M-125A1 VtrBldEspSL Porta Morteiro


História e Desenvolvimento. 
A origem e o emprego dos carros blindados de transporte de tropas em larga escala no campo de batalha ocorreram durante a Segunda Guerra Mundial, com a utilização de veículos de tração do tipo meia-lagarta. Destacou-se, nesse contexto, o modelo Hanomag Sd.Kfz. 251, amplamente utilizado pelo Exército Alemão (Wehrmacht). Já entre os exércitos norte-americano e britânico, a predominância desse tipo de veículo no campo de batalha foi representada pela família de meias-lagartas dos modelos White M-2, M-3 e M-5 Half Track Car, empregados em grandes quantidades em todos os teatros de operações do conflito. Apesar de seu importante papel no esforço de guerra, executando tarefas de transporte de tropas e cargas, os modelos norte-americanos apresentavam uma deficiência significativa: a ausência de uma estrutura de cobertura blindada. Essa falha de projeto tornava os soldados vulneráveis a armas leves e estilhaços de projéteis. Para solucionar esse problema, ainda durante as últimas fases do conflito, foi desenvolvido o projeto M-44 (T16), um veículo blindado de transporte de tropas originalmente derivado do carro de combate M-18 Hellcat. Seu conceito inicial priorizava a proteção total dos ocupantes, resultando em um veículo de dimensões muito superiores aos modelos meia-lagarta então em uso, com capacidade para transportar até 24 soldados totalmente equipados e um peso total de combate de 23 toneladas. Foram construídos três protótipos, submetidos a ensaios e testes em campo. Durante esse processo, verificou-se que o peso total do veículo limitava significativamente sua velocidade e sua capacidade de transpor terrenos irregulares, levando à decisão de cancelamento do projeto. No entanto, a ideia não foi abandonada, sendo reformulados os parâmetros de projeto para esse tipo de blindado. Em setembro do mesmo ano, foi lançada uma concorrência para o desenvolvimento de um novo veículo blindado destinado ao transporte de tropas, com capacidade para até dez soldados. Entre os requisitos especificados, destacava-se a necessidade de que esse novo modelo fosse baseado na plataforma e no chassi do veículo de transporte de carga T-43 Cargo Carrier. Diversas montadoras apresentaram suas propostas em meados de 1946, as quais foram avaliadas pelo Comando de Material do Exército dos Estados Unidos (US Army). Os resultados apontaram para a superioridade do modelo conceitual T-18EI, desenvolvido pela empresa International Harvester Company (IHC), resultando na celebração de um contrato para a produção de quatro protótipos iniciais. Esses foram concluídos e disponibilizados para testes no início de 1947. O programa de avaliação estendeu-se por mais de oito meses e resultou em uma série de demandas de melhorias ao fabricante. Após a implementação das alterações recomendadas, os quatro protótipos foram novamente submetidos a ensaios, sendo posteriormente homologados para produção em série. O primeiro contrato de aquisição, contemplando mil unidades, foi formalizado em maio de 1950, com o modelo recebendo a designação oficial de M-75 Veículo de Infantaria Blindado (Personnel Carrier - APC). 

