História e Desenvolvimento.
Há mais de um século, os engenheiros alemães Gottlieb Daimler e Carl Benz construiriam ao mesmo tempo e período, os primeiros automóveis motorizados funcionais do mundo. O pioneirismo desses homens faria com que colecionassem outras conquistas, como a construção do primeiro ônibus, do primeiro caminhão com motor a gasolina e do primeiro caminhão a diesel do mundo. Em abril de 1900 nasceria um novo motor, que seria denominado como "Daimler-Mercedes", grupo propulsor este que impulsionaria a produção em série dos primeiros carros comerciais por ser simples, eficaz e de baixo custo. Após a Primeira Guerra Mundial, as dificuldades econômicas levaram à fusão da Benz & Cie. com a DMG em 1926, formando a Daimler-Benz AG. O nome "Mercedes-Benz" foi adotado para os veículos, combinando a marca de sucesso da DMG com o prestígio da Benz. O logotipo, a estrela de três pontas (representando mobilidade em terra, mar e ar), tornou-se icônico. Nos anos 1930, a Mercedes-Benz dominou o automobilismo com os carros de corrida conhecidos como Flechas de Prata (Silberpfeile). Modelos como o W25 e W125 estabeleceram a marca como líder em desempenho e tecnologia, vencendo inúmeros Grandes Prêmios. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a produção de carros civis foi suspensa, e a Mercedes-Benz focou na fabricação de veículos militares, como caminhões e motores para aviões. As fábricas sofreram danos significativos devido a bombardeios, mas a empresa conseguiu se recuperar rapidamente no pós-guerra. Neste contexto surgiriam os primeiros utilitários leves e caminhões, com o modelo Mercedes-Benz MB L-319, conquistando grande sucesso no mercado Europeu. Este novo modelo de pequeno porte apresentava um desenho de cabine avançada, conceito este que possuía vantagens, pois esta configuração permitia um espaço maior para a carga, sem a necessidade de se modificar o comprimento total do chassi, nem a distância entre eixos. Paralelamente seria retomada a produção de carros de passeio, focando em qualidade e durabilidade. Modelos como o Mercedes-Benz 300 SL "Gullwing" (1954), com suas portas em formato de asa de gaivota, tornaram-se ícones por seu design e desempenho. Paralelamente neste mesmo período a empresa alemã vislumbrava a oportunidade de uma expansão internacional, começando assim a estudar novos potenciais mercados, e entre estes o mercado sul-americano seria considerado como fundamental nesta estratégia. O Brasil seria definido como o ponto inicial deste processo, planejando-se o estabelecimento de uma linha de produção de caminhões e futuramente chassis para ônibus. Em 1951, a matriz alemã celebraria um convenio com o governo brasileiro para a fabricação local de caminhões e ônibus com motorização diesel. Dois anos depois, em outubro de 1953, com apenas 25% de capital alemão, foi fundada a Mercedes-Benz do Brasil S.A e imediatamente iniciada a construção da sua fábrica, em São Bernardo do Campo (SP), à beira da via Anchieta.
Na década de 1960 e início dos anos 1970, a Mercedes-Benz consolidava-se como referência em veículos comerciais pesados, como caminhões e ônibus, mas sua presença no segmento de vans era limitada. Modelos como a L319 (1955-1968), uma van de tamanho médio, e a Harburger Transporter (baseada na L206/L306, lançada em 1967) atendiam ao mercado, mas apresentavam limitações tecnológicas frente à concorrência de marcas como Volkswagen, com sua Transporter, e os modelos mais modernos de Fiat e Ford. O crescimento das economias europeias no período pós-guerra impulsionou a demanda por veículos comerciais leves, ideais para transporte urbano, entregas e serviços especializados. Diante desse cenário, a Mercedes-Benz identificou a oportunidade de desenvolver uma van que combinasse a robustez e a qualidade de seus caminhões com a agilidade necessária para ambientes urbanos, capaz de competir diretamente com a Volkswagen Transporter e atender a uma ampla gama de aplicações, desde transporte de carga até conversões para passageiros e usos especializados. No início dos anos 1970, a Mercedes-Benz deu início ao desenvolvimento de uma nova van, internamente designada T1. O projeto, liderado pela fábrica de Bremen, na Alemanha, que se tornaria o principal centro de produção, tinha como objetivo criar um veículo inovador, funcional e versátil. Outras unidades fabris, como a de Düsseldorf, também contribuíram para a manufatura. A proposta era clara: oferecer um transporte comercial leve que unisse durabilidade, confiabilidade e eficiência, mantendo o padrão de excelência da marca. Em abril de 1977, a Mercedes-Benz apresentou ao mercado a TN, ou Transporter Neu (Transportador Novo, em alemão), marcando sua entrada definitiva no segmento de vans modernas. Conhecida comercialmente como T1 e popularmente chamada de "Bremer Transporter" devido à sua produção em Bremen, a TN destacou-se por sua robustez, funcionalidade e versatilidade. A TN foi projetada com um design funcional, caracterizado por linhas retas e uma carroceria quadrada que otimizava o espaço interno. Suas portas traseiras de abertura total e portas laterais deslizantes facilitavam o acesso, tornando-a ideal para diversas aplicações. Disponível em múltiplas configurações, incluindo furgão, van de passageiros, chassis-cabina e microônibus, a TN oferecia opções de entre-eixos (3.050 mm, 3.350 mm e 3.700 mm), tetos baixo, médio e alto, e pesos brutos totais (PBT) que variavam de 2,55 a 3,5 toneladas, com algumas versões posteriores alcançando até 4,6 toneladas.

A TN era equipada com motores confiáveis para a época: Motores Diesel: OM616, de 2.4 litros e 4 cilindros, com potência entre 65 e 72 cv e a Gasolina: M115, de 2.3 litros, com 85 cv, Câmbio manual de 4 ou 5 marchas, com tração traseira. Versões posteriores incluíram tração integral como opcional. Em termos de segurança e dirigibilidade, a TN contava com freios a disco na dianteira, suspensão independente na frente e eixo rígido traseiro com molas parabólicas, garantindo estabilidade e capacidade de carga. Embora tecnologias como airbags e ABS não estivessem disponíveis na década de 1970, a estrutura reforçada da TN oferecia segurança passiva superior para os padrões da época. A TN foi projetada para atender a uma ampla gama de necessidades: Furgão: Ideal para entregas urbanas e transporte de mercadorias. Van de Passageiros: Configurações de 8 a 12 assentos, usadas em transporte escolar, executivo e de trabalhadores. Chassi-Cabina: Base para conversões como ambulâncias, motorhomes e veículos de bombeiros. Microônibus: Empregado em serviços de transporte público e turismo. Seria produzida principalmente em Bremen e Düsseldorf, Alemanha. Também foi montada em CKD (Completely Knocked Down) em outros países, como a Espanha (pela fábrica de Vitoria) e a Argentina, para atender mercados regionais. A TN competiu com a Volkswagen Transporter (T2/T3), Fiat Ducato e Ford Transit. Embora fosse mais cara, sua qualidade superior, confiabilidade e durabilidade a tornaram a escolha preferida para frotistas e aplicações especiais, como ambulâncias e veículos policiais. Apesar de apresentar grandes inovações ao mercado neste segmento , a resposta da concorrência rápida e eficiente e logo no inicio da década seguinte ela estava desatualizada frente ao novos modelos produzidos pela Renault e Volkswagen. Neste momento em especifico este o nicho de utilitários leves urbanos na Europa se mostrava em plena ascensão representando uma grande oportunidade mercadológica, com segmento segmento sendo liderado por de veículos de origem francesa.Visando reverter esta cenário, a equipe de engenharia da empresa promoveria atualizações na família, envolvendo em 1981 a introdução do motor diesel de 5 cilindros (OM617, 88 cv) e melhorias na suspensão. A seguir em 1988 seria feita a adoção do novo motor diesel OM602 (2.9 litros, 98 cv), mais eficiente, e opções de tração integral (4x4) para mercados específicos, como áreas rurais e montanhosas. Por fim em 1990 seria realizada uma atualização estética com novos faróis, grade frontal e interior mais ergonômico. Introdução de versões de maior capacidade (PBT até 4,6 toneladas). Apesar desta melhorias, ficava claro que o modelo se encontrava no estágio final aprimoramento, levando a montadora a iniciar estudos para o desenvolvimento de um novo modelo.
