Embraer A-29B Super Tucano

História e Desenvolvimento.
Em fins da década de 1980 a Empresa Brasileira de Aeronáutica - Embraer S/A conquistava renome mundial, não por sua linha de aeronaves comerciais leves, mas também pelos treinadores militares EMB-312 Tucano, que apresentavam um desenho avançado para a época com várias características inovadoras, que acabariam por se tornar um padrão mundial para aeronaves de treinamento básico. O EMB-312 Tucano seria o primeiro avião de treinamento desenvolvido e produzido desde o início como turboélice, mas mantendo características operacionais das aeronaves a jato, e por isso conquistaria contratos de exportação para mais de quinze países. Este sucesso encorajaria a empresa a percorrer novos passos na área de aeronaves de treinamento avançado militar. Conhecedora do promissor mercado para aeronaves de treinamento a turboélice a Embraer S/A iniciou em 1983 estudos de desenvolvimento de uma novo projeto neste segmento. Em 1984, seria desenvolvida uma variante do EMB.312 Tucano para a Força Aérea Real (Royal Air Force), o EMB-312G1 (construído sob licença na Irlanda do Norte como Shorts Tucano T.1), o qual era equipado com um motor turboélice Garret TPE331-12B (300HP mais potente do que o motor turboélice Pratt & Whitney Canada PT6A-25C de 750SHP que equipava o EMB-312 original). Isso levou a empresa brasileira a desenvolver uma nova versão do Tucano, mais possante, que receberia a designação de EMB-312H (“H” de “helicopter-killer”, já que uma das missões planejadas para a nova versão era a de destruidor de helicópteros). O desenvolvimento dessa nova versão, no início da década de 1990, coincidiu com a concorrência para equipar a Força Aérea Americana (USAF) com um novo treinador, através do programa do “Sistema de Treinamento Primário de Aeronaves” – JPATS (Joint Primary Aircraft Training System). Baseado na versão britânica, o novo Embraer EMB-312H recebeu extensões na fuselagem, no nariz (para abrigar um motor mais potente, o Pratt & Whitney Canada PT6A-67R de 1.600shp) e na porção traseira; foi dotado também do freio aerodinâmico ventral utilizado pela primeira vez na versão britânica. A aeronave foi dotada de um sistema autônomo de geração de oxigênio (OBOGS), cabine pressurizada e provisão para uso de traje anti-G.

Uma nova oportunidade se descortinaria em 1993 com a iniciativa da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no lançamento do programa NFTC NATO Flight Training in Canada (Núcleo de Treinamento de Vôo da OTAN no Canadá), que visava concentrar a formação dos pilotos militares desta organização multinacional no Canadá. Novamente a Embraer S/A se mostraria presente, apresentando uma proposta para desenvolvimento do EMB-312H Tucano, infelizmente a aeronave brasileira não lograria êxito em vencer esta concorrência. Neste mesmo ano, o Ministério da Aeronáutica (MAer) estava finalizando o processo de implantação do ambicioso projeto SIPAM - SIVAM (Sistema de Proteção e Vigilância da Amazônia), que deveria monitorar fiscalizar e proteger todo o tráfego aéreo das regiões do norte do pais. Este sistema deveria ser composto por sistemas de radares fixos, móveis e aerotransportados. Este programa deveria contar também com um braço armado, que serviria para a interceptação de aeronaves hostis ou ilegais, operando nestas regiões. Inicialmente as aeronaves Embraer AT-27 Tucano armadas com casulos de metralhadoras, assumiriam este papel, porém era nítido que esta aeronave não atendia plenamente todos os requisitos ideais para este tipo de operação. Desta maneira havia uma lacuna a ser preenchida, e com base nesta demanda, parâmetros foram traçados para um novo vetor, compreendendo grande autonomia, baixo custo de operação,  moderna avionica e sistemas de comunicação,  devendo ainda ser compatível com data link presente nos novos  Embraer R-99A e R-99B.. Em termos de capacidade ofensiva a nova aeronave deveria apresentar no mínimo 1.200 kg de carga útil dispostos em cinco pontos subalares, além de curiosamente dispor duas metralhadoras calibre .50 instaladas internamente nas asas. Como a Embraer S/A já estava envolvida diretamente no programa SIPAM - SIVAM (Sistema de Proteção e Vigilância da Amazônia), com o fornecimento de aeronaves de sensoreamento remoto e alerta aéreo antecipado, seria concedida a ela, prioridade na participação deste novo projeto.
Assim em 18 de agosto de 1995, seria assinado um contrato no valor de US$ 50 milhões para o desenvolvimento de uma nova aeronave de ataque otimizada para operação nas condições amazônica, nascendo assim o Programa ALX (Aeronave de Ataque Leve). O acordo previa a aquisição de cem células, dispostas em duas versões, sendo uma monoplace dedicado a missões de ataque, reconhecimento armado, apoio aéreo aproximado e interceptação de baixo desempenho e outra biplace para tarefas de treinamento,  controle aéreo avançado e ligação e observação. O primeiro protótipo do Embraer EMB-314 Super Tucano na configuração biplace com a designação de YAT-29 com matricula FAB 5900, alçou voo em 28 de junho de 1999, nas instalações da empresa em São José dos Campos no interior do estado de São Paulo. A aeronave estava equipada com um motor turboélice Pratt & Whitney PT6A-68/3 de 1.600 SHP, que operando em conjunto com uma hélice pentapá Hartzell, lhe proporcionaria uma  velocidade máxima de 590 km/h e um alcance de 2.855 km (com tanques externos), com autonomia máxima de 8,4 horas de voo. Possuía ainda uma blindagem protetora da cabine em kevlar (resistente a armas de calibre até 12,7 mm), para-brisa reforçado, assentos ejetáveis do tipo "zero-zero". O Embraer ALX Super Tucano, foi idealizado para atender a rígidos requisitos operacionais e logísticos exigidos pela Força Aérea Brasileira, devendo apresentar probabilidades de executar a missão em 98,5 % (mínimo); com falhas por cada 1.000 horas de voo: 150 (máximo); remoções do motor: uma a cada 4.000 horas de voo (máximo) e paradas do motor: uma a cada 40.000 horas de voo (máximo). A aeronave deveria poder operar ainda normalmente no inóspito ambiente amazônico, com o mínimo de infraestrutura, e para isso o projeto contemplava sistemas de abastecimento de combustível por pressão, gerador de oxigênio de bordo (OBOGS), capota do motor com painéis de acesso facilitado, indicador de situação horizontal (HSI), registro automático dos dados de voo e ar-condicionado para os tripulantes com ciclo automático.

A aeronave contava com uma moderna aviônica digital, apresentando um painel de comando composto por duas telas multifuncionais coloridas - CMFD (Colored Multi-Function Display), painel de entrada de dados à frente UFCP (Up-Front Control Panel), sistema HUD (head-up display), iluminação da cabina compatível com o emprego de visão noturna NVG (Night Vision Goggles), sistema de controle e comando HOTAS (Hands On Throttle and Sticks), que permitia ao piloto conduzir todas as fases de voo sem retirar as mãos dos comandos da aeronave, sensores para detecção passiva de alvos terrestres. Estava equipado ainda com o sistema de navegação inercial integrado INS (Inertial Navigation System) - GPS (Global Positioning System), equipamento de comunicações de rádio com criptografia de enlace de dados, que possibilita o envio e o recebimento de dados entre aeronaves (compatível os novos Embraer R-99A e R-99B e jatos de ataque Northrop F-5EM Tiger II modernizados) e equipamentos em terra de última geração, operando em modo seguro. Podia ainda receber um completo conjunto de sensores infravermelho de visão à frente - FLIR (Forward-Looking Infrared) e compatibilidade com capacetes do tipo HMD (Helmet Mounted Display) e pods de inteligência eletrônica e designadores de alvos por laser, infravermelho IR ou GPS. Dotado de duas metralhadoras FN Herstal MP3 calibre 12,7mm fixas nas asas, o Embraer A-29 Super Tucano pode transportar uma variada gama de armamentos, incluindo mísseis ar-ar guiados a infravermelho (Mectron MAA-1 Piranha), lançadores de foguetes não-guiados e bombas explosivas ou incendiárias (burras ou inteligentes), além de tanques externos de combustível, em cinco estações (quatro subalares e uma ventral) com capacidade para até 1.550 kg de carga util.
Após entrar em serviço a Força Aérea Brasileira no ano de 2004, o Embraer EMB-314 A-29A e A-29B Super Tucano, passaria a despertar a atenção de outros países que buscavam não só um treinador avançado, mas também uma aeronave especializada em missões de contra insurgência (COIN). O primeiro contrato de exportação seria celebrado com a Colômbia em 2006, no valor de US$ 234 milhões para a aquisição de vinte e cinco aeronaves, a este se seguiram doze células para a Força Aérea do Chile (FACH), e na sequência novas vendas para Equador, Angola, Burkina Faso, Mauritânia Indonésia, República Dominicana, Honduras.  O batismo de fogo da aeronave se daria em 18 de janeiro de 2007, quando um esquadrão Força Aérea Colombiana (FAC) lançaria a primeira missão de combate de seu tipo, atacando as posições das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), escondidas na selva amazônica com bombas norte-americanas MK 82, empregando o sistema de pontaria CCIP (Continuamente Computed Impact Point). Os excelentes resultados obtidos nesta, e nas demais missões realizadas pelos Embraer Super Tucanos colombianos, contribuíram muito para construção da reputação da aeronave, refletindo em mais de duzentas unidades já entregues e muitas mais em negociação para mais quinze potenciais clientes.

Emprego na Força Aérea Brasileira.
O programa de ensaios em voo do primeiro protótipo do Embraer EMB-314 - YAT-29 de matrícula “FAB 5900”, seria finalizado no início do ano de 2004, recebendo do Centro de Tecnologia da Aeronáutica (CTA) a homologação final e liberação para produção em série. Apesar de ser desenvolvido para prover o braço armado para o programa SIPAM - SIVAM (Sistema de Proteção e Vigilância da Amazônia), o agora designado A-29 Super Tucano, tinha como principal missão substituir os treinadores avançados Embraer AT-26 Xavante responsáveis pela formação de pilotos de caça, que se encontravam limiar de sua vida útil. Desta maneira o comando da Força Aérea Brasileira, determinou que 2º/5º Grupo de Aviação - Esquadrão Joker, baseado em Natal, no estado do Rio Grande do Norte, fosse a unidade precursora da introdução do binômio A-29A e A-29B Super Tucano na Aeronáutica. Assim em março deste mesmo ano, um seleto grupo composto por pilotos e mecânicos foi encaminhado para a fábrica da Embraer S/A na cidade de São José dos Campos no interior de São Paulo, para a participação em um programa de treinamento de  instrutores e multiplicadores, com este processo se estendendo até junho.  O primeiro protótipo A-29B “FAB 5900”, seria a primeira célula ser incorporada ao serviço ativo, e nas semanas seguintes, seriam entregues mais células agora também da versão A-29A Super Tucano. Durante um longo período, estas aeronaves foram gradativamente substituindo os veteranos jatos Embraer AT-26 Xavante no Curso de Formação de Pilotos de Caça (CFPC). Porém caberia ainda ao 2º/5º Grupo de Aviação Esquadrão Joker, ser o responsável pelo desenvolvimento da doutrina operacional de ataque e interceptação da nova aeronave. Esta fase seria de grande importância para a implantação da aeronave como o vetor de ataque na região norte do país, atuando nas regiões de fronteira, nas novas unidades, como o 1º/3º Grupo de Aviação – Esquadrão “Escorpião”, 2º/3º Grupo de Aviação – Esquadrão “Grifo” e 3º/3º Grupo de Aviação – Esquadrão “Flecha”, passando a substituir os Embraer AT-27 Tucano.

A introdução do Embraer A-29A e A-29B Super Tucano no Curso de Formação de Pilotos de Caça (CFPC), viria a revolucionar este processo, pois marcaria um salto de uma aeronave completamente analógica com aviônica da década de 1970 como o Embraer AT-26 Xavante, para um vetor completamente digital. A chegada da nova aeronave permitiu uma mudança significativa no processo de instrução dos novos pilotos de caça, uma vez que a análise de dados, antes e após o voo, passou a ser uma aliada dos alunos e instrutores. “A facilidade de planejar as missões de navegação e ataque permitiram atingir níveis cada vez mais altos de precisão. Após o voo, as estações de debriefing detalhavam e registravam os erros e acertos em cada manobra, auxiliando o piloto no seu desenvolvimento. Seu pacote eletrônico é composto por um sistema de transmissão e recepção de dados via data link fornecido pelo rádio Rohde & Schwartz M3AR (Série 6000) com proteção eletrônica das comunicações, como salto, criptografia e compressão de frequências, sistema FLIR (Forward Looking Infrared) modelo AN/AAQ-22 Safire, sistema de alerta de radar RWR e um sistema de alerta de aproximação de míssil MAWS eram os mesmos empregados nas aeronaves de primeira linha como os  Embraer R-99 AEW, Northrop F-5EM e Embraer Internacional A-1M AMX. Através desse sistema de data link o A-29 Super Tucano podia receber dados do radar do Embraer R-99A permitindo uma maior consciência situacional além enviar em tempo real imagens que forem captadas pelo seu sistema FLIR. Desta maneira os cadetes já são formados neste novo mundo digital, facilitando e reduziria em muito o tempo e custos no processo de adaptação após formados e transferidos as unidades de primeira linha. Outra possibilidade importante era a integração com óculos de visão noturna NVG ANVIS-9 da ITT garantindo uma total capacidade de operações noturnas ou com baixa visibilidade com segurança, algo completamente impossível de se sonhar com os antigos jatos de treinamento. Todos esses sistemas eram controlados de uma cabine especialmente feita para facilitar a vida do piloto, podendo ser considerada, também a mais moderna cabine de uma aeronave turboélice em serviço atualmente.
O primeiro lote contratado junto a Embraer S/A, compreendia setenta e seis aeronaves, sendo cinquenta e um biplaces e vinte e cinco monoplaces que foram distribuídos ao 2º/5º Grupo de Aviação - Esquadrão Joker, 1º/3º Grupo de Aviação - Esquadrão Escorpião, 2º/3º Grupo de Aviação - Esquadrão Grifo e 3º/3º Grupo de Aviação - Esquadrão Flecha. Havia previsão de uma opção de compra de mais vinte e três aeronaves, sendo esta exercida nos anos seguintes, resultando na aquisição de mais quinze biplaces e oito monoplaces, com última entrega sendo realizada em 2009. Como vetor de ataque. o pacote de armamentos de disponível para o Super Tucano é bastante variado, chegando  a um total de 1500 kg de carga útil, tendo com arma orgânica duas metralhadoras FN Herstal M-3P calibre .50 (12,7 mm) com uma capacidade de 200 cartuchos e uma cadência de tiro na ordem de 1.100 tiros por minuto para uso em missões de interceptação sendo integrado para emprego de misseis ar-ar Piranha guiado por  infravermelho IR, de fabricação nacional, cujo alcance chega a 10 km, que podem ser usados eficazmente contra helicópteros ou outros aviões (salientando que ainda esta opção não  foi efetivada). Para missões de ataque a solo, podem ser usadas bombas MK-81 de 119 kg, bombas MK-82 de 227 kg, ou bombas guiadas a laser GBU-12 Paveway II, ou ainda casulos de foguetes de 70 mm Avibras SBAT-70 com dezenove foguetes. Todo este leque de armas é operado com apoio e informações de navegação de monitoramento do alvo, incluindo aqui o ponto de impacto continuamente monitorado (CCIP) e o ponto de lançamento continuamente computado (CCRP), o que aumenta, substancialmente a precisão do lançamento das armas. Para proteção da aeronave há ainda um sistema de alerta de radar RWR (radar warning receiver) e um sistema de alerta de aproximação de míssil do tipo  MAWS (missile approach warning system). A aeronave dispunha ainda de um lançador de iscas tipo chaff e flares para despistar mísseis guiados a radar e a calor (IR).

Nesses dezenove anos de operação na Força Aérea Brasileira, o Embraer A-29 Super Tucano se fez presente em diversas operações de defesa do espaço aéreo, como nos grandes eventos ocorridos no Brasil, entre eles a Jornada Mundial da Juventude, a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos Rio 2016. Além disso, participando ativamente da defesa aérea das fronteiras brasileiras e missões de policiamento do espaço aéreo brasileiro, operando muitas vezes em conjunto com a Polícia Federal, para atuar na interceptação de aeronaves ilícitas na região amazônica e no pantanal, operadas geralmente por traficantes e contrabandistas. Sendo principalmente os esquadrões do 3º Grupo de Aviação, responsáveis em caso de necessidade da aplicação da "Lei do Tiro de Destruição", neste contexto estas aeronaves são frequentemente acionadas para missões reais nas regiões norte e centro oeste, seja por controle terrestre ou pelos Embraer R-99A de alerta aéreo antecipado (AEW). Quando este tipo de evento ocorre, os Embraer A-29 Super Tucano interceptam a aeronave suspeita, com seus pilotos ordenando imediatamente a mudança de rota e o pouso obrigatório em aeródromo específico. No caso de negativa do "alvo", são efeitos disparos de aviso e se não houver mudança no comportamento da aeronave, e passa a ser considerada hostil, sendo assim realizados os procedimentos de tiro de detenção, com a aeronave sendo forçada a realizar um pouso de emergência. A partir de então, a Polícia Federal é acionada para assumir as Medidas de Controle de Solo (MCS). Ao longo dos anos estas ações resultariam no abate real de diversas aeronaves e consequente prisões e inúmeras apreensões de drogas, armas e contrabando.
A última unidade a receber a aeronave foi Esquadrão de Demonstração Aéreo (EDA) - Esquadrilha da Fumaça, onde viria a partir de 2012 a substituir os Embraer T-27 Tucano, que operaram nesta missão por mais de trinta anos, perfazendo ao todo 2.363 apresentações públicas. Em cerimônia militar realizada na Base Aérea de Pirassununga, no dia 01 de outubro de 2012, seriam recebidos oficialmente os A-29B “FAB 5964 e FAB 5965”.  A dotação total desta unidade compreendia quatro aeronaves biplace e oito monoplaces, porém as duas versões são operadas normalmente nas apresentações e demonstrações.  Estas células seriam customizadas para tal missão, sendo retirados equipamentos destinados as missões de ataque inclusive as metralhadoras e seus cofres de munição, visando assim aliviar o peso bruto da aeronave. Após um longo processo de adaptação e treinamento dos pilotos e equipe de apoio, a Esquadrilha da Fumaça foi novamente elevada ao status operacional de atividade, com a primeira apresentação pública  sendo realizada no Dia da Independência do Brasil em 07 de setembro de 2014 na capital federal - Brasília - DF.


Em Escala.
Para representarmos o A-29B " FAB 5920" fizemos uso do kit em resina da GIIC na escala 1/48, modelo este de fácil montagem que ainda permite ao modelista a possibilidade de expor detalhes como o motor Pratt & Whitney Canada PTC-6A de 1600 hp ou o cofre de armas das metralhadoras FN Herstal M-3P calibre .50, introduzimos no modelo o sensor de FLIR alocado confeccionado em scratch próximo ao trem de pouso dianteiro, sendo a peça confeccionada em scratch. Empregamos decais fabricados pela FCM Decais presentes no set 48/07.

O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura tático empregado por todas as aeronaves de combate da Força Aérea Brasileira a partir de fins da década de 1990, apresentando as marcações em baixa visibilidade.


Bibliografia :

- Embraer EMB-314 Super Tucano - Wikipedia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Embraer_EMB-314_Super_Tucano
- Aeronaves Militares Brasileiras 1916 – 2015 – Jackson Flores
- Invader na FAB , Claudio Lucchesi e José R. Mendonça  - Revista Asas  nº 10
- O Braço Armado do Sivam - Por Silvio Potengy - Revista Força Aérea Nº 27
- Fechando a Porteira - Visitando o 3º/3º Gav - Por Roberto Klanin - Revista Força Aérea Nº 50

Douglas B-26B e A-26B Invader

História e Desenvolvimento.
A Douglas Aircraft Company seria fundada pelo empresário Donald Wills Douglas no dia 22 de julho de 1921 na cidade de Santa Monica no estado da Califórnia nos Estados Unidos, após a dissolução da Davis-Douglas Company. Um de seus primeiros marcos de notoriedade seria conseguido a partir de 1923 com o programa "World Flight", uma demanda do Serviço Aéreo do Exército dos Estados Unidos (USASS), que objetiva circum-navegar a Terra pela primeira em aeronaves. Atendendo a esta demanda, a empresa proporia o emprego de um modelo modificado do bombardeio biplano Douglas DT, esta aeronave ficaria conhecida como Douglas World Cruiser (DWC) e representaria o primeiro grande projeto de Jack Northrop. Quatro aeronaves seriam encomendadas, com a última célula sendo entregue aos militares em 11 de março de 1924, após diversas dificuldades e inerentes acidentes durante o percurso, esta importante jornada lograria êxito, levando a companhia a adotar o lema  "First Around the World" (Primeira Volta ao Mundo). Nos anos seguintes passaria a produzir uma variada gama de aeronaves militares, se especializando nesta fase em bombardeiros torpedos para a Marinha dos Estados Unidos (US Navy). A empresa manteve seu mercado militar e expandiu-se para aviões anfíbios no final da década de 1920, também mudando suas instalações para Clover Field em Santa Monica, Califórnia. Em 1934, Douglas produziu um avião comercial de transporte bimotor, o Douglas DC-2, a ampla gama de aeronaves produzidas pela empresa incluía aviões, bombardeiros leves e médios, aviões de caça, transportes, aeronaves de reconhecimento e aeronaves experimentais. Seu maior sucesso seria representado em 1936 com o lançamento do Douglas DC-3, que pode ser considerado como o avião de transporte mais significativo já feito, incluindo neste contexto sua versão militar o  C-47 Skytrain ou "Dakota" quando em serviço junto as forças armadas britânicas. Este retumbante sucesso permitiria a empresa a investir em outros nichos de aeronaves militares, assim em fins da década de 1930, seria decidido desenvolver uma aeronave média de bombardeio de alta velocidade capaz de transportar uma razoável carga de bombas e ágil o bastante para escapar da interceptação. Este programa ficaria sob a tutela dos engenheiros aeronáuticos Donald Douglas, Jack Northrop e Ed Heinemann. Os trabalhos seriam iniciados em fins de 1936, com os primeiros conceitos sendo apresentados no primeiro trimestre do ano seguinte, recebendo a designação de Model 7A. No entanto este projeto não avançaria além do estágio conceitual, No início do ano de 1938, este daria lugar ao Model 7B, incorporando agora os requisitos estipulados pelo Corpo Aéreo do Exército dos Estados Unidos (USAAC) em uma concorrência deflagrada para o desenvolvimento de uma aeronave de porte médio de alta velocidade.  

Apesar de são ser escolhido, o modelo logo lograria em seguida êxito na celebração de contratos de exportação para diversos países, e posteriormente seria adotado em seu país de origem pelo Corpo Aéreo do Exército dos Estados Unidos (USAAC), recebendo a designação de A-20 Havoc. Esta família de aeronaves de ataque se faria presente em todos os cenários de conflagração durante a Segunda Guerra Mundial. Apesar dos bons resultados operacionais a partir do início do ano de 1942 vislumbraria-se a necessidade em se desenvolver a curto prazo, um substituto mais moderno e capaz. Este projeto seria conduzido pela genial e habilidosa equipe de projetos da Douglas liderada pelos engenheiros Edward H. Heinemann, Robert Donovan e  Ted. Robert. Smith.  Seu primeiro protótipo designado como XA-26, alçaria voo em 10 de julho de 1942 a partir da base aérea de Mines Field, na cidade El Segundo na California, sendo logo conduzido a um extenso programa de ensaios em voo. Apesar de apresentar um bom perfil operacional, a aeronave seria severamente avaliada pelo corpo técnico da Força Aérea do Exército dos Estados Unidos (USAAF), que elencou uma série de alteração e especificações, com sua totalidade baseada na configuração de armamento ofensivo e defensivo. Estas demandas viriam a estender significativamente o cronograma de desenvolvimento final da aeronave, levando a aprovação de uma configuração final somente no início de 1944. Seu batismo de fogo ocorreria no teatro de operações na Europa, em julho do de 1944, quando aeronaves A-26 Invader pertencentes ao 553° Esquadrão de Bombardeiros (Bomb Squadron) baseado na Inglaterra, atacaram alvos alemães na França ocupada. Apesar dos elogios iniciais de suas tripulações quanto ao desempenho, alguns problemas de projeto, como fragilidade das pernas do trem de pouso e problemas no sistema de refrigeração dos motores, passariam constantemente a afligir a frota, reduzindo em muitas suas surtidas operacionais de combate. Já no teatro de operações do Pacífico, inicialmente o modelo encontraria forte resistência a sua implantação, muito em virtude de as tripulações estarem muito bem entrosadas com a operação dos veteranos Douglas A-20 Havoc.  O processo de convencimento seria árduo, porém enfim, o Douglas A-26 Invader  já dispostos nas versões mais aprimoradas, acabaria por ser aceito integralmente por todas a unidades aéreas pertencentes da Força Aérea do Exército dos Estados Unidos (USAAF), naquele teatro de operações, tendo participado das mais importantes batalhas do conflito. 
Originalmente a pedido do comando do Força Aérea do Exército dos Estados Unidos (USAAF), o Douglas A-26 Invader seria desenvolvido em duas configurações distintas, com a primeira sendo designada como A-26B destinada a ataque a solo, que seria dotado  com um nariz sólido, prevendo a instalação de diversas combinações de armamentos fazendo uso de metralhadoras M-2 Browning calibre .50 e canhões de 20 mm, com suas configurações mais distintas recebendo os codinomes de "six-gun nose" ou "eight-gun nose (seis ou oito armas no nariz). A segunda versão designada como A-26C, teria aplicação específica para missões de bombardeio de queda livre em média altitude, e para isto dispunha do nariz transparente em plexiglass, equipado com as sofisticadas miras Norden. Inicialmente para autodefesa, seriam instaladas duas M-2 Browning calibre .50 fixadas no nariz na fuselagem, a exemplo dos Douglas A-20 Havoc, posteriormente a partir de 1570° célula produzida esta configuraçao original de armas, passariam a ser substituídas por seis metralhadoras do mesmo modelo, que seriam alojadas internamente nas asas. Sua excelente capacidade de transporte de carga útil como bombas e foguetes não guiados de até 1.814 kg , aliada ao seu eficiente sistema de autodefesa, manobrabilidade e comando dóceis, reuniria nos Douglas A-26 Invader, qualidades especiais que estavam separados em diversos modelos de aeronaves de ataque e caça. Além do piloto, a tripulação era composta por um navegador que também executava as tarefas de carregador de munição das armas frontais, um terceiro assento estava localizado no compartimento traseiro e tinha por função a operação de controlar remotamente as torretas elétricas de metralhadoras dorsal e ventral. Caberia ainda ao Douglas A-26 Invader, o possível crédito de vitória em combate aéreo contra um jato Messerschmitt Me-262 Schwalbe  da Força Aérea Alemã (Luftwaffe), quando a aeronave pilotada pelo Major Myron L. Durkee, pertecente ao  386° Esquadrão de Bombardeiros (Bomb Squadron), foi atacado por um grupo destas aeronaves durante o retorno de uma missão, com a aeronave obtendo êxito em alvejar gravemente um dos atacantes.   

Apesar da Douglas Aircraft Company ter recebido grandes contratos de produção durante o ano 1944, estes acordos seriam revistos em meados do ano seguinte, se antecipando ao próximo término do conflito, assim até agosto de 1945 seriam entregues apenas duas mil quatrocentas células. Porém ao contrário da grande maioria das aeronaves de ataque equipadas com motores a pistão, que seriam desativadas após o término da Segunda Guerra Mundial, os Douglas A-26 Invader se manteria em operação na Força Aérea do Exército dos Estados Unidos (USAAF), seja nas versões tradicionais de ataque ou no modelo de reconhecimento aéreo RB-26C, sendo operados pelas unidades áreas em atividade na Europa e no Japão ocupado.  Durante a Guerra da Coréia (1950 - 1953) os Douglas A-26 do 3° Grupo de Bombardeiro (Bombardment Group) baseados no Sul do Japão, estariam entre os primeiros aviões norte-americanos a se envolver naquele conflito, realizando missões sobre a Coréia do Sul nos dias 27 e 28 de junho. Com estas incursões ocorrendo antes mesmo de realização da primeira missão de bombardeio norte-americana na Coréia do Norte em 29 de junho de 1950, quando bombardearam um campo de aviação fora da região de  Pyongyang. Ao todo neste conflito, os Douglas A-26 Invader seriam responsáveis pela destruição de trinta e oito mil veículos, quatrocentas e seis locomotivas, três mil composições ferroviárias e sete aeronaves inimigas em terra. Além das versões originais de ataque, operadas em missões noturnas de interdição, um pequeno número de células de modelos especializados como os Douglas WB-26 e RB-26 pertencentes a 67ª Ala de Reconhecimento Tático (Tatic Recon), seriam empregados em missões críticas de observação e reconhecimento climático, em papéis de apoio as operações de combate. Em meados da década de 1950, um grande número de células das versões Douglas A-26B e A-26C armazenadas em unidades de reserva da Guarda Aérea Nacional, passariam a ser consideradas como "excedente de guerra", sendo inclusas como item para o fornecimento nos programas de apoio e ajuda militar internacional, com centenas de células sendo transferidas as forças armadas da França, Brasil, Colômbia, Chile, República Dominicana, Guatemala, Indonésia, Laos, Nicarágua, Peru, Portugal, Arábia Saudita, Reino Unido e Turquia. 
Além da Força Aérea do Exército dos Estados Unidos (USAAF), um grande número destas aeronaves seria operado extraoficialmente pela Central de Inteligência Americana (CIA) em operações especiais. inicialmente vinte células seriam deslocadas para um base secreta na Guatemala, onde exilados cubanos estavam sendo treinados para a malfadada operação de invasão a Baia dos Porcos em 15 de maio de 1961.  A seguir ainda sob a tutela desta agência norte-americana uma pequena frota de aeronaves modernizadas desta família, seriam conduzidos por tripulações mercenárias (veteranos das missões em Cuba) em missões de ataques ao solo contra as forças rebeldes do Simba na crise do Congo. Os Douglas A-26 Invader da Central de Inteligência Americana (CIA) teriam sua despedida operacional na Tailândia, quando células operadas por militares norte-americanos atuaram em diversas missões de ataque a solo, auxiliando o governo do  Laos a combater a guerrilha comunista de  Pathet Lao. Já durante a Guerra do Vietnã, a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) e Força Aérea do Vietnã do Sul (VNAF), fariam uso da versão mais moderna da aeronave denominada como Douglas A-26K Counter - Invader,  para o emprego em missões noturnas de ataque a solo e supressão contra as tropas norte vietnamitas principalmente na campanha contra a Trilha Ho Chi Minh. Esta variante passava a contar com significativas melhorias de projeto, evolvendo motores mais potentes e hélices atualizadas, adoção de tanques de combustível suplementares nas pontas das asas e por fim uma sofisticada suíte eletrônica incluindo sistemas de visão noturna do tipo Flir. Durante mais de dois anos de operação, o 609º Esquadrão de Operações Especiais realizaria mais de sete mil missões de combate, totalizando 19.762,7 horas de voo. As últimas células seriam retiradas do serviço ativo somente em fins de 1969, representando a última aeronave de ataque oriunda da Segunda Guerra Mundial a ser desativada da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF). 

Emprego na Força Aérea Brasileira
Ao final da Segunda Guerra Mundial, a Força Aérea Brasileira contava com mais de mil e quinhentas modernas aeronaves militares, com quase a sua totalidade sendo recebida a partir de 1942, nos termos do programa Leand & Lease Act Bill (Lei de Empréstimos e Arrendamentos). Em termos de capacidade ofensiva dispunha-se de um grande número de células de aeronaves de primeira linha, como os famosos caças bombardeiros Republic P-47D Thunderbolt, Curtiss P-40 Warhawk e aeronaves de ataque Douglas A-20 Havoc e North American B-25 Mitchel. Esta combinação de aeronaves de combate combinada com modelos de transporte e patrulha marítima e guerra antissubmarino (ASW), tornavam está a segunda maior força aérea das Américas, e a maior arma aérea do hemisfério sul do planeta. Logo no início da década seguinte, o Departamento de Estado do Governo Norte Americano (Department of Defense - DoD) passaria intensificar a suas ações de "boa vizinhança" procurando aumentar sua influência geopolítica em vários países, fazendo o emprego de diversos programas de auxílio e apoio em diversos setores econômicos e militares, com seu foco sendo destinado principalmente a nações emergentes.  Neste momento seria apresentada ao governo brasileiro, uma oferta em excelentes condições para de cessão de aeronaves de diversas modelos, entre estes se encontravam várias células dos modelos Douglas A-26 Invader. Curiosamente esta oferta seria inicialmente rejeitada pelo Ministério da Aeronáutica (MAer), com esta decisão se baseando na grande frota de aeronaves North American B-25B e B-25J Mitchel que se encontrava em operação, atendendo a contento as demandas em missões de ataque, não sendo recomendada assim a adoção de um novo vetor de ataque. Porém esta realidade se transformaria rapidamente, pois em 1956 o programa de suporte norte-americano a operação dos North American B-25 Mitchel seria encerrado, muito em virtude da extinção dos estoques estratégicos de peças de reposição (pois sua produção havia sido descontinuada há mais de dez anos). Este cenário seria ainda agravado pelo desgaste natural das células, o que acabaria logo resultando em preocupantes índices de disponibilidade da frota brasileira. Visando resolver este problema, seriam iniciados estudos visando a aquisição de um novo vetor destinado as missões de bombardeio e ataque, em busca da modernidade imediatamente vislumbrava-se a escolha de uma aeronave movida a reação. Neste contexto aspirações do comando da Força Aérea Brasileira, pendiam para a escolha dos modernos bombardeiros britânicos a reação English Eletric Canberra B.8 e T.4 (que já se encontram em operaçao na Força Aérea Argentina), no entanto a realidade orçamentaria daquele período, inviabilizaria completamente a concretização desta compra. 

Neste momento o governo brasileiro faria uma nova consulta ao Departamento de Estado do Governo Norte Americano (Department of Defense - DoD) , visando verificar opções para o atendimento desta demanda. Assim dentro do escopo do Programa de Assistência Militar (Military Assistance Program - MAP), seria apresentada uma proposta de fornecimento em condições extremamente vantajosas de um lote envolvendo vinte e oito células de aeronaves dos modelos Douglas B-26B e B-26C Invader, com poucas horas de voo que se encontravam armazenadas. Assim em janeiro de 1957 uma comitiva de oficiais da Força Aérea Brasileira, se deslocaria para a base aérea de Davis em Montana, (tradicional base de recolhimento e estoque de aeronaves da Força Aérea Americana - USAF) a fim de avaliar e escolher as aeronaves em melhor estado de conservação. As células escolhidas seriam transladadas por pilotos norte-americanos para as instalações de apoio e manutenção da empresa Fairchild ASD Corporation, localizadas Saint Augustine na Florida e Hagerstown em Maryland, a fim de serem submetidas a uma completa revisão estrutural. As primeiras aeronaves células chegariam ao Brasil em setembro de 1957, sendo seguidas por outros vinte e quatro aviões divididos em seis voos de translado com a última aeronave chegando em fevereiro do ano seguinte. Foram recebidas quatorze aeronaves da versão Douglas B-26B que estavam equipadas com o formidável arsenal orgânico de seis metralhadoras Browning M-2 de calibre .50 (12,7 mm) dispostas no nariz e duas metralhadoras do mesmo tipo instaladas em uma torreta elétrica dorsal (salientando que todos os B-26 Invaders brasileiros não dispunham da  tradicional torre ventral). Ao chegarem ao Brasil, os Douglas B-26 ostentavam um acabamento em metal natural, com as naceles dos motores   pintadas de preto fosco, bem como um painel anti-brilho à frente da cabine de pilotagem, com seu leme pintado com as cores verde e amarela.  Estas células seriam distribuídas ao 1 º e 2 º Esquadrões do 5 º Grupo de Aviação (GAv), onde passariam a realizar missões de ataque e bombardeio, tendo como atribuição secundária o treinamento operacional. Neste processo de formação o 1º/5º Grupo de Aviação (GAv) estava encarregado das tarefas instrução de ataque e bombardeio e o 2º/5º Grupo de Aviação (GAv) encarregado pela transição para aeronaves multimotoras.
No entanto, a operação dos agora designados na Força Aérea Brasileira como Douglas B-26B  e B-26C revelou-se não ser das mais fáceis, e logo surgiriam sérios problemas relacionados a dificuldades com a manutenção preventiva e obtenção de material de reposição em um fluxo adequado, resultando assim em baixas taxas disponibilidade. Em 1963 devido a este cenário, o modelo deixaria de ser utilizado em tarefas de treinamento, sendo substituídos nesta missão por aeronaves Beechcraft H-18S (TC-45T), incorporadas ao 2º/5º Grupo de Aviação - Esquadrão Joker. As aeronaves remanescentes seriam concentradas no 1º/5º Grupo de Aviação (GAv)  - Esquadrão Rumba, e passariam a desempenhar exclusivamente missões de ataque e bombardeio, sendo subordinado ao Comando Aerotático Terrestre. As aeronaves cedidas a Força Aérea Brasileira, em sua maioria foram produzidas entre os anos de 1944 e 1945, e no início da segunda metade da década de 1960, estas aeronaves já mostravam sinais de desgaste operacional. Entre os anos de 1964 e 1965, seria desenvolvido dentro dos auspícios do Programa de Assistência Militar (Military Assistance Program - MAP), o projeto “Wing Spar”, que apresentava como objetivo a substituição das longarinas das asas dos Douglas B-26 Invader, então em uso por várias forças aéreas latino-americanas naquele momento. Apesar de ser apresentado ao governo brasileiro, curiosamente a Força Aérea Brasileira não faria a adesão a este importante programa. Seguindo e operação, o agressivo perfil operacional no qual estas aeronaves eram empregadas levariam ao estresse estrutural, com várias células apresentando rachaduras nas longarinas das asas, identificadas nos Douglas A-26 brasileiros pela primeira vez durante o ano 1966. De forma a corrigir este problema e recuperar a capacidade operacional destas aeronaves, seriam conduzidas conversações com a empresa  Hamilton Aircraft Company, visando a contratação de um programa para revisão e atualização de parte da frota brasileira. Um contrato seria celebrado envolvendo processos de revisões e reparos estruturais, e modificações e modernizações em seus aviônicos, sistemas de comunicação, canopi e armamento orgânico (com a remoção da torreta dorsal). A fim de participar deste programa, seriam selecionados dezesseis exemplares, avaliados como em melhores condições (doze B-26B e quatro B-26C). 

Estas aeronaves seriam transladadas em voo por tripulações brasileiras para as instalações da empresa na cidade de Tucson no estado do Arizona em junho de 1967. Após serem entregues, seriam detalhadamente inspecionadas por técnicos da Hamilton Aircraft Company,  que acabariam por reprovar uma das células, por apresentar excessiva corrosão estrutural, sendo imediatamente substituída por uma aeronave obtida localmente. Outros três aviões foram adquiridos a fim de substituírem aeronaves que haviam sido perdidas durante operação no Brasil. Os Douglas B-26B e B-26C Invader emergiriam dessas modificações pintados com a metade superior da fuselagem (incluindo as naceles dos motores) verde médio, brilhante, e metade inferior em cinza médio. Na deriva, seria pintado um retângulo com as cores verde e amarela. Os primeiros quatro Douglas A-26B Invader retornariam ao Brasil em 7 de setembro de 1968, onde foram reincorporados ao 1º/5º Grupo de Aviaçao (GAv) - Esquadrão Rumba. A partir de 1970, estas "novas" aeronaves foram sendo progressivamente redesignadas na Força Aérea Brasileira como Douglas A-26B e A-26C.  Em 1971, nove Douglas A-26 Invader  seriam transferidos para o 1º/10º Grupo de Aviação (GAv) – Esquadrão Poker, então sediado na Base Aérea de São Paulo (BASP), substituindo os veteranos Douglas A-20K Havok, tornando-se assim a terceira unidade brasileira a fazer uso desta aeronave, a empregando em missões de ataque, reconhecimento fotográfico, esclarecimento marítimo e COIN (contra-inssurreição) seriam realizadas por aquela unidade. Uma célula a mais ainda seria incorporada em 1970, sendo fruto de um processo de apreensão realizado pela Polícia Federal (PF) por emprego em contrabando e tráfico de drogas. Como esta aeronave estava configurada para operação civil de transporte de carga, seria no âmbito da Força Aérea Brasileira designada como Douglas CB-26B, passando a ostentar a matrícula" FAB 5176". 
Apesar da carreira do modelo estar se aproximando do fim, aparentemente os Douglas A-26 Invader da Força Aérea Brasileira, participariam de algumas ações de combate real entre os anos de 1972 a 1973, quando foram empregados em missões secretas de COIN (contra-inssurreição) e reconhecimento fotográfico. Passando a ser operadas no leque de ações militares contra os movimentos de luta armada protagonizados pelas lideranças do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) na região do Araguaia no Centro Oeste do País.  Incursões frequentes estas que seriam cercadas de grande sigilo naquele conturbado período. Apesar da correção estrutural realizada em 1967 nos Estados Unidos, já no ano de 1972 seriam novamente detectadas rachaduras nas longarinas das asas em algumas destas aeronaves, com estas sendo recolhidas para averiguação. Assim em meados de 1974, apenas doze exemplares encontravam-se em condições de voo, e neste contexto estas aeronaves seriam preparadas para gradualmente deixar o serviço ativo. Este processo seria concluído em 3 de setembro de 1975, durante uma singela solenidade militar na Base Aérea de Cumbica, com o pouso do Douglas A-26C FAB 5159 representando o fim da era de bombardeiro na Força Aérea Brasileira. Ao todo seriam operados no pais trinta e duas aeronaves, operando por vinte e oito anos, encerrando sua carreira cumprindo missoes de aerofogrametria. Algumas células seriam preservadas, com destaque para o “FAB 5159” (U.S. BuNo 41-39288), originalmente um  Douglas B-26C , que atualmente compõe o acervo do  Museu Aeroespacial (Musal) no Rio de Janeiro.

Em Escala.
Para representarmos o Douglas A-26B Invader “FAB 5159”, empregamos o novo kit da Revell na escala 1/48 que empregas os modelos do antiga edição da Monogram, apresentando infelizmente linhas de alto relevo. Para se representar a versão modernizada que foi empregada pela Força Aérea Brasileira a partir de 1967, é necessário remover as torretas de metralhadora dorsal e ventral. Fizemos uso de decais produzidos pela FCM Decals presentes no antigo Set 48/03.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o  segundo padrão de pintura tático adotado pelas aeronaves Douglas A-26B e A-26C, sendo implementado após o programa de retrofit e modernização realizado na Hamilton Aircraft Company  em 1967, mantendo este padrão até o fim de sua carreira.


Bibliografia :
- Douglas A-26 Invader , Wikipedia - https://en.wikipedia.org/wiki/Douglas_A-26_Invader
- Aeronaves Militares Brasileiras 1916 – 2015 – Jackson Flores
- Invader na FAB , Claudio Lucchesi e José R. Mendonça  - Revista Asas  nº 10
- História da Força Aérea Brasileira , Prof Rudnei Dias Cunha - http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/index.html

Embraer Internacional A-1B AMX

História e Desenvolvimento.
A Empresa Brasileira de Aeronáutica S/A (Embraer), uma estatal de capital mista foi criada no dia 19 de agosto de 1969, com a missão de produzir em série as primeira aeronaves de transporte completamente desenvolvidas no país, o Embraer EMB-110 na versão civil comercial e o modelo militar C-95 Bandeirante. A primeira aeronave de produção em série com a matricula FAB 2133, seria entregue a Força Aérea Brasileira no dia 09 de fevereiro de 1973. Além de atender a uma grande demanda militar, suas versões civis de transporte regional conquistariam grande notoriedade mundial ao conquistar inúmeros contratos de exportação atendendo a demanda de dezenas de empresas de transporte aéreo. Este contexto comercial e sua boa imagem corporativa, levaria a direção da empresa a passar a avaliar  a possibilidade de se negociar e firmar com empresas estrangeiras, a fim de viabilizar pesquisas e eventual transferência de tecnologia. A primeira relação prática desta natureza, havia sido materializada no início da mesma década, com a celebração junto a empresa italiana Aéronautica Machi Spa, para a fabricação sob licença no Brasil de mais de cem aeronaves de treinamento avançado do modelo Aermachi MB-326GB. Apesar deste primeiro acordo não contemplar sob nenhum aspecto qualquer "transferência de tecnologia", a produção local em série, do agora designando Embraer AT-26 Xavante, lograria a empresa brasileira, o entendimento de processos e conceitos de manufatura de aeronaves a reação de alta performance, possibilitando assim as bases para se galgar novos estágios evolutivos na produção.  Assim conforme avançava, o exitoso processo de implantação do Embraer AT-26 Xavante na Força Aérea Brasileira, a direção da companhia passa a vislumbrar novos nichos de mercado, entre muito um  envolvendo a criação de uma versão monoplace deste treinador especializada em missões de ataque a solo.  Este novo conceito de aeronave, receberia internamente a designação de Programa "AX", sendo compartilhado com projetista chefe Ermano Bazzocch da empresa italiana, que classificaria este projeto  como viável do ponto de vista operacional. Nascia assim o projeto da primeira aeronave "ítalo-brasileira" que receberia a designação provisória de Embraer EMB-330. Apesar desta proposta se mostrar extremamente promissora, ela em si, não conseguiria seduzir o Ministério da Aeronáutica (MAer), que emitiu um parecer na época  criticando as possíveis capacidades ofensivas da aeronave. Apesar desta negativa, a equipe de projetos seguiria estudando melhorias que culminaram e novas variantes do EMB-330, no entanto infelizmente também não evoluiriam além da fase de projeto, resultando assim na suspensão em definitivo deste projeto.

Este espírito de cooperação tecnológico e industrial “Ítalo-brasileiro, seria retomando no ano de 1978, com a oportunidade surgindo após a visita de uma comitiva de oficiais e comandantes da da Força Aérea Brasileira a Itália. Neste momento seria apresentado a este grupo pela  diretoria da Aéronautica Machi Spa, um requerimento emitido pela Força Aérea Italiana (Aeronáutica Militare Italiana - AMI), para o desenvolvimento de uma aeronave subsônica de ataque a jato, destinada a substituir,  os modelos Fiat G.91Y/R e o caça Lockheed F-104G/S Starfighter., destinados a tarefas de ataque a solo, apoio aproximado e ataque naval. Ao analisar as especificações da nova aeronave, ficaria claro que estas eram muito similares as exigidas pelo Ministério da Aeronáutica (MAer) anteriormente para a aceitação do projeto "AX". Esta semelhança de parâmetros operacionais geraria as oportunidades para o desenvolvimento em comum de uma nova aeronave de ataque.  Neste meio tempo a proposta seria aprovada pelo Ministério da Defesa Italiano, e para seu desenvolvimento e execução seria formalizada uma associação entre as empresas   Aeritália Aeronautica e Aéronautica Machi Spa. Esta união que proporcionaria as condições básicas de tecnologia e manufatura para a criaçao da nova aeronave subsônica de ataque italiana, que receberia a designação de projeto "AMX" (sendo o A de Aeritália, M de Macchi e o X de experimental). Negociações entre os dois governos seriam conduzidas, com a Embraer S/A para a compor este consorcio, ficando responsável por responder por um quarto do programa de desenvolvimento e seus relativos investimentos.  Caberia então a empresa brasileira o desenvolvimento do  projeto e a  construção das seções das asas e empenagem, bem como a condução dos testes de fadiga da estrutura deste conjunto. As empresas italianas, responderiam pelos outros dois terços, e produziriam a fuselagem, os sistemas de bordo, além da condução dos testes estáticos e com armamentos.  Apesar deste entendimentos iniciais, o processo seria temporariamente suspenso até que fossem realizados alinhamentos contratuais, burocráticos e de processo que demandaria pelo menos mais seis meses, atrasando assim o cronograma inicial previsto. Em maio de 1980, durante a realização da Feira Aeronáutica Internacional de Farnborough, na Inglaterra, o Ministério da Aeronáutica (MAer) reafirmaria publicamente sua decisão de participar deste programa, com o contrato oficial, sendo enfim celebrado pelos dois países em 27 de março de 1981.
Após alterações contratuais, a Embraer S/A, passaria a deter 30% do programa e as companhias italianas, 70%. Neste novo contexto coube à empresa brasileira o desenvolvimento e a fabricação das asas, tomadas de ar do motor, estabilizadores horizontais, pilones subalares (cabides de armas) e tanques de combustível.  Além disso, o país participaria ativamente de todo o projeto do conjunto do  trem de pouso, sistemas de navegação e ataque, comandos de voo e controle de armamentos. Dois protótipos de ensaios em voo e um de testes de fadiga seriam construídos pela empresa brasileira e disponibilizados para um extenso programa de testes no Brasil. O caça tático Internacional AMX foi concebido como avião monomotor, monoposto, especializado em missões de ataque, privilegiando em seu projeto a robustez e confiabilidade para operação em momentos de alta exposição em ambiente hostil, sendo equipado com uma variada gama de sistemas avançados de computação, navegação e ataque, além de contramedidas eletrônicas. Contava com, entre outras inovações tecnológicas para aquela época, com um sistema de comandos de voo do tipo "Augmentation System" e operação HOTAS (Hands On Throttle And Stick) para navegação e ataque. Apresentava ainda, longo alcance operacional (que podia ser estendido com reabastecimento em voo), compatível com as dimensões continentais de nosso país. O primeiro mock up do projeto ficou pronto em 1982 e, quatro anos depois seria iniciada a construção de quatro protótipos, sendo dois em cada país participante. O primeiro protótipo alçou voo em 15 de maio de 1984, com o piloto chefe de testes da Aeronautica Aeritalia, comandante Mario Quarantelli, porém tragicamente ocorreria um acidente no quinto voo, vitimando o piloto, que apesar de conseguir se ejetar acabaria falecendo em decorrência dos ferimentos. O programa seria retomado em novembro do mesmo ano, com o segundo protótipo. Já o primeiro protótipo brasileiro, o agora designado YA-1 FAB 4200, decolou nas instalações da Embraer S/A em São José dos Campos do dia 16 de outubro de 1985, com o piloto de ensaios Luiz Fernando Cabral em seu comando. O segundo protótipo brasileiro faria seu primeiro voo em 16 de dezembro de 1986. Uma variante com configuração biposto seria desenvolvida em seguida, visando tarefas de conversão operacional de pilotos para este tipo de aeronave.

Em 1986, seria entregue a primeira célula de produção em série, para a Força Aérea Italiana (Aeronáutica Militare Italiana - AMI), passando o modelo a dotar ao longo dos anos seguintes, seis grupos de ataque (Gruppo/ Stormo). Em resumo as versões italiana e brasileira destas aeronaves apresentavam um design básico convencional, com o avião empregando asa alta, com enflechamento de 27,5º no bordo de ataque, apresentando sistema misto de comando de voo, com o leme e spoilers, flaps e estabilizadores acionados por um sistema de comando digital assistido por computador FBW (Fly By Wire) de dois canais. Já os ailerons e profundores respondiam a um sistema hidráulico mecânico tradicional. Esta combinação visava entre outros aspectos aumentar a capacidade de sobrevivência da aeronave, pois na eventualidade do sistema FBW (Fly By Wire) ficar inoperante devido a avarias de combate, o piloto teria condições de regressar a sua base em segurança fazendo uso das superfícies moveis de comando hidráulico mecânico. As células foram construídas empregando em sua maior parte alumínio, com pequenas partes em aço e com emprego de composite de fibra plástica reforçada nos painéis de acesso, estrutura de cauda, ailerons de duto de ar da turbina. Apresentava ainda o moderno conjunto de HUD (Head Up Display) combinado com sistema HOTAS (Hands On Throttle And Stick). No total a produção da versão monoplace do AMX atingiria um total de 155 células, sendo 110 para a Força Aérea Italiana (Aeronáutica Militare Italiana - AMI) e 45 para a Força Aérea Brasileira, que seriam entregues entre os anos de 1989 e 1999. Diferenças básicas foram implementadas entre as versões, sendo a italiana desenvolvida para a execução de ataques num perfil “Lo-Lo-Lo” (voando baixo sobre o campo de batalha) de modo a sobreviver as sofisticadas defesas soviéticas com um raio de ação definido para apenas 335 km, já a versão brasileira operaria em um cenário bem menos sofisticado de defesa aérea, sendo configurado para um perfil “Hi-Lo-Hi” (voando alto até próximo o campo de batalha, com voo baixo somente na fase de ataque), devendo atender a uma autonomia mínima de 965 km o que representaria a necessidade de se operar com dois tanques de combustível extra subalares de 1.100 litros o que evidentemente reduziria sua carga bélica útil.
Neste mesmo ano seria definida a produção de uma variante biplace, que passaria a ser designada como AMX-T, este modelo teria como função básica o treinamento e conversão de pilotos, porém, entretanto manteria sua completa capacidade de combate, tendo como limitante somente a redução no seu raio operacional, pois seu tanque de combustível central seria eliminado para ceder espaço ao segundo tripulante. Foram produzidos três protótipos que alçaram voo entre os anos de 1989 e 1990, sendo dois italianos e um brasileiro. Além de representar um grande salto tecnológico para a Força Aérea Brasileira, o desenvolvimento do projeto A-1 AMX representou a Embraer uma oportunidade única para a absorção de know how que viria possibilitar a empresa o desenvolvimento futuro conceber e produzir aeronaves modernas dominando uma série de tecnologias críticas como o sistema Fly By Wire, e podemos afirmar que os jatos regionais ERJ-145/135 e os ERJ-170/190 possuem o DNA do projeto A-1 AMX. Ao todo seriam produzidas trinta e sete células biplaces, sendo vinte e seis  destinadas a Aeronautica Militare Italiana (AMI) e onze para a Força Aérea Brasileira. No final de ano de 2002, a Embraer S/A anunciou publicamente, que havia celebrado um contrato com a Força Aérea Venezuelana (FAV), para a venda de doze unidades de uma versão melhorada do AMX-T, com estas aeronaves sendo incorporadas com o objetivo de se substituir os antigos treinadores que deveriam substituir os treinadores Rockwell T-2D Buckeye na Aviação Militar daquele pais caribenho. No entanto neste momento uma grave crise diplomática se desenvolvia junto ao governo dos Estados Unidos da América, culminando em uma série de embargos, entres estes figuraria um veto a esta negociação de fornecimento de aeronaves brasileiras, muito em função dos Embraer AMX-T fazerem uso de uma variada gama de componentes norte-americanos. Este movimento representaria o fim da produção em série desta família de aeronaves ítalo-brasileira.

Emprego na Força Aérea Brasileira.
A aviação de caça e ataque a solo na Força Aérea Brasileira,  seria criada e forjada durante a campanha da Itália durante a  Segunda Guerra Mundial, quando os pilotos brasileiros tripulando os robustos caças bombardeiros Republic P-47Ds Thunderbolts realizaram mais de 2.546 surtidas, criando as bases para o estabelecimento de uma moderna e eficaz doutrina operacional. Esta tradição criada no calor da batalha, seria consolidada ao longo das décadas seguintes, porém sendo fundamentada em aeronaves customizadas para este tipo de missão, o que realmente provocava limitações em seus resultados operacionais. Por isso em fins da década de 1980, a introdução e consequente emprego operacional de uma moderna aeronave especializada em missões de ataque a solo passava a  gerar grandes expectativas por parte da orça Aérea Brasileira. Visando o melhor aproveitamento desta oportunidade única, o Ministério da Aeronáutica (MAer) decidiu pela criação de uma nova unidade aérea de combate de primeira linha para a operação da nova aeronave. Esta decisão culminaria em 22 de abril de 1988 na ativação na Base Aérea de Santa Cruz (BASC), no Rio de Janeiro do 1º/16º Grupo de Aviação (1º/16º GAv) Esquadrão Adelphi, unidade esta que recebeu este nome de código de chamada em homenagem em homenagem aos veteranos do 1º Grupo de Aviação de Caça (1º GAvC), tombados em combate na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Já a primeira célula operacional do caça tático ítalo-brasileiro Embraer AMX, que recebeu a designação oficial de A-1A e matrícula FAB 5500, seria oficialmente incorporada à Força Aérea Brasileira no dia 13 de outubro de 1989. Logo na semana seguinte seria iniciado o programa de certificação operacional básica da nova aeronave, com este estágio culminando no início das operações aéreas em julho do ano seguinte. O próximo abrangeria um amplo programa de formação de doutrina operacional e treinamento de todo o pessoal, que estenderia até o mês de agosto do ano de 1990, quando enfim a unidade foi elevada ao status de operacional. Neste momento pelo menos cinco aeronaves já se encontravam em plena atividade junto ao 1º/16º Grupo de Aviação – Esquadrão Adelphi.

O primeiro Embraer A-1A monoplace de matrícula FAB 5500, seria incorporado no dia 13 de outubro de 1989, e logo na semana seguinte seria iniciado o programa de certificação operacional básica, com este estágio culminando no início das operações aéreas em julho do ano seguinte. O próximo abrangeria um amplo programa de formação de doutrina operacional e treinamento de todo o pessoal, que estenderia até o mês de agosto do ano de 1990, quando enfim a unidade foi elevada ao status de operacional. Neste momento pelo menos cinco aeronaves já se encontravam em plena atividade junto ao 1º/16º Grupo de Aviação – Esquadrão Adelphi, com a unidade se preparando para o recebimento da versão biplace. A primeira célula da versão de treinamento e conversão designada na Força Aérea Brasileira com A-1B AMX, seria recebida no dia 7 de maio de 1992 passando a fazer parte da dotação do 1º/16º Grupo e Aviação, Esquadrão Adelphi. Neste momento este modelo passaria a executar a tarefa de conversão operacional de pilotos da unidade. O Embraer A-1A AMX se tornaria ainda o primeiro avião da Força Aérea Brasileira, a contar com uma suíte completa de sistemas passivos e ativos de autodefesa considerados como no “estado da arte” para aquela época. Estavam equipados com um moderno sistema de alerta do tipo RWR (Radar Warning Receiver) que provia aos pilotos avisos quando a aeronave passava a ser rastreada por um radar hostil, com este sistema operando em conjunto com lançadores de despistadores de misseis guiados por infravermelho - radar dos tipos chaff & flare, sendo ainda complementado por um pacote de contramedidas eletrônicas ativas - ECM (Active Eletronic Counter Measures) ecomputadores de missão especializados para lançamento de armas de ataque ao solo do tipo CCIP/CCRP (Continuosly Computed Initial Point/Continuosly Computed Release Point - Ponto Inicial Continuamente Computado/Ponto de Lançamento Continuamente Computado).
Este variado pacote eletrônico à primeira vista seria um desafio de adaptação para os jovens pilotos recém formados nos jatos analógicos de treinamento Embraer AT-26 Xavante pertencentes ao 1º/4º Grupo de Aviação - Esquadrão Pacau, e a adoção dos novos A-1B AMX viria a facilitar imensamente a adaptação e aclimatação, ajudando assim os novos pilotos superar o imenso abismo (gap) tecnológico entre estas aeronaves, com todos estes sistemas sendo então desmistificados pelo modelo biplace. Além desta importante missão o Embraer A-1B AMX podia ainda ser empregado normalmente em missões de ataque e reconhecimento estratégico, pois estas células possuíam as mesmas capacidades operacionais da versão monoplace. Dentro do cronograma original determinado pelo Ministério da Aeronáutica (MAer), em 15 de janeiro de 1998 o 3º/10º Grupo de Aviação - Esquadrão Centauro, seria a segunda unidade operacional a incorporar a nova aeronave de ataque, recebendo as suas duas primeiras aeronaves Embraer A-1A , sendo seguido posteriormente por duas aeronave da versão A-1B AMX, com este grupo sendo declarado operacional em maio do ano 2000, realizando o mesmo leque de missões atribuídas ao Esquadrão Adelphi. Em 2003, entraria para história na Força Aérea Brasileira, realizando a missão mais longa já realizada, quando os A-1A e A-1B decolaram de Santa Maria e, com três reabastecimentos em voo apenas, sobrevoaram a região oeste do pais, a fronteira norte e pousaram na Base Aérea de Natal percorrendo mais de 6.500 km, demonstrando a capacidade de ataque estratégico  permitindo alcançar hipotéticos alvos em toda a América Latina. 

A terceira unidade a receber o Embraer A-1 AMX seria o 1º/10º Grupo de Aviação - Esquadrão Poker, também baseado em Santa Maria , recebendo a primeira aeronave em março de 1999 com sua dotação sendo completada em 2004 com a entrega de aeronaves de treinamento e conversão Embraer A-1B. A missão principal desempenhada pelo Esquadrão Poker é o reconhecimento tático através do emprego inicial de pods fotográficos Gespi e Vicon com capacidade de reconhecimento Stand off e infravermelho. Posteriormente foram adquiridos os modernos pods Recce Lite. Como esta unidade tem por missão também a realização de atividades SEAD (Supression Enemy Air Defense – supressão de defesa aérea inimiga) deve ser a primeira a receber os misseis nacionais antirradiação MAR-1. Quando em missão de reconhecimento as aeronaves empregam a designação de RA-1A e RA-1B. Todas as aeronaves biplace seriam distribuídas a quatro unidades operacionais da Força Aérea Brasileira, sendo três aeronaves para o 1º/16º GAv – Esquadrão Adelphi, quatro para o 3º/10º GAv – Esquadrão Centauro, quatro para o 1º/10º GAv Esquadrão Poker e por fim uma aeronave para o Grupo de Ensaios em Voo (GEEV) baseado no Centro Tecnológico da Aeronáutica - CTA na cidade de São José dos Campos – SP, onde seria empregado  em tarefas de ensaio e homologação de sistemas de armas. Os pilotos do caças General Dynamics F-16 da Guarda Nacional Americana da Força Aérea Americana (USAF) que participaram do exercício multinacional, Operação Tiger I, teceriam grande elogios sobre o desempenho da aeronave ítalo-brasileira, solicitando permissão para voar nas aeronaves A-1B AMX.
As aeronaves Embraer A-1A e A-1B AMX entregues a Força Aérea Brasileira seriam produzidas em três lotes distintos, assim desta maneira a frota apresentava um baixo índice de padronização em termos de sistemas e componentes, muito em função de diversas mudanças e melhorias aplicadas no projeto ao longo dos anos.  Este cenário resultava em um pesadelo logístico para a aquisição e gerenciamento de estoque de um adequado fluxo de peças de reposição de diversos modelos com teoricamente as mesmas aplicações, e como se passaram mais de vinte anos da concepção do projeto, havia ainda um relativo grau de obsolescência de diversos componentes. A somatória destas duas vertentes problemáticas determinaria a necessidade de se implementar um programa de atualização, padronização e revitalização das aeronaves remanescentes, que resultaria em 2003 na assinatura de um contrato de intenções junto a Embraer S/A para a condução deste projeto.

Em Escala.
Para representarmos o AMX A-1B “FAB 5653” empregamos o excelente kit em resina da escala 1/48 da Duarte Modeks, modelo este que apresenta um excelente nível de detalhamento e injeção para kits em resina. Utilizamos tanques subalares originais e bombas burras MK-83 do set Aircraft Weapons A da Hasegawa. Fizemos uso de decais confeccionados pela FCM Decais presentes no Set 48/08.

O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o segundo padrão de pintura empregado pelos Embraer A-1A e A-1B AMX, que passou a ser aplicado a partir do ano de 2003, apresentando ao longo dos anos pequenas variações em termos de detalhes ao que tange na identificação das unidades.

Bibliografia :

Revista ASAS nº20  AMX na FAB – Claudio Luchesi e Carlos Felipe Operti
Aeronaves Militares Brasileiras 1916 – 2015 – Jackson Flores
História da Força Aérea Brasileira , Prof Rudnei Dias Cunha - http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/index.html