Os primeiros veículos blindados deste modelo foram disponibilizados às unidades de infantaria do Exército dos Estados Unidos (US Army) a partir do início de 1952, substituindo gradualmente os blindados meia-lagarta White M-3 e M-5 Half Track ainda em operação. Apesar de ser mais leve que os protótipos do modelo M-44 APC, o novo veículo de infantaria blindado ainda possuía um peso total de combate de dezoito toneladas, considerado elevado. Durante os exercícios operacionais, verificou-se que esses veículos não conseguiam acompanhar os carros de combate no campo de batalha, comprometendo a mobilidade e a sincronia das unidades motorizadas de uma força terrestre. Essa situação gerou grande preocupação entre os estrategistas militares, resultando na decisão de cancelar o contrato de produção ainda em vigência. Como medida emergencial, foi necessário reativar algumas centenas de veículos meia-lagarta previamente transferidos para a reserva. Para solucionar essa deficiência, em dezembro de 1953 foi lançada uma nova concorrência para o desenvolvimento de um veículo blindado de transporte de tropas mais eficiente, prevendo a aquisição de pelo menos cinco mil unidades. O novo modelo deveria manter a premissa de garantir adequada proteção aos ocupantes, mas com menor peso total de deslocamento. Além disso, deveria possuir relativa capacidade anfíbia para a transposição de rios e pequenos cursos d'água, bem como a possibilidade de ser aerotransportado pelos aviões de grande porte então em desenvolvimento. Dentre as propostas apresentadas, o modelo T-59, desenvolvido pela Food Machinery and Chemical Corporation (FMC), destacou-se frente à concorrência, sendo selecionado pelos militares norte-americanos. Como parte do processo de avaliação, foi firmado um contrato para a produção de oito unidades pré-série, as quais seriam submetidas a um novo programa de ensaios operacionais entre setembro e outubro de 1953. Os primeiros veículos de série foram incorporados às unidades de infantaria do Exército dos Estados Unidos (US Army) em agosto de 1954, sendo recebidos com entusiasmo devido ao seu porte imponente e modernas linhas de design. No entanto, durante o uso operacional, o modelo apresentou deficiências significativas relacionadas à potência do motor, velocidade, autonomia e mobilidade. Esses problemas decorriam, principalmente, do alto peso de deslocamento do veículo. Essa problemática gerou grande preocupação no comando do Exército dos Estados Unidos (US Army), levantando questionamentos sobre a real eficiência e capacidade de sobrevivência do FMC M-59 em um possível cenário de conflito moderno na Europa contra as forças soviéticas.
Neste mesmo momento, o comando militar do Exército dos Estados Unidos (US Army), passaria a elaborar planos para a futura substituição do M-75 APC, que apesar de sua robustez e confiabilidade se mostrava inadequado a missão, com o novo M-59 APC reprisando esta mesma problemática operacional de desempenho no campo de batalha. Criava-se então no ano de 1958, uma demanda para o desenvolvimento de um novo veículo blindado de transporte de tropas, com este modelo devendo unir as melhores características operacionais do M-75 e M-59. Este novo veículo blindado deveria apresentar velocidade compatível aos carros de combate no campo de batalha (principalmente o M-41 e M-48), relativa capacidade anfíbia e possibilidade se ser aerotransportado. Estes parâmetros resultariam no desenvolvimento do conceito AAM-PVF - Airborne Armored Multi-Purpose Vehicle (Veículo Multiuso Blindado Aerotransportado).  Uma concorrência seria deflagrada no final deste mesmo ano, e em meados de 1959 a FMC Food Machinery Corp seria declarada vencedora. Grande parte desta decisão recairia sobre o inovador sistema de blindagem proposto, sendo composta por uma liga de duralumínio que fora desenvolvido em parceria com a empresa Kaiser Aluminium and Chemical Company. Esta solução proporcionaria ao veículo uma suficiente proteção blindada e uma grande mobilidade e velocidade no campo de batalha devido ao seu baixo peso final. Este projeto receberia a designação militar de T-113, sendo celebrado um primeiro contrato para a produção de três carros pré-série quer seriam destinados a avaliação. Estes veículos blindados de transporte de tropas seriam equipados com um motor a gasolina Chrysler 75M com 8 cilindros em "V" com potência de 215 hp, seriam entregues em maio de março de 1950, sendo imediatamente submetidos a um intensivo programa de ensaios em campo, com este processo se estendendo até o mês de setembro. Os resultados validaram sua produção em série, com um primeiro contrato sendo celebrado logo em seguida, envolvendo inicialmente novecentas unidades, com o modelo recebendo a designação militar de M-113AO APC, com os primeiros sendo entregues as unidades operativas do Exército dos Estados Unidos (US Army) entre os meses de maio e junho do ano de 1960. Em campo o novo M-113 podia transportar até a linha de frente onze soldados totalmente equipados, servindo de proteção e apoio até o desembarque da tropa, devendo então recuar para a retaguarda. Como armamento de autodefesa, o blindado contava com uma metralhadora M-2 Browning de calibre .50 (12,7 mm) operada manualmente pelo comandante. Passariam também logo a ser desdobrados em operações aerotransportadas nos novos aviões de transporte pesado, Lockheed C-130 Hercules e Lockheed C-141 Starlifter da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF).     

Após sua completa introdução operacional, seria decidido implantar o novo M-113AO em um cenário de conflagração real, para fins avaliação real no campo de batalha, com esta demanda sendo atendida em 1962, pela cessão de trinta e dois blindados deste modelo para o Exército da República do Vietnã (ARVN). Em operação na Guerra do Vietnã, os M-113AO, passariam dotariam duas companhias mecanizadas, com seu batismo de fogo sendo realizados em janeiro de 1963 durante os eventos da Batalha de Ap Bac na província de Dinh Tuong (agora Tien Giang). Apesar de seu relativo sucesso, diversos ensinamentos seriam tirados desta experiencia, levando a adoção de significativas melhorias na blindagem e sistemas críticos ao projeto original. Estas mudanças levariam ao desenvolvimento em 1964, de uma nova versão designada como M-113A1, que apresentava como maior destaque a adoção do motor a diesel Detroit 6V53T de 265 hp de potência que praticamente dobrava a autonomia do veículo. Durante os anos seguintes os M-113 seriam deslocados em larga escala para o Vietnã para o emprego do Exército dos Estados Unidos (US Army) naquele conflito, onde receberia o apelido de "Táxi de Combate".  Seria usado para romper matagais pesados no meio da selva para atacar e invadir posições inimigas. Era amplamente conhecido como "APC" ou "ACAV" (veículo blindado de assalto de cavalaria). No entanto neste cenário seriam também conhecidos por suas fragilidades na blindagem inferior, caso atingisse uma mina terrestre, por essa razão, muitos soldados preferiam viajar sobre a cobertura do blindado ao invés de ocupar o seu compartimento interior. Em 1978 o modelo já representava um sucesso estrondoso, registrando exportações para mais de vinte países, com sua produção já atingindo a cifra de mais 25.000 unidades, levando a Food Machinery and Chemical Corporation (FMC), a desenvolver uma nova versão designada como M-113A2. Este novo modelo apresentaria melhorias significativas na suspensão e sistema de refrigeração, tornando assim o blindado como uma plataforma viável para emprego em cenários de combate de alto atrito. Seu projeto se mostraria ainda extremamente customizável para o emprego em versões especializadas, como carro comando, antiaéreo, porta morteiro, lança chamas, socorro, oficina e antitanque (com misseis Tow). Estas versões seriam produzidas aos milhares, elevando os níveis de padronização das frotas blindadas de diversas nações. As Forças de Defesa de Israel se tornariam o segundo maior operador do M-113AO, com mais de seis mil veículos em serviço, com os primeiros a serem incorporados sendo representados por veículos jordanianos foram capturados na Cisjordânia durante a Guerra dos Seis Dias e integrados as forças israelenses.  Em 1970, a Força de Defesa de Israel (IDF) começaria a receber centenas de M-113A1 para substituir as antiquadas meias lagarta, e em mais de cinquenta anos de atividade, estes veículos blindados teriam destacada participação nos conflitos regionais.  A partir de 1968 surgia a nova versão denominada M-125 com motorização a diesel, que a exemplo do M-106 possuía a estrutura do piso reforçado com feixes de aço soldado para poder suportar a reação do disparo da arma, prateleiras para o armazenamento de até 69 cargas explosivas e uma plataforma interna giratória para orientação do morteiro M-29 de 81mm, também levava uma plataforma menor para operação externa da arma. Sua guarnição era composta pelo motorista, comandante e quatro operadores da arma. 
Em 1987 seria apresentado pelo fabricante o novo M-113A3, versão na qual seriam introduzidas novas melhorias com o objetivo de proporcionar uma "sobrevivência aprimorada no campo de batalha". Este programa passaria a incluir um garfo para direção em vez do sistema laterais, um pedal de freio, um motor mais potente (turbo 6V-53T Detroit Diesel) e revestimentos internos para melhor proteção da tripulação. Ainda seriam adotados tanques de combustível blindados, instalados em ambos os lados da rampa traseira, liberando 0,45 metros cúbicos (16 pés cúbicos) de espaço interno. Este modelo obteria grande destaque durante a primeira Guerra do Golfo Persico contra o Iraque, quando passariam a desempenhar papéis importantes, tanto no combate urbano quanto nas diversas funções de manutenção de paz, provando assim sua versatilidade e a combinação precisa de volume interior, perfil exterior, construção simples e fácil manutenção. Sua comprovada e versátil plataforma levaria ao desenvolvimento de versões especializadas como o M-58 Gerador de Fumaça, M-106 Porta Morteiro, M-132 Lança Chamas, M-125 Porta Morteiro, M-150 Antitanque, M-163 VADS antiaérea, M-577 Comando, M-579 Socorro, M-48 Chaparral antiaéreo, M-1064 Porta Morteiro, M-113 Ambulância, M-806 Socorro e Recuperação, M-113 "C & R" (Comando e Reconhecimento) e M-901 ITV Antitanque. Seu sucesso comercial internacional seria catapultado por programas de apoio na aquisição de material militar norte-americano, como o programa Military Assistance Program – MAP (Programa de Assistência Militar) e posteriormente o programa Foreign Military Sales – FMS (Vendas Militares a Estrangeiros), facilitando o acesso a sessenta países. Estes veículos estiveram presentes nos principais conflitos regionais ocorridos durante os séculos XX e XXI, como as guerras do Vietnã, Camboja-Vietnamita, Sino-Vietnamita, Guerra dos Seis Dias, Indo-Paquistanesa de 1965 e 1971, Yom Kippur, Invasão Turca de Chipre, Civil Libanesa, Líbano de 1982, Irã-Iraque, Golfo Pérsico, Kosovo, Afeganistão, Iraque, Noroeste do Paquistão, Segunda Intifada, Líbano de 2006, Gaza, Civil Líbia, Insurgência iraquiana, Civil da República Centro-Africana (2012-2014), Civil iraquiana, Civil do Iêmen, Houthi-Arábia Saudita e por fim a invasão Russa da Ucrânia a partir de outubro de 2022. Ao longo de mais de trinta anos seriam produzidas cerca de 80.000 unidades, com 4.500 destes montados sob licença em empresas na Bélgica, Itália e Coreia do Sul. Atualmente estima-se que grande parte da frota mundial ainda esteja em operação, e constantes programas de modernização em curso mundo afora, permitirão seu emprego ainda por décadas no século XXI. 

Emprego na Marinha do Brasil.
A Força de Fuzileiros de Esquadra ou FFE foi criada no de 1950 a fim de estabelecer uma estrutura de combate anfíbia, com os primeiros passos sendo dados nos anos seguintes com o objetivo de se constituir uma força de combate anfíbia nos moldes do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos (USMC). Em seguida seriam recebidos os primeiros navios especializados na missão de transporte de tropas, o G-20 Custodio de Mello, G-16 Barroso Pereira, G-21 Ary Parreiras e G-22 Soares Dutra e também as embarcações de desembarque de pessoal, material e viaturas (EDVP e EDVM), criando as bases para o lançamento para operações anfíbias em larga escala. Neste momento seriam adquiridos os primeiros veículos destinados ao emprego nas operações de desembarque anfíbio como os jipes M-38A1, M-38A1C, Willys CJ-5 e utilitários leves como os Dodge M-37, que operariam a partir das Embarcações de Desembarque de Viaturas e Material (EDVM). Seriam iniciados os primeiros ciclos de adestramento fundamentados na realização de desembarques de pequena complexibilidade, envolvendo tropas, veículos leves, peças de artilharia e cargas. Nos anos seguintes seriam realizados estudos visando a aquisição de veículo anfíbios de transporte como os robustos LVTP-5 ou blindados de transporte de tropas FMC M-113, porém apesar de serem modelos com cunho aspiracional, seus custos de aquisição eram algo completamente fora da realidade orçamentária da Marinha do Brasil. Uma solução paliativa seria efetivada em 1972 com a aquisição de um lote de caminhões anfíbios GMC Duwk oriundos dos estoques da Marinha Nacional Francesa (Marine Nationale), porém ainda figurava na força a necessidade em se dispor de um moderno veículo blindado de transporte de tropas. Esta demanda seria atendida no ano seguinte, quando seriam incorporados os primeiros Engesa EE-11 Urutu a fim de dotar o recém-criado Batalhão de Transporte Motorizado (BtlTrnpMtz),  unidade subordinada diretamente a Comando da Divisão Anfíbia. No entanto em operação estas viaturas seriam avaliadas como poucos eficazes nas operações de desembarque anfíbio, principalmente devido sua tração por rodas acarretar problemas de trafegabilidade em certos tipos de terreno como as faixas de praia.  Apesar desta limitação operacional o Engesa EE-11 Urutu acabaria sendo fundamental na tarefa de servir como embrião da doutrina de utilização de veículos blindados de transporte de tropas para o Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN). Neste momento o comando da Marinha do Brasil, passaria considerar a aquisição de uma família de veículos blindados de transporte de tropas com tração sob esteiras, a fim de atender as demandas de suas operações de desembarque anfíbio.  As aspirações iniciais do comando do Fuzileiros Navais da Marinha (CFN) apontavam para a adoção de um lote dos novos veículos norte-americanos de assalto anfíbio FMC AAV-7A1, porém estes apresentavam um custo unitário de aquisição proibitivo, excedendo em muito a previsão orçamentaria naquele momento. 