Em 1995 a montadora apresentaria ao mercado sua nova linha a Mercedes Sprinter MB 180 D e 310 D, uma “Van Full-size”, monovolume para transporte de carga e passageiros, criando o segmento de Large Vans (PBT de 3,5 a 5 toneladas). Foi a primeira van da marca com um nome próprio, destacando-se por segurança (freios a disco com ABS), versatilidade e motores diesel eficientes. Apresentava um motor a diesel de quatro cilindros em linha Mercedes-Benz OM 601 de 2.148 cc com potência de 74 cv á 4.400 rpm, câmbio manual MB 313 02/11 de cinco marchas sincronizadas a frente e uma a ré. Seu peso líquido era na ordem de 1954 kg e bruto de 3.500 kg, e ainda dimensões de 4,97 metros de comprimento na versão SWB a 6,68 metros na versão LWB, com uma largura de 1,88 metros, em termos de altura, as dimensões variavam por versão, sendo de 2,36 metros na versão 2500 High Ceiling SWB á 2,59 metros na versão 2500 Super High Ceiling SWB. A distância entre eixos, apresentava-se na versão SWB 2,99 metros, na MWB 3,55 mm e por fim 4,01 metro no modelo LWB. Posteriormente a montadora lançaria na mesma plataforma, uma versão de camionete, com o cliente podendo optar por qualquer tipo de carroceira para instalação posterior, seja aberta, fechada ou frigorificada. Sendo inicialmente produzidos na linha de montagem da fábrica da Mercedes-Benz em Dusseldorf, na Alemanha, a família de utilitários leves urbanos passaria a conquistar expressivo sucesso comercial, não só em seu país de origem, mas também em outros países do continente europeu. Este movimento, levaria a matriz alemã a expandir a produção desta família de utilitários urbanos leves para as linhas de montagem da subsidiaria espanhola, em sua planta fabril na cidade de Barcelona. Neste mesmo momento o mercado brasileiro de utilitário leves, até então dominado pelas já obsoletas Volkswagen Kombi, passava ser invadido por novos competidores de origem asiática, representado pelos modelos Kia Besta e Asia Topic, com seu desempenho e capacidade de transporte se mostrando muito superiores ao líder de mercado. Rapidamente estes novos veículos passariam a compor a paisagem das grandes cidades brasileiras, sendo empregas em tarefas de transporte de passageiros (lotação), carga e ambulância. Atentos a esta tendencia de mercado, a diretoria comercial da Mercedes-Benz do Brasil S/A, decidiria oferecer ao mercado uma nova alternativa. A escolha em 1993 recairia sobre o modelo Sprinter MB-180D com peso bruto total de 3.500 kg, sendo este veículo importado da Espanha. Assim como as concorrentes asiáticas, esta van tinha a vantagem, perante a Volkswagen Kombi, de ser a diesel e, perante as demais, de ser de uma montadora gabaritada no cenário internacional. Trazendo o motor OM-616 originário do automóvel 240D muito utilizado como táxi na Europa, Oriente Médio e África, este era movido a diesel e trabalhava com pré-câmara de combustão e com seus 2.4 litros possuía apenas 75cv de potência a 4.400rpm.

Emprego nas Forças Armadas Brasileiras.
