Dodge M-37, M-43 & M-56

História e Desenvolvimento.
Em 1900, os irmãos John F. Dodge e Horace E. Dodge decidiram construir um automóvel diferente dos modelos existentes no mercado naquele momento. Passando inicialmente a produzir quase que artesanalmente dezenas de veículos, este processo evoluiria para um status de produção em série a partir do ano de 1914. Agora a montadora denominada como Dodge Brothers Motors Company, logo ganharia notoriedade no mercado norte-americano de carros de passeio, passando a conquistar um importante fatia daquele mercado. Este sucesso permitiria a empresa a amealhar recursos para iniciar em meados da década seguinte, o desenvolvimento de veículos utilitários para emprego no mercado comercial civil. Infelizmente, pouco tempo depois os irmãos fundadores faleceriam, com a empresa em 1928 passando a integrar o conglomerado de empresas da Chrysler Corporation. Os primeiros modelos utilitários criados e lançados no mercado, eram baseados nas plataformas dos veículos comerciais de passageiros desta mesma marca, resultando assim em menores investimentos para projeto e produção. A exemplo dos veículos de passeio desta montadora, esta nova série de veículos alcançaria rapidamente excelentes resultados comerciais em vendas no mercado interno, provando que marca Dodge também poderia ser associada a robustez no transporte de cargas e outras atividades pesadas em ambientes fora de estrada. Na primeira metade da década de 1930, um preocupante cenário geopolítico começava a se avizinhar na Europa, principalmente na Alemanha. Este movimento passaria a preocupar uma série de nações entre elas o próprio Estados Unidos, que apesar de sua política aparente de neutralidade, estava sempre a antecipar possíveis ameaças futuras. Neste contexto em 1934, a montadora direcionaria seus investimentos ao promissor nicho de mercado milita, levando ao desenvolvimento dos primeiros projetos e protótipos conceituais de caminhões militares de porte médio e grande. Em 1937, a empresa realizaria ao comando do Exército dos Estados Unidos (US Army) uma apresentação oficial de seu primeiro modelo experimental, um caminhão de 1 ½ toneladas com tração integral nas quatro rodas, designado como K-39-X-4. Este veículo seria submetido a teste de campo, com seus resultados gerando ótimas impressões junto aos militares, com este processo culminando na assinatura de um contrato de quase oitocentos caminhões. Neste mesmo período ficava cada vez mais evidente que as forças armadas norte-americanas deveriam ser emergencialmente modernizadas e reequipadas, visando fazer frente as ameaças geopolíticas.  Em junho de 1940 o Quartel General do Comando do Exército dos Estados Unidos (US Army Quartermaster Corps) já havia testado e aprovado seus três primeiros caminhões comerciais padrão, com tração nas quatro rodas: o Dodge de 1 1⁄2 tonelada 4x4, o GMC 2 de ½ tonelada 6x6 e o Mack ½ tonelada 6X6. Definiu-se que cada uma das principais montadoras receberia um contrato para a produção de uma classe específica de caminhões.

Assim no verão de 1940, a montadora Dodge - Fargo Division da Chrysler seria agraciada com um contrato para a produção de quatorze mil unidades do modelo de meia tonelada com tração integral 4X4, que seria denominado pelo fabricante como série VC.  Sua produção em série em larga escala teve início em novembro de 1940 e logo após o início da Segunda Guerra Mundial o modelo teve sua designação original alterada para WC (Weapons Carriers), com letra “W“ para representar o ano do início da produção (1941) e C para classificação de meia tonelada, sendo que o código C, posteriormente seria mantido para a tonelada ¾ e 1 ½ tonelada 6×6, com o primeiro modelo desta família sendo representado pela versão G-505 WC de  ½ tonelada. Os modelos Dodges WC-1 e WC-50 pertenceriam a faixa de veículos de  ½ tonelada, sendo novamente intercambiáveis em 80% em componentes de serviços dos novos modelos da linha de 3/4 toneladas lançados posteriormente. Em 1942, a carga útil seria atualizada, com sua linha de caminhões se dividindo entre o modelo 3⁄4 toneladas, 4×4 mais curto denominado como G-502 com tração integral 4X4 e o modelo G-507 mais longo de ½ tonelada que seria destinado a transporte de carga e tropas que passava a contar com tração integral 6X6. Curiosamente a montadora reteria confusamente os códigos de modelo da família de utilitários Dodge WC. Embora as versões de 3⁄4 toneladas apresentassem melhorias significativas no design, estes novos veículos manteriam o percentual de componentes intercambiáveis, e peças de serviço com os modelos de ½ toneladas, sendo este um requisito exigido pelo comando do Exército dos Estados Unidos (US Army) para a manutenção em campo e a operacionalidade dos caminhões próximos a linha de frente. Novamente o grande percentual de intercambialidade. Esta característica de projeto facilitaria em muito o processo de logística de suprimento e processos de manutenção nos diversos fronts de batalha durante a Segunda Guerra Mundial. Durante o conflito seriam desenvolvidas um total de trinta e oito variantes, entre elas, transporte de tropas, carga, ambulância, carro comando, estação móvel de comunicações, canhoneiro com arma de 57 mm , oficina leve, reconhecimento, entre outros. Ao  todo até 1946, seriam produzidos aproximadamente 535.000 veículos de todos os modelos representando um recorde em termos de veículos desta categoria. Este sucesso seria proporcionado pela enorme resistência em campo e custo-benefício de construção e operação.   
O término da Segunda Guerra Mundial em agosto de 1945, levaria a uma desmobilização quase que imediata dos esforços de produção industrial militar dos Estados Unidos. Desta maneira, todas as indústrias de defesa norte-americanas, seriam profundamente afetadas por cancelamentos nos contratos de produção. Entre estas empresas estava a Dodge Motors Company  que neste momento dedicava quase que a totalidade das linhas de produção e ferramental para a produção da família WC.  Desta maneira, a diretoria desta montadora, elucidaria esforços buscando emergencialmente uma reorientação estratégica de seu portifólio automotivo, com a solução mais promissora apontando para o mercado civil. Visando reduzir custos, e acelerar o processo de desenvolvimento de uma nova linha de utilitários, seriam empregados os projetos originais da família militar WC, fazendo uso inclusive de todo o ferramental existente. Após o encerramento do último contrato militar com a entrega dos Dodges WC-52 restantes, a empresa passaria a se dedicar a este novo projeto, com este se alongando durante todo o ano de 1946, com o primeiro protótipo conceitual sendo concluído em março do ano seguinte. Durante os anos de 1948 e 1949 mais cinco protótipos seriam apresentados, com a plataforma básica agora também apresentando uma possível versão militar. No entanto as versões civil e militar seriam definidas até maio de 1950, com o primeiro veículo piloto do lote de pré-produção deixando a linha de montagem da Warren Truck Assembly no dia 14 de dezembro do mesmo ano. Como previsto este modelo empregava muitos componentes da família militar WC, incluindo o motor Dodge T-245 seis cilindros de 78 hp de potência (derivado do antigo modelo civil Chrysler Straight-6 desenvolvido na década de 1930) e seu sistema de transmissão mecânico de quatro marchas. Como diferencial principal passava a apresentar um chassi de picape comercial (modelo WDX), substituindo o conjunto militar original, simplificando e barateando assim produção. A produção em série do novo utilitário comercial com tração integral 4X4 com foco no mercado comercial teria início em janeiro de 1951, e rapidamente passaria a conquistar uma significativa parcela em vendas deste nicho específico. 

Neste mesmo período o Exército dos Estados Unidos (US Army) iniciaria estudos preliminares, visando a aquisição de novo utilitário de porte médio a fins de iniciar um gradual processo de substituição de uma parte da frota de Dodges WC-51 e WC-52 Beep, que se encontravam em serviço desde o início da década de 1940. Antes mesmo de ser aberta uma concorrência a montadora apresentaria a versão militar do seu novo utilitários o Dodge M-37. Por se tratar de uma evolução dos modelos já em serviço e apresentar similaridades em termos de processo de manutenção e peças de reposição, essa passaria a ser a solução mais lógica.   Um primeiro contrato seria celebrado em abril de 1951, envolvendo um modelo equipado com o confiável motor a diesel Dodge T-245 que desenvolvia 78 hp de potência, operando em conjunto com uma caixa de mudanças manual Model 88950 4X2. Este grupo motriz proporcionava uma velocidade final máxima de 89 km/h com uma autonomia de 362 km, apresentando uma performance superior quando comparado aos antigos Dodges WC-51 e WC-52 Beep. Até o final deste mesmo ano seriam entregues ao Exército dos Estados Unidos (US Army), um total de onze mil veículos deste modelo, passando de imediato a substituir as viaturas mais antigas dos modelos de utilitários ainda em serviço. Seu batismo de fogo se daria durante a Guerra da Coreia (1950 - 1953), com os primeiros veiculando sendo despachados para a península coreana em maio de 1952 onde seriam operados em conjunto com os Dodges WC-51 e WC-52 Beep. A demanda gerada por novos contratos com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DoD), manteria a linha de produção em plena operação, sendo completados até meados de 1954 mais cinquenta e duas mil viaturas. Além da versão básica picape, seriam desenvolvidos modelos especializados como o M-42 Carro Comando, M-43 Ambulância, M-56 Oficina, M-B2 bombeiro e R-2 Veículo de Resgate de Aeroporto. Em 1958, o projeto original seria submetido a estudos voltados a busca de aperfeiçoamentos de ordem mecânica, e paralelamente seriam aplicadas mudanças no design, gerando assim uma nova versão que receberia a designação de  M-37B1. Este modelo seria empregado em cenários reais de conflagração durante as fases iniciais da Guerra do Vietnã, estando a serviço do Exército dos Estados Unidos e do Exército da República do Vietnã (ARV). Até o final do ano de 1968 seriam produzidos mais quarentas e sete mil viaturas dispostos nos modelos M-37B1, M-201V41 Veículo de Manutenção Telefônica, M-283 Veículo de Carga (LWB),  M-596 Veículo de transporte de Peroxido de Hidrogênio (projeto Red Stone), V-126 Plataforma móvel para sistema e radar AN/MPX-7, além de três modelos experimentais XM-152, XM-708 e XM-711 destinados a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF). 
Entre os anos de 1951 e 1955, um total de quatro mil e quinhentos veículos desta família, seriam montados sob licença no Canada, recebendo a designação de M-37CDN e a denominação local de “Power Wagon", sendo dispostos principalmente nas versões básicas de transporte e ambulância. Parte destes veículos canadenses já usados, seriam repassados as foças armadas gregas e israelenses, onde permaneceriam e serviço por muitos anos. A partir do ano de 1968 os Dodge M-37 e M-37B1 começariam a ser substituídos no Exército dos Estados Unidos (US Army) pelos novos utilitários Kaiser Jeep M-715.  Embora estes novos veículos apresentassem uma maior capacidade nominal de carga (1 1⁄4 ou cinco quartos de tonelada), se tratava de "Veículos comerciais prontos para uso- Cots (Commercial Off-The-Shelf) militarizados. Assim em uso inicial seriam considerados por seus usuários, como pouco potentes e frágeis, em comparação com os caminhões táticos Dodge M-37. Este processo de substituição geraria um grande excedente de veículos em considerável bom estado de conservação, que após serem retirados de serviço, passariam a ser fornecidos a países como Argentina, França, Espanha, Áustria, Brasil, Bélgica, Grécia, Irã, Cuba, Portugal, África do Sul, Israel e Suíça, através de programa de ajuda militar patrocinados pelo Departamento de Estado do Governo dos Estados Unidos. Seriam empregados também em diversos conflitos regionais como Guerra Civil no Camboja, Revolução na Nicarágua, Guerra Civil em El Salvador e Guerra Civil na Guatemala. Até fins da década de 1990 ainda existiam centenas destes veículos em operação militar a redor do mundo.   

Emprego nas Forças Armadas Brasileiras.
Os primeiros veículos militares utilitários com tração 4X4 fabricados pela Dodge Motors Company, começariam a ser empregados pelo Exército Brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial quando nos termos do programa de ajuda militar Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos) seriam recebidos em fins de 1942 as primeiras unidades dos veículos utilitários com tração integral 4X4 Dodge WC-51 e WC-52 Beep. A introdução em serviço no Exército Brasileiro, destes novos utilitários com tração integral 4X4 contribuiriam fundamentalmente para elevar a doutrina operacional da força terrestre a outro patamar. Para compor a frota de veículos militares a disposição da Força Expedicionária Brasileira (FEB), seriam disponibilizadas cento e quarenta oito unidades do Dodge WC-51 e trinta Dodge WC-52, constam nos registros que pelo menos três WC-51 seriam entregues a Força Aérea Brasileira que os empregaria em tarefas de transporte de pilotos e cargas em atendimento as missões das unidades do 1º Grupo de Avião de Caça (1° GAvCa) e 1ª Esquadrilha de Ligação e Observação (1ºELO). Até meados do ano de 1945, seriam entregues as Forçar Armadas Brasileiras um total de novecentos e cinquenta e quatro viaturas destes modelos. Logo no início do período pós-guerra a frota destas viaturas que ganharam o carinhoso apelido de “Dodge Japão” passariam a ser gradativamente sendo distribuídos a diversas unidades espalhadas pelo território nacional. Assim ao longo dos anos seguintes estes utilitários prestariam por muitos anos, excelentes serviços as Forças Armadas Brasileiras.  Em meados da década de 1950, a frota nacional de utilitários dos modelos Dodges WC-51 e WC-52 começava a apresentar um baixo índice de disponibilidade operacional, causado em virtude de graves problemas no fluxo de obtenção no mercado internacional de peças de reposição (tendo em vista que o modelo fora descontinuado pelo fabricante em 1946). Este cenário se agravaria a cada ano, gerando grande preocupação ao comando do Exército Brasileiro, afetando incisivamente a capacidade de mobilidade da Força Terrestre. Neste contexto passariam a ser feitos estudos visando a busca de uma solução a curto prazo, para o atendimento desta importante  demanda.  

Neste contexto a aquisição dos sucessores naturais dos modelos em uso, os novos Dodge M-37 e M-43 se mostraria inviável, pois deviam ser incorporados, algo na ordem de mais de mil e duzentas viaturas (necessidade mínima para substituição dos antigos modelos Dodge WC-51, WC-53, WC-54, WC-56 e WC-57), com este investimento total, excedendo a dotação orçamentaria do Ministério do Exército, dedicada originalmente a este programa de renovação de frota. Esta realidade também seria compartilhada junto aos dois demais ramos das Forças Armadas Brasileiras. A solução então, deveria ser adequada a realidade orçamentaria daquele momento, fazendo assim os olhares se voltarem para indústria nacional automotiva.  Nesta época a Willys Overland do Brasil (WOB) já havia se consolidado como uma das mais importantes montadoras em operação no país, já sendo um habitual fornecedor de veículos militares ao Exército Brasileiro. Seriam então desenvolvidas versões militarizadas com base nas plataformas do modelo Rural Willys, entre estes o modelo Camioneta Militar Jeep Willys 3/4 ton 4x4” , que seria customizado para o atendimento a uma variada gama de missões, com uma grande parte da frota sendo equipadas com suporte para o emprego de metralhadoras de 12,7 mm ou 7,62 mm. Variantes mais especificas seriam empregadas ainda com plataforma para canhões sem recuo M-40A1 106 mm e lançamento de  foguetes não guiados (versão M-106).  A introdução destes modelos a partir do ano de 1962, viria a recuperar a capacidade operacional da Força Terrestre, porém por ser um veículo civil “militarizado” não apresentava a mesma capacidade e robustez dos antigos Dodge WC-51 e WC-52, gerando assim uma lacuna na frota. Neste mesmo período o Ministério do Exército, fazendo uso dos termos do Programa de Assistência Militar – Brasil Estados Unidos (MAP), passaria a negociar junto ao Departamento de Estado do Governo dos Estados Unidos um grande pacote visando a aquisição carros de combate, blindados de transporte de tropas, veículos leves e caminhões militares que seriam dedicados a tão necessária renovação dos meios do Exército Brasileiro.
Estes esforços a partir do ano de 1964, resultariam no recebimento de centenas de veículos de transporte, destinados a equipar não só Exército Brasileiro, mas também a Força Aérea Brasileira e Marinha do Brasil. Entre os veículos militares que seriam destinados ao país, previam-se a cessão de uma grande quantidade de utilitários com tração integral 4X4 do modelo básico Dodge M-37, M-56 carro de manutenção de telecomunicações, e da versão ambulância M-43 ambulância (se tratando este último do tipo M-615). A partir de abril de 1966, começariam a ser recebidos no porto do Rio de Janeiro – RJ os primeiros lotes, logo aferia-se que grande parte da frota se encontrava me excelente estado de conservação. E conforme eram descarregados, já passavam a ser separados por destino, para assim serem empregados entre os três ramos das Forças Armadas. Como esperado, o Exército Brasileiro receberia a maior quantidade de veículos Dodge M-37, M-56 e M-43 ambulância, passando estes a serem imediatamente distribuídos as unidades de infantaria e médicas que ainda operavam os veículos remanescentes dos antigos modelos  Dodges WC-51 e WC-52 e W-C54 Ambulância. Esta decisão seria motivada pelo alto índice de intercambialidade de peças de reposição com estas veteranas viaturas, visando assim manter o maior índice de disponibilidade possível. O emprego real no dia a dia na Força Terrestre, seja em operações cotidianas ou em exercícios operacionais, logo mostrariam as excepcionais qualidades do modelo, superando em muitos seus antecessores. Curiosamente os registros fotográficos de época, não comprovam no país, o recebimento da versão do M-37 equipada com guincho hidráulico Braden LU-4 PTO.  Ao longo dos seguintes, o recebimento de novas viaturas nacionais militarizadas, permitiria fechar o ciclo operacional dos Dodges WC-51 e WC-52 e W-C54 Ambulância, com seus sucessos ser tornado a viatura mais robusta neste segmento em operação no Exército Brasileiro. Pelo menos dez M-37 e cinco M-43 seriam destinados a Força Aérea Brasileira, sendo operados como viaturas orgânicas de bases aéreas, Comandos Regionais e hospitais da Aeronáutica. 

A partir do ano de 1968 seriam recebidos pelo Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN) pelo menos três dezenas do modelo Dodge M-37. A introdução deste utilitário com tração integral representaria um salto qualitativo em termos de capacidade de mobilidade dos batalhões de infantaria da Força de Fuzileiros de Esquadra (FEE). Em 1971, seria incorporado a Marinha Brasileira, o navio norte-americano de  desembarque de carros de combate da classe LST 511 – 1152, esta seria a primeira embarcação da esquadra brasileira a contar com a capacidade de permitir o desembarque de veículos sob rodas diretamente nas praias, possibilitando assim os Dodge M-37 a operar diretamente nas missões de desembarque anfíbio. E em abril de 1974 estes utilitários seriam empregados em grande escala durante a Operação Dragão IX, desembarcando no teatro de operações fictício,  a partir do navio de desembarque de carros de combate NDCC Garcia D'Avila - G 28. Os Dodge M-37 pertencente ao Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN) se mantiveram em serviço até meados da década de 1980, quando passaram a ser substituídos completamente pelos novos Toyota Bandeirante na versão militar.  No Exército Brasileiro os Dodge M-37 receberiam o carinhoso apelidado de “Pata Choca” por parte da tropa, se mantendo em uso pelas décadas de 1970 a 1990. Já os M-43 Ambulância e o M-56 de seriam os primeiros modelos a serem retirados do serviço ativo, sendo substituídos viaturas de  fabricação nacional. Curiosamente em fins da década de 1980,  os Dodge M-37 ganhariam uma sobrevida, com algumas dezenas de carros sendo repotencializados, recebendo o motor diesel de produção nacional Perkins OM4236 (Q20B) que passaria a operar em conjunto com uma caixa de mudanças Clark de cinco  marchas a frente e uma a ré. Este processo estenderia sua vida útil até meados da década de 1990, quando seriam substituídos pelos novos Engesa EE-34.

Em Escala.
Para representarmos o Dodge M-37 pertencente ao Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN), empregamos o kit da Roden na escala 1/35. Modelo este que prima pelo nível de detalhamento e possibilita também a montagem da versão com o guincho mecânico frontal. Fizemos uso de decais confeccionados pela Decals e Books presentes no set " Forças Armadas do Brasil".

O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o último padrão de pintura tático empregado nos veículos leves e médios do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). Inicialmente estes, bem como as viaturas destinadas as demais Forças Armadas, seriam recebidas no esquema padrão do Exército dos Estados Unidos (US Army). Ao longo dos anos seguintes os Dodge M-37, M-43 e M-56  em serviço no Exército Brasileiro e na Força Aérea Brasileira receberiam padrões distintos de pintura e marcações.



Bibliografia : 
- Dodge M-37  – Wikipédia - https://en.wikipedia.org/wiki/Dodge_WC_series
- Manual Técnico – Exército Brasileiro 1951
- Características Gerais de Veículos do Exército Brasileiro – Ministério da Guerra 1947
- Revista da FFE – Edição Comemorativa de aniversário da Força de Fuzileiros da Esquadra