Uma solução mais viável seria baseada na incorporação do veículo blindado de transporte de tropas FMC M-113A1, que apesar de não atender a todas as especificações almejadas para operações anfíbias poderiam ser adquiridas em condições econômicas favoráveis. Pesava ainda sobre esta escolha o fato do modelo ser empregado em larga escala pelo Exército Brasileiro, comprovando excelentes resultados operacionais em campo. Desta maneira a partir de abril de 1974 seriam conduzidas negociações entre o Ministério da Marinha e o governo norte-americano, que logo se materializariam na celebração de um contrato, para a aquisição de um lote de trinta carros novos de fábrica da família FMC M-113. Este acordo previa o fornecimento de quatro versões, sendo vinte e quatro na versão M-113A1 Transporte de Tropas, dois M-125A1 carro porta morteiro, um M-113A1G oficina e por fim um carro socorro do modelo XM-806E1. Os primeiros veículos começaram a ser recebidos em 07 de novembro de 1976, passando a ser incorporadas ao Batalhão de Transporte Motorizado (BtlTrnpMtz), neste momento um grande programa de treinamento operacional seria ministrado por equipes do fabricante em parceria com oficiais e mecânicos do Exército Brasileiro, oriundas de unidades operativas que já faziam uso deste mesmo veículo. Após o término desta fase o modelo seria declarado operacional em dezembro de 1977, recebendo a designação de Viatura Blindada Especial Sobre Lagartas (VtrBldEspSL) M113 de Transporte de Pessoal (TP). Neste momento passariam a operar em conjunto com os Engesa EE-11 Urutu. Visando adequar a nomenclatura a missão principal da unidade, o Batalhão de Transporte Motorizado (BtlTrnpMtz), seria extinto, sendo criado assim em seu lugar, a Companhia de Viaturas Blindadas (CiaVtrBld).  Desde o início das operações anfíbias da Força de Fuzileiros de Esquadra (FEE), o M-125A1, seria o primeiro carro porta morteiro a ser incorporado a força, e apesar de só se disporem de dois os carros os mesmos foram fundamentais na doutrina de operações ofensivas de saturação de área, para apoio e defesa nas operações de desembarque anfíbio, operando a partir de navios de desembarque de carros de combate Marinha do Brasil. O primeiro exercício de grande monta com este tipo de plataforma de artilharia aconteceria em abril 1981, quando os dois M-125A1 foram desembarcados no litoral do Espírito Santo a partir do navio de desembarque de carros de combate G26 - Duque de Caxias (classe De Soto County)Em operação constante estes veículos viriam a trazer a um novo patamar de operacionalidade a Força de Fuzileiros de Esquadra, participando ativamente nos anos seguintes de inúmeros treinamentos e operações anfíbias como a série das Operações Dragão. Em 1986 a unidade passou a ser designada como Batalhão de Viaturas Anfíbias (BtlVtrAnf) permanecendo até 2003, quando da ativação do Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais (BtlBldFuzNav), concentrando todas os veículos da família M-113 em operação nesta unidade. 
