LCVP "Higgins Boats" na Marinha

História e Desenvolvimento.
A embarcação de desembarque, veículo e pessoal (landing craft, vehicle, personnel) ou simplesmente LCVP, seria empregada extensivamente em desembarques anfíbios durante o transcorrer da Segunda Guerra Mundial apresentando um papel fundamental junto ao esforço de guerra aliado. O conceito fundamental desta embarcação, teria sua origem em meados da década de 1920, tendo como base um projeto naval de autoria do engenheiro naval norte-americano Andrew Higgins. Este empreendedor iniciaria sua carreira na década de 1930, na cidade de Nova Orleans, mediante a fundação de uma empresa especializada na construção de barcos de pesca e emprego geral. Seu modelo inicial, a embarcação “Eureka” seria desenvolvida no ano de 1926, apresentando um perfil de calado raso para uso por perfuradores de petróleo e caçadores em operações ao longo da costa do Golfo e no baixo rio Mississippi. Com uma hélice embutida em um semitúnel no casco, o barco poderia ser operado em águas rasas, onde obstáculos submersos poderiam sujar, emperrar ou mesmo danificar os tipos usuais de hélice. Ele projetou um arco de "colhereiro" para sua embarcação, permitindo que ela fosse executada às margens do rio e depois recuasse com facilidade. Especula-se que, no entanto, que o principal objetivo de Andrew Higgins, ao desenvolver este modelo de embarcação, era o de comercializar estes barcos para grupos especializados na contravenção de   contrabando de bebidas alcóolicas, durante a Lei Seca nos Estados Unidos (1920 – 1933). No entanto, próximo a fase final de conclusão deste projeto, a política norte-americana, ganharia novos ramos e está polemica lei acabaria sendo revogada. Este movimento impactaria diretamente nos planos de comercialização de Andrew Higgins, apesar deste revés, sua empresa se manteria no negócio, projetando e construindo lanchas, rebocadores e barcaças, para o mercado privado, bem como para a Guarda Costeira dos Estados Unidos (US Coast Guard), e em breve uma nova janela de oportunidade logo se abriria junto ao segmento militar. 

No início da década de 1930, o Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha dos Estados Unidos (USMC), demonstrava grande interesse em encontrar melhores maneiras de levar os infantes através de uma praia durante operações de pouso anfíbio. Tentativas de desenvolvimento de uma embarcação dedicada a esta missão seriam efetivadas pelo Departamento de Construção e Reparação da Marinha (Bureau of Construction and Repair), porém não atenderiam plenamente as demandas exigidas. Neste momento os olhos se voltariam ao projeto da embarcação “Eureka”, com Andrew Higgins, sendo convidado em maio de 1938, para a realização de uma apresentação oficial de seu projeto. A partir de janeiro do ano seguinte, seriam realizados testes operacionais com o modelo, com este modelo civil se mostrando superior a todos as embarcações experimentais desenvolvidas pela Marinha dos Estados Unidos (US Navy). Apesar do modelo agora designado como Embarcação de Desembarque de Pessoal - LCP (Landing Craft Personnel), ter sido homologado, ficava como ponto de indagação seu processo de descarga, com homens e equipamentos desembarcando sobre seus lados, o que os exporia ao fogo inimigo em uma situação de combate. tornando ainda este processo demorado e complexo. No entanto, este era no momento, o melhor projeto de embarcação disponível e assim seria decidido colocá-lo em produção, com as primeiras embarcações sendo entregues a marinha no início do ano de 1940. Dentro do programa de ajuda ao governo britânico centenas destes barcos seriam entregues para o emprego pelos comandos ingleses, recebendo a designação local de R-Boat. No entanto o necessário aprimoramento do modelo LCP, seria baseado em embarcações similares japonesas, que empregavam rampas frontais, que foram utilizadas pelo Exército Imperial desde o verão de 1937, durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa. Estes barcos foram alvo de intenso escrutínio por parte observadores militares norte-americanos em Xangai, em particular incluindo o futuro general Victor H. Krulak. Estes relatórios com farta documentação fotográfica seriam apresentados a Andrew Higgins, que imediatamente solicitaria a sua equipe de projetos a adaptação deste conceito japonês ao modelo “Eureka”, levando a criação de uma maquete.
Fazendo uso de recursos próprios, seriam concluídas três embarcações, que seriam cedidas ao Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha dos Estados Unidos (USMC) em maio de 1941. Estes seriam intensivamente testados no Lago Pontchartrain no estado da Louisiana, com este programa sendo acompanhado por altos oficiais do Departamento Naval – BuShip (Bureau of Ships). Este programa obteria êxito no processo de embarque e desembarque de trinta e seis funcionários da empresa, simulando tropas, cargas e veículos leves. As excelentes impressões causadas, levariam a celebração do primeiro, de muitos contratos de produção, sendo esta embarcação designada como Embarcação de Desembarque de Pessoal e Veículo - LCVP (Landing Craft, Vehicle, Personnel), que posteriormente seria popularmente denominado como barco “Higgins”. Sua produção teria início em fevereiro de 1942, nas instalações da Higgins Industries localizada na cidade de Nova Orleans, e curiosamente para a época, por uma exigência do próprio empresário, todos os colaboradores envolvidos no processo brancos, negros, masculinos ou femininos, receberiam o mesmo salário com base em sua posição profissional.  Apresentando pouco mais de onze metros de comprimento e menos de três metros e meio de largura, o LCVP – Higgins Boat, não era uma embarcação de grande porte. Engenhosamente suas partes laterais e traseiras eram compostas por uma estrutura de metal e placas de madeira compensada, proporcionando certo nível de proteção contra o fogo inimigo, reduzindo também seu custo de produção, economizando aço, material tão importante naquele período. A embarcação era propulsionada por um motor a diesel Gray Marine 671 com 71 cv de potência (versão marinizada do General Motors Detroit Diesel 6-71), que proporcionava uma potência a 12 nós. Quando operada em mar agitando, a embarcação tendia a balançar muito, causando desagradáveis enjoos a seus tripulantes, mesmo em curtos deslocamentos.  

Seu calado raso com dimensões de 3 pés na popa e 2 pés e 2 polegadas à frente, permitiria que a   embarcação pudesse subir a costa, um  semi-túnel embutido em seu casco na posição traseira protegia a hélice da areia e outros detritos. A rampa de acesso configurada em aço disposta na parte frontal, podia ser baixada rapidamente melhorando as operações de desembarque. Era possível para a embarcação, desembarcar rapidamente homens e suprimentos, dar ré na praia e voltar ao navio de suprimentos para outra carga em três a quatro minutos. O LCVP Higgins Boat podia compor três modais básicos de transporte, envolvendo um pelotão de trinta e seis homens completamente equipados, três toneladas e meia de carga ou uma combinação de doze homens e um jipe Willys MB - Ford GPW. Em operação real, seu sistema de blindagem representaria um grave problema, causando a morte de muitos fuzileiros durante as operações de desembarque, porém posteriormente seriam identificadas outras importantes falhas conceituais de projeto, como por exemplo a impossibilidade de o barco não poder atravessar águas rasas e recifes. Este cenário levaria a necessidade de criação de outras embarcações ou veículos para o atendimento as demandas das operações anfíbias. O batismo de fogo do LCVP “Higgins Boat” ocorreria no dia 8 de novembro de 1942, durante o lançamento da Operação Tocha, quando os aliados desembarcaram no norte da África, abrindo uma nova frente de batalha contra as tropas do Afrika Korps pertencentes ao Exército Alemão (Wehrmacht). Sua estreia no teatro de operações da Europa se daria em julho de 1943 durante a Operação Husky, a Invasão da Sicília, sendo novamente empregados nas operações Shingle e Avalanche em agosto do mesmo ano durante as batalhas de Anzio e Salerno na Itália. Em junho de 1944, estas embarcações seriam fundamentais ainda durante as primeiras ondas de pouso nas praias da Normandia durante a Operação Overlord, e posteriormente durante a operação Dragoon sul da França, em 15 de agosto do mesmo ano, garantindo o estabelecimento das cabeças de ponte decisivas para a concretização da invasão da Europa. 
Já no teatro de operações do Pacífico as embarcações LCVP – Higgins Boat, tiveram grande importância, com seu primeiro envolvimento ocorrendo em durante a invasão das ilhas de Guadalcanal e posteriormente durante as invasões de Tarawa, Filipinas, Iwo Jima e Okinawa.O comandante supremo dos Aliados, general Dwight D. Eisenhower, declarou que o barco Higgins foi crucial para a vitória dos Aliados na Frente Ocidental Europeia, no Pacifico e nos combates anteriores no norte da África e na Itália.    

“Andrew Higgins ... é o homem que ganhou a guerra por nós. ... Se Higgins não tivesse projetado e construído essas Embarcações de Desembarque de Pessoal e VeículoS – LCVP, nunca poderíamos ter desembarcado em uma praia aberta. Toda a estratégia da guerra teria sido diferente”   

Até o começo do ano de 1945, mais de 23.528 embarcações do modelo LCVP Higgins Boat, seriam produzidas, sendo empregadas com grade êxito pelas forças aliadas em todos os teatros de operação durante a Segunda Guerra Mundial. Logo após o conflito milhares destas embarcações seriam retiradas para a reserva do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha dos Estados Unidos (USMC). Um grande número destes barcos seria cedido a vários países nos termos de programas de ajuda militar norte-americano, com França recebendo uma considerável quantidade, que seriam principalmente empregadas pela Marinha Francesa durante Primeira Guerra da Indochina para patrulhar o delta do rio Mekong. Em seu país de origem, os LCVP – Higgins Boats, passariam, a ser gradualmente substituídos por modelos de embarcações de desembarque mais novos, a partir de fins da década de 1950. 

Emprego na Marinha do Brasil.
No início da Segunda Guerra Mundial, o governo norte-americano passaria a considerar com extrema preocupação uma possível ameaça de invasão no continente americano por parte das forças do Eixo (Alemanha – Itália – Japão). Quando a França capitulou em junho de 1940, o perigo nazista a América se tornaria claro se este país estabelecer bases operacionais nas ilhas Canárias, Dacar e outras colônias francesas. Neste contexto o Brasil seria o local mais provável de invasão ao continente pelas potencias do Eixo, principalmente devido a sua proximidade com o continente africano, que neste momento também passava a figurar nos planos de expansão territorial do governo alemão. Além disso, as conquistas japonesas no sudeste asiático e no Pacífico Sul tornavam o Brasil o principal fornecedor de látex para os aliados, matéria prima para a produção de borracha, um item de extrema importância na indústria de guerra. Este cenário demandaria logo sem seguida a um movimento de maior aproximação política e econômica entre o Brasil e os Estados Unidos, resultando em uma série de investimentos e acordo de colaboração. Entre estes estava a adesão do país ao programa de ajuda militar denominado como Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), que tinha como principal objetivo promover a modernização das Forças Armadas Brasileiras. Os termos garantidos por este acordo, viriam a criar uma linha inicial de crédito ao país da ordem de US$ 100 milhões de dólares, para a aquisição de material bélico, proporcionando ao país acesso a modernos armamentos, aeronaves, veículos blindados e carros de combate. Neste contexto a Marinha do Brasil receberia uma grande quantidade de meios navais, porém com seu foco quase que exclusivamente dedicado a guerra antissubmarino (ASW). Este fato em essência significava que outros braços do poder naval não seriam contemplados com a mesma oferta de navios e equipamentos específicos para uma variada gama de missões. Dentre estes ramos, encontrava-se toda a estrutura de combate anfíbia, que no âmbito do comando Marinha Brasileira, representava um grande anseio na obtenção e desenvolvimento desta capacidade, observada desde o final do conflito em agosto de 1945.  

Assim logo no ano seguinte, no âmbito da Marinha do Brasil, seriam dados os primeiros passos no processo de constituição de uma força de combate anfíbia nos moldes do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos (USMC), que obtivera amplo sucesso em operações de desembarque durante o conflito nos teatros de operações da África, Europa e Pacífico. Estas campanhas serviriam ao propósito de estudo e apresentação de uma doutrina de guerra anfíbia que, em breve, passaria a servir de farol para a criação de uma força terrestre, que estava prestes a ser gerida. A criação de uma força anfíbia inspirada nos moldes norte-americanos exigiria grandes mudanças nos paradigmas do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), haja vista a tendência que os preceitos da força de infantaria eram oriundos do aprendizado obtido nos cursos de aperfeiçoamento de oficiais, realizados, naquela época, no Exército Brasileiro. Além disso, ainda faltava ao Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) meios para executar os desembarques, não apenas meios para ser empregados em terra que possuíssem características anfíbias, mas principalmente os meios navais para que se pudesse cumprir uma ação essencial dessa natureza, quais sejam os navios e embarcações de desembarque. A grande colaboração brasileira no esforço de guerra aliado criaria uma aproximação e estreitamento de laços com a Marinha dos Estados Unidos (US Navy), o que proporcionaria os primeiros programas de intercâmbio.  Desta maneira grandes grupos de oficiais brasileiros seriam enviados ao Estados Unidos para participação em cursos e estágios, o que criaria a cultura operacional e clima favorável a aplicação das mudanças necessárias. Estes militares retornavam ao Brasil embasados pela doutrina operacional de guerra anfíbia aplicada pelo Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos (USMC), e logo se tornariam instrutores a fim de tornarem multiplicadores nas escolas de formação da Marinha do Brasil. Contudo ainda havia alguns obstáculos a serem vencidos, sendo impositivo colocar em pratica os ensinamentos aprendidos, mesmo fazendo uso improvisado dos meios de desembarque que estavam à disposição naquela época. 
Assim em agosto de 1948, seria estruturado o primeiro exercício de desembarque anfíbio, tendo como alvo para pouso das tropas a praias da ilha de Pombeba na baia de Septiba, no litoral do Rio de Janeiro. Uma Companhia de Desembarque reforçada (que incluía pessoal do Exército Brasileiro operando lança-chamas, equipamento que não fazia parte da dotação de na força anfíbia), oriunda da Guarnição Central seria transportada nos contratorpedeiros de escolta Beberibe - Be2 e Bocaina - Be8. É interessante notar que esta tropa seria desembarcada por lanchas que pertenciam aos Encouraçados Minas Geraes e São Paulo, conhecidas como "Bois". Durante este exercício, a preparação das praias de desembarque seria realizada com tiro real a partir do contratorpedeiro classe Marcilio Dias o Greenhalgh - M 3, com apoio de aeronaves da Força Aérea Brasileira. Em meados do ano de 1950, seria aprovado uma nova regulamentação para o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), que caracterizaria uma profunda mudança de orientação, preparando assim a força para plena capacidade operativa, com ênfase em operações anfíbias. Criava-se assim a Força de Fuzileiros de Esquadra ou FFE, no entanto este regulamento não determinava o início das operações em si, prevendo apenas a sua necessidade. Em março do ano de 1952, seria celebrado o “Acordo Militar Brasil-Estados Unidos” que passaria a garantir ao Brasil acesso a uma variada gama de material militar como aeronaves, embarcações, veículos, carros de combate e equipamentos pessoais em condições econômicas extremamente vantajosas.  Este programa possibilitaria principalmente a Marinha do Brasil a concentrar recursos para a aquisição de navios especializados na missão de transporte de tropas, com processo se concretizando no ano de 1954 com a incorporação dos novos navios G-20 Custodio de Mello e o  G-16 Barroso Pereira, sendo seguidos em 1957 pelo G-21 Ary Parreiras e G-22 Soares Dutra. Estes novos navios foram projetados especificamente para missões de transporte de tropa e base de lançamento para operações anfíbias em larga escala, assim desta maneira pela primeira vez o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) passava a contar com um substancial frota de navios de transporte dedicada ao emprego em operações anfíbias.  

Estes contratos de construção naval firmados durante a década de 1950, com o estaleiro japonês Ishikawajima Heavy Industries Company Ltd, incluíam também a aquisição de vinte e quadro Embarcações de Desembarque de Pessoal (EDVPs). Para reforçar esta dotação e permitir um melhor aproveitamento das operações de desembarque anfíbio, seria negociado junto ao Departamento de Estado do Governo norte-americano a aquisição de um lote de trinta e quatro Embarcações de Desembarque de Pessoal e Veículos – LCVP Higgins Boats, barcos estes usados, porém em bom estado, que eram pertencentes a reserva estratégica do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha dos Estados Unidos (USMC). Estes barcos seriam transladados ao país em navios de transporte de tropas da Marinha do Brasil, sendo recebidos no porto do Rio de Janeiro em fins no ano de 1956.  Já em serviço receberiam a denominação também de Embarcação de Desembarque de Pessoal (EDVP), passando a operar em conjunto com as Embarcações de Desembarque de Viaturas e Material (EDVM), integrando a Força de Transporte da Marinha que havia sido criada no mesmo ano. Ao realizar missões em proveito da Força de Fuzileiros de Esquadra (FFE), os LCVP Higgins Boats seriam empregados em um ciclo de adestramento fundamentado na realização de desembarques de pequena complexibilidade, envolvendo tropas, veículos leves, peças de artilharia e cargas. Entre estes podemos citar no ano de 1959 as operações Brisa em outubro, Corvina em novembro, sendo nesta última ativado pela primeira vez o Destacamento de Praia. Em setembro de 1960, seria realizada a operação Arfagem, simultaneamente a essa nova onda de exercícios anfíbios, as unidades da Força de Fuzileiros de Esquadra (FFE), se envolveriam em uma sequência de manobrar interaliadas, quer permitiriam aos oficiais e praças adquirir mais conhecimento e acumular experiencia acerca da moderna guerra anfíbia, concedendo ao Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) um novo poder de projeção militar. 
Todo este esforço de dedicado a estas manobras de pequeno porte, criariam a condições básicas operacionais para a implementação de operações de maior porte. Assim no início do ano de 1964, teria lugar no litoral do estado do Espírito Santo a primogênita da série das Operações Dragão. Além da tropa percussora helitransportada a partir do porta aviões ligeiro A-11 Minas Gerais, projetados em terra, em um período de dez horas (incluindo a movimentação navio para terra por superfície) um total de oitocentos militares, vinte viaturas leves e quatro obuseiros M-3A3 de 105 mm na cabeça de praia. Participariam deste exercício, quatorze LCVP  Higgins Boats, operando em conjunto com pelo menos mais vinte barcos dos tipo de Embarcação de Desembarque de Pessoal (EDVP) e Embarcação de Desembarque de Viaturas e Material (EDVM). Durante os anos seguintes os LCVP  Higgins Boats, seguiram prestando relevante serviços a Força de Fuzileiros de Esquadra (FEE), participando de outras manobras de relevada importância. Destaca-se sua atuação entre os anos de 1965 e 1966 durante formação e emprego da Força Armada Interamericana Brasileira (Faibrás), na República Dominicana, onde seriam enviados cerca de quatro mil militares brasileiros com a missão de "assegurar a paz" naquela região. Em meados da década seguinte vislumbrou-se a necessidade de substituir os LCVP  Higgins Boats, por embarcações mais novas, tendo em vista a idade da frota, desta maneira iniciar-se-ia um processo de desativação gradual, mediante a   incorporação de embarcações produzidas nacionalmente. Apesar de sua obsolescência já apresentada na década de 1960, os LCVP “Higgins Boat” foram fundamentais para a formação da doutrina referente as Operações Anfíbias, Operações Ribeirinhas e Operações Terrestres de caráter naval, a fim de contribuir para a aplicação do Poder Naval. 

Em Escala.
Para representarmos o LCVP “Higgins Boat” ou Embarcação de Desembarque de Viaturas e Pessoal (EDVP), pertencente ao Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN), empregamos o kit básico da Airfix na escala 1/72. Para se compor a versão operada pelo Marinha do Brasil não é necessário proceder qualquer alteração, com o modelo podendo ser montado diretamente da caixa. Empregamos decais originais do modelo em conjunto com uma bandeira nacional impressa em papel normal. 
O esquema de cores (FS) descrito abaixo, representa o primeiro padrão de pintura empregado nas embarcações de desembarque de pessoal e veículos – LCVP “Higgins Boat”, quando de sua incorporação na Marinha do Brasil quando do seu recebimento. Posteriormente seriam alteradas as marcações de identificação, ocorrendo também a inclusão de uma singela faixa em verde e amarelo, a exemplo a aplicada nas demais embarcações de desembarque de pessoal (EDVP). 


 Bibliografia : 

- LCVP Higgins Boats Wikipedia - https://en.wikipedia.org/wiki/LCVP_(United_States)
- Revista da FFE – Edição Comemorativa de aniversário da Força de Fuzileiros da Esquadra 
- Poder Naval por Alexandre Galante - www.naval.com.br
- Marinha do Brasil - https://www.marinha.mil.br/