Sistema SARC REMAX (12,7 MM)

História e Desenvolvimento.
Durante a Segunda Guerra Mundial, na década de 1940, o Brasil firmou acordos com os Estados Unidos para receber missões militares destinadas a fortalecer as Forças Armadas Brasileiras. Esse período revelou a vulnerabilidade do país em lidar com ameaças externas, devido à sua dependência de tecnologias importadas e à ausência de autonomia no desenvolvimento de equipamentos militares. Neste momento ficaria evidente o despreparo do pais, na tarefa de se enfrentar ameaças e conflitos externos por falta de autonomia na área tecnológica. Isto posto, ficaria claro o quanto a Ciência e a Tecnologia seriam o vetor fundamental para a soberania nacional, nascendo neste momento da necessidade de manutenção destes veículos e equipamentos importados, os primeiros embriões de organizações militares dedicadas a engenharia, pesquisa e desenvolvimento. Nesse contexto, surgiram os primeiros embriões de organizações militares voltadas para a engenharia, pesquisa e desenvolvimento, que  mo futuro dariam origem ao Centro Tecnológico do Exército (CTEx). Nas décadas subsequentes, esse processo evoluiu de forma gradual, mas foi na década de 1970 que o Exército Brasileiro intensificou seus esforços para consolidar uma estrutura dedicada à inovação militar. Em 1975, um grupo de trabalho foi estabelecido com o objetivo de criar um centro capacitado para atender às demandas de pesquisa e desenvolvimento de materiais bélicos. Esse esforço culminou, em 16 de outubro de 1979, com a publicação do Decreto nº 84.095, que instituiu oficialmente o Centro Tecnológico do Exército (CTEx). Subordinadas ao CTEx, foram criadas unidades especializadas, como o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IPD), o Instituto de Projetos Especiais (IPE) e o Campo de Provas da Marambaia (CPrM), consolidando a infraestrutura necessária para o avanço tecnológico militar no Brasil. A criação do CTEx coincidiu com um período de renovação da frota de veículos militares do Exército Brasileiro, o que impulsionou o desenvolvimento de projetos nacionais. Esse movimento ganhou força com parcerias estratégicas entre o Exército e a indústria brasileira, destacando-se empresas como a Engesa S/A e a Bernardini S.A. Indústria e Comércio. Essas colaborações marcaram a chamada "era de ouro" da Base Industrial de Defesa Nacional, na qual o Brasil se consolidou como um produtor de equipamentos militares de relevância global. Durante as décadas de 1970 e 1980, empresas brasileiras conquistaram contratos de exportação para milhares de viaturas militares, incluindo blindados como o EE-9 Cascavel e o EE-11 Urutu, projetados e fabricados no país, que foram adquiridos por nações da América Latina, África e Oriente Médio. No entanto, o fim da Guerra Fria, no final da década de 1980, trouxe uma drástica redução na demanda global por armamentos e veículos militares. Esse cenário impactou diretamente a indústria de defesa brasileira, levando ao encerramento das operações de diversas empresas, incluindo a Engesa e a Bernardini. 

Porém apesar do país não contar mais com um pujante parque industrial de defesa, felizmente o Centro Tecnológico do Exército (CTEx) continuaria sua busca pelo estudo e desenvolvimento de novas tecnologias que pudessem ser incorporadas aos efetivos da Força Terrestre Brasileira. Entre diversos projetos de grande importância nascidos no seio desta organização, destaca-se o desenvolvimento de um Sistema de Armas Remotamente Controlado (SARC), que deveria ser destinado a equipar viaturas blindadas do Exército Brasileiro. O conceito deste sistema remontaria a meados da década de 1960, com a criação do programa norte-americano “Remote Controlled Weapon Station” (RWCS), ou Estações de Armas Remotamente Controladas. O principal objetivo deste sistema, seria o de proporcionar maior segurança à guarnição no interior das viaturas do Exército dos Estados Unidos (US Army), quando empregados em cenários de conflagração. Deveriam proporcionar além de se segurança ao operador, maior precisão no disparo da metralhadora e maior consciência situacional proporcionadas pelas câmeras externas, devendo poder operar normalmente em um cenário de combate noturno, sendo assim integrado a um conjunto de visão termal. O estágio inicial deste programa previa o desenvolvimento para emprego de para armas leves e de médio calibre, que podiam ser instaladas em veículos de combate terrestres ou plataformas de combate marítimas e aéreas. Os primeiros conjuntos funcionais  começariam a ser entregues as unidades operacionais militares, em fins da década seguinte, sobe o codinome de Estação de Armas Operadas Remotamente (CROWS).  No entanto o amadurecimento da tecnologia ao longo dos anos seguintes eliminaria uma série de deficiências do sistema original, resultando no modelo M-101 CROWS, que permitiria ao operador a capacidade de adquirir e engajar alvos enquanto estivesse dentro de um veículo. O conjunto seria projetado para emprego a partir de uma variada gama de plataformas, podendo ser armado com lançadores de granada MK-9, metralhadoras Browning M-2 calibre 12,7 mm,  M-240B  calibre 7,62 mm e  M-249 de calibre 5,56 mm. O sistema seria composto por duas partes: a plataforma que é fixada no exterior do veículo e o grupo de controle, sendo capaz de operar com rotação de 360° e de elevação entre  − 20° a + 60° com emprego de giroscópio para estabilização, com este conjunto sendo completado com uma câmera de vídeo à luz do dia, uma câmera térmica e um rangefinder laser seguro para os olhos. Durante as décadas seguintes, mais nações desenvolveriam seus próprios projetos deste tipo de sistema de armas automáticas, se destacando entre outros o belga  FN Herstal Defender, o finlandês Patria PML 127 OWS, os russos Bumerang-BM -  AU-220M - Arbalet-DM - Сервал  e por fim o  israelense Samson RCWS - Katlani. 
Estes sistemas de armas e sua consequente eficiência no emprego em situações reais de combate logo mostrariam seu valor, despertando a atenção do comando do Exército Brasileiro, visando sua possível aquisição seja por desenvolvimento próprio ou importação. No ano de 2005, a Secretaria de Ciência e Tecnologia, passaria a ser comandada pelo General Alberto Mendes Cardoso, que implementaria uma série de mudanças na organização, iniciando a fusão desta com Secretaria de Tecnologia da Informação (STI), originando então a Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT). Desta maneira seriam absorvidas todas a áreas de pesquisa, desenvolvimento e fabricação de Material de Emprego Militar (MEM), atualmente denominados Sistemas e Materiais de Emprego Militar (SMEM). Neste contexto o General Cardoso, com o apoio de seu vice-chefe, o General Ubiratã Athayde Marcondes (atual gerente de sistemas terrestres da empresa ARES Aeroespacial e Defesa), elaboraria o Plano Básico de Ciência e Tecnologia (PBCT), que fixaria ações estratégicas alinhadas ao Planejamento Estratégico do Exército Brasileiro, vigente à época e que atendia à visão de futuro de buscar um patamar tecnológico com valor dissuasório. Entre seus principais projetos, o programa do Morteiro de 120 mm, já se encontrava em fase final de homologação operacional, permitindo assim a alocação de recursos financeiros e humanos em novos projetos. Dentro do escopo do Plano Básico de Ciência e Tecnologia (PBCT) encontrava-se sobre o comando do Capitão Marcello Menezes Eifler do Grupo de Armamento e Munição (GAM), o desenvolvimento de uma torre de 105 mm para Carro de Combate, que seria em em princípio, destinada a Nova Família de Blindados, que em 2007 se transformaria no Programa Estratégico do Exército (Prg EE) GUARANI. Logo de início identificou que, devido à falta de experiência do Centro Tecnológico do Exército (CTEx) com os sistemas eletrônicos embarcados em uma torre desse tipo, não haveria condições, a curto prazo, de se projetar e conceber tal sistema de grande complexibilidade, passando a estudar a possibilidade de partir para uma torre de design e funcionalidades mais simples, como forma de absorver conhecimento der imediato, para o desenvolvimento posterior de conjuntos maiores e mais complexos. 

A oportunidade para um projeto mais simples surgiria a seguir, com a participação das Forças Armadas Brasileiras, da Missão de Paz das Nações Unidas no Haiti MINUSTAH (Mission des Nations Unies pour la Stabilisation en Haïti). Nesta operação multinacional, muitas vezes ocorreriam enfrentamento contra ex-militares das forças armadas haitianas (extintas em 1994, por Jean Bertrand Aristide), ex-policiais e bandidos comuns, que organizados em miliciais se dedicavam a controlar algumas áreas na capital Port au Prínce. Estas forças irregulares estavam armadas com os mais variados tipos de armas leves, desde carabinas M-1 Carbine a fuzis M-1 Garand e AK-47 Kalashnikov, forçando as tropas brasileiras a adaptar-se um novo e peculiar tipo de confronto assimétrico. Este cenário levaria a implementação de novas táticas, e a adaptação das viaturas com o intuito de fornecer um mínimo de proteção adequada a seus ocupantes.  Neste contexto um dos principais pontos críticos era a exposição do operador da metralhadora de apoio das viaturas blindadas de transporte de tropas Engesa EE-11 Urutu a tiros deflagrados por estes milicianos. Como solução seriam desenvolvidos estudos entre o Centro Tecnológico do Exército (CTEx) e o Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), visando inicialmente a construção de uma torre mecânica blindada. Este processo evoluiria para o estudo de emprego de um Sistema de Armas Remotamente Controlado (SARC), havendo inclusive, no final de 2007, a instalação de um SARC CWS 30, da israelense RAFAEL Advanced Defense Systems, com uma metralhadora de calibre 7,62 mm MAG, em um EE-11 Urutu, a fim de ser submetidos a testes de campo. Os resultados seriam promissores, porém os custos envolvidos em um processo de importação seriam demasiados altos para o momento, gerando a oportunidade para a possibilidade em se desenvolver um Sistema de Armas Remotamente Controlado (SARC), nacional. É importante frisar que, nos últimos conflitos armados, principalmente em áreas urbanas, houve uma intensa utilização deste tipo de sistema, sendo denominado internacionalmente pela sigla RWCS (Remote Controlled Weapon Station), na qual o atirador fica posicionado no interior da viatura, onde realiza as operações remotas de pontaria e disparo do armamento. No exterior da viatura permanece somente o armamento, o reparo e os sistemas de observação de alvos, constituídos principalmente por câmeras diurna e noturna. A versão mais moderna desses sistemas incorpora também um sistema de estabilização, permitindo a realização do tiro com a viatura em movimento. 
Devido a uma demanda de aparelho de pontaria para os novos morteiros de 120 mm produzidos nacionalmente, o comando do Grupo de Armamento e Munição (GAM), estabeleceu conversações com a empresa Periscópio Equipamentos Optrônicos Ltda, no intuito de se aprofundar no conhecimento de seu Sistema de Pontaria para Tiro Indireto de Morteiros (SPOTIM). Durante uma reuniao, seria apresentado aos oficiais o sistema IVERA (Indicador Visual Estabilizado de Rampa de Aproximação), desenvolvido para fornecer aos pilotos de helicópteros a indicação visual estabilizada da rampa de aproximação para pouso em embarcações. Curiosamente este conjunto preencheria adequadamente lacuna de capacidade tecnológica que faltava ao Centro Tecnológico do Exército (CTEx), para a criação de um sistema de armas remotamente controlado nacional. Negociações de parceria em desenvolvimento seriam estabelecidas, resultando no segundo semestre do ano e 2006 na criação do  “Projeto básico de pesquisa, desenvolvimento e produção de um protótipo de Reparo de Metralhadora Automatizado X (REMAX)”, sendo que esse acrônimo foi criado pelo General Ribeiro Souto. Já nos requisitos iniciais do projeto do SARC REMAX, ficou claro o pragmatismo empregado pelo Exército Brasileiro, buscando concentrar seus poucos recursos em sistemas para seu Teatro de Operação (TO), pois este sistema seria desenvolvido inicialmente para utilizar apenas como armamento as metralhadoras Browning M-2HB de calibre .50 (12,7×99 mm) e FN MAG de calibre 7,62×51 mm. Como premissa básica, esta torre deveria ser projetada desde sua concepção inicial envolvendo uma arquitetura modular, que permitisse a implementação de componentes que agregassem diferentes funcionalidades, e multiplataforma, para poder ser integrado em quaisquer viaturas blindadas com teto rígido (EE-11 Urutu, Iveco Guarani, M-113 e  Leopard  A5BR) com um mínimo de modificações. O desenvolvimento do SARC REMAX insere-se em um contexto histórico de busca pela autonomia tecnológica do Exército Brasileiro, iniciada durante a Segunda Guerra Mundial, quando a dependência de equipamentos importados revelou a necessidade de investir em pesquisa e desenvolvimento nacionais. A criação do CTEx, em 1979, e sua consolidação nas décadas seguintes, sob a liderança de figuras como o General Alberto Mendes Cardoso, proporcionaram a base para projetos inovadores como o REMAX. 

Emprego no Exército Brasileiro.
Em dezembro de 2006, o Ministério da Defesa do Brasil celebrou um marco significativo na modernização tecnológica das Forças Armadas ao firmar o contrato nº 004/2006-CTEx com a empresa nacional Ares Aeroespacial e Defesa Ltda., anteriormente conhecida como Periscópio Equipamentos Optrônicos Ltda. Este contrato, no valor de R$ 1.245.000,00, destinava-se à pesquisa, desenvolvimento e produção de um protótipo experimental inovador, designado como REMAX 1 (Reparo de Metralhadora Automatizado X). O prazo estipulado para a conclusão do projeto era dezembro de 2008. O contrato foi formalizado por inexigibilidade de licitação, justificada pela singularidade do objeto: o REMAX 1 representava o primeiro Sistema de Armas Remotamente Controlado (SARC) desenvolvido no hemisfério sul, utilizando tecnologias de ponta ainda não plenamente dominadas na época. A iniciativa refletia o compromisso do Brasil em avançar sua autonomia tecnológica no setor de defesa, em um período marcado por esforços globais para modernizar equipamentos militares em resposta a novos desafios de segurança. A Ares Aeroespacial e Defesa Ltda., reconhecida por sua expertise em sistemas de estabilização terrestre, trouxe ao projeto sua capacidade técnica especializada. Contudo, um aspecto crucial do contrato era a garantia de que toda a propriedade intelectual do REMAX 1 pertencesse exclusivamente ao Exército Brasileiro. Essa cláusula reforçava a soberania nacional sobre o desenvolvimento tecnológico, assegurando que os avanços alcançados permanecessem sob controle estatal e pudessem ser utilizados em futuros projetos de defesa. No primeiro semestre de 2009, o projeto alcançou um marco importante com a apresentação de um modelo de exposição (mock-up) do sistema REMAX 1, integrado à Viatura Blindada de Transporte de Pessoal – Média Sobre Rodas (VBTP-MSR) Iveco 6×6 Guarani. A exibição ocorreu durante a Latin America Aero & Defence (LAAD), realizada no Rio de Janeiro, um dos principais eventos do setor de defesa na América Latina. Embora o mock-up representasse um protótipo não funcional, sua integração à VBTP-MSR Guarani demonstrou o potencial do sistema e marcou o primeiro estágio de compatibilidade com uma plataforma veicular. Apesar do progresso, o desenvolvimento do protótipo experimental, concluído no segundo semestre de 2009, enfrentou um obstáculo significativo: a VBTP-MSR 6×6 Guarani ainda não havia sido entregue pelo fabricante, comprometendo a integração do sistema à plataforma originalmente planejada. Para evitar atrasos adicionais no cronograma, o Exército Brasileiro, por intermédio do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), solicitou a cessão de uma viatura Engesa EE-11 Urutu, um veículo blindado sobre rodas já em uso pelas Forças Armadas. Essa decisão estratégica permitiu a continuidade do projeto, possibilitando a integração do REMAX 1 a uma plataforma alternativa.

Com o sistema REMAX 1 integrado à viatura EE-11 Urutu, iniciaram-se as atividades de avaliação conduzidas pelo Centro de Avaliações do Exército (CAEx), localizado no Rio de Janeiro. O conjunto foi submetido a extensos testes em campo, nos quais foram verificadas suas funcionalidades básicas, incluindo precisão, estabilização e operação remota. Os resultados foram promissores, demonstrando a viabilidade técnica do sistema e validando sua continuidade. Esses testes representaram um passo crucial para consolidar a confiança no projeto, pavimentando o caminho para a próxima fase de desenvolvimento técnico e operacional. Em outubro de 2009, o Ministério da Defesa do Brasil consolidou mais uma etapa no avanço tecnológico de suas Forças Armadas ao celebrar o contrato nº 004/2009-CTEx com a Ares Aeroespacial e Defesa Ltda. Este acordo, no valor de R$ 893.582,00, destinava-se ao desenvolvimento de um segundo protótipo operacional, denominado REMAX 2 (Reparo de Metralhadora Automatizado X). O objetivo principal era iniciar a integração do sistema REMAX à Viatura Blindada de Transporte de Pessoal – Média Sobre Rodas (VBTP-MSR) Iveco 6×6 Guarani, em paralelo à avaliação do protótipo experimental REMAX 1, conduzida pelo Centro de Avaliações do Exército (CAEx). Este contrato representava um marco na busca pela modernização militar brasileira, em um período de intensos esforços para fortalecer a indústria nacional de defesa diante de um cenário global de rápidas transformações tecnológicas. O REMAX 2 foi projetado para incorporar melhorias significativas em relação ao protótipo experimental REMAX 1, com base nas lições aprendidas durante testes laboratoriais e de campo. Essas melhorias incluíam funcionalidades adicionais voltadas para aumentar a segurança operacional e o desempenho do sistema, reforçando sua capacidade de operação remota em condições adversas. Assim como no contrato anterior, a propriedade intelectual do REMAX 2 foi estabelecida como 100% pertencente ao Exército Brasileiro, garantindo a soberania nacional sobre o desenvolvimento tecnológico e sua aplicação em futuros projetos de defesa. Enquanto o desenvolvimento do REMAX 2 avançava, o protótipo experimental REMAX 1 passava por uma fase intensiva de testes. Em junho de 2010, após um período de treinamento de pessoal conduzido pelo Centro Tecnológico do Exército (CTEx), com foco na operação do sistema e na manutenção da viatura Engesa EE-11 Urutu — cedida pelo Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) —, iniciaram-se as avaliações do REMAX 1 no CAEx. Os testes foram estruturados em quatro grupos principais: Testes Funcionais: Verificação das capacidades operacionais básicas do sistema. Testes em Estativa: Avaliação do desempenho em condições estáticas. Testes com Integração ao EE-11 Urutu: Ensaios com a viatura parada e em movimento, utilizando alvos fixos. Testes Ambientais: Análise da resistência do sistema a diferentes condições climáticas e operacionais Os resultados desses testes foram fundamentais para validar a robustez do REMAX 1 e fornecer subsídios técnicos para o desenvolvimento do REMAX 2, confirmando a viabilidade do sistema como uma solução inovadora para operações militares.
A produção do protótipo operacional REMAX 2 foi concluída em setembro de 2011. Em fevereiro de 2012, o sistema foi instalado na Viatura Blindada de Patrulhamento e Emprego Dual (VBPED) para a realização de testes iniciais de apreciação. Os resultados foram considerados satisfatórios, culminando na homologação do Relatório de Apreciação pelo CAEx, oficializada em 25 de julho de 2012, por meio da Portaria nº 024/DCT. Este marco representou a validação formal do REMAX 2 como um sistema funcional e pronto para avançar na integração com plataformas mais modernas. Em 2013, após intensas negociações com a Gerência do Projeto Guarani e a Iveco Veículos de Defesa, parceira do Exército Brasileiro no desenvolvimento da VBTP-MSR 6×6 Guarani, o REMAX 2 foi finalmente integrado ao protótipo dessa viatura. Este processo marcou a concretização de um dos principais objetivos do projeto: a compatibilidade do sistema com a nova geração de veículos blindados brasileiros, projetados para atender às demandas operacionais do século XXI. O REMAX 2, integrado à VBTP-MSR 6×6 Guarani, foi oficialmente apresentado ao público durante a Latin America Aero & Defence (LAAD) de 2013, realizada no Rio de Janeiro. A LAAD, um dos principais eventos do setor de defesa na América Latina, proporcionou uma vitrine internacional para exibir os avanços tecnológicos do Brasil. A exibição do REMAX 2 consolidou a reputação da indústria de defesa nacional e destacou a capacidade do Exército Brasileiro de desenvolver soluções inovadoras em parceria com a iniciativa privada. Em outubro de 2012, o Ministério da Defesa do Brasil marcou um avanço significativo em sua estratégia de modernização militar ao celebrar o contrato nº 001/2012-DF entre a Diretoria de Fabricação e a Ares Aeroespacial e Defesa Ltda. Este contrato, no valor inicial de R$ 49.418.088,00, destinava-se à produção de um lote piloto de setenta e seis unidades do sistema REMAX 3 (Reparo de Metralhadora Automatizado X), sendo as duas primeiras unidades, denominadas cabeças de série (CS1 e CS2), destinadas a testes estáticos. Posteriormente, o valor do contrato foi ajustado por meio do Termo Aditivo nº 2, que considerou a isenção de impostos como PIS e COFINS, resultando na devolução de aproximadamente R$ 1.800.000,00 à União. Este marco refletia o compromisso do Brasil com o fortalecimento de sua indústria de defesa, em um período de intensificação de esforços para desenvolver tecnologias nacionais em resposta às demandas globais por inovação militar. A Ares Aeroespacial e Defesa Ltda., embora detentora da expertise técnica necessária, ainda não possuía uma infraestrutura fabril capaz de atender à escala de produção exigida pelo contrato. Para viabilizar a construção de uma linha de montagem adequada, a empresa solicitou ao Exército Brasileiro a antecipação de parte do valor do contrato, pedido que foi prontamente atendido. Como contrapartida (offset), a Ares comprometeu-se a fornecer cinco unidades adicionais do REMAX 3, elevando o total do lote piloto para oitenta e uma unidades. Essa colaboração exemplificou o modelo de parceria público-privada que caracterizou o projeto REMAX, unindo interesses estratégicos do Exército com o fortalecimento da capacidade industrial nacional.

O desenvolvimento do lote piloto REMAX 3 teve uma duração aproximada de um ano, com a produção das unidades iniciada em 2012 e os primeiros testes conduzidos em 2013. O Centro de Avaliações do Exército (CAEx), localizado no Rio de Janeiro, foi responsável pela avaliação das cabeças de série (CS1 e CS2), submetendo-as a rigorosos testes de desempenho. Além disso, o CAEx avaliou os manuais de operação e manutenção fornecidos pela Ares, garantindo que o sistema fosse acompanhado de documentação técnica precisa e acessível, essencial para sua implementação em campo. Em 2014, a Ares realizou a qualificação da integração do lote piloto REMAX 3 à Viatura Blindada de Transporte de Pessoal – Média Sobre Rodas (VBTP-MSR) 6×6 Guarani, especificamente no chassi 83, LED 67. A integração foi um esforço conjunto: a Ares forneceu os componentes do kit de instalação, enquanto a Iveco Veículos de Defesa, parceira do Exército no desenvolvimento do Guarani, foi responsável pelo anel de interface, pela caixa de distribuição de potência e pela integração final do sistema. Esse processo demonstrou a capacidade de coordenação entre a indústria de defesa nacional e o Exército, consolidando a interoperabilidade do REMAX 3 com uma das plataformas mais modernas das Forças Armadas brasileiras. A Experimentação Doutrinária do REMAX 3 foi conduzida pela 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada (15ª Bda Inf Mec), sediada em Cascavel, Paraná. A escolha dessa unidade foi estratégica, uma vez que a brigada já havia realizado a experimentação da VBTP-MSR 6×6 Guarani e contava com infraestrutura e pessoal especializado em operações de infantaria mecanizada. Essa capacitação prévia garantiu que as atividades de teste fossem realizadas com eficiência, avaliando o desempenho do REMAX 3 em cenários operacionais realistas e contribuindo para a validação de sua doutrina de emprego. Em 2015, o REMAX 3 foi apresentado ao público durante a Latin America Aero & Defence (LAAD), realizada no Rio de Janeiro, um dos principais eventos do setor de defesa na América Latina. O sistema foi exibido integrado à VBTP-MSR 6×6 Guarani, bem como às viaturas experimentais VBMT-LSR 4×4, incluindo os modelos RTD/AVIBRAS Sherpa - Tupi, Iveco LMV e Inbra Gladiador II. Todas as instalações demonstradas estavam plenamente operacionais, destacando a versatilidade do REMAX 3 e sua compatibilidade com diferentes plataformas veiculares. O Centro de Avaliação do Exército (CAEx) em conjunto com a  Ares Aeroespacial e Defesa Ltda e o 33° Batalhão de Infantaria Motorizado (33º BI Mtz) realizariam avaliações complementares no REMAX integrado na VBPT-MR 6×6 Guarani e encontraram algumas não conformidades, principalmente em relação ao módulo optrônico que, para soluciona-lo, uma equipe com membros da Diretoria de Fabricação (DF) e da Ares Aeroespacial e Defesa Ltda foram à fábrica da OIP Sensor Systems, na Bélgica, a fim de acompanhar os testes com este módulo e adquirir os conhecimentos necessários para a integração do REMAX à viatura.  Após as avaliações realizadas dentro do escopo da Experimentação Doutrinária, foi publicada a Portaria Nº 065-EME, de 8 de marco 2016, adotando oficialmente o Sistema de Armas Reparo de Metralhadora Automatizado X, versão 3 (REMAX 3). 
Em dezembro de 2016 foi celebrado o contrato nº 186/2016-COLOG, para a produção do lote primeiro lote de produção, de 215 unidades, no valor de R$ R$ 328.057.657,39, com validade inicial de 5 anos, e que seria atendido conforme dotação orçamentária. Já em operação regular há mais de 6 anos, o Sistema de Armas Remotamente Controlado REMAX, vem consolidando plenamente seu conceito dentro das tropas do Exército Brasileiro, possibilitando dar mais suporte de fogo às unidades mecanizadas brasileiras ao mesmo tempo que garantiria a proteção de seu atirador, que é considerado um ponto crítico na guerra moderna, substituindo os reparos manuais de metralhadoras. Até o presente momento já foram entregues mais de 150 unidades, e mais dezenas se encontram no momento, no 4º Depósito de Suprimentos (4º D Sup), em Juiz de fora/MG, em processo de instalação em viaturas VBTP-MSR Iveco 6×6 Guarani. O grande êxito operacional levaria o Comando do Exército Brasileiro a estudar o emprego deste sistema junto ao programa da Viatura Blindada Multitarefa, Leve de Rodas (VBMT-LR) Iveco LMV. Com os testes sendo conduzidos a partir do mês de abril do ano de 2020 contando com o apoio da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada (9ª Bda Inf Mtz), do Centro de Avaliações do Exército (CAEx) e das empresas Iveco Veículos de Defesa e ARES Aeroespacial e Defesa. Com o sistema sendo homologado em maio do mesmo ano, gerando um contrato para o fornecimento de oito torres deste sistema para equipar um número similar destes veículos blindados com tração 4X4. Em novembro de 2021 o Centro Tecnológico do Exército (CTEx), foi formalizado o desenvolvimento do novo sistema de armas remotamente controlado (SARC) REMAX 4 e um pacote de atualização dos REMAX 3 atualmente em uso, através do acordo de cooperação nº 21-DCT-005-00, entre o Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) do Exército e a empresa Ares Aeroespacial e Defesa. O REMAX 4 é uma evolução do atual REMAX 3, desenvolvido entre o Exército e a empresa Ares, cujas principais mudanças são, além da atualização dos eletrônicos, hardware e arquitetura de software, terá seu módulo de optrônicos desacoplado do berço, permitindo graus de liberdade independentes (azimute e elevação) à linha de visada; capacidade do cofre de munição aumentada em três vezes, indo de 100 para 300 para cartuchos 12,7x99mm, e de 200 para 600 para 7,62x51mm; e possibilidade de adicionar uma estação de trabalho para o comandante de viatura, permitindo o controle total da estação de armas, podendo ser integrada ao sistema de gerenciamento de missão (SGM), aumentando sua consciência situacional. Com essas modificações, além de manter o sistema no chamado “estado-da-arte”, permitirá a uma integração mais fácil com outros armamentos, como lançadores automáticos de granadas (LAG) e mísseis anticarro (“anti-tank guided missile” – ATGM). Também poderá ser integrado um sistema de alerta laser (“laser warning systems” – LWS), sendo que no protótipo foi instalado o ELAWS 2, da Elbit Systems. O pacote de atualização dos SARC em operação, cuja denominação é REMAX 3A1, deverá ter as mesmas características à exceção do sistema optrônico desacoplado e das menores dimensões.

Em Escala
Para recriar o SARC REMAX 3 em escala 1/35, foi utilizado o kit de detalhamento impresso em 3D produzido pela Oficina do Aquino, reconhecido por sua alta qualidade e precisão. Esse kit, desenvolvido especificamente para modelistas que buscam fidelidade aos equipamentos militares brasileiros, oferece componentes detalhados que reproduzem com exatidão as características técnicas e estéticas do REMAX 3, incluindo a torre automatizada e seus sistemas ópticos e de armamento. A qualidade do material impresso em 3D permite capturar os contornos e funcionalidades do sistema, proporcionando uma representação realista e fiel ao equipamento em uso pelo Exército Brasileiro. Para aprimorar a autenticidade da miniatura, foram utilizados decais provenientes de outros modelos, adaptados para representar as marcações específicas da torre do REMAX 3. 
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura tático no verde oliva empregado pelo Exército Brasileiro, existem vários registros fotográficos indicando também o emprego da camuflagem padrão em  dois tons (verde e marrom terra), em uso nos veículos militares da Força Terrestre  desde o ano de 1983. Empregamos tintas, vernizes e washes produzidos pela Tom Colors.

Bibliografia :
- Remote Controlled Weapon Station - https://en.wikipedia.org/wiki/Remote_controlled_weapon_station
- Especial SARC REMAX Tecnologia e Defesa por Paulo R. Bastos Jr - https://tecnodefesa.com.br
- EB homologa o SARC REMAX nas VBMT-LR 4×4 Iveco LMV-BR - https://tecnodefesa.com.br
- REMAX 4 entra em produção e é integrado ao LMV-BR - https://tecnodefesa.com.br