Com a desativação dos Engesa EE-11 Urutu, até o recebimento dos FMC AAV-7A1 Clanf em maio de 1986, os M-113A1 seriam os os únicos veículos blindados de transporte de tropas em serviço no Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). No início da década de 2000, os blindados M-113A1, M-125A1 Porta-Morteiro, M-577A1 Carro Comando, M-113A1G Carro Oficina e XM-806E1 Carro Socorro estavam próximos de completar quarenta anos de serviço junto ao Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN). O emprego intensivo ao longo dos anos, no entanto, cobrou seu preço, resultando em uma disponibilidade operacional média de apenas 66%, o que afetou significativamente a capacidade de mobilidade da Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE). Esse cenário foi agravado por problemas mecânicos e elétricos decorrentes de diversos fatores críticos, como desgaste operacional, conservação inadequada, falhas na manutenção e irregularidades na aquisição de suprimentos e peças de reposição, que já não eram facilmente encontradas no mercado internacional. Diante dessa problemática, em 2007, o Comando da Marinha do Brasil iniciou estudos para a substituição da frota de Viaturas Blindadas Especiais Sobre Lagartas FMC M-113A1, considerando inclusive a aquisição de um terceiro lote de veículos de assalto anfíbio United Defense AAV-7A1. Contudo, devido ao contingenciamento orçamentário enfrentado pela Marinha do Brasil nesse período, essa possibilidade foi descartada. Dessa forma, uma nova abordagem foi adotada, explorando alternativas que incluíam tanto a aquisição de veículos por oportunidade quanto a implementação de um programa de modernização. A escolha recaiu sobre a segunda opção, prevendo um processo abrangente de atualização mecânica, elétrica e sistêmica, capaz de restaurar a capacidade operacional da frota e estender sua vida útil por, no mínimo, vinte anos. Para embasar essa decisão, uma equipe técnica analisou diversos programas de modernização aplicados a veículos da mesma família em outros países. As percepções obtidas nortearam a definição dos critérios e objetivos a serem alcançados, estabelecendo os parâmetros para uma futura concorrência internacional. Esse processo foi iniciado no final de 2007, quando a Marinha do Brasil passou a receber diversas propostas de empresas especializadas nesse segmento. Após um rigoroso estudo comparativo, a proposta da empresa israelense Israel Military Industries (IMI) foi considerada a mais vantajosa. Dessa forma, em 28 de novembro de 2008, a Comissão Naval Brasileira em Londres (CNBE) assinou um contrato no valor de US$ 15,8 milhões, prevendo a modernização de todos os blindados deste familia existentes na frota do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN).

Além de apresentar a melhor relação custo-benefício, este pacote de modernização se destacou pela execução de todos os trabalhos nas instalações do Centro de Reparos e Suprimentos Especiais do Corpo de Fuzileiros Navais (CTeCFN), sob a supervisão do Centro Tecnológico do Corpo de Fuzileiros Navais (CTecCFN) e com assistência da Israel Military Industries (IMI). Dentre os principais aprimoramentos, destaca-se a adoção do motor Caterpillar C7 (224 kW – 300 HP), automático, com injeção eletrônica e versão militar (off-road). Este motor possui componentes disponíveis no mercado nacional, reduzindo custos e assegurando a disponibilidade de sobressalentes a longo prazo. Operando em conjunto com a transmissão automática Allison 3200SP, de seis marchas à frente e uma reversa, controlada eletronicamente e também composta por peças de fácil reposição no comércio nacional, o conjunto garante maior eficiência operacional. A suspensão foi aprimorada com a introdução de novas barras de torção e amortecedores mais robustos, além do acréscimo do setor de contato com o amortecedor e batentes de proteção do patim. Também foram incorporados novos braços das rodas de apoio (nas estações de roda 1, 2, 4 e 5), permitindo maior afastamento do solo e melhor absorção de impactos. O kit de reposicionamento do conjunto tensor da lagarta e do braço da roda tensora também foi implementado. O sistema de direção foi modernizado com a adoção de um kit de aperfeiçoamento de controle, substituindo os manches da versão anterior por um volante hidráulico, semelhante ao utilizado no CLAnf. Além disso, as lagartas foram substituídas pelo modelo Diehl System Track 513 Agressive, proporcionando maior vida útil ao patim, melhor desempenho, redução de vibrações e ruídos, bem como menor desgaste das rodas de apoio. Para ampliar a autonomia operacional e aumentar a segurança da tripulação, foram instalados tanques de combustível externos com capacidade de 360 litros cada. Esta configuração minimiza riscos em caso de incêndio no interior da viatura e permite a continuidade do funcionamento, mesmo em caso de avaria em um dos tanques. Na parte elétrica e eletrônica, as viaturas passaram a contar com novos rádios de comunicação, um alternador de 200 AMP, ar-condicionado fornecido pela Marvin Land Systems e um sistema de extinção de incêndio. Além disso, todas as unidades modernizadas receberam a preparação para a instalação de um kit de navegação, permitindo a transposição de cursos d'água. O pacote de modernização também previu a futura integração de acessórios mais avançados, como imageadores termais, telas digitais, kits de proteção balística interna e externa, bem como o conjunto de lançadores de granadas fumígenas de 76 mm. No entanto, ressalta-se que os dois  M-125A1 não receberam as estações de armamento Platt MR555 Mod-2 (26).
Os veículos porta morteiros, foram os primeiros a serem submetidos a este processo, passando a ser designados como M-125MB1 (MB – Marinha do Brasil e 1 – primeiro modernizado).  Dentre as unidades de transporte, uma foi equipada com um sistema de câmera termal com a finalidade de ser avaliada para possível aprovação e futura incorporação ao conjunto operacional. Ainda no mesmo ano, durante a LAAD 2013 – Defence & Security, o Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN) apresentou o modelo M-113MB1 VtrBldEspSL, equipado com um kit de flutuação composto por blocos de navegação acoplados ao veículo, evidenciando a versatilidade da modernização implementada. Ressalta-se que todas as viaturas podem receber esse kit para atravessar cursos d'água, embora seja comum observá-las sem essa configuração e sem a quebra-mar. No decorrer de 2013, foi adquirido um kit de blindagem externa do sistema "High Hard Appliqué Armor Toga", de fabricação israelense, projetado para proteção contra armamentos do tipo RPG-7 e munições calibre .50. Adicionalmente, no interior da viatura foi instalada a blindagem do tipo "Internal Spall Liner". O pacote de aprimoramentos foi complementado com a adoção do sistema "Drive Night Vision" (equipamento de navegação termal) e do "Smoke Grenade System 76 mm" (lançador de granadas fumígenas). Os testes conduzidos demonstraram a eficácia dessas modificações, permitindo sua adoção em um número maior de viaturas da frota. A entrega dos últimos modelos M-113MB1VtrBldEspSL ocorreu no início de 2016, marcando a conclusão bem-sucedida do projeto. Esse programa não apenas elevou o padrão operacional da frota, mas também proporcionou um avanço significativo no conhecimento técnico e na experiência da equipe da Marinha do Brasil, especialmente nos campos da soldagem, manutenção, mecânica e integração de sistemas. O contrato firmado em 2008 previa um acordo de compensação (OFFSET), pelo qual o fabricante se comprometeu a fornecer treinamento completo ao pessoal técnico da Marinha do Brasil, capacitando-os para a operação e manutenção dos blindados modernizados em todos os níveis. Além disso, o programa objetivou qualificar diversas empresas brasileiras para a execução de manutenções de 3º e 4º escalões, abrangendo o fornecimento de sobressalentes, componentes e materiais, bem como viabilizando a aquisição de bens e serviços relacionados à modernização desses veículos.

Em Escala.
Para representarmos o M-125A1 VtrBldEspSL Porta Morteiro  "CFN 3110551" em sua configuração antes de ser modernizado,  utilizamos o antigo kit Academy (versão original M-106A1), na escala 1/35. Para compormos a versão empregada pelo Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN), faz se necessário proceder a troca do morteiro, pois o kit contempla uma peça de 107 mm, a solução encontrada foi a de utilização de um morteiro de 81 mm presente no kit LAV-M da Trumpeter na mesma escala. Fizemos uso de decais confeccionados pela Decals e Books presentes no set " Forças Armadas do Brasil".
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o primeiro padrão de pintura de camuflagem tática empregado em veículos desta família no Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) . Este esquema  foi substituído na década e 1980, sendo novamente alterado em no inicio da década seguinte.  As viaturas modernizadas emergiram deste processo adotando um padrão ligeiramente diferente deste, podendo apresentar  pequenas variações de tons de cores.



Bibliografia : 
- Variants of the M113 armored personnel carrier-  Wikipédia - http://en.wikipedia.org/wiki/Variants_of_the_M113_armored_personnel_carrier
- M-113 APC - http://en.wikipedia.org/wiki/M113_armored_personnel_carrier
- Fuzileiros Blindados - Operacional - http://www.operacional.pt/fuzileiros-blindados-i/
- M-113 no Brasil – Expedito Carlos Stephani Bastos