N.A. T-28R-1 e T-28A(S) na Marinha

História e Desenvolvimento. 

Logo após o termino da Segunda Guerra Mundial, a Força Aérea Americana (USAF) começou a considerar possíveis substitutos para sua frota de treinadores avançados T-6 Texan deflagrando assim uma concorrência entre várias empresas americanas para o desenvolvimento do projeto de uma nova aeronave dedicada a esta tarefa. Após análises preliminares de todos os concorrentes, a empresa North American Aviation sagrou-se vencedora, com seu projeto NA-159, uma aeronave biposta em tandem com trem de pouso triciclo, equipada com um motor radial de 800 hp, que recebeu a designação militar de XBT-28, sendo dotado com um motor radial Wright R-1300-7 de 800 hp, com os primeiros voos ocorrendo a partir de 26 de setembro de 1949.

Após uma densa campanha de ensaios aplicada aos dois protótipos da aeronave, o Air Training Command (ATC – Comando Aéreo de Instrução) passou a receber em abril de 1950 as primeiras células do modelo, agora sob a designação de T-28A Trojan e passaram a ser distribuídos ao Proving Ground na base área de Eglin na Florida e ao  3200 th Fighter Test Squadron (Esquadrão de Testes em Voo), que viriam a desenvolver a doutrina de operação da aeronave, com este processo se alongando até novembro do mesmo, gerando assim os primeiros contratos de produção englobando 605 células, que seriam seguidos por outros contratos até o ano de 1957 totalizando a aquisição de 1.194 aeronaves.
Após ser adotado como treinador primário padrão pela Força Aérea Americana (USAF), a Marinha dos Estados Unidos (US Navy) também demonstrou interesse pelo modelo também com o objetivo de substituir os T-6 Texan , assinando contratos da aquisição da versão de treinamento avançado, designada T-28, que diferia da anterior por contar com um novo motor  Wright R-1820-9 com 1425 hp, os acordos firmados totalizaram 489 aeronaves adquiridas, que seriam empregados não só pela US Navy, mas também pelo Corpo de Fuzileiros Navais (US Corps Marine), para operações de treinamento embarcado em porta aviões com a aquisição de 266 unidades da versão T-28C que passava a dispor de gancho de parada e outras pequenas modificações necessárias a navalizacao do modelo.

No entanto a carreira do T-28A na USAF foi breve em face do desejo daquela arma em introduzir aeronaves de reação no programa de formação de seus pilotos. Consequentemente, a partir de 1956, os T-28A gradualmente deixaram de operar com o ATC, sendo substituídos totalmente até o início de 1960, pelo binômio Beech T-34A / Cessna T-37A. Já os as versões T-28B e T-28C continuaram a ser empregadas pela US Navy e US Corps Marine até o início da década de 1980. A retirada de serviço dos T-28A da USAF gerou um volume de células excedentes em bom estado, que passaram a ser transferidas a nações alinhadas com os Estados Unidos, gerando assim novas versões, entre elas a T-28D Nomad que ser originaram de conversões do modelo original que foram  implementadas pela empresa  Pacific Airmotive  a partir de 1962,  sendo destinadas ao emprego armado em missões de reconhecimento e contra insurgência, tendo destacada atuação nos conflitos do sudeste asiático.
A empresa francesa Sud Aviation a pedido da Força Aérea Francesa, passou a desenvolver um processo de conversão similar ao T-28D Nomad, capacitando a aeronave a dispor de um leque de armamentos, composto por pods de metralhadora .50, foguetes não guiados de 37 mm e 62 mm Matra e bombas de bombas de queda livre e napalm, dispostos em seis pontos duros sob as asas, resultando em uma e encomenda 148 aeronaves, que foram empregadas em conflitos regionais no Norte da África entre 1959 e 1962 No ano de 1960 a empresa Hamilton Aircraft Company passou a oferecer no mercado civil e militar uma conversão designada T-28R Nomair, adotando um motor de Cyclone 1820-56A de 1.350 hp e hélice tripa. A versão civil recebeu a designação T-28R-2 (com canopi fixo e capacidade para até cinco pessoas) e a militar T-28R-1, sendo exportadas a 28 países, com células em serviço até pelo menos até o início da década de 1990.

Emprego no Brasil. 

No início da década de 1960, a Marinha do Brasil consolidava o processo de reativação da sua aviação naval, elaborando em seu cronograma de implementação as necessidades de equipamentos e aeronaves para compor suas unidades áreas, entre estas previa se um esquadrão de instrução aérea dotado de aeronaves de asa fixa. Apesar de a Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DaerM) ter comprado, no mercado civil local aeronaves leves no transcorrer de 1962, esses em termos de qualidade e quantidade estavam longe de satisfazer aquela necessidade, levando a Marinha do Brasil a buscar no mercado exterior meios que atendessem a esta demanda. Porém o cenário de embate com a Aeronáutica, devido a outrora exclusividade da FAB em operar aeronaves militares levou a  DaerM a descartar as fontes tradicionais e procurar soluções entre fornecedores de pequeno porte.

