Northrop F-5F Tiger II no Brasil

História e Desenvolvimento. 
Em meados da década de 1950 o avançar da tecnologia aeronáutica atingia uma velocidade sem precedentes na história da aviação moderna, porém em termos de custos de aquisição e operação, as novas aeronaves de combate superavam em muito os caças e bombardeiros da década passada. Esse cenário preocupava não só os comandantes militares norte-americanos bem como os fabricantes de aeronaves, que temiam terem suas receitas reduzidas em face a cortes orçamentários. Atento a esta demanda a diretoria da empresa Northrop Corporation em 1956 criou uma equipe de desenvolvimento chefiada pelo vice-presidente de engenharia e aeronaves, Edgar Schmued (responsável pelo desenvolvimento do P-51 Mustang e F-86 Sabre). O principal objetivo desta equipe, era o de criar uma aeronave de combate leve com alto desempenho, capacidade de manobra aprimorada e alta confiabilidade, fornecendo um custo operacional muito inferior ao caças de combate daquela geração contemporânea. Ademais reconhecendo que aviões a jato caros não poderiam ser substituídos de maneira viável em curto período (como ocorria com as aeronaves com motor a pistão), este novo projeto deveria incluir o conceito de "potencial de crescimento projetado", permitindo uma longevidade de serviço superior a vinte anos. Seguindo ainda este conceito que ficaria definido como "custo do ciclo de vida"   o engenheiro-chefe do projeto Welko Gasich definiu que os motores devem estar localizados dentro da fuselagem para obter o máximo desempenho com baixo custo operacional e a longa vida útil. O projeto denominado oficialmente como Projeto N-156, deveria atendar as possíveis demandas futuras da Força Aérea Americana (USAF), bem como se adequar as exigências de uma concorrência emitida pela Marinha Americana (US Navy) que buscava um caça leve para emprego em seus porta aviões de escolta, tendo em vista as aeronaves em uso até então nos porta aviões normais excediam as capacidades lançamento e hangaragem. Infelizmente para a Northrop Corporation a Marinha Americana (US Navy) reavaliou sua estrutura e meios resultando na desativação dos pequenos porta aviões de escolta.

Este projeto receberia a designação de "N-156" e se espelhava em parâmetros exigidos em uma concorrência anteriormente lançada pela Marinha Americana (US Navy), para o desenvolvimento de um caça leve para emprego em seus porta aviões de escolta. Porém com citado em 1957, dentro de uma nova definição estratégica, este tipo de embarcação seria retirado de serviço, levando ao cancelamento da concorrência. Apesar deste pequeno revés a empresa seguiu com o projeto derivando o em duas vertentes, uma destinada a um caça tático leve o "N-156F" e uma aeronave de treinamento avançado o "N-156T". O conceito deste último modelo agradaria muito o comando da Força Aérea Americana (USAF), sendo assim selecionado como treinador padrão, em substituição aos jatos subsônicos Lockheed T-33. Apesar da negativa em relação a versão monoplace, a companhia decidiu com recursos próprios continuar o desenvolvimento desta aeronave. Esta iniciativa seria recompensada, pois em 25 de fevereiro de 1958, seria iniciado um estudo para a criação de uma aeronave multifuncional para exportação, para emprego no âmbito do Programa de Assistência Militar (MAP - Military Assistence Program) a nações amigas. Este programa se materializaria em 1962, com a criação do "Programa FX", uma concorrência para a aquisição de mais duzentas aeronaves. A proposta apresentada pela Northrop Aircraft Corporation contemplava como oferta o modelo N-156F. Sendo este modelo declarado vencedor desta contenda em 23 de abril do mesmo ano. O modelo receberia a designação militar de Northrop F-5A e nome de batismo de “Freedon Fighter” tendo este nome em alusão ao propósito original de se prover as nações amigas, um vetor capaz de garantir a defesa aérea de países menos desenvolvidos, principalmente contra a ameaça do expansionismo do comunismo no mundo. A Northrop Aircraft Corporation receberia assim o primeiro contrato de produção da nova aeronave para a Força Aérea Americana (USAF) em outubro de 1962.
No ano de 1969, o governo norte-americano, no anseio de manter sua influência militar e política sobre seus aliados, começou a considerar um sucessor para a família F-5A/B Freedom Fighter, desta maneira, oito empresas foram convidadas a participar de uma concorrência denominada como Processo IIFA (Improved International Fighter Aircraft). Após análises detalhadas das propostas apresentadas, seria anunciado como vencedor a aeronave Model F-5A-2, apresentada pela empresa Northrop Aircraft Corporation. Projeto este que nada mais era do que uma evolução do caça tático F-5A/B Freedom Fighter, apresentando inúmeras modificações que visavam principalmente, atender as demandas da concorrência que exigiam uma aeronave com desempenho superior aos caças Mikoyan-Gurevich MiG-21 soviéticos. O primeiro protótipo alçou voo em 23 de agosto de 1972, esta nova aeronave estava equipada com dois motores General Electric J85-21 que apresentavam uma maior chegando a 5.000 libras de empuxo, o novo avião, possuía uma fuselagem alongada e aumentada que lhe permitia acomodar mais combustível que seu antecessor. Suas asas foram equipadas com extensões de borda de ataque ampliadas, proporcionando uma área de asa aumentada e consequente manobrabilidade aprimorada. Como diferencial para sobrevivência em um ambiente hostil o agora recém denominado Northrop F-5E Tiger II dispunha de aviônicos mais sofisticados, incluindo crucialmente um novo radar, inicialmente o Emerson Electric AN / APQ-153 (salientado que os modelos anteriores não dispunham de radar), podendo ainda receber, de acordo com a necessidade de customização a pedido do cliente,  sistemas de navegação inercial , equipamentos TACAN- Tatical Air Navegation (sistema tático aéreo de navegação) e ECM - Electronic Countermeasures (contramedidas eletrônicas). Seguindo as diretrizes iniciais de seu desenvolvimento, o F-5E agora denominado Tiger II começou a ser fornecido para as nações alinhadas aos Estados Unidos, como Vietnã do Sul, Coreia do Sul, Irã, Chile, Brasil, México, Suíça, Malásia, Cingapura, Taiwan, Marrocos, Jordânia, Grécia, Tunísia, Arábia Saudita, Etiópia. Honduras, Indonésia, Quênia, Noruega, Sudão e Iêmen, a positiva aceitação do vetor em função de sua excelente relação custo benefício, o que proporcionaria os recursos e mercado para o desenvolvimento de uma versão de conversão, porém ao contrário de seu antecessor o F-5B Freedon Figther, este novo modelo deveria manter as mesmas capacidades de combate da versão monoplace, gerando mais um benefício para seus operadores.

O primeiro protótipo do modelo biplace, agora denominado como Northrop F-5F Tiger II alcaçaria voo em 25 de setembro de 1974, com seu desenvolvimento se alongando até meados de 1976, neste contexto diversas melhorias seriam incorporadas ao projeto. Com o projeto atingindo seu nível de maturidade homologado, a empresa iniciaria a produção em série em dezembro de 1976, com os primeiros lotes sendo destinados a Força Aérea Americana (USAF), e os posteriores aoS clientes de exportação do F-5E Tiger II. A versão de treinamento e conversão apresentada, acompanhava o mesmo desing, com um pouco mais de um metro comprimento adicionado a fuselagem na região da cabine, com a finalidade de abrigar o segundo assento. Assim ao contrário do que aconteceu no modelo F-5B, nesta nova aeronave seria mantido o nariz “bicudo” do modelo monoposto, mantendo a instalação do radar Emerson AN/APQ-157 , porém havia a previsão para a instalação de somente um canhão M-39 de 20 mm, comportando ainda reduzida de munições. Esta alteração se dava, pois, a segunda arma de cano seria retirada para assim ceder espaço para os avionicos que, na versão monoplace ocupavam a área atrás da cabine original, mas que na versão biplace tiveram de ser transferidos para complementar o espaço empregado pelo segundo assento. No demais todo o conjunto estrutural como motores, asas e todo o resto é praticamente igual ao monoposto com exceção de alguns detalhes como aletas sobre as asas e peso sobre a cauda, para compensar a mudança no centro de gravidade e as alterações na estabilidade devido ao aumento do comprimento e ao peso do segundo assento.  As extensões do bordo de ataque também têm um formato diferente, para aumentar sua aérea, concedendo ao Northrop F-5F Tiger II  desempenho muito similar a versão monoplace facilitando assim a tarefa de conversão operacional.
A produção total atingiria até 1987, um total de 1.399 células dispostas entre as versões monoplace F-5E e biplace F-5F Tiger II, e no sucesso da versão monoploce os modelos de treinamento e conversão seriam exportados para o Chile, Áustria, Honduras, México, Jordânia, Indonésia, Irã, Quênia, Malásia, Singapura, Arábia Saudita, Vietnã do Sul, Sudão, Suíça, Tailândia e Yemen, outras células fornecidas pelo Vietnã seriam empregadas ainda pela União Soviética para avaliação. No final desta mesma década o modelo começou a ser substituído na Força Aérea Americana (USAF), pelas primeiras versões do novo caça multifuncional General Dynamics F-16 Fighting Falcon. Apesar de estar defasado tecnologicamente em relação as aeronaves de nova geração, alguns dos maiores operadores do modelo vislumbram a oportunidade de prolongar a vida útil das células do Northrop F-5E/F Tiger, pois além de apresentar uma excelente relação custo-benefício em termos de operação, ele possuía, baixa assinatura aos radares e grande manobrabilidade, o que garantiria sua sobrevivência e êxito no novo ambiente de combate dos caças de quarta geração. A primeira experiência de emprego de um modelo de modernização seria desenvolvida pela Força Aérea da República de Singapura (RSAF), com a adoção de radares FIAR Grifo-F produzidos pela empresa italiana Galileo Avionica (similar em desempenho aos modelos norte-americanos Emerson Electric's AN/APG-69), cockpits atualizados e sistema de armas compatíveis com misseis ar ar de longo alcance Hughes Aircraft AIM-120 AMRAAM e de curti alcance Rafael Python. Estes processos de modernização, revigorariam a capacidade de combate do pequeno caça bombardeiro da Northrop Aircraft Corporation, permitindo estender sua vida útil pelo menos até fins da década de 2020. Vale salientar que em seu pais de origem o modelo continuaria a ser operado na versão “Agressor” pela aviação naval na Marinha Americana (US Navy), sendo a mesma reequipada com células usadas adquiridas da Força Aérea Suíça ( Schweizer Luftwaffe) no ano de  2015.

Emprego na Força Aérea Brasileira.
Em fins do ano de 1964, os três principais esquadrões de linha de frente da Força Aérea Brasileira, estavam equipados com os caças ingleses Gloster F-8 Meteor, que apesar de serem modelos relativamente defasados em relação as aeronaves de nova geração, se encontravam disponíveis em números suficientes na frota para o atendimento das demandas nacionais. No entanto em abril do ano seguinte, o fabricante a Gloster Aircraft Co., divulgaria um boletim informativo, que restringiria em muito o perfil operacional destas aeronaves inglesas, com esta medida sendo embasada na provável incidência de problemas relacionados desgaste estrutural. Apesar de serem aplicadas soluções paliativas indicadas pelo fabricante, logo seriam detectadas em diversas células graves fissuras nas longarinas das asas, condenando estas aeronaves a operação. Esta ocorrência se repetiria dramaticamente nos meses que se seguiram, convertendo em pouco tempo a outrora aviação de caça brasileira em uma simples sombra do que era no começo da década. Assim no final do ano de 1965, seriam conduzidos pelo Ministério da Aeronáutica (MAer), passando-se a considerar a aquisição de novos caças multifuncionais com a escolha aspiracional recaindo sobre os potentes McDonnell Douglas F-4 Phantom II, opção esta que seria negada pelo Departamento de Estado do governo norte-americano sob a alegação que tal aquisição afetaria o balanço do poder aéreo na América do Sul. Após esta negativa, o governo brasileiro passou a cogitar a aquisição de pelo menos doze caças Northrop F-5A e F-5B Freedom Fighter que deveriam em primeira instancia substituir parte dos antigos vetores e compor o braço armado do Sistema de Defesa Aérea e Controle do Trafego Aéreo (SISDACTA). No entanto restrições orçamentarias e a necessidade emergencial de se modernização a aviação de transporte, levariam ao cancelamento deste estudo, com a lacuna por um interceptador de alta performance sendo preenchida somente em 1972 quando foram recebidos os primeiros Marcel Dassault Mirage IIIEBR (F-103E). A opção pela aquisição de caças da norte-americanos passaria a figurar novamente em meados da década de 1970, quanto tornava-se clara a necessidade em substituir os antigos Lockheed AT-33A lotados junto 1º Grupo de Aviação de Caça (1ºGAvC)  e no 1º/14º Grupo de Aviação (1º/14º GAv).

Assim no início do ano de 1974, o Ministério da Aeronáutica (MAer) lançou uma concorrência internacional, prevendo a aquisição de pelo menos trinta novas aeronaves que pudessem executar a contento missões de defesa aérea e ataque a solo. Diversas propostas seriam apresentadas resultando em um short-list (finalistas) onde figuravam modelos como franco-inglês BAC Spect Jaguar, italiano Aermachi MB-326K, inglês Bae Harrier MK-50 e os norte-americanos McDonnell Douglas A-4F Skyhawk e Northrop F-5E Tiger II. Com a escolha recaindo sobre este último concorrente, que além de atender a todas a necessidades operacionais, apresentava a melhor relação de custo-benefício. Em meados do mesmo ano um contrato no valor de US$ 115 milhões de dólares foi celebrado entre a Northrop Corporation e o Ministério da Aeronáutica (MAer) prevendo a aquisição de trinta e seis células monoplaces e seis biplaces. A versão monoplace escolhida seria o Northrop F-5E Tiger II básico, contemplando algumas customizações em termos de avionica, já a versão pretendida biplace, destinada as tarefas de treinamento e conversão operacional, o Northrop F-5F Tiger II, ainda se encontrava nos estágios finais de desenvolvimento, o que provocaria um significativo atraso no cronograma necessário de implantação da aeronave na Força Aérea Brasileia, pois  fabricante previa sua entrada em serviço somente em fins do ano de 1976. Como solução a esta demanda optou-se pela aquisição de seis células da versão anterior da aeronave o Northorp F-5B, que havia sido produzida anteriormente como aeronave de treinamento e conversão para a versão de ataque F-5A Freedom Fighter. Com todos os detalhes finais acertados em maio do mesmo ano, seria criada a Comissão de Fiscalização e Recebimento (COMFIREM) dos caças Northrop  F-5E Tiger II e F-5B Freedon Fighter, sendo esta comissão, estabelecida na base aérea da Força Aérea Americana (USAF) de Palmdale -AFB na Califórnia. Nesta localidade, durante seis meses uma comitiva de pilotos e técnicos brasileiros, seria treinada sobre a tutela do pessoal do Esquadrão 425º TFS (Tactical Fighter Training), unidade originalmente sediada na Base Aérea de Willian AFB no estado do Arizona.
As primeiras entregas internacionais da versão biplace Northrop F-5F tiveram início em 1976, após todas as aeronaves do contrato brasileiro serem entregues, e mesmo sendo aconselhável a aquisição deste novo modelo, restrições orçamentárias impediram esta compra, ficando a conversão baseada nos não apropriados Northrop F-5B. Em meados da década seguinte, a frota destas aeronaves, já se encontravam em uso há quase quinze anos, e acumulavam um índice preocupante de perdas em acidentes, reduzindo perigosamente a disponibilidade de aeronaves nas unidades de linha primeira linha. Este cenário clamava pela necessidade emergencial de um processo de recomplementação imediata desta frota, visando assim recuperar um patamar satisfatório operacional. Paralelamente a esta demanda, almejava-se também a aquisição de aeronaves de treinamento do modelo Northrop F-5F Tiger, visando assim melhorar o processo de conversão dos pilotos. A opção natural por aeronaves F5-E e F-5F Tiger II novas de fábrica estava fora de cogitação, pois sua produção havia sido encerrada em fins de 1987, restando apenas a busca por compras de oportunidade junto ao mercado internacional. Porém para a surpresa do Ministério da Aeronáutica (MAer), o governo norte-americano se mostrou pouco interessado em atender a esta demanda, muito por questões de ordem política, levando assim a necessidade de se buscar novas opções no mercado internacional. Negociações então seriam iniciadas junto ao governo chinês, prevendo o fornecimento de até trinta caças Chengdu F-7M (versão chinesa do Mig-21), com a aeronave chegando a ser avaliada por pilotos brasileiros. A possível concretização deste negócio despertaria a preocupação do Departamento de Estado Norte Americano, pois esta aquisição poderia criar uma esfera de influência na região, assim desta maneira a intenção inicial brasileira na compra de um segundo lote de caças Northrop F-5E Tiger II voltaria à tona. Esta nova iniciativa se materializaria no programa Peace Amazon II, envolvendo um contrato no valor de US$ 13,1 milhões via o "Programa de Vendas Militares ao Estrangeiro" (FMS - Foreign Military Sales), com o fornecimento de vinte e duas células do modelo monoplace e quatro da versão biplace.
Os seis primeiros Northrop F-5E e F-5F Tiger II partiram da Base Aérea de Nellis - AFB em fins de setembro de 1988, com os aviões subsequentes decolando de Homestead, na Florida. As viagens foram realizadas sempre na ala de um Boeing KC-137 do 2º/2º Grupo de Transporte, em função das aeronaves não terem radio VHF padrão. Todas as células seriam recebidas entre os meses de outubro de 1998 e setembro de 1989. Como observação as aeronaves deste lote   apresentavam inúmeras diferenças quando comparadas as células novas de fábrica recebidas em 1975, não dispondo principalmente da sonda de reabastecimento em voo, antena de VHF nem a quilha dorsal que abrigava a antena de ADF. Os assentos ejetores eram do modelo Northrop Improved, em vez do Martin-Baker MK.BR-Q7A originais indicados pelo fabricante. Estas diferenças trariam problemas para a padronização na cadeia de suprimentos de reposição, assim por pertencerem a lotes distintos, a Força Aérea Brasileira, resolveu concentrar as aeronaves do primeiro lote junto as unidades de caça baseadas em Santa Cruz no Rio de Janeiro e as do segundo lote na Base Aérea de Canoas no Rio Grande do Sul, ficando assim os Northrop F-5F seriam concentrados nesta última base. Esta decisão tornaria agora a unidade gaúcha como a responsável pela formação e conversão de todos os pilotos de Northrop F-5E Tiger II brasileiros. Após sua incorporação, uma vistoria mais detalhada das aeronaves foi realizada, mostrando uma série de   problemas estruturais, com alguns sendo classificados como de ordem grave, principalmente entre as aeronaves oriundas dos Esquadrões Agressores da Força Aérea Americana (USAF), células que operavam em um perfil de voo muito exigente. Com base neste diagnostico decidiu-se encaminhar todas as células para Parque de Material de Aeronáutica de São Paulo (PAMASP), para que se aplicasse um minucioso processo de recuperação. Nesta oportunidade, seis aeronaves deste lote receberam a cambagem para operar o casulo francês CT-51F Caiman para o emprego em missões de guerra eletrônica.  
Estes aviões, foram então encaminhados ao Parque de Material de Aeronáutica de São Paulo (PAMA SP) para que se procedesse um minucioso processo de recuperação estrutural. Durante este programa de retrofit das células, verificou-se também que os Northrop F-5F, estavam anteriormente dotados dos sensores, antenas e todo aparato para a operação do sofisticado sistema de alerta de radar do tipo RWR (Radar Warning Receiver), com este conjunto rusticamente retirado pelas autoridades americanas na  Base Aérea  Nellis AFB, Nevada, antes da entrega aos pilotos da Força Aérea Brasileira (FAB), ilustrando assim a preocupação do governo norte americano em repassar o emprego de determinadas tecnologias de guerra eletrônica, a outras nações mesmo que consideradas de espectro político e ideológico amigas. Após este processo os Northrop F-5F começaram a ser extensamente empregados nas missões e ele destinadas junto ao 1º/14º GAv -Esquadrão Pampa. Infelizmente em 1996 a Força Aérea Brasileira perderia em um acidente sua primeira aeronave deste modelo, quando o F-5F "FAB 4809" teve perda total de material e pessoal em manobras próximas a cidade de Triunfo no Rio Grande do Sul. Esta ocorrência reduziria a frota de treinadores à apenas três células, o que sobrecarregaria as atividades de voo deste modelo, motivando então a equipe do Parque de Material de Aeronáutica de São Paulo (PAMA SP), a manter um cuidadoso e esmerado programa de manutenção, para assim, evitar que os períodos das grandes inspeções das células coincidissem, mantendo sempre no mínimo dois Northrop F-5F operacionais. Durante os anos seguintes o Ministério da Aeronáutica (MAer), buscou no mercado internacional mais células usadas destas aeronaves, não logrando êxito, muito e função da baixa produção original do modelo. Em 2001, o Northrop F-5F "FAB 4808" foi entregue a Embraer S/A para servir com um dos dois protótipos do programa de modernização denominado F-5BR, iniciando assim um novo ciclo para os “bicudos” da Força Aérea Brasileira (FAB), permitindo seu emprego até o final da década de 2020 quando devem ser substituídos pela versão de conversão do SAAB F-39 Gripen NG.

Em Escala.
Para representarmos o Northrop F-5F "FAB 4806" fizemos uso do antigo Kit da Monogram na escala 1/48, modelo este injetado em plástico na cor bege, possuindo linhas em alto relevo e baixo detalhamento. Infelizmente até o advento do lançamento da versão do fabricante AFV, esta era a única opção existente no mercado. Os decais empregados são de fabricação da FCM Decais, presentes no set 48/33.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura tático de superioridade aérea, adotado após as revisões em âmbito de parque e mantido até a modernização das aeronaves, as células foram recebidas originalmente  pintadas no cinza de superioridade aérea padrão da Força Aérea Americana (USAF) "ADC Gray - FS 16473" e durante algum tempo mantiveram as marcações norte americanas.


Bibliografia : 

- Northop F-5 Wikipedia - http://en.wikipedia.org/wiki/Northrop_F-5
- Aeromaves Mlitares Brasileiras 1916 – 2015 por Jackson Flores Junior
- F-5F  na FAB, os Poucos,  Fernando " De Martini; Alexandre Galante e Guilherme Poggio - Revista Forças de Defesa Número 6

Ford Willys-Overland Rural F-75 e F-85

História e Desenvolvimento. 
As raízes da Willys Overland Automotive Company, tem origem na empresa Standard Wheel Company, um pequeno produtor de automóveis com motores de um ou dois cilindros, fundada no ano de 1902 na cidade americana de Terre Haute, no estado de Indiana. O avançar dos negócios motivaria a mudança do parque fabril em 1905 para a capital do estado, ocorrendo neste momento a alteração de sua razão social, passando a se denominar como Overland Company. Neste mesmo ano seria lançado no mercado o primeiro veiculo furgão comercial destinado a entregas urbanas, com este modelo conquistando rapidamente a simpatia do mercado. Apesar do relativo sucesso em vendas, a empresa enfrentava uma série crise financeira interna, gerada por problemas de gestão, levando em 1907,  a venda de seu controle acionário ao ousado empreendedor John North Willys, um tradicional comerciante e fabricante de bicicletas.  Assim dois anos mais tarde passaria a se chamar Willys Overland Motor Company. Sob esta nova gestão, a empresa lançaria um novo carro de passeio com motor de 4 cilindros, que obteria relativo sucesso em vendas, a este seguiriam dois modelos de luxo com motores de 6 cilindros. No entanto o primeiro campeão de vendas da empresa,  o Model 79 seria lançado em 1914, com custo inferior a US$ 1.000,00, e logo se tornaria um sucesso em vendas, chegado a serem comercializados oitenta mil carros, já no primeiro ano de produção. A crise de 1929, afetaria gravemente a Willys Overland Motor Company, levando como medida emergencial a redução de seu portifólio de carros de passeio,  restando em linha apenas o Model 77 de quatro cilindros, um modelo de baixo custo com preço médio de apenas US$ 445,00. Esse modelo sozinho garantiria a sobrevivência da montadora até o  inicio da  Segunda Guerra Mundial,  quando sua marca seria eternizada na História Militar. Este fato se daria mediante a conquista de uma grande concorrência junto ao Exército dos Estados Unidos (US Army), para o desenvolvimento de um veiculo utilitário leve com tração integral 4X4, o futuro Jeep. Apesar da maior parcela dos contratos de produção deste modelo acabarem sendo direcionados a outras montadoras em função da urgência para o atendimento das demandas de guerra, este modelo iria moldar o futuro da empresa, gerando os recursos  e tecnologia necessários para o investimento em novos produtos durante o pós-guerra.

Já a presença da Willys Overland Automotive Division no mercado latino-americano, tem sua origem na década de 1920, quando se estabeleceu no Brasil uma representação comercial da marca, através da atuação de pequenos importadores independentes nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. O término da Segunda Guerra Mundial em fins do ano de 1945, levaria ao cancelamento de inúmeros contratos de produção militar com o governo dos Estados Unidos, e esta decisão causaria impactos imediatos na escala de faturamento da empresa, tendo em vista sua grande dependência do mercado militar. Entre as opções estudadas, a mais viável baseava-se na intensificação das vendas em mercados internacionais emergentes, e neste momento o Brasil passava a ser um dos principais centros de atenção dos fabricantes automotivos, principalmente devido ao seu promissor  consumidor. Assim a diretoria da companhia,  elaboraria uma estratégia dedicada ao mercado brasileiro, passando a selecionar e nomear novos e mais estruturados representantes no país, entre eles empresas de renome como a como Jeepsa Ltda e a Agromotor Ltda  ambas em  São Paulo, e a Gastal Ltda no Rio de Janeiro. Em seu pais de origem no ano de 1946, a Willys Overland Motor Company, lançaria no mercado, um veículo de passeio do tipo station wagon (perua), que fora desenvolvido a partir da plataforma e projeto do veículo militar o Jeep CJ-2A. Este novo veiculo fazia uso de todo o conjunto mecânico do modelo militar, incluindo o motor alimentado a gasolina  Go Devil  4 cilindros com 2,2 litros e capas de desenvolver 64 cv de potência,  transmissão de 3 marchas e a imbatível tração integral 4X4. Dispunha de uma carroceria muito superior a modelo milital, tanto em dimensões quanto em comodidade, contando com teto rígido, amplo espaço interno, boas acomodações para seis ocupantes e superior isolamento termo acústico. Ademais, apresentava um estilo atrativo e de grande personalidade, diferente de tudo que havia no mercado. Em 1950 o tradicional motor Go Devil, daria lugar ao novo modelo  Hurricane de mesma potência e deslocamento, mas com válvulas de admissão no cabeçote, permitindo assim a melhoria no desempenho global.
Já de volta ao Brasil, o desenvolver do mercado consumidor nacional levaria a empresa a iniciar estudos visando uma possível produção local. Estes estudos se concretizariam no ano de 1952, a partir da fundação da  Willys Overland do Brasil S/A, com sua primeira planta industrial sendo construída na cidade de São Bernardo do Campo – SP.  O plano estratégico previa a produção inicial de veículos da empresa através do processo de montagem no "sistema CKD", (Completely Knocked Down – Montagem de componentes prontos). O primeiro modelo a ser produzido o  “Jeep Universal” teria sua montagem iniciada em maio de 1954, este processo geraria a  experiencia necessária para o planejamento, estruturação de processos e seleção de fornecedores locais, para incremento do  índice de nacionalização de componentes. Em 1955 este programa seria beneficiado com apoio e recursos do “Plano de Manufatura” do Governo Federal, criando assim as condições necessárias para produção local do motor a gasolina modelo Willys BF-161, que seria iniciada a partir de 1958, empregando peças fundidas na nova fabrica da empresa na cidade de Taubaté no Estado de São Paulo. Um ano antes seria lançado no país a “Willys Station Wagon”, recebendo o nome comercial de Willys Rural, sendo este o o segundo produto da empresa a ser produzido localmente, e um dos poucos veículos representantes da primeira onda de nacionalização da então jovem indústria automobilística brasileira. Durante os primeiros anos, o a Rural Willys reinaria absoluta na liderança de vendas neste segmento, no mercado brasileiro. Sua liderança na comercialização somente seria afetada  após a segunda metade da década de 1960 quando a General Motors do Brasil introduziria um novo modelo concorrente na mesma categoria, o Chevrolet Veraneio.

Lançado oficialmente em 1966, o  Chevrolet Veraneio passaria a representar uma grande ameaça as vendas da Rural Willys, conquistando muitos clientes habituais históricos do seu modelo. Com o objetivo de se fazer frente a concorrência, a montadora implementaria um um amplo programa de modernização e reestilização, envolvendo uma nova frente com para-lamas envolventes, capô mais baixo e nova grade do radiador dividida em forma trapezoidal. Desta maneira o utilitário passaria a apresentar um visual mais leve, principalmente devido a adoção do para-brisa em uma peça única, em lugar do antigo esquema duplo em “V”.  No conjunto mecânico a nova Rural brasileira mantinha os componentes da familia Jeep, começando pelo motor BF-161 de 2.638 cm3 e 91 cv de potência que apresentava 6 cilindros em linha, válvulas de admissão no cabeçote e escape no bloco (arranjo em “F”). O propulsor era conectado a uma transmissão manual de 3 velocidades e uma caixa de transferência reduzida, com tração 4X4 operando  em tempo parcial. Como parte de um processo de aumento de portfólio e redução de custo, a empresa lançaria no mercado brasileiro em 1959  uma versão com tração simples 4X2. Nesse período a Willys Overland do Brasil S/A,  era uma das principais montadoras do país, empregando em seu portifólio  uma tecnologia de vanguarda no mercado automotivo mundial, sempre implementado inovações e melhorias em seus produtos, tendo como exemplo a introdução do sistema de alimentação elétrica de 12 volts. Apesar destes esforços, rapidamente a direção comercial da Willys Overland do Brasil S/A observaria diariamente, uma  grande parte de seu volume migrar para seu principal concorrente. No ano de 1967 ocorreria a compra do controle acionário da empresa pela Ford do Brasil S/A, e este processo beneficiaria o portfólio de produtos da antiga montadora, pois agora sob gestão da diretoria de engenharia da empresa adquirente, refinamentos de projeto seriam implementados. Este fase envolveria a aplicação de melhorias no processo de produção, padronização de ferramental e redução de custo, todos motivados pela aplicação dos rígidos processo de aprovação de projetos (sign-off), melhorando assim a qualidade e competividade dos produtos finais.
Se alinhando aos anseios do mercado consumidor, em que uma parcela destes buscavam maior desempenho, em 1968 a empresa passaria a disponibilizar o modelo em duas novas verões, tendo com diferencial o emprego de motores mais potentes a gasolina como o M-2600 com 112 cv  e o M-3000 com 134 cv, oferecendo um arma para competição com as versões topo de linha do Chevrolet Veraneio. Apesar do grande sucesso em vendas, neste período o  Brasil e o mundo vivenciavam o impacto da crise do petróleo deflagrada no ano de 1973, este cenário provocaria um drástico  aumento de preços dos combustíveis. Isto levaria a uma mudança de comportamento dos consumidores que passariam a considerar  a economia de gasolina como fator primordial na hora da compra de um carro novo, impactando toda uma geração de carros de alto desempenho. Mesmo com um enorme número de clientes fiéis e preços atraentes, a Rural Willys começaria a apontar sinais claros de exaustão em suas vendas, levando assim a diretoria da Ford do Brasil S/A  a decidir em meados de 1976 pelo encerramento da produção. Em janeiro do ano seguinte, quando o ultimo veículo deixou as linhas de produção da empresa, mais 182 mil unidades já haviam sido comercializadas no país em um período de apenas de vinte anos. 

Emprego nas Forças Armadas Brasileiras.
Próximo ao final da década de 1950 o Exército Brasileiro dispunha em suas fileiras de uma grande frota de  utilitários militares com tração 4X4, com esta composta por mais de mil e quinhentas viaturas deste tipo, representados por modelos da família Dodge como os WC-51, WC-53, WC-54, WC-56 e WC-57. Estes eram empregados em uma variada gama de tarefas, operando deste  transporte, ambulância, carro comando e tração de peças de artilharia leve. Estes utilitários foram recebidos entre os anos de 1942 e 1945, dentro dos termos do programa de ajuda militar norte-americano Leand & Lease Act Bill (Lei de Empréstimos e Arrendamentos). Apesar se serem veículos robustos e simplificada manutenção, o passar dos anos levaria ao consequente envelhecimento da frota, comprometendo assim em grande parte a operacionalidade desta frota. Muitas viaturas se encontravam fora de serviço, principalmente por motivos de falta de peças de reposição, tendo em vista que a produção destes utilitários já havia sido descontinuada dos Estados Unidos há mais de dez anos, e encontrar peças de reposição no mercado internacional passava a ser uma tarefa hercúlia elevando seus custos finais. Este cenário afetaria em muito a capacidade de mobilidade da Força Terrestre, e desta maneira alguma solução deveria ser alcançada em um curto prazo de tempo, buscando assim evitar um colapso que se tornava cada vez mais evidente. Neste contexto a aquisição em larga escala dos sucessores naturais dos modelos em uso, os novos Dodge M-37 e M-43 se mostraria inviável, pois deviam ser incorporados algo na ordem de mais de mil e duzentas viaturas (necessidade mínima para substituição dos antigos Dodges dos modelos WC-51, WC-53, WC-54, WC-56 e WC-57), com um investimento total excedendo a dotação orçamentaria do Ministério do Exército prevista originalmente para este programa de renovação de frota. Esta realidade de necessidade de renovação de frota, também seria compartilhada junto aos dois demais ramos das Forças Armadas Brasileiras.

A solução então deveria ser adequada a realidade orçamentaria, fazendo assim os olhares se voltarem para indústria nacional automotiva.  Nesta época a Willys Overland do Brasil (WOB) já estava consolidada como a principal montadora de automóveis brasileira, gozando ainda de grande confiança junto ao Exército Brasileiro, por fornecer centenas de jipes militarizados de  1/4 Ton  do modelos CJ-2, CJ-3 e CJ-5, que vieram a substituir carros similares recebidos durante a década de 1940. Neste contexto o lançamento da nova Rural  Willys reestilizada e posteriormente da nova picape Willys despertariam o interesse dos militares brasileiros, podendo este veículos representarem uma opção de baixo custo para substituir e complementar sua antiga frota de utilitários norte-americanos. O Exército Brasileiro buscava neste momento uma plataforma comum para emprego em missões de transporte de carga, pessoal, porta morteiro, ambulância e reboque de artilharia anti carro.  E o utilitário  Rural Wllys,  tanto na versão perua quanto na picape, poderiam se encaixar perfeitamente nas especificações almejadas. Com esta decisão tomada, a Willys Overland do Brasil desenvolveria estudos preliminares, visando a militarização destes veículos, adequando cada nova sub versão a suas especificações necessárias de emprego. Com a conclusão dos primeiros protótipos em meados do ano de 1961, passariam a ser realizados inúmeros testes de campo, sendo realizados equipe técnica da empresa em conjunto com o Exército Brasileiro. Com a implementação de pequenas melhorias necessárias à militarização final do modelo, seria  assinado no inicio de 1962 o primeiro contrato de produção, com as primeiras entregas ocorrendo em fins do mesmo ano. Já em serviço ativo o modelo receberia a designação de Camioneta Militar Jeep Willys 3/4 toneladas com tração 4x4.  Um fato curioso é que esse modelo foi o primeiro veículo militar brasileiro a ser exportado, com cento e cinquenta unidades vendidas ao governo português em 1962, para equipar unidades de paraquedistas, que seriam empregadas em missões reais em conflitos regionais em suas colônias ultramarinas como  Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné, São Tomé e Timor.
Como previsto inicialmente, ao longo de sua carreira no Exército Brasileiro a “Camioneta Militar Jeep Willys 3/4 ton 4x4” seria customizada para o atendimento a uma variada gama de missões, com uma grande parte da frota sendo equipadas com suporte para o emprego de metralhadoras de 12,7 mm ou 7,62 mm. Variantes mais especificas seriam empregadas com plataforma para canhões sem recuo M-40A1 106 mm e lançamento de  foguetes não guiados (versão M-106). Já as versões derivadas da versão civil station wagon  (peruas) foram empregados como viatura de Polícia do Exército (PE), transporte de oficiais e ambulância de campanha. Uma parte da frota seria composta ainda pela versão de cabine dupla com teto de lona para transporte de pessoal. Ambas as versões militares estavam equipadas com o motor Willys BF-161 6 cilindros a gasolina e 2.600cc, sendo equipadas a partir de fins de 1967 com o motor Willys BF-16A de 3.000 cc, com as duas configurações de motorização sendo acopladas a uma caixa de câmbio manual Clark de 3 marchas (com a primeira marcha seca). Em 1964, algumas unidades chegaram provisoriamente a ser equipadas com o motor diesel Perkins 4 cilindros, visando uma futura padronização da frota com este tipo de combustível mais econômico. Porém este processo não lograria êxito pois o novo motor se mostrou inadequado ao câmbio original, resultando em constantes quebras devido ao seu   torque elevado. Em 1975 todos os novos veículos adquiridos passariam a contar com o novo motor Ford OHC 4 cilindros 2.300 cc, muito superior em desempenho e consumo. Em termos de acabamento interno, destacava-se o painel que diferia da versão civil, por ser muito semelhantes ao empregado nos Jeeps, a remoção do teto de aço proporcionou a instalação de um para brisas rebatíveis com a adoção novas portas, bancos, alavanca de marchas e tração no assoalho, características comuns em um veículo militar.

As principais modificações estruturais implementadas nos modelos Rural Willys militarizados em uso no Brasil, se referiam ao chassis e para-choques reforçados (para o uso em terrenos adversos), uso de  pneus 750x16 em conjunto com aros de roda 2 polegadas mais largos, inclusão de sistema de guincho mecânico marca Ramsey (opcional), ganchos dianteiros, grade de proteção dos faróis, farol de aproximação instalado sobre o para-lamas dianteiro esquerdo, chave militar de iluminação de 3 estágios, para-choques militares tipo "meia lua" na traseira, duas lanternas militares traseiras, duas anilhas traseiras, gancho “G” militar para reboque, tomada elétrica para reboque militar, seis refletores na caçamba. As versões do tipo picape, eram despojadas das portas, teto e para-brisas originais, sendo equipadas com capota militar de lona, bancos de madeira na caçamba na versão de transporte, bancos dianteiros individuais revestidos em lona, kit de ferramentas, incluindo pá e machado militar fixados atrás dos bancos na cabine. A denominação da pick-up militar Willys foi alterada em 1969 quando a Ford do Brasil, que já havia adquirido a Willys Overland do Brasil em 1967, adotou a marca Ford para todos os seus produtos (antes denominados comercialmente como Ford Willys). A nova nomenclatura do modelo passou a ser Camioneta Militar 3/4 ton 4x4 Ford F-85, porém extra oficialmente no Exército Brasileiros, estes veículos receberiam os apelidos de "Cachorro Louco" e Jipão Militar 3/4 ton.
O desenvolvimento em conjunto deste modelo militarizado, entre a Willys Overland do Brasil e posteriormente Ford do Brasil com as Forças Armadas Brasileiras durante as décadas de 1960 e 1970 , seria de significativa importância, pois construiria as bases de cooperação para futuros projetos de sucesso no segmento de moto-mecanização militar brasileira. Vale salientar que modelos desta família de utilitários militarizados também foram incorporados pela Força Aérea Brasileira, Marinha do Brasil e Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), sendo empregado em quase todas as versões produzidas.  Apesar de terem sua produção descontinuada na década de 1990 e serem substituídos por modelos mais novos produzidos pela Agrale Marrua ou Land Rover Defender, ainda hoje em pleno século XXI é possível encontrar dezenas de viaturas destes modelos em pleno estado de funcionamento seja em serviço ou preservadas nos quarteis do Exército Brasileiro, atestando assim a robustez e durabilidade do projeto original.  

Em Escala.
Para representarmos a Rural Willys - Overland 4X2 "EB21-2012", empregamos como ponto de partida um modelo em die cast produzido pela Axio na escala 1/43, pertencente a  coleção Veículos de Serviço do Brasil" da Editora Altaya.  Procedemos a customização para a versão militar empregada como viatura da Policia do Exército . Empregamos decais confeccionados pela decais Eletric Products pertencentes ao set  “Exército Brasileiro 1942 - 1982".
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura do Exército Brasileiro aplicado em todos seus veículos militares desde a Segunda Guerra Mundial até a o final do ano de 1982, quando foram alteradas com inclusão de um esquema de camuflagem tático de em dois tons. Com este padrão se  mantendo este até sua gradativa desativação no início da primeira década do ano 2.000. Os carros em uso pela Força Aérea Brasileira e Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil fizeram uso de outros esquemas de pintura e marcações.


Bibliografia :

- F-85 Camioneta Militar Jeep Willys - http://jeepguerreiro.blogspot.com.br

- Veículos de Serviço do Brasil – Chevrolet Veraneio, editora Altaya

- Willys-Overland do Brasil Wikipedia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Willys-Overland_do_Brasil

- Veículos Militares Brasileiros – Roberto Pereira de Andrade e José S Fernandes


De Havilland DH-82 e DH-82 Tiger Moth

História e Desenvolvimento. 
A história de fundação deste tradicional fabricante inglês remete ao ano de 1912 com a criação da The Aircraft Manufacturing Company Limited (Airco), sendo está uma das primeiras industriais aeronáuticas a se estabelecer na Grã-bretanha. Alavancada pela Primeira Guerra Mundial a AIRCO logo seria o maior fabricante mundial de aviões, produzindo milhares de aeronaves para as forças armadas britânicas e aliadas durante a guerra, incluindo caças, treinadores e bombardeiros. A maioria das aeronaves da empresa foi projetada internamente pelo designer-chefe da The Aircraft Manufacturing Company Limited, Geoffrey de Havilland. Após o final do conflito, as nações reduziram em muitos seus orçamentos militares e o excesso de aeronaves disponíveis nas forças armadas limitaria em muito a aquisição de novos modelos principalmente por parte do governo britânico. Este cenário culminou em uma grave crise financeira para a empresa, levando a empresa as portas da falência, a fim sanar parcialmente suas dívidas a empresa seria vendida em 1920 para Birmingham Small Arms Company, com base no cenário não muito favorável e após tomar ciência do real estado financeiro da empresa, a diretoria decidiu pela liquidação total da operação, procedendo neste processo a venda de ativos. Neste processo Geoffrey de Havilland que até então ocupava o cargo de diretor técnico e designer-chefe, vislumbrou a oportunidade de montar sua própria empresa e fazendo uso de recursos próprios. Desta maneira se procedeu a aquisição de ativos e assumindo instalações modestas no próximo aeroporto de  Stag Lane fundando assim a Havilland Aircraft Company Limited.

Dispondo de um limitado capital para investimento Geoffrey de Havilland decidiu investir esforços no mercado de aeronaves civis, tendo em vista que ainda não havia perspectivas do curto prazo para o fechamento de contratos militares. Mesmo no mercado civil, suas iniciativas seriam voltadas para o desenvolvimento de aeronaves simples e de pequeno porte, muito aquém das aeronaves mais complexas desenvolvidas por Geoffrey de Havilland anteriormente durante a guerra. A escolha do nicho inicial de investimento pendeu para o de aeronaves de treinamento, tendo por base o projeto do treinador primário Airco DH-51. O protótipo do treinador básico seria batizado como  De Havilland DH-60 Moth (Traça) e realizou seu primeiro voo sob o comando de Geoffrey de Havilland em 22 de fevereiro de 1925, no aeródromo de Stag Lane. A aeronave de pequeno porte propulsada por um motor Cirrus apresentava a configuração biplano com dois lugares , com estrutura em madeira e fuselagem recoberta com compensado e superfícies cobertas de tecido, um painel traseiro padrão com um único painel traseiro e barbatana, tinha ainda como inovação a possibilidade de se dobras as asas, permitindo assim aos proprietário guardar a aeronave em reduzidos espaços de hangar. Neste estágio a aeronave ainda estava equipada com o motor original Cirrus, apesar de ser confiável, era baseado no projeto Renault de 8 cilindros e empregava muitos componentes de origem francesa fabricados durante o esforço de guerra, com esta produção cessando após ó termino das hostilidades, este fato não garantia a De Havilland segurança no abastecimento a médio e longo prazo. Este cenário levaria a empresa a desenvolver seu próprio motor, o projeto sobre a tutela do engenheiro Frank Halford seria concluído em 1927 recebendo o nome de Havilland Gipsy I apresentando uma potência de 98 hp, com a nova versão da aeronave sendo designada como DH-60G Gipsy Moth.
Em 1930 visando se adequar aos avanços da tecnologia aeronáutica, a empresa lançaria a versão De Havilland DH-60M Moth, que passava a contar com a fuselagem recoberta em metal. Originalmente este novo modelo foi desenvolvido originalmente para atender as demandas de clientes militares e civis no exterior, particularmente devido a uma solicitação das forças armadas do Canadá. Novamente suas características simplistas e baixo custo de produção atrairiam a atenção de outras nações, sendo produzido sob licença na versão civil em países como Austrália, Canadá, Estados Unidos e Noruega. Em 1931, com a atualização do motor Gipsy como o Gipsy II, de Havilland inverteu o motor e o redesignou de Gipsy III. O motor foi instalado em uma aeronave Moth, que foi redesignada de DH.60G-III Moth Major. Esse subtipo era destinado ao mercado de instrutores militares e algumas das primeiras aeronaves foram fornecidas à Força Aérea da Suecia (Flygvapnet). Como sucessor natural o De Havilland DH-82 foi um biplano de treinamento básico, projetado no ano de 1930 em reposta ao requerimento “Specification 15/31” emitido pedido do Ministério do Ar Britânico para o desenvolvimento de uma aeronave de treinamento primário para a Força Aérea Real (Royal Air Force), com a finalidade de substituir os modelos DH-60 Gipsy Moth em uso até então. A proposta inicial sugeria uma versão aprimorada de seu antecessor, mas os requisitos técnicos exigiam o desenvolvimento de uma nova aeronave, um dos principais pontos estava baseado na segurança, devendo o ocupante da nacele dianteira, poder abandonar em segurança o avião em caso de emergência, fato este que era impossível no DH-60 Gipsy Moth devido à localização dos montantes da seção central da asa.

Assim a equipe de projeto da De Havilland passou a aplicar diversas modificações ao projeto básico, tendo como principal alteração o deslocamento da seção central para a frente. Para reduzir o indesejável deslocamento do centro de gravidade da aeronave, as asas receberam um leve enflechamento , o grupo propulsor também seria melhorado com a adoção do motor DH Gipsy de 120 hp que era uma versão invertida do Gipsy II. O primeiro protótipo alçou voo em 26 de outubro de 1931, tendo o piloto de testes Hubert Broad nos controles, e após comparativos, testes e ensaios de certificação com seu principal concorrente o Avro 631 Cadet, o modelo da De Havilland foi declarado vencedor da concorrência pelo Ministério do Ar Britânico. Em abril de 1931 seria celebrado o primeiro contrato de produção prevendo a aquisição de trinta e cinco  aeronaves, a estas seriam seguidos de novos lotes, porém em uma versão aprimorada DH-82A, que além de algumas modificações passava a contar com o motor Gipsy Major de 130hp. Inicialmente os Tiger Moth entraram em serviço junto ao Central Flying School da Royal Air Force em fevereiro de 1932, sendo gradativamente incorporados nas demais unidades áreas de ensino da ativa e reserva da Força Aérea Real (Royal Air Force). Às vésperas do início da Segunda Guerra Mundial, já havia mais de quinhentas aeronaves em operação, a constante necessidade de formação de pilotos levaria o governo inglês a encomendar quatro mil células, com parte da produção sendo destinada a Morris Motors Ltd, que era um dos principais fabricantes de carros no Reino Unido, esta medida visava liberar as linhas de montagem da De Havilland para a produção de aeronaves de combate. Ao todo seriam produzidas mais de oito mil aeronaves do Tiger Moth, três mil dos quais nas instalações da DHC em Hatfield (Reino Unido).
Os demais exemplares foram fabricados sob licença na Austrália, no Canada (responsável pela produção de 1.523 unidades do DH-82C), Portugal, na Noruega e na Suécia. Porém sua lista de operadores abrangeria também países como Brasil, Bélgica, Burma, Congo, Ceilão, Czechoslovakia, Dinamarca, Egito, Finlândia, França, Grécia, Índia, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Malásia, Nova Zelândia, Paquistão, Rodésia, Espanha, Arábia Saudita, Suécia, Sri Lanka, Estados Unidos, Uruguai e Iugoslávia. Como aeronave de treinamento primário, o Tiger Moth permaneceu em atividade na RAF até 1952, quando passou a ser substituído pelo De Havilland Chipmunk, porém alguns exemplares da Royal Navy continuando em operação até fins de 1971. Porém o Tiger Moth ganhou considerável sobrevida no meio civil após a Royal Air Force, liberar para a venda, vastas quantidades destes biplanos, sendo inicialmente empregados em instrução aéreas em aeroclubes no Reino Unido, e depois modificados para atuarem como rebocadores de faixas, taxi aéreo e pulverizador agrícola. Atualmente existem ainda cerca de 250 unidades em condições de voo em posse de colecionadores, museus ou empresas especializadas.

Emprego nas Forças Armadas Brasileiras. 
No início da década de 1930 a Aviação Naval da Marinha do Brasil compartilhava da mesma necessidade da Aviação Militar do Exército Brasileiro em buscar uma solução para o aprimoramento de seu processo de formação de pilotos militares, com o maior entrave baseado na existência de pouco e obsoletos vetores destinados a esta missão existentes tem serviço. O atendimento desta demanda em comum levou o governo brasileiro a lançar uma concorrência internacional visando a aquisição de até 40 aeronaves para serem divididas entre a Marinha e Exército. Constam em registros que foram apresentados sete modelos de aviões de procedência francesa, britânica e norte americana, com a escolha pendendo para o fabricante De Havilland Aircraft Company. Um contrato foi celebrando no final do ano de 1931 prevendo a aquisição de aeronaves do modelo DH-60T Gipsy Moth, sendo quinze células para o Aviação Militar e vinte e quatro para a Aviação Naval, com o Brasil se tornando o maior operador militar desta versão. As primeiras três aeronaves chegaram no Rio de Janeiro a bordo do navio mercante Andaluzia Star em 5 de março de 1932, juntamente com o piloto chefe ensaios em voo da empresa o Capitão Hubert S. Broad, que tinha como missão acompanhar a montagem das aeronaves e ministrar o treinamento básico aos pilotos. A primeira aeronave finalizada foi oficialmente apresentada no dia 18 do mesmo mês em uma cerimônia oficial realizada no Campo dos Afonsos, até maio do mesmo ano as demais células foram recebidas e montada, neste interim o Capitão Hubert S. Broadjá treinara o núcleo de instrutores da Escola de Aviação Militar do Exército (EAvM) e da Escola de Aviação Naval (EAvN). Do total recebido pelo Exército dois DH-60T Gipsy Moth foram alocados na Esquadrilha de Treinamento do Grupo Misto de Aviação (GMA) sediado no Campo dos Afonsos no Rio de Janeiro.

Diferentemente das aeronaves do Exército Brasileiro que apresentavam configuração exclusiva de treinamento, os DH-60T da Marinha do Brasil foram recebidos com kits para adaptação de flutuadores, porta bombas, rádios, visor de bombardeio Aldis e metralhadoras fotográficas. A eclosão da Revolução Constitucionalista em 1932, vislumbrou o emprego dos De Havilland DH-60T em missões de combate real com seis aeronaves designadas à Defesa do Litoral (DAL) para compor duas seções daquele comando, com dois DH-60T equipados com equipamento de rádio, dois com porta bombas e dois com metralhadoras fotográficas,  a fim de serem utilizados em missões de ligação, observação e reconhecimento ao longo do litoral paulista a serviço das forças legalistas que combatiam em terra entre Picinguaba e Santos. Com os outros seis aviões em serviço da Escola de Aviação Naval (EAvN), o comando da Marinha do Brasil tentaria ainda agilizar o recebimento das doze células, porém chegariam tarde demais para participar do conflito, que se encerrou em 3 de outubro com a assinatura do armistício. Em tempos de paz a Aviação Naval pode retomar seu processo de reorganização, determinando que o novo lote de aeronaves fosse direcionado a Base Aérea de Porto Alegre onde passariam a compor a Divisão de Instrução, ocorre, porém, que somente quatro De Havilland DH-60T foram assim alocados, com os demais sendo distribuídos ao Centro Naval de Santa Catarina e ao Centro de Aviação Naval do Galeão.
Durante as tratativas realizadas no intuito de se antecipar as entregas dos DH-60T Moth Trainner restantes, a Marinha do Brasil recebeu uma proposta para a aquisição do novo modelo da empresa o DH-82 Tiger Moth, com está sendo aceita para a compra de cinco células desta versão.  Enquanto o planejamento da Aviação Naval previa a distribuição dos DH-60T Gipsy Moth a Escola de Aviação Naval (EAvN) no Rio de Janeiro os planos para os recém adquiridos Tiger Moth contemplavam outro destino. Pouco após a criação da Base Naval de Porto Alegre (BAvN PA), em novembro de 1932, foi organizada a 2ª Divisão de Instrução. Esta unidade passaria a ser sediada nesta nova base aérea, cabendo-lhe operar os cinco novos DH-82A Tiger Moth encomendados em outubro do mesmo ano. Embarcados no navio mercante Sarthe, em 4 de janeiro de 1933, os DH-82 Tiger Moth foram transportados desmontados com seus componentes acondicionados em caixotes até Porto Alegre (RS), onde foram desembarcados em meados de fevereiro e levados as instalações da Base de Aviação Naval de Porto Alegre (BAvNPA). Montados eles realizaram seus primeiros voos nos derradeiros dias de março do mesmo ano. Aparentemente satisfeitos com rendimento das novas aeronaves e com a necessidade de ampliar a dotação de meios aéreos a disposição da Escola de Aviação Naval (EAvN), em outubro de 1934 foi sugerida a aquisição de mais doze células. Em consequência, na primeira metade do ano seguinte foi assinado um novo contrato com a De Havilland Aircraft Company que abrangia doze células da versão mais recente do Tiger Moth, o DH-82A.

Entregues e montados em dois lotes, as doze novas células estavam à disposição para operação até 12 de agosto de 1935, sendo integrados a frota da Escola de Aviação Naval (EAvN), compondo a 2ª Divisão de Instrução daquela escola junto com os DH-82 recebidos em 1933. Todos os Tiger Moth receberam indicadores de unidade, sendo atribuídos aos novos DH-82A Tiger Moth os códigos 2-1-5 á 2-1-16. Operando lado a lado com os DH-60T Moth Trainer, passando a dar instrução aos alunos matriculados na Escola de Aviação Naval (EAvN), bem como ao pessoal da Reserva Naval Aérea. Porém a carreira dos Tiger Moth na Escola de Aviação também seria breve. Os planos da Marinha do Brasil em estabelecer as bases de uma indústria aeronáutica nacional ganharam velocidade com a celebração em 1936 do acordo de produção sob licença dos Focke Wulf  FW-44J Stieglitz (Pintassilgo), com o intuito de  substituir no processo de instrução primária as aeronaves inglesas De Havilland DH-60, DH-82 e DH-82A. Esta nova realidade começou a ser concretizada a partir de junho de 1937 com entrada em serviços dos primeiros Stieglitz (Pintassilgo), relegando as células remanescentes dos DH-82 Tiger Moth a tarefas de emprego geral com distribuição a Base de Aviação Naval do Rio de Janeiro, Base de Aviação Naval do Rio Grande do Sul, Base de Aviação Naval de Santos e a Base de Aviação Naval de Santa Catarina. Nestas unidades estes aviões incorporaram um leque de tarefas em proveito as missões do Correio Aéreo Naval.
Em setembro de 1940 foi revelada a intenção da Aviação Naval da Marinha do Brasil em proceder a doação das células remanescentes para diversos aeroclubes. Decisão esta que foi revertida com a criação da Força Aérea Brasileira em 1941, sendo transferidas para a Força Aérea Brasileira,  duas células do DH-82 e sete do modelo DH-82A Tiger Moth. Em sua breve carreira as aeronaves seguiram realizando suas missões de emprego geral sendo muito utilizadas pelo 12º Corpo Aéreo da Base do Galeão com atividade em proveito também da equipe da Fábrica de Aviões do Galeão. O último voo registrado do modelo ocorreu em outubro de 1943, com as unidades ainda em condições de voo sendo cedidas ao Departamento de Aviação (DAC) a fim de serem distribuídas a aeroclubes.

Em Escala.
Para representarmos o D Havilland DH-82A Tiger Moth "AVn 2-I-10 " pertencente ao 1º DAVT , fizemos uso do kit Smer sendo esta a única opção disponível na escala 1/48. Trata-se de um relançamento de um antigo modelo, com o molde possuindo as marcações e numerais da Força Aérea Real (Royal Air Force) em alto relevo, necessitando assim de um extenso processo de correção das superfícies das asas e fuselagem. Empregamos decais confeccionados pela  FCM Decais presentes no set 48/06.
O esquema de cores  (FS) descrito abaixo representa o   padrão de pintura empregado em quase todos os DH-82 e DH-82A Tiger Moth da Aviação Naval desde o seu recebimento até o ano de 1941 quando foram repassados a Força Aérea Brasileira, nesta nova arma pequenas alterações no esquema de pintura foram implementadas, como a retirada das faixas de alta visibilidade e adoção de cocares da Força Aérea Brasileira, mantendo este padrão até a desativação do modelo em outubro do ano de 1943. Existem registros fotográficos que pelo menos uma célula foi recebida em um padrão de pintura totalmente em azul marinho.



Bibliografia :

- De Havilland Tiger Moth c  - Wikipedia - http://en.wikipedia.org/wiki/de_havilland_tiger_moth
- História da Força Aérea Brasileira, Prof Rudnei Dias Cunha - http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/index.html
- Aeronaves Militares Brasileiras 1916 / 2015 – Jackson Flores Jr