderno. A fim de atender esta demanda, o comando do Exército Brasileiro iniciou estudos visando a possível aquisição e uma novo obuseiro de campanha com calibre de 105 mm, visando a aquisição inicial de até cinquenta peças. Estas incorporações deveriam substituir as peças mais desgastadas dos obuseiros M-2 AR 105 mm (M101) e complementar o inventário dos Grupo de Artilharia de Campanha Leve, Grupos de Artilharia de Campanha Paraquedista e Brigadas de Infantaria. Inicialmente no início do ano de 1985, seriam adquiridos quarenta novos obuseiros britânicos L-118 Light Gun 105 mm, que viriam a reforçar fortemente a artilharia de campanha do Exército Brasileiro. Faltava ainda neste contexto buscar um obuseiro leve para prover a substituição dos antigos modelos norte-americanos M-1 Pack Howitzer de calibre de 75 mm, que estavam em serviço desde o início da década de 1940 e já se encontravam extremamente obsoletos. Além disto restavam poucas peças deste obuseiro leve em serviço, sendo empregadas principalmente para tarefas de instrução e tiros de salvas cerimoniais, junto ao Curso de Formação de Reservista de 2ª Categoria (CMPA) em Porto Alegre – RS. Neste contexto seriam analisadas diversas opções de obuseiros leves, com escolha sendo definida por características técnicas e econômicas, com a escolha recaindo para o modelo OTO Melara M-56, produzido na Itália, que além de apresentar uma excelente relação de custo- benefício havia obtido grande êxito operacional durante o conflito das Falklands-Malvinas no ano de 1982. 
Desta maneira, seriam conduzidas negociações entre o Ministério do Exército e o fabricante OTO Melara S.p.A., que concretizariam em fins do ano de 1982, na aquisição de noventa e duas peças. Estes obuseiros passariam a ser entregues a partir de meados do ano seguinte, recebendo a designação de Obuseiro M-56 AR 105 mm. Estas armas seriam alocadas inicialmente junto a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) localizada no Rio de Janeiro, a fim de se estabelecer a doutrina operacional e consequente elaboração do Manual de Campanha “Serviço da Peça do Obuseiro M-56” e sua introdução no Curso de Material Bélico. Após a finalização destes processos, estas peças seriam distribuídas ao 2º Grupo de Artilharia de Campanha Leve (2º GAC L), ao 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista (8º GAC Pqdt), ao 10º Grupo de Artilharia de Campanha de Selva (10º GAC Sl), ao 20° Grupo de Artilharia de Campanha Leve – Aeromóvel (20º GAC L – Amv), ao 26° Grupo de Artilharia de Campanha (26º GAC) e ao 32° Grupo de Artilharia de Campanha (32º GAC). Nestes grupos, cada bateria de obuseiros M-56 seria composta por quatro peças, sendo geralmente tracionadas por caminhões Mercedez Bens LAK 1418 VTNE (Viatura de Transporte Não Especializada). Dentre estas unidades o maior destaque operacional seria concedido ao 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista (GAC Pqdt), equipando três baterias que podiam ser lançadas de aeronaves, com o De Havilland C-115 Bufalo e Lockeheed C-130 Hercules da Força Aérea Brasileira, aumentando em muito as capacidades operativas de prontidão da Brigada Aeromóvel (FORPRON Amv) do Exército Brasileiro. Durante anos. os obuseiros M-56 AR 105 mm, apresentariam grande participação na manutenção da capacidade operacional na artilharia de campanha do Exército Brasileiro. E no seu emprego, dentre suas  vantagens naturais de projeto, ressaltava-se  a simplicidade  e  facilidade  de  operação,  bem  como  o  uso  da  munição  nacional (produzida pela empresa estatal Imbel S/A), idêntica  à  dos obuseiros  M-101 AR  e  aos autopropulsados M-108 AP. Apesar disto ressaltava-se o fator limitador de alcance de apenas 10,2 km, tal  fato, contudo, é minimizado pelas características peculiares de seu emprego, particularmente  nas  operações  em  ambiente  de  selva,  nas  quais  o alcance limitado fica relegado a um plano secundário, posto que as vantagens deste material preponderam sobre esta limitação. 

Vale destaque ainda para o emprego dos obuseiros leves Oto Melara M-56,  na operação  Marcha para o Combate Fluvial em Ambiente de Selva planejada inicialmente durante o inicio da década de 2000. Este novo modal de operação especializada teria inicio no ano de  2006, o quando 10º Grupo de Artilharia de Campanha de Selva (10º GAC Sl) se tornou a Organização Militar (OM) de artilharia de campanha de selva responsável por dar continuidade à experimentação doutrinária com o obus 105 mm M-56 Oto Melara na região Amazônica.  Nesse processo operacional experimental  este obuseiro seria  tracionado no ambiente e selva por búfalos,  animal  este que  se  adaptaria perfeitamente  às  características  do  ambiente  amazônico, conseguindo transportar esta peça de artilharia desmontada em fardos ou tracioná-lo quando preso em sua “cangalha”. Além do transporte ou tração animal, durante o processo de progressão no  interior da selva;  este obuseiro desmontando e acondicionado em fardos poderia ser transportado  em  embarcações  patrulha de esquadra (EPE), balsas comuns ou em embarcações patrulha de grupo (EPG), operando no deslocamento fluvial, ou ser ainda helitransportado. A flexibilidade do material de artilharia de selva ao ambiente amazônico facilitaria o acompanhamento desta manobra de treinamento,  nos diversos tipos de eixos adotados durante uma marcha para o  combate, sobretudo no eixo fluvial. Após essa experimentação doutrinária, chegou-se a conclusões que confirmam a qualidade e a flexibilidade desse obuseiro em uma marcha para o combate fluvial em área de selva, especialmente pelo fato de esse armamento poder ser  facilmente  desmontado,  embarcado em vários tipos de meios de transporte fluvial. A partir deste processo já se encontrando novamente em uma praia de rio, poderia ser rapidamente montado, para assim poder efetivar a operação de tiro real. Neste meio, este tipo de arma apresentaria grande versatilidade  de  emprego, principalmente em vias de acesso  em que os cursos d’água são predominantes, permitindo com que  o apoio de fogo estivesse sempre em condições de cumprir as missões que lhes fossem impostas naquele hipotético teatro de operações de selva.
O constante emprego deste obuseiros leves aos longos dos anos, resultariam em um acentuado nível de degaste, e ao final da década de 2010, verificaria-se a necessidade de se prover a recuperação destas peças, visando assim manter sua plena operacionalidade. Inicialmente os estudos seriam conduzidos pelo Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) em parceria com a Diretoria de Material (D Mat), com este processo focando a revitalização de todos os seus componentes críticos, bem como a nacionalização de 80% dos componentes e a instalação de um novo aparelho de pontaria (luneta). Este programa envolveria ainda a elaboração de materiais técnicos necessários para a manutenção em primeiro e segundo escalão, tais como, procedimentos para a desmontagem, montagem, limpeza e lubrificação, que passariam ser executados pelos Batalhões Logísticos que apoiam os Grupos de Artilharia detentores do obuseiro, aumentando, assim, a disponibilidade do armamento. Entre os dias 5 e 7 de julho de 2017, a Diretoria de Material (D Mat), subordinada ao Comando Logístico (COLOG), promoveria em cerimônia junto  1º Grupo de Artilharia de Campanha de Selva, a entrega técnica dos três primeiros obuseiros Oto Melara M-56 Ode calibre 105 mm , revitalizados no Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP). Ao todo estariam envolvidas neste processo um total sessenta e três peças, permitindo assim estender sua vida útil até a conclusão do Subprograma Sistema de Artilharia de Campanha (SPrg SAC), integrante do Programa Estratégico do Exército Obtenção da Capacidade Operacional Plena (Prg EE OCOP), que envolve como uma das possíveis opções, a substituição deste modelo pelos obuseiros norte-americanos M-119A2 de 105 mm, previsos neste plano para serem possivelmente adquiridos futuramente. 

Em Escala.
Para representarmos o obuseiro Oto Melara M-56 AR 105 mm, fizemos uso do excelente kit em resina impresso em 3D pelo militar e modelista  Marcelo Pestana Miniaturas na escala 1/35. Modelo de fácil montagem e bom nível de detalhamento. Para se representar a versão usada pelo Exército Brasileiro, não é necessário proceder nenhuma mudança, com o modelo podendo ser montado direto da caixa.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o primeiro padrão de pintura aplicado nos obuseiros Oto Melara M-56 AR 105 mm, quando de seu recebimento em 1983. Estas peças passaram a ostentar um padrão de pintura total em verde oliva após a implementação do processo de revitalização realizado no pelo Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP). 

Bibliografia: 
- L118 Light Gun 105 mm - https://www.no-regime.com/ru-pt/wiki/L118_light_gun
- O emprego do obuseiro M56 na marcha de combate fluvial - http://ebrevistas.eb.mil.br/REB/article/view/9082/7837
- Revitalização de obuseiros de 105 mm M56 Oto Melara- https://www.forte.jor.br/ 
- Sistema Gênesis GEN-3004 - https://www.imbel.gov.br/index.php/comunicacoes-eletronica-e-sistemas 
- Obuseiro M119A2 para o Brasil? - https://tecnodefesa.com.br/obuseiro-m119a2-para-o-brasil/
- Recuperação de obuseiros de 105mm - Paulo Roberto Bastos Jr. www.tecnodefesa.com.br