Bell UH-1H Huey - Model 205

História e Desenvolvimento. 
O primeiro modelo de aeronave militar de asas rotativas, o Sikorsky R-4 faria seu debut operacional nos últimos meses da Segunda Guerra Mundial, com várias células sendo enviadas para o teatro de operações Pacífico. Apesar do pouco uso em função do final do conflito, ficaria notório o potencial deste tipo de aeronave, neste mesmo momento outras empresas norte-americanas já começavam a ensaiar sua participação neste mercado durante a década de 1940, entre elas a Bell Aircraft Co., que passaria a considerar o projeto de autoria da equipe do engenheiro aeronáutico Arthur Young, que fora apresentado a diretoria da empresa em setembro de 1941, que visava o desenvolvimento de uma aeronave de asas rotativas de pequeno porte. Este projeto receberia o financiamento por parte do governo norte-americano para a produção de dois protótipos que receberam a denominação de Model 30, com a primeira célula alçando voo em 26 de junho de 1943. Depois de um longo processo de desenvolvimento, o Bell Model 47D, a partir de 1946, começaria a ser adotado para emprego junto a Força Aérea Americana (USAF) e ao Exército Americano (US Army). A eclosão da Guerra da Coréia (1950 – 1953), traria para a aviação, a realidade do emprego de aeronaves de asas rotativas em um teatro de operações de conflagração. O batismo de fogo deste novo vetor ocorreria neste conflito, quando os helicópteros Bell H-13D seriam foram empregados em larga escala no transporte de feridos da linha de frente diretamente para os centros médicos de campanha. Esta operação em escala militar receberia a denominação de MEDEVAC (Medical Evacuation – Evacuação Aero médica). Assim esta ampliação da disponibilidade de aeronaves de asas rotativas na Coréia, aliada ao desenvolvimento e refinamento de técnicas de operação MEDEVAC, resultaria no significativo número de resgaste e salvamento de mais de quinze mil soldados americanos que foram feridos em combate. Durante o transcorrer deste conflito regional ficou evidente que o uso mais amplo de aeronaves de asas rotativas, trariam a tona novas técnicas e doutrinas a serem exploradas não só no processo de evacuação médica, mas também no conceito de mobilidade da tropa e ressuprimento aéreo de ponto.

Em 1952, o comando do Exército Americano (US Army) identificaria a necessidade de um novo helicóptero para atuar em missões de Evacuação Médica (MEDEVAC), no intuito de suprir as deficiências dos modelos empregados naquele período. Os parâmetros do projeto seriam revisados em novembro de 1953, originando uma concorrência de desenvolvimento que contaria com a participação de vinte empresas, sendo este processo refinado até a seleção de dois concorrentes e seus respectivos protótipos. Estes seriam representados pelo Bell Model 204 e Kaman H-43, com este primeiro concorrente se sagrando vencedor em 23 de fevereiro de 1955, gerando um primeiro contrato para a produção de três protótipos iniciais, que seriam designados XH-40 pela Força Aérea Americana (USAF) e XHU-1 pelo Exército Americano (US Army). Umas das principais exigências desta concorrência era que nova aeronave fosse propelida com rotor acionado por turbina, substituindo assim as aeronaves com motor a pistão como o próprio Bell H-13 ou ainda os helicópteros de médio porte como o Sikorsky UH-34. Desenvolvido com base nestes parâmetros o primeiro protótipo do XH-40 alçaria voo em 20 de outubro de 1956, sendo equipado com um rotor principal bipá semirrígido, acionado por uma única turbina Lycoming T53-L1, de 700 shp. Os primeiros resultados do programa de ensaio voo se mostrariam promissores, levando a produção de mais protótipos durante os anos seguintes, com estes já passando a contar com inúmeras alterações de projeto. Seu primeiro contrato de produção em série, seria celebrando em março de 1960, como modelo recebendo a denominação militar de HU-1ª, e o nome de batismo de como “Iroquis” em alusão as tribos indígenas, que futuramente seria popularmente conhecido como Huey. Os primeiros helicópteros designados como HU-1A começaram a ser entregues ao Exército Americano (US Army) em janeiro de 1961, com sua versão MEDEVAC (Medical Evacuation – Evacuação Aero médica), sendo alocadas junto a 101º Divisão Aerotransportada, a 82º Divisão Aerotransportada e ao 57º Destacamento Médico, passando a operar no conflito do Vietnã a partir de meados do ano de 1964. Os resultados iniciais desta operação em um cenario real de conflagração apontariam algumas deficiências da aeronaves, entre as quais de maior destaque estava sua potência insatisfatória, o que impedia o melhor proveito tático da aeronave.
Para sanar este problema seria desenvolvida a versão HU-1B, que passava a contar com um novo e mais potente motor o Lycoming T53-L-5 que chegava a proporcionar 960 shp de potência. Esta mudança permitiria ainda estender as dimensões da fuselagem aumentando capacidade de transporte da aeronave para sete passageiros ou quatro macas e um médico. A primeira aeronave de produção seria entregue em março do mesmo ano e muitas células da versão original foram convertidas para o modelo HU-1B. No entanto o ciclo de aprimoramento da aeronave estava apenas começando, em meados de 1961 o Exército indicou a necessidade de melhorar os modelos subsequentes, sendo esta decisão tomada pela necessidade de se corrigir e corrigir deficiências aerodinâmicas do HU-1B, apresentadas em sua versão armada. Assim novamente o grupo propulsor foi alvo de estudos para melhoria com a aeronave passando a receber o motor um Lycoming  T53-L-11 com 1.100 shp, incorporando também um novo desenho de cauda com estabilizador. para fornecer a energia necessária para elevar todos os sistemas de armas em uso ou em desenvolvimento.  Este novo sistema de rotor permitia ao novo UH-1C dispor de velocidades de ar mais altas, reduzindo incidência de estolagem de lâminas em retirada durante atividades de mergulho, esta modificação ainda resultaria em melhor manobrabilidade e um ligeiro aumento de velocidade. Além de receber novas encomendas de produção a Bell foi agraciada ainda com contratos de atualização dos primeiros UH-1B para esta nova configuração. O aumento da potência e um rotor de diâmetro maior exigiram que os engenheiros da Bell projetassem uma nova lança traseira para o UH-1C. A lança de cauda mais longa incorporava uma aleta vertical de corda mais larga no pilão do rotor de cauda e elevadores sincronizados maiores. Apesar de satisfeitos com os resultados operacionais dos Bell Huey, o Exército Americano (US Army) almejava ainda por uma aeronave com maior capacidade de transporte de tropas, no afã de atender a esta demanda a equipe de projetos do fabricante esticaria a fuselagem do UH-1B em 104 cm, passando a adotar portas maiores deslizantes com duas janelas, com esta variante passando a dispor de quinze assentos. O protótipo do novo modelo agora designado como UH-1D realizaria seu primeiro voo em 16 de agosto de 1961, recebendo posteriormente uma encomenda de mais duzentas células.

A partir de 1963, os novos Bell UH-1D começariam a ser empregados maciçamente no conflito do Vietnã, chegando a envolver mais três mil células do modelo durante todo o período deste conflito equipando, todos os ramos das forças armadas norte-americanos, consolidando assim uma nova doutrina operacional em aeronaves de asas rotativas, envolvendo desde missões de evacuação aero médica (MEDEVAC), busca e salvamento (SAR), assalto aéreo, transporte de tropas, apoio aéreo aproximado, comando e controle até transporte de cargas. No entanto cabe ao modelo ser o difusor em definitivo do emprego de aeronaves de asas rotativas, como plataforma de ataque e apoio aproximado, com este modelo passando a ser equipado com um par de metralhadoras M-60D com calibre de .50 instaladas nas portas laterais, duas metralhadoras M-60 de tiro frontal no casulo M-59, um canhão de 20 mm, lançadores de foguetes na guiados de 70 mm ou 40 mm ou ainda lançadores de misseis guiados por fio M-11 ou M-22. Nesta configuração seriam primordialmente empregadas em missões de apoio aproximado, abrindo caminho e protegendo o desembarque das tropas aerotransportadas. Estas aeronaves seriam imortalizadas neste perfil operacional principalmente nos filmes e séries com a temática militar. Apesar de uma longa lista de qualidades e êxitos operacionