A Consolidated Aircraft Corporation foi fundada em 1923 pela Reuben H. Fleet em Buffalo, Nova York, a empresa surgiu da liquidaçao da massa falida da empresa Gallaudet Aircraft Companye, em conjunto com uma açao de compra de projetos aeronáuticos d da Companhia Dayton-Wright, que até era uma subsidiária da General Motors, que neste período atravessava um processo de encerramento das atividades como parte de um plano de reorganização da gigante do setor automotivo norte americano. Sua primeira aeronave a ser vendida para o meio militar foi o treinador primário biplano PT-1 Trusty, novos modelos seriam lançados e comercializado, ajudando assim a empresa a ampliar seus investimentos em estrutura, pesquisa e desenvolvimento, levando a companhia em setembro de 1935 a inaugurar uma moderna e ampla fábrica na cidade de San Diego. Neste mesmo período o governo e o comando da Marinha Americana (US Navy), avaliou, considerar como inevitável, a curto e médio prazo um conflito no Oceano Pacifico contra as forças do Império do Japão. E neste hipotético front de batalha aeronaval, seria necessário o emprego de uma nova geração de aviões de patrulha e bombardeio com grande alcance operacional, com esta necessidade se dando pela baixa disponibilidade de aeródromos preparados para aeronaves de grande porte em suas bases nas ilhas do sudeste asiático, onde invariavelmente seriam os grandes palcos de batalhas. Assim desta forma estudos determinavam a necessidade de se contar com uma nova plataforma do tipo anfíbio ou aerobote, bimotora de médio porte, com raio médio de ação de 4.800 km, velocidade de cruzeiro de 260 km/h e um peso máximo de 11.340kg. Além da função de patrulha, esta nova aeronave deveria ser configurada também para atendimento as missões de guerra antissubmarino e bombardeio naval.
O objetivo principal do desenvolvimento e incorporação desta nova aeronave, era o de substituir a curtíssimo prazo o binômio dos já obsoletos hidroaviões biplanos Consolidated P2Y e Martin P3M, encarregados destas tarefas. Assim no inicio de 1935 uma concorrência seria lançada para o este novo modelo, várias empresas apresentariam propostas, porém uma análise criteriosa elegeria dois prováveis finalistas, envolvendo os projetos das empresas Douglas Aircraft, Martin Co. com seu modelo Douglas XP3D e a Consolidated Aircraft Co. com o XP3Y-1. Apesar de avaliações de ordem técnica, o critério de custo beneficio apresentaria um fator decisivo na escolha da nova aeronave, muito em função enorme demanda de aquisição. Assim desta maneira o projeto apresentando pela Consolidated Aircraft Co., acabou sendo declarado vencedor deste programa, principalmente pelo projeto primar pela simplicidade e baixo custo de operação e aquisição. Esta aeronave designada pelo fabricante como Modelo 28 fora projetada anteriormente pela equipe do engenheiro Isaac M. Landdon em 1933, e apresentava a configuração bimotora com dois motores Pratt & Whitney R-1830 – 1854 Wasp de 825 hp, com asas em para sol, quatro montantes de fixação de flutuadores retráteis nas pontas das asas que permitiam melhor controle da aeronave na agua e menor arrasto aerodinâmico quando em voo. O primeiro protótipo designado XBP-3Y1 (X de experimental, BP de bombardeio patrulha e Y de código do fabricante), fez seu primeiro voo em 28 de março de 1935. Submetido a uma série de ensaios o modelo foi homologado pela Marinha Americana(US Navy), apresentando como principal aprimoramento a introdução de um motor mais robusto, agora com 900 hp de potencia, e pequenas modificações aerodinâmicas que facilitariam a decolagem.

Durante a Segunda Guerra Mundial, os Consolidated PBY-5/A tiveram largo emprego em tarefas de guerra antissubmarino, bombardeios de patrulha, escolta de comboios, missões de busca e resgate (especialmente resgate aéreo- marítimo) e transporte de cargas. Embora lento e desajeitado o modelo se destacou no esforço aliado, tendo atuado em quase todos os teatros operacionais da Segunda Guerra Mundial, servindo com distinção e desempenhando um papel proeminente e inestimável na guerra contra o Japão. Os PBYs são lembrados também por seu papel de resgate, no qual salvaram a vida de milhares de tripulantes derrubados sobre a água. Curiosamente os aviadores alteravam seu codigo de chamada de rádio conforme a missão, sendo denominados como "Gato" em missões de combate e "Dumbo" no serviço de resgate aéreo. O primeiro grande cliente de exportação seria o Comando Costeiro da Real Força Aérea (Royal Air Force), e neste momento seria cunhado seu nome de batismo como "Catalina"em homenagem à Ilha de Santa Catalina na Califórnia. Cabe ao modelo ainda ser responsável pela primeira operação ofensiva contra os japoneses, quando em 27 de dezembro de 1941, seis Consolidated PBY-5/A do Esquadrão de Patrulha 101 bombardearam o transporte japonês na Ilha Jolo contra a forte oposição de caças inimigos. Durante a Guerra do Atlântico, os Consolidated PBY-5/A da Marinha Americana (US Navy) e do Comando Costeiro da Real Força Aérea (Royal Air Force) foram fundamentais na cobertura área dos comboios marítimos entre os dois países, sendo responsáveis pelo afundamento de um grande numero de submarinos alemães e italianos. Durante todo o conflito além dos Estados Unidos e Grã Bretanha, a aeronave seria empregada em combate real pelas forças armadas da Austrália, Brasil, Canadá e União Soviética.

Emprego na Força Aérea Brasileira.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil passou a ter uma posição estratégica tanto no fornecimento de matérias primas de primeira importância para o esforço de guerra aliado, quanto no estabelecimento de pontos estratégicos para montagem bases aéreas e operação de portos na região nordeste, isto se dava pois esta região representava para translado aéreo, o ponto mais próximo entre o continente americano e africano, assim a costa brasileira seria fundamental no envio de tropas, veículos, suprimentos e aeronaves para emprego no teatro europeu. A ameaça representada pela ação do submarinos alemães e italianos ao longo da costa brasileira começou a ser enfrentada após a declaração de guerra aos países do Eixo em agosto e 1942, quando a Marinha Americana começou a operar esquadrões antissubmarino a partir de bases principalmente no litoral do nordeste, neste período a recém criada Força Aérea Brasileira não dispunha de treinamento ou meios aéreos adequados a realização destas missões. Com a assinatura do acordo Leand & Lease Act. Os termos garantidos por este acordo viriam a criar uma linha inicial de crédito ao país da ordem de cem milhões de dólares, para a aquisição de material bélico, proporcionando ao país acesso a modernos armamentos, aeronaves, veículos blindados e carros de combate. Estes materiais e equipamento seriam vitais para que o país pudesse estar capacitado para fazer frente as ameaças do Eixo que se apresentavam no Atlântico Sul e no futuro front de batalha brasileiro nos campos da Itália. Este cenário começou a mudar com o recebimento de modernas aeronaves e o início de programas voltados ao treinamento de equipagens de diversas especialidades. No fim de 1942 foi determinado que a Força Aérea Brasileira deveria começar a assumir uma parcela das atividades de patrulhamento e guerra antissubmarino em seu mar territorial, para isto dentro dos termos do Leand & Lease foram transferidas sete aeronaves PBY-5 Catalina que estavam em operação no Esquadrão VP-94 da Marinha Americana. Os primeiros embates reais começaram a ocorrer no mesmo ano quando o PBY-5 PA-02 comandado pelo oficial Alberto Martins Torres, estava em missão de patrulha na região de Cabo Frio acompanhando à saída do comboio JT-3 com destino aos Estados Unidos, passou a acompanhar o submarino alemão U-199 que havia sido detectado e atacado por uma aeronave PBM-3 Mariner da US Navy.
O final da Segunda Guerra Mundial levaria a Força Aérea Brasileira a promover uma grande reorganização de suas unidades aéreas e disposição de material e aeronaves em todo o território nacional, no que tange a aviação de patrulha, drástica redução de atividades em virtude do termino do conflito seria uma das mais afetadas por este processo.Com o avançar dos anos a missão original de patrulha marítima e guerra antissubmarino que antes eram executadas pelos Consolidated Catalina, começaram a ser substituídas por missões de treinamento, transporte. Neste mesmo período com a finalidade de atender aos compromissos firmados com Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), a FAB deveria se estruturar para atender entre diversas demandas dispostas no estatuto deste órgão. Entre estas encontrava se a responsabilidade de realização de missões de buscas e salvamento, nas áreas e aguas territoriais brasileiras, assim desta maneira coube ao PBY-5A Catalina FAB 6156, a tarefa de ser a primeira aeronave especializada em missões de SAR (Search and Rescue – Busca e Salvamento), com esta aeronave inclusive passando a ostentar as marcações amarela internacionais dedicadas missões de salvamento. No final de 1948, a FAB adquiriu, no Canadá, mais seis aparelhos PBV-1A Canso, que eram uma variante local do Catalina PBY-5A, com o objetivo de substituir os aviões acidentados e começar a desativação dos modelos mais antigos PBY-5 (hidros), cuja operação era mais trabalhosa que a variante anfíbia (PBY-5A). Os seis aviões canadenses foram matriculados como FAB 6522 a 6527, sendo os cinco primeiros fabricados pela Canadian Vickers e o último, pela Boeing Aircraft of Canadá.

A partir de 1959 em diante o 1º/2º GAV acentuou a operação do Correio Aéreo do Alto Amazonas, com um total de 14 (quatorze) linhas, abrangendo toda extensão territorial da então 1ª Zona Aérea. Em 12 de maio de 1969 em função de um novo processo de reorganização o 1º/2 GAV foi oficialmente desativado, e todo seu contingente, equipamentos, ferramental e aeronaves seria transferido para o recém-criado 1º Esquadrão de Transporte Aéreo – 1º ETA. Uma nova série de modificações nos Catalinas remanescentes foram efetuadas em 1969, novamente nas instalações da Consolidated nos Estados Unidos, englobando a transferência para a nacele dos pilotos todas as funções até então exercidas pelo mecânico em sua posição frontal junto ao nariz da aeronave. Os serviços foram feitos com a participação de militares daquela unidade, da Base Aérea de Belém e do pessoal do Núcleo do Parque de Aeronáutica de Belém. Com a desativação dos Catalinas civis na Aviação Comercial Brasileira, a FAB recebeu, em 5 de fevereiro de 1968, dois aviões que foram doados pela Petrobrás ex-PT-AXL, que foi matriculado como FAB 6550, e o ex-PT-AXM, matriculado FAB 6551 Já em 1970, foi recebido da Empresa Aérea Cruzeiro do Sul o Catalina PBY-6, ex-PP-PEB, que foi matriculado como FAB 6552 e operou até a desativação dos Catalinas, em 1982. Este aparelho foi o único Catalina da variante PBY-6 utilizado pela FAB e diferenciava-se dos demais por ser o único com deriva alta e o nariz mais bojudo. Ainda em 1970, a FAB recebeu mais dois Catalinas cargueiros da Empresa Aérea Cruzeiro do Sul, o ex-PP-PCX, matriculado como FAB 6553, e o ex-PP-PDR, identificado na FAB, como 6554. Estes dois aparelhos não chegaram a ser utilizados para o voo, sendo desmontados para o aproveitamento de peças de reposição. Os três aviões recebidos da Cruzeiro eram oriundos da empresa Panair do Brasil.

Em Escala.
Para representarmos o PBY-5A CA-10 Catalina “FAB 6509”, fizemos uso do kit Airfix PBY-5A na escala 1/72, modelo básico de fácil montagem, empregando em conjunto com o set de conversão em resina do fabricante artesanal GIIC Models em resina, conjunto que merece elogios quanto a qualidade das peças em resina. Empregamos decais confeccionados pelo fabricante do set de conversão, em conjunto com decais produzidos pela FCM, oriundos de diversos sets.
Bibliografia :
- Aeronaves Militares Brasileiras 1915 – 2016 Jackson Flores Jr
- Associação Brasileira de Catalineiros - http://www.catalineiros.com.br
- História da Força Aérea Brasileia, Rudnei Dias Cunha -
http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/index.html
- O Catalina no Brasil – Incaer por Aparecido Camazano Alamino