Assim em meados de 1962, a Comissão Naval Brasileira sediada em Washington D.C, iniciou negociações junto a empresa Hamilton Aircraft Company nos, com vistas a adquirir seis células do modelo T-28A, que anteriormente foram compradas da USAF, e convertidas ao padrão T-28R-1 Nomair com a substituição do motor original por um Wright R-1820-56A de 1.350 hp, para serem comercializadas no mercado civil, facilitando assim seu processo de exportação. O contrato de compra assinado no último trimestre de 1962 previa ainda a customização das aeronaves, adequando as para operação embarcadas em navio aeródromo, dentre estas alterações a mais visível era a instalação de um gancho de parada. Paralelamente, em janeiro de 1963, o adido naval brasileiro em Paris finalizou as negociações e assinou o contrato de compra de 12 aviões T-28A(S) que se encontravam estocados desde 1961 que pertencerem anteriormente a Força Aérea Francesa e foram modificados pela Sud Aviation .
Os dois lotes foram transportados por via marítima, sendo recebidos desmontados no final do primeiro trimestre de 1963. Os T-28R-1 foram trazidos a bordo do Navio de Transporte de Tropa Soares Dutra, e logos após sua atracação as caixas contendo as células foram transferidas para o NAeL Minas Gerais a fim de serem montadas nos hangares sob o acompanhamento de um técnico americano da Hamilton Aircraft Company, assim quando prontas as aeronaves foram pintadas, prontificadas e testadas para vôo, no dia 17 de outubro de 1963, decolando do porta aviões em direção a Base Aeronaval de Sao Pedro da Aldeia – RJ. Estas células juntamente com seis T-28A(S) deveriam ser distribuídas ao 2º Esquadrão de Aviões de Instrução (2ºEsAvl) que teria como missão treinamento avançado e qualificação de pouso a bordo em navio aeródromo. Porém as circunstâncias ditaram uma mudança nestes planos e os T-28R-1 passaram a integrar o 1º Esquadrão de Aviões Anti-Submarino (unidade posteriormente renomeada 1º Esquadrão Misto de Aviões Anti-submarino e de Ataque), já os T-28A(S) permaneceram desmontados e armazenados.

Dispondo de pilotos qualificados pela Aviação Naval Americana para operação em navio aeródromo, a Marinha começou a ensaiar o primeiro pouso embarcado no Nael Minas Gerais, que ocorreu em 11 de dezembro de 1963, quando o T-28 N-703, pilotado pelo Capitão-de-Corveta Roberto Arieira comandante do 1º EsMavASA executou o primeiro pouso de avião militar brasileiro a bordo do Minas Gerais, assinalando, assim, o início de uma nova etapa na História da Aviação Naval. Mais dois embarques seriam registrados em operações de adestramento e patrulha, com uma aeronave sendo perdida em um acidente fatal em 3 de janeiro de 1964. No intuito de melhorar a formação de pilotos navais previa-se a ativação do 2º Esquadrão de Aviões de Instrução (2ºEsAvl) com a dotação inicial de seis T-28A(S). Porém as divergências entre os Ministérios da Aeronáutica e Marinha, esta decisão foi postergada e novamente as aeronaves permaneceram desmontadas, ocorre porém que registros fotográficos comprovam que houve a remoção dos motores R-1820-56A de alguns T-28R-1, sendo substituídos pelos R-1820-76A de 1425 hp dos T-28A(S).
Em dezembro de 1964 ocorreu o incidente de Tramandaí, quando um helicóptero da MB foi metralhado por pessoal da FAB, e uma decisão final para o destino da Aviação Naval tornou-se urgente. No início do ano de 1965, o Minas Gerais entrou na Baía de Guanabara com os T-28 estacionados no convôo. A consequente reação do Ministro da Aeronáutica em relação ao fato acabou precipitando a decisão presidencial e, no dia 26 de janeiro, o Decreto de extinção da Aviação de Asas Fixas da Marinha foi assinado. Uma semana após a publicação do Decreto, o presidente Castelo Branco e sua comitiva chegaram ao NAeL Minas Gerais para assistir a última demonstração de toques e arremetidas e de pouso enganchado das aeronaves. Após o evento, os T-28 decolaram para o seu último vôo nas mãos da Marinha., as cinco aeronaves remanescentes foram transferidas para a FAB em janeiro de 1965, sendo incorporadas à 2ª Esquadrilha de Ligação e Observação.

Em Escala.

Para representarmos o T-28R-1 "N 703" empregamos o kit da Monogram da versão T-28A na escala 1/48, a escolha por este modelo se deu através da observação de fotos de época onde está célula apresenta estar dotada com a tomada de ar mais curta da refrigeração do radiador de óleo, características estas presentes nas versões "A e B” para representarmos a versão brasileira incluímos a hélice tripá e o gancho de parada, além de pequenas conversões em scratch. Empregamos decais confeccionados pela FCM presentes no Set 48/05.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura adotado pela Marinha Brasileira em suas aeronaves de asas fixas e asas rotativas a partir de fins da década de 1950, sendo mantido ate a transferência das células para a Força Aérea Brasileira em 1965.


Bibliografia :

- Aeronaves Militares Brasileiras 1916 – 2015 Jackson Flores Jr
- North American T-28 Trojan – Wikipedia
- Asas sobre os Mares Aviação Naval Prof. Rudnei Dias Cunha - http://www.rudnei.cunha.nom.br/Asas%20sobre%20os%20mares/index.html
- North American T-28 Trojan - Poder Naval - http://www.naval.com.br/anb/ANB-aeronaves/NA_T-28/NA_T28_Trojan.html

Leopard 1A5 Krauss Maffei no Brasil

História e Desenvolvimento.
A origem da família carros de combate Leopard remonta ao período pós-guerra, onde a Alemanha então dividida a entre as forças do Pacto de Varsóvia (Oriental) e a Organização do Tratado do Atlântico Norte OTAN (Ocidental), representava a linha de frente no conflito da Guerra Fria entre as superpotências, criando nesta região um clima de extrema tensão. No início deste período a Alemanha Ocidental permaneceu completamente desmilitarizada, sendo proibida pela regulamentação aliada após sua rendição incondicional em 1945 de constituir instituições militares, mesmo para autodefesa.  Em um segundo este conceito seria revisionado, dado a necessidade de se reforçar as defesas da região, para assim fazer frente a constante ameaça soviética. Assim em 12 de novembro de 1955 seria promulgada a constituição de uma nova estrutura das forças armadas da República Federal da Alemanha, sendo compostas pelo Deutsches Heer (Exército Alemão), Deutsche Marine (Marinha Alemã) e a Deutsche Luftwaffe (Força Aérea Alemã). Em termos e recursos as novas forças armadas seriam imediatamente equipadas com sistemas de armas de origem norte americana, no segmento de blindados, os carros de combate médios fornecidos eram os modelos americanos M-47 e M-48 Paton, veículos que já se mostravam inadequados as ameaças apresentadas pelas forças blindadas do Pacto de Varsóvia. Para atender a esta demanda foi previsto e desenvolvido amplo projeto reconstrução da força militar blindada da Alemanha Ocidental em fins na década de 1960, este processo previa a construção com projetos nacionais, ou ainda a aquisição de uma variada gama de veículos blindados, desde carros de combate, transporte e versões especializadas.

As especificações de projeto para o desenvolvimento de um novo MBT (Main Battle Tank), foram definidas no ano de 1956, estando baseadas na necessidade de superar seus oponentes soviéticos, entre estes os novos carros de combate T54 e T55, em serviço nos exércitos do Pacto de Varsóvia. Assim os parâmetros do projeto foram definidos, compondo um veículo com peso na ordem de mais 30 toneladas, com alta mobilidade como prioridade em detrimento ao poder de fogo, devendo ser ainda equipado com canhão de 105 mm. Vários projetos iniciais foram estudados pelo governo alemão, no ano seguinte estes esforços seriam incrementados, quando o governo francês se juntou ao projeto, pois também buscava um substituto comum, para seus antigos blindados de combate de origem norte americana. Desta união de demandas nasceria o conceito do programa “Europa Panzer”, que receberia ainda 1958, a adesão da Itália. Diversas empresas europeias e norte americanas participaram da concorrência, apresentando aos membros do comitê internacional "Europa Panzer", os primeiros protótipos em 1960. Após uma apurada análise comparativa entre todos os concorrentes, o projeto “Model 734” apresentado pela empresa automotiva alemã Dr. Ing. H.C. F. Porsche AG, foi declarado vencedor da concorrência. Esta decisão, no entanto, levaria a repercussões de ordem política e motivado por sentimentos nacionalistas o governo da França decidiu abandonar o consorcio, optando em desenvolver um veículo novo totalmente nacional que resultaria no futuro no carro de combate MBT AMX 30.
O projeto do novo carro de combate, foi batizado pelo Deutsches Heer (Exército Alemão) como Leopard I, e se tornaria o primeiro Main Battle Tank (carro principal de combate) produzido nacionalmente, do período pós-guerra. Como considerado nas especificações iniciais, este novo tanque estava equipado com uma versão alemã do consagrado canhão inglês, Royal Ordinance L7 de calibre 105 mm, dispunha ainda de completo sistema de proteção NBc (Radiação Nuclear e Química). Em termos de blindagem atendendo aos parâmetros de mobilidade, possuía uma blindagem leve, porém eficiente com capacidade de resistir a rápidos de armas de 20 mm em qualquer direção. Estas características lhe permitiam atingir uma velocidade máxima de 65 km/h no campo de batalha. Após a finalização de um programa de testes de aceitação, foi assinado entre a Dr. Ing. H.C. F. Porsche AG e o República Federal da Alemanha um contrato para aquisição inicial de 100 carros. A produção em série nas instalações fabris da Krauss Maffei em Munique, seria iniciada em setembro de 1964, com os primeiros carros passando a ser entregues as unidades Deutsches Heer (Exército Alemão) entre setembro de 1965 e junho de 1966. O emprego operacional revelaria qualidades de projeto do Leopard I, passando a despertar o interesse de outras nações pelo modelo (além da Itália), gerando assim contratos de exportações para a Bélgica, Holanda, Noruega, Itália, Dinamarca, Austrália, Canada, Turquia e Grécia.
A última versão de produção foi o Leopard 1A1A4, que passou a contar com os sistemas integrado de controle de tiro EMES 12A1 e visão noturna PERI R12, este modelo passou a ser entregue a partir de maio de 1974 tendo atingido a cifra de 250 fabricadas. O próximo estágio evolutivo seria representado pelo Leopard 1A5 que foi concebido no intuito de rivalizar novos blindados soviéticos T-64, T-72, T-72M1 e T-80. Para cumprir essa nova missão, o carro de combate Leopard 1A5 recebeu aperfeiçoamentos na capacidade de combate noturno e sob mau tempo, outro ponto aperfeiçoado foi sua capacidade de efetuar disparos contra alvos em movimento, garantindo assim maior mobilidade e flexibilidade no campo de batalha. As primeiras unidades desta versão atualizada foram entregues em 1987, com grande parte dos 4.744 veículos construídos anteriormente sendo elevados a este patamar, tornando esta versão o Leopard mais empregado em todo o mundo.

Emprego no Exército Brasileiro.
Em meados da primeira década do ano 2000 o comando do Exército Brasileiro vislumbrou a necessidade de substituir os carros de combate Leopard 1A, que foram incorporados a partir do ano de 1996, com estes veículos representando no novo século, a espinha dorsal da força de carros de blindados brasileira. Apesar de serem veículos confiáveis, sua aquisição se deu diretamente junto ao governo da Bélgica, com esta negociação não sendo acompanhada de nenhum contrato de apoio técnico ou manutenção junto ao fabricante. Este fator resultaria em graves problemas no fluxo de obtenção de peças de reposição, o que resultaria em altos indicies de indisponibilidade da frota, gerando um sinal de alerta. Pesava contra o modelo também, sua obsolescência natural de projeto, pois os carros adquiridos pelo Exército Brasileiro eram oriundos do primeiro lote de mais de trezentos carros pertencentes ao Forças Armadas Belgas (La Défense), que foram produzidos entre os anos de 1968 e 1971, que apesar de serem modernizados na década de 1980, e já não podiam fazer frente as ameaças hipotéticas desenhadas no século vinte e um. Com base nesta necessidade procedeu se a análise no mercado internacional de possíveis candidatos a substituição dos carros de combate atuais.  Desde o início a possibilidade de aquisição de carros de combate novos de fábrica seria descartada, devido a restrições orçamentarias vigentes naquela época. Neste contexto surgiria inclusive uma proposta norte-americana para o fornecimento de carros de combate MBT M-1 Abrams nos termos do Programa de Vendas Militares Estrangeiras (FMS -Foreign Military Sales), que apesar de ser extremamente interessante em termos financeiros, seria declinada, pois estes carros de combate excediam em termos de peso bruto a capacidade da infraestrutura nacional.

Mais propostas seriam analisadas, porém lista de possíveis opções seria extremamente reduzida com tantas amarras de ordem financeira ou técnica. A escolha então começaria a pender para o aspecto mais lógico, ou seja, a aquisição de um lote de carros de combate usados em bom estado de conservação da família Leopard 1, modelo no qual já detínhamos certa expertise nas tarefas de manutenção e operação do conjunto mecânico. Neste período o Exército Alemão (Deutsches Heer)dispunha de uma grande quantidade carros de combate em excelente estado de conservação Krauss-Maffei Leopard 1A5 armazenados em reserva técnica, após serem retirados do serviço ativo com a introdução dos novos Leopard II. Assim negociações seriam conduzidas entre os governos brasileiro e alemão, visando alinhar os termos para a obtenção de mais de duas centenas deste modelo, incluindo neste pacote também veículos especializados de serviço baseados na mesma plataforma. As negociações se materializaram na compra de duzentos e cinquenta carros de combate  Leopard 1A5, sete Viaturas Blindadas Especializadas Socorro (VBE Soc), quatro Viaturas Blindadas Especializadas Lança-Pontes (VBE L Pnt), quatro Viaturas Blindadas de Combate de Engenharia (VBC Eng) e quatro Viaturas Blindadas Escola de Motorista. Diferente do processo de aquisição dos Leopard 1A1 em 1996, esta negociação seria acompanhada da contratação de todo o suporte técnico e garantia de fluxo de peças de reposição com o fabricante original do modelo, a  Krauss-Maffei Wehrtecnik GmbH, possibilitando assim manter altos índices de disponibilidade e operacionalidade.
A versão do Krauss-Maffei Leopard 1A5 adquirida pelo Exército Brasileiro, é a mais moderna da família Leopard 1 produzida, empregando sistemas eletrônicos desenvolvidos para serem usados no sucessor o carro de combate Krauss-Maffei Leopard II. Estes sistemas permitem ao veículo uma sobrevida nos campos de batalha modernos, entre estes, destaca-se no o conjunto o controle de tiro fabricado pela Krupp-Atlas Elektronik EMES-18, que é baseado em um computador de tiro que possui uma mira integrada HZF (Hauptzielfernrohr) fabricado pela Carl Zeiss, este aparato em conjunto com um telêmetro a laser substituem os sistemas ópticos anteriormente usados nas versões mais antigas do veículo. Seu computador de controle de fogo pode calcular soluções de tiro contra alvos distanciados em até 4 km de distância, e como diferencial este sistema permite o carro se mover por terreno irregular com o canhão se mantendo apontado para o alvo, permitindo disparar em movimento com alta probabilidade de acerto no primeiro tiro. Como novidade nos carros de combate operados até então pelo Exército Brasileiro o Krauss-Maffei Leopard 1A5 apresentava reforços em sua proteção balística através de placas de blindagem extra montadas na torre do tanque e o habitáculo do veículo é protegido para condições de ambiente NBQ (nuclear, bacteriológico e químico).

Os primeiros dez carros chegaram ao Brasil em 2009, sendo distribuídos entre os Arsenais de Guerra do Rio de Janeiro e São Paulo, Escola de Material Bélico (EsMB), Parque Regional de Manutenção 3 e Centro de Instrução de Blindados (CIBld), no intuito de desenvolver os processos de nacionalização de componentes, treinamento de mecânicos e desenvolvimento de manuais de operação. Como citando anteriormente, o contrato de aquisição englobava serviços de revisão e manutenção preventiva e corretiva junto a empresa alemã Krauss-Maffei Wegmann GmbH&KG para aplicação junto aos 220 carros de combate operacionais (30 serão usados como fonte de peças de reposição), veículos de serviço e aos sistemas de simuladores. Este contrato garante ainda o fluxo de peças de reposição até o ano de 2027. O segundo lote composto por 70 carros chegou ao Brasil no mesmo ano do primeiro lote, sendo distribuídos na ordem de 26 carros para o 1º RCC (Regimento de Carros de Combate), 26 para o 4º RCC e 14 para 3º RCC e 4 carros para o Centro de Instrução de Blindados (CIBld). Mais dois lotes foram recebidos entre 2010 e 2012 distribuído mais carros para as unidades descritas anteriormente e também unidades que passaram a dotar o 5º RCC, substituindo os Leopard 1A1 e M-60 Patton. A adoção deste modelo elevou o patamar operacional da arma blindada do Exército Brasileiro, outro ponto positivo foi a implementação da doutrina alemã com foco total na manutenção preventiva, cultura está até então inexistente no Brasil que proporciona além da economia a extensão da vida útil dos componentes.
A inauguração da fábrica da Krauss-Maffei na cidade de Santa Maria no Rio Grande do Sul em março de 2018 garantiu a operacionalidade por muitos anos não só da frota de Krauss-Maffei Leopards 1A15 mas também dos Krauss-Maffei Gepard 1A2, permitindo também a possível implementação de programas de modernização que visem aumentar a vida útil destes veículos no Brasil. Ocorre porém que a partir de 2027 fecha-se o ciclo de operação deste carro sendo necessário buscar soluções para sua substituição em breve. Desse modo, acredita-se que a migração da plataforma Leopard 1 para Leopard 2 apresenta-se como possivelmente mais vantajosa, sob a perspectiva de que o Brasil manteria sua doutrina de material ordenada com a linha alemã atual, permitindo o aproveitamento do conhecimento já adquirido por seus quadros, havendo apenas a necessidade de poucas adaptações. E, por fim, permitiria a continuidade de um contrato de SLI semelhante ao celebrado com a KMW para a manutenção da frota de 1 A5, aproveitando inclusive a presença da planta de Santa Maria-RS (ANNES, 2012).

Em Escala.
Para representarmos o Krauss-Maffei  Leopard 1A5 "EB 12453", empregamos o excelente kit da Italeri na escala 1/35, não sendo necessária nenhuma alteração para se compor a versão brasileira. Fizemos uso de decais confeccionados pela Decals & Books presentes no set "Forças Armadas Brasileiras".
O esquema de cores descrito abaixo representa o padrão de pintura do Exército Alemão empregado em todos os veículos Leopard 1A5 recebidos, sendo este esquema mantido apenas com a retirada das marcações e matriculas originais e aplicação das identificações do Exército Brasileiro.


Bibliografia :

- Leopard 1  - Wikipedia http://en.wikipedia.org/wiki/Leopard_1
- Blindados no Brasil - Um Longo e Árduo Aprendizado Volume II - Expedito Carlos Stephani Bastos
- Leopard-1 A5 – Brasil em Defesa - http://www.brasilemdefesa.com/2012/05/leopard-1-a5.html

M-125A1 Porta Morteiro na Marinha

História e Desenvolvimento.
A ideia de um veículo de transporte de tropas blindado, capaz de levar soldados em segurança e protegidos, a frente de combate, podendo ainda os resgatar, remonta a Primeira Guerra Mundial, onde surgiram os primeiros carros de combate blindados, que aos poucos, foram ganhando dimensões e peso cada vez maiores, chegando inclusive a poder transportar soldados em segurança, atravessando áreas de combate. Nos conflitos posteriores, seu emprego generalizou-se, e seu ápice se deu durante a Segunda Guerra Mundial, onde uma variada gama de modelos e versões, sobre rodas ou lagartas, passariam a determinar a vitória ou derrota dos grandes exércitos. Como expoentes deste segmento, podemos citar os veículos meia lagarta norte-americanos da família M-3 e os alemães Hanomag Sd.kfz. Neste momento, as táticas e estratégias de emprego deste tipo de blindado seriam aprimoradas, surgindo assim, dentre outros, os Veículos Blindados Transporte de Pessoal – VBTP. O primeiro modelo específico surgiria com o o desenvolvimento do projeto M-44 (T16), que era originalmente derivado do carro de combate M-18 Hellcat, se tratando de um veículo de grande porte com peso total de combate de 23 toneladas, porém está caraterística seria o grande entrave para sua produção em série, levando ao cancelamento do projeto em junho de 1945. Em setembro do mesmo ano uma concorrência foi aberta e foram estabelecidos parâmetros de projeto para um novo carro blindado de transporte de tropas, que deveria ser baseado no veículo de transporte de carga T-43. A empresa International Harvester (IHC) se sagraria vencedora, recebendo um contrato em 26 de setembro de 1946 para a produção quatro protótipos a fim de serem submetidos a testes de campo. O êxito relevado neste programa culminaria na celebração dos primeiros contratos para a produção, deste novo blindado, agora designado oficialmente como M-75. Os primeiros blindados começaram a entrar em serviço no Exército Americano (US Army) em abril de 1952, porém apesar de serem mais leves que os M-44, ainda apresentavam um peso total de combate de 18 toneladas, o que o impossibilitava de acompanhar no campo de batalha a velocidade de deslocamento dos demais carros de combate.

Este cenário causou preocupação no Comando do Exército Americano (US Army), que em fins de 1952, lançou uma nova concorrência para o desenvolvimento de um novo veículo blindado de transporte de tropas sob esteiras para a substituição dos derradeiros carros meia lagarta da família M-2, M-3, M-5 e complementação da frota dos  recém introduzidos M-75 APC, que além de não acompanharem no campo de batalha os demais veículos blindados, apresentavam apresentava limitações quando do emprego anfíbio, não podendo também ser aerotransportado. Diversas empresas apresentaram suas propostas entre elas a International Harvester Corporation (IHC) e Food Machinery and Chemical Corporation (FMC), estudos iniciais derivaram pela escolha do projeto do segundo concorrente, designado oficialmente como T59. Um contrato inicial seria celebrado, prevendo a produção de seis protótipos, para emprego em um programa de testes de campo, com esta fase sendo vencida com êxito em maio de 1953. O novo modelo agora designado como FMC M-59 receberia um contrato de produção englobando 6.300 unidades, que deveriam ser entregues até fins de 1960. Uma das primícias deste projeto, estava baseado no baixo custo de produção, passando a empregar em sua construção muitos componentes comuns ao carro de combate M-41 Walker Buldog. Neste mesmo momento o comando militar americano passava a elaborar planos para a futura substituição dos M-75 que apesar de sua robustez e confiabilidade se mostrava inadequado a missão. Esta demanda buscava o desenvolvimento de um novo veículo que deveria eliminar as deficiências do alto peso e baixa velocidade do M-75 e a insuficiente proteção blindada do novo FMC M-59.
Os requisitos desta nova concorrência visavam criar um veículo blindado que unisse a melhores características operacionais do M-75 e M-59, com no novo modelo apresentando um desempenho compatível aos carros de combate, relativa capacidade anfíbia e possibilidade se ser aerotransportado. Estes parâmetros resultariam no conceito AAM-PVF - Airborne Armored Multi-Purpose Vehicle (Veículo Multiuso Blindado Aerotransportado). Novamente a FMC Food Machinery Corp. se sagraria vitoriosa desta concorrência, apresentando como base de sua proposta a aplicação de um sistema de blindagem em duralumínio que fora desenvolvido em parceria com a empresa Kaiser Aluminium and Chemical Co., esta solução proporcionaria ao veículo uma suficiente proteção blindada aliada a uma grande mobilidade e velocidade no campo de batalha. O novo modelo equipado com este sistema receberia a designação de T-113, este receberia em um contrato de produção em fins de 1958 de três carros pré-série para avaliação, que seriam inicialmente equipados com um motor a gasolina Chrysler 75M com 8 cilindros em V com potência de 215 hp.  Estes protótipos foram entregues e submetidos a um intensivo programa de ensaios em campo entre abril e setembro de 1959, recebendo logo em seguida um contrato inicial para a aquisição de 900 unidades para o Exército Americano (US Army). Estes novos veículos agora designados como M-113AO APC, começaram a ser entregues a partir de meados do ano seguinte. Conceitualmente este veículo fora desenvolvido como um blindado leve e confiável capaz de ser transportado e lançado por aeronaves de transporte como os Lockheeds C-130 Hercules e C-141 Starlifter.  Em campo podia transportar até a linha de frente onze soldados totalmente equipados, servindo de proteção até o desembarque da tropa, devendo então recuar para a retaguarda. Como armamento de autodefesa contava com uma metralhadora M-2 Browning de calibre .50 (12,7 mm) operada manualmente pelo comandante.

O batismo de fogo do novo veículo de transporte blindado de tropas norte-americano, se daria a partir de 30 de março de 1962, quando trinta e dois destes carros foram enviados ao teatro de operações do Vietnã. Onde seriam destinados a dotar duas companhias mecanizadas pertencentes ao Exército da República do Vietnã (ARVN), com cada uma recebendo dezesseis M-113AO. Os primeiros embates reais se dariam em janeiro de 1963 durante a Batalha de Ap Bac na província de Dinh Tuong (agora Tien Giang), diversos ensinamentos seriam tirados desta experiência, levando a inclusão de significativas melhorias na blindagem e sistemas críticos. Neste mesmo momento e seu país de origem, era iniciada produção da nova versão designada como M-113A1, equipada com o novo motor a diesel Detroit 6V53T de 265hp. Em 1978 o modelo já representava um sucesso estrondoso, com sua produção já atingindo a cifra de mais 25.000 unidades, levando a Food Machinery and Chemical Corporation (FMC), a desenvolver e introduzir uma nova versão designada como M-113A2. Este novo modelo apresentaria melhorias significativas na suspensão e sistema de refrigeração, tornando assim o blindado como uma plataforma viável para emprego em cenários de combate de alto atrito. Seu projeto se mostraria ainda extremamente customizável para o emprego em versões especializadas, como carro comando, antiaéreo, porta morteiro, lança chamas, socorro, oficina e antitanque (com misseis Tow). Estas versões seriam produzidas aos milhares, elevando os níveis de padronização das frotas blindadas de diversas nações. A próxima versão de transporte de tropas a ser desenvolvida foi o M-113A3, que passou a ser produzida a partir de 1987, obtendo grande destaque durante a primeira Guerra do Golfo Persico contra o Iraque, quando passaram a desempenhar papéis importantes tanto no combate urbano quanto nas diversas funções de manutenção de paz, provando assim sua versatilidade e a combinação precisa de volume interior, perfil exterior, construção simples e fácil manutenção.
Concebido para dar mobilidade a infantaria, que podia viajar protegida em seu interior, a família de blindados de transporte de tropa M-113 APC, se converteu em um autêntico “taxi para o campo de batalha”, o mais famoso de sua categoria, possuindo características ímpares, como fácil condução, manutenção simplificada, operação econômica. Seu sucesso comercial internacional seria catapultado por programas de apoio na aquisição de material militar norte-americano com o programa Military Assistance Program – MAP (Programa de Assistência Militar) e posteriormente o programa Foreign Military Sales – FMS (Vendas Militares a Estrangeiros), facilitando o acesso a 62 países. O primeiro carro Mortar Carrier derivado do M-113 foi designado como M-106 estando armado com um morteiro M-30 de 107 mm, sua terceira variante o M-106A3 portava um morteiro de 120mm.  A partir de 1968 surgia a nova versão denominada M-125 com motorização a diesel, que a exemplo do M-106 possuía a estrutura do piso reforçado com feixes de aço soldado para poder suportar a reação do disparo da arma, prateleiras para o armazenamento de até 69 cargas explosivas e uma plataforma interna giratória para orientação do morteiro M-29 de 81mm, também levava uma plataforma menor para operação externa da arma. Sua guarnição era composta pelo motorista, comandante e quatro operadores da arma.

Emprego na Marinha do Brasil.
Os primeiros carros da família M-113A0 na versão inicial de produção com motor a gasolina, começaram a chegar no Brasil a partir de 1965, quando o Exército Brasileiro fazendo uso dos termos do Programa de Assistência Militar MAP (Military Assistance Program), procedeu a aquisição de mais de cinco centenas veículos blindados deste modelo. Neste momento a Marinha do Brasil começa a exercitar sua capacidade de combate anfíbio, fazendo uso dos efetivos da Força de Fuzileiros de Esquadra (FEE), e logo se vislumbrava, a necessidade de ser dispor de um veículo anfíbio com o objetivo de apoiar as operações de desembarque nas praias. Esta demanda receberia uma solução paliativa a partir de meados de 1970, com o recebimento de trinta e quatro caminhões anfíbios GMC DUWK, a estes se seguiriam em 1976 a aquisição dos novos veículos blindados especializados no transporte de tropas Engesa EE-11 Urutu. No entanto em uso real, o blindado brasileiro, logo se inadequado para operações de desembarque nas praias, pois neste tipo de terreno veículos com tração por rodas enfrentavam serias dificuldades de deslocamento, levando o comando da Marinha do Brasil, a considerar a aquisição de uma família de veículo blindado com tração sob esteiras. As aspirações iniciais apontavam para a adoção dos novos veículos de assalto anfíbio FMC AAV-7A1, porém estes apresentavam um custo unitário proibitivo, com a decisão recaindo por um lote de carros do modelo FMC M-113A1, que apesar de não atenderem a todas as especificações almejadas poderiam ser adquiridas em condições favoráveis econômicas. Então negociações seriam conduzidas junto ao governo norte-americano, que se materializariam na celebração de um contrato, para a aquisição de um lote de trinta carros da família M-113, que foram divididos em quatro modelos, sendo vinte e quatro na versão M-113A1 Transporte de Tropas, dois M-125A1 carro porta morteiro, um M-113A1G oficina e um carro socorro XM-806E1.

Os primeiros veículos começaram a ser recebidos em 07 de novembro de 1976, passando a ser incorporadas ao Batalhão de Transporte Motorizado (BtlTrnpMtz), neste momento um grande programa de treinamento operacional seria ministrado por equipes do fabricante em parceria com oficiais do Exército Brasileiro, atuantes em unidades que já operavam este modelo. Neste momento os novos veículos blindados de transporte de tropa passariam a operar juntamente com os Engesa EE-11 Urutu. Logo estes veículos ganhariam o status de operacionalidade plena, e em 20 de dezembro de 1977, visando adequar a nomenclatura a missão principal da unidade, o Batalhão de Transporte Motorizado (BtlTrnpMtz), seria extinto, sendo criado assim em seu lugar, a Companhia de Viaturas Blindadas (CiaVtrBld). Desde o início das operações anfíbias da Força de Fuzileiros de Esquadra (FEE), o M-125A1, seria o primeiro carro porta morteiro a ser incorporado a força, e apesar de só se disporem de dois os carros os mesmos foram fundamentais na doutrina de operações ofensivas de saturação de área, para apoio e defesa nas operações de desembarque anfíbio, operando a partir de navios de desembarque de carros de combate Marinha do Brasil. O primeiro exercício de grande monta com este tipo de plataforma de artilharia aconteceria em abril 1981, quando os dois M-125A1 foram desembarcados no litoral do Espírito Santo a partir do navio de desembarque de carros de combate G26 - Duque de Caxias (classe De Soto County). Em 1986 a unidade passou a ser designada como Batalhão de Viaturas Anfíbias (BtlVtrAnf) permanecendo assim até o ano de 2003, quando da ativação do Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais (BtlBldFuzNav), concentrando neste batalhão todos os veículos da família M-113 em operação no Corpo de Fuzileiros Navais (CFN).
Próximos de completar quarenta anos de serviço, junto ao Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN), toda o acervo de veículos blindados M-113A1, M-125A1 Porta Morteiro, M-577A1 Carro Comando, M-113A1G Carro Oficina e XM-806E1 Carro Socorro, apresentavam uma disponibilidade operacional média de apenas 66 %. Este cenario era proporcionado por graves problemas mecânicos e elétricos originados em função de uma combinação de fatores críticos, como desgaste operacional, conservação, manutenção inadequada e falta de regularidade na aquisição de suprimentos e peças de reposiçao, que já não eram mais facilmente encontradas no mercado internacional. Visando resolver este problema, em 2007, o Comando da Marinha do Brasil iniciaria estudos visando a substituição de toda a sua frota de Viaturas Blindadas Especial Sobre Lagartas FMC M-113A1, chegando a considerar a aquisição de terceiro lote de veículos de assalto anfíbio United Defense AAV-7A1. Porém neste período, o orçamento da Marinha do Brasil enfrentava um processo de contingenciamento, o que eliminaria este anseio. Desta maneira, uma nova frente de debate seria estabelecida, buscando soluções ou alternativas para a implementação de um abrangente processo de modernização, que poderia depois de concluindo recuperar a capacidade operacional da frota, estendendo ainda sua vida útil pôr no mínimo vinte anos. Uma equipe técnica passaria então a analisar diversos programas semelhantes já aplicados ao longo dos anos a veículos desta família, as percepções obtidas, norteariam o estabelecimento dos critérios e objetivos a serem alcançados, gerando assim os parâmetros a serem aplicados em uma futura concorrência internacional.

Após o lançamento da concorrência, a Marinha do Brasil, passaria a receber um grande número de propostas enviadas por empresas especializadas neste segmento. Um criterioso estudo comparativo seria realizado, com a decisão pendendo para a proposta apresentada pela empresa israelense Israel Military Industries, (IMI). Assim desta maneira, em 28 de novembro de 2008, seria assinado via Comissão Naval Brasileira em Londres (CNBE), um contrato no valor de US$ 15,8 milhões, prevendo a à modernização de vinte e quatro viaturas de transporte de pessoal M-113A1, duas viaturas posto de comando M-557A2, duas viaturas porta-morteiros M-125A1, uma viatura de reparos M-113A1G e um veículo de recuperação XM-806E1. Além de apresentar a melhor relação custo-benefício, este pacote oferecia como principal diferencial a execução de todos os trabalhos junto as instalações do Centro de Reparos e Suprimentos Especiais do Corpo de Fuzileiros Navais (CTeCFN), operando sobre a tutela do Centro Tecnológico do Corpo de Fuzileiros Navais (CTecCFN) com assistência da Israel Military Industries, (IMI). O programa envolveria a substituição do motor original, pelo novo Caterpillar C7 (Versão Militar) om injeção eletrônica de 300 hp de potência, transmissão automática de sete velocidades 3200SP Allison, suspensão reforçada, nova unidade diferencial regenerativa, sistema hidráulico de freios, nova caixa de transferência, tanques de combustível externos de 360 litros cada e estação de armas Platt MR.555 Mod 2.  Já na área elétrica e eletrônica, as viaturas receberiam novos rádios de comunicação, alternador de 200 AMP, ar-condicionado fornecido pela Marvin Land Systems e sistema de extinção de fogo. Um grande diferencial deste projeto seria a presença de um grande número de componentes mecânicos e elétricos, encontrados facilmente no mercado nacional, minimizando assim os custos e assegurando ampla disponibilidade de sobressalentes por um longo período.
Todos os carros modernizados passariam a dispor da possibilidade de emprego de um kit de navegação, o qual poderia ser acoplado ao veículo para transposição de cursos d`água. Por fim a substituição das lagartas originais tipo T-130E1, pelo modelo Diehl Systen Track 513 Agressive, mais eficientes. O pacote de modernização, previa ainda a preparação para a adoção posterior de acessórios mais complexos como,  imageadores termais e telas digitais, kits de proteção balística externa e interna e conjunto de lançadores de granadas fumigenas de 76 mm. Os veículos porta morteiros, foram os primeiros a serem submetidos a este processo, passando a ser designados como M-125MB1 (MB – Marinha do Brasil e 1 – primeiro modernizado). Os últimos carros seriam entregues no início de 2016, encerrando um excelente projeto, que não só trouxe um novo patamar de operacionalidade, mas também proporcionou a equipe técnica da Marinha do Brasil um grande ganho de conhecimento e experiência, principalmente nos assuntos relacionados à soldagem, manutenção, mecânica e integração de sistemas. 

Em Escala.
Para representarmos o M-125A1 "CFN 3110551" utilizamos o antigo kit Academy (versão original M-106A1), na escala 1/35. Para compormos a versão empregada pelo Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN), faz se necessário proceder a troca do morteiro, pois o kit contempla uma peça de 107 mm, a solução encontrada foi a de utilização de um morteiro de 81 mm presente no kit LAV-M da Trumpeter na mesma escala. Fizemos uso de decais confeccionados pela Decals e Books presentes no set " Forças Armadas do Brasil".
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o primeiro padrão de pintura empregado tático empregada em toda a frota de blindados do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN), sofrendo mais duas alterações de esquema de camuflagem ao longo da década de 1990 e 2000. Um novo padrão passa a ser empregado nos veículos modernizados a partir de 2009.


Bibliografia : 

- Variants of the M113 armored personnel carrier-  Wikipédia - http://en.wikipedia.org/wiki/Variants_of_the_M113_armored_personnel_carrier
- M-113 APC - http://en.wikipedia.org/wiki/M113_armored_personnel_carrier
- Fuzileiros Blindados - Operacional - http://www.operacional.pt/fuzileiros-blindados-i/
- M-113 no Brasil – Expedito Carlos Stephani Bastos