A história da motomecanização militar no Brasil teve início no final da década de 1910, marcando uma transição significativa nas operações das Forças Armadas Brasileiras. Em 1919, o Exército Brasileiro enviou uma Comissão Militar à França para visitar a fábrica da Renault, em Paris, com o objetivo de adquirir ambulâncias. Essa iniciativa culminou, em 1921, na incorporação dos primeiros veículos de socorro e remoção médica, que se tornaram precursores da substituição gradual de uma força terrestre hipomóvel por uma motomecanizada. Esses veículos representaram um marco na modernização militar, introduzindo a mobilidade automotiva em operações logísticas e médicas. Durante a Revolução de 1924, os veículos automotores tiveram sua primeira utilização expressiva em contexto militar no Brasil, especialmente na frente de combate no Paraná. Sob o comando do General Cândido Rondon, diversos veículos civis e militares foram empregados, desempenhando funções como transporte de feridos em ambulâncias e deslocamento de tropas em pequenos caminhões. Apesar disso, o suporte logístico, incluindo o transporte de suprimentos, combustíveis e outros itens essenciais, ainda dependia majoritariamente de carroças tracionadas por cavalos. A experiência bem-sucedida com os veículos automotores nesse conflito incentivou o governo brasileiro a expandir sua frota nos anos seguintes, com destaque para a aquisição de um número significativo de ambulâncias baseadas no modelo Ford TT, conhecido por sua robustez e versatilidade. Nas décadas subsequentes, o Exército Brasileiro, a Marinha do Brasil e, posteriormente, a Força Aérea Brasileira continuaram a incorporar ambulâncias e utilitários leves mais modernos. Um salto tecnológico relevante ocorreu em 1942, com a adesão do Brasil ao programa norte-americano Lend-Lease Act (Lei de Empréstimos e Arrendamentos). Por meio desse acordo, o país recebeu equipamentos militares avançados, incluindo 149 ambulâncias Dodge WC-54, que se destacaram pela durabilidade e eficiência em operações de campo. Ao término da Segunda Guerra Mundial, as Forças Armadas Brasileiras estavam predominantemente equipadas com veículos de origem norte-americana, produzidos pela Dodge, nas versões WC-51, WC-52, WC-53 e WC-54, que se tornaram a espinha dorsal de suas operações logísticas e médicas. Essa predominância de veículos norte-americanos começou a mudar na década de 1960, com a chegada das primeiras filiais de montadoras internacionais ao Brasil.
Nesse contexto, a Volkswagen Kombi 1300, na versão ambulância, foi o primeiro utilitário de fabricação nacional a ser incorporado ao Exército Brasileiro, com as primeiras unidades entregues a partir de 1961. Sua simplicidade, baixo custo de aquisição e manutenção, além da facilidade de operação, garantiram grande aceitação nas Forças Armadas. A VW Kombi 1300 passou a equipar hospitais militares e unidades médicas administrativas em diversas regiões do país, tornando-se um símbolo de acessibilidade e funcionalidade. No entanto, a Kombi apresentava limitações em operações fora de estrada, o que levou à aquisição de ambulâncias derivadas de veículos mais robustos e adequados a terrenos difíceis com ou sem tração integral. Modelos como Ford Willys-Overland Rural F-75 e F-85, Chevrolet Veraneio C-1416 e C-1410, e Toyota Bandeirante foram incorporados pelas Forças Armadas ao longo das décadas de 1970 e 1980. Esses veículos, adquiridos em larga pelo Exército Basileiro, Marinha do Brasil e Força Aérea Brasileira, destacaram-se não apenas em tarefas de socorro e remoção médica, mas também em funções utilitárias de transporte. Além do uso militar, versões desses modelos foram adotadas por polícias militares estaduais e corpos de bombeiros, ampliando sua relevância em operações de segurança pública e emergências. A trajetória da motomecanização no Brasil, iniciada com as primeiras ambulâncias Renault e consolidada com a incorporação de veículos nacionais e importados, reflete o esforço contínuo das Forças Armadas em modernizar suas operações. Essa evolução, impulsionada por avanços tecnológicos e pela adaptação às necessidades operacionais, pavimentou o caminho para uma força militar mais ágil, eficiente e preparada para os desafios que se apresentavam. No início da década de 1990 durante o governo do presidente Fernando Collor de Melo, a abertura do mercado brasileiro às importações de veículos automotores abriu um leque de novas possibilidades para o setor automotivo, incentivando montadoras internacionais a expandirem seus portfólios com modelos de sucesso. Nesse contexto, a Mercedes-Benz do Brasil S/A tomou a estratégica decisão de introduzir a linha de utilitários leves urbanos MB-180 Sprinter, importando unidades produzidas por sua subsidiária espanhola. Esse modelo, equipado com um motor diesel MB OM-600 de quatro cilindros em linha, com 2.399 cm³ e potência de 75 cv a 4.400 rpm, oferecia uma capacidade de carga de até 1.560 kg, destacando-se pela robustez e versatilidade.

Entre as configurações disponíveis, a versão ambulância ganhou destaque no mercado brasileiro. Disponível em modelos que variavam desde a configuração básica de “simples remoção” até versões mais avançadas, equipadas com desfibriladores, tanques de oxigênio e sistemas de unidade de terapia intensiva (UTI), a Sprinter tornou-se uma escolha preferencial para órgãos governamentais civis. Suas dimensões externas compactas, aliadas à facilidade de manobra e agilidade no trânsito urbano, garantiam eficiência e confiabilidade, características indispensáveis para o transporte no setor da saúde. Essas qualidades consolidaram a Sprinter como o principal veículo utilizado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), do Ministério da Saúde, ao longo dos anos. Além do setor de saúde, a Sprinter também foi amplamente adotada em outras áreas. Em 1993, o governo do Estado de São Paulo adquiriu pelo menos 20 unidades de uma versão específica para uso policial, configurada como bases comunitárias móveis, e 30 unidades destinadas ao Corpo de Bombeiros da Polícia Militar para missões de resgate. No contexto de socorro médico, o amplo espaço interno dos furgões Sprinter oferecia conforto e segurança aos pacientes, além de praticidade e comodidade aos profissionais de saúde, facilitando o atendimento em situações críticas. A introdução da MB-180 Sprinter no Brasil representou um marco na modernização do transporte especializado, especialmente no setor de saúde e segurança pública. Sua combinação de tecnologia, funcionalidade e adaptabilidade às demandas do mercado brasileiro solidificou sua reputação como um veículo confiável e indispensável, deixando um legado duradouro em diversas aplicações. Aproveitando a sólida parceria estabelecida com o Exército Brasileiro, especialmente no fornecimento de caminhões militarizados, a Mercedes-Benz do Brasil S/A, em colaboração com a empresa Marimar Veículos Ltda., passou a oferecer, a partir de 1994, uma versão ambulância da recém-lançada MB-180 Sprinter. Essa versão foi projetada para atender às necessidades de “simples remoção” e “atendimento básico”. Na época, o veículo utilizado para essas funções pelo Exército era o Chevrolet Veraneio, que, embora funcional, apresentava limitações em espaço interno quando comparado à configuração monovolume da Sprinter. Esse diferencial, aliado à maior capacidade de acomodação de equipamentos e pacientes, foi decisivo para a aquisição de um primeiro lote de veículos, cuja entrega ocorreu no final do mesmo ano. Em operação, a Mercedes-Benz MB-180D Sprinter recebeu a designação oficial de Viatura de Transporte Especializado Ambulância (VTE Amb 4x2) e passou a integrar as frotas dos Hospitais do Exército Brasileiro, neste momento passariam a substituir os modelos mais antigos em uso , passando assim a desempenhar um papel crucial no atendimento médico militar.

O sucesso dessa iniciativa logo despertou o interesse dos demais ramos das Forças Armadas Brasileiras. A Marinha do Brasil adquiriu unidades para equipar seus Ambulatórios e Hospitais Navais, enquanto a Força Aérea Brasileira (FAB) também incorporou o modelo à sua frota, substituindo veículos menores e mais antigos que já não atendiam plenamente às demandas operacionais. A seguir seriam adquiridas pelo Exército Brasileiro mais ambulâncias agora configuradas na versão de "UTI móvel", movimento este adotado também pela Força Aérea Brasileira. Além das versões destinadas ao transporte médico, a Sprinter também foi adaptada para outras funções. Veículos configurados para o transporte de passageiros começaram a ser adquiridos, com destaque para o modelo Mercedes-Benz 312D Sprinter 2000, utilizado pelo Batalhão de Infantaria de Aeronáutica Especial de Brasília no apoio ao Pelotão de Cães de Guerra. Essa decisão foi seguida pelo Exército Brasileiro, que passou a empregar o mesmo modelo em seus Batalhões de Polícia do Exército, especificamente na Seção de Cães de Guerra – Canil. A partir de 2012, inspirado pela experiência da Força Aérea Brasileira (FAB), o Exército Brasileiro passou a incorporar um número reduzido de veículos Mercedes-Benz 415 CDI Sprinter, modelos 2012/2013, adaptados como viaturas canil pela empresa Tako Capotaria Ltda. Esses veículos foram destinados à Seção de Cães de Guerra – Canil, vinculada às unidades da Polícia do Exército (PE), reforçando a capacidade operacional dessas seções especializadas. Os primeiros modelos da linha Sprinter, adquiridos na década de 1990, foram gradualmente retirados do serviço ativo até meados da primeira década do século XXI. Eles foram substituídos por novos veículos, com destaque para a versão ambulância, que passou a compartilhar espaço com modelos baseados em plataformas de outras montadoras, como Renault e Iveco. Essa diversificação marcou o fim da predominância exclusiva da Mercedes-Benz no fornecimento de ambulâncias para as Forças Armadas. Esses novos veículos foram distribuídos aos hospitais das três Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica – e, de maneira notável, ao Batalhão da Guarda Presidencial do Exército Brasileiro, sediado em Brasília, DF, reforçando o suporte logístico e médico em uma unidade de alta relevância. No que diz respeito aos veículos da família Mercedes-Benz Sprinter configurados para transporte de passageiros, com capacidade para 16 lugares, as mais recentes aquisições foram realizadas pela Marinha do Brasil. Essas unidades foram alocadas aos Comandos dos Distritos Navais distribuídos pelo território nacional, atendendo às necessidades de mobilidade em operações administrativas e logísticas.
Em Escala.
Para representarmos o Mercedes-Benz MB-180D Sprinter VTE Ambulancia 4X2, do Exército Brasileiro, fizemos uso do modelo em die cast produzido pela Axio na escala 1/43 para a "Coleção Veículos de Serviço do Brasil" da Editora Altayia. Como não há diferenças entre a versão civil e militar não há a necessidade proceder nenhuma customização. Empregamos decais confeccionados pela Decals e Books pertencentes ao set "Forças Armadas do Brasil 1983 á 2002 1/35”.O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o primeiro padrão de pintura, empregado em todas as ambulâncias do Exército Brasileiro (mesmo padrão civil) utilizadas junto as unidades de saúde administrativas da organização. Já os veículos a serviço em outras tarefas fazem uso dos esquemas de pintura pertinentes a cada ramo das Forças Armadas Brasileiras.
Bibliografia :
- Primórdios da Motorização no Exército Brasileiro 1919-1940 - Expedito Carlos Stephani Bastos;
- Veículos de Serviço do Brasil – Mercedes-Benz MB-180D Sprinter – Editora Altaya;
- Mercedes- Wikipedia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Mercedes-Benz;
- Mercedes-Benz do Brasil - https://www2.mercedes-benz.com.br/
- Marinha do Brasil - https://www.marinha.mil.br/
- Exército Brasileiro - https://eb.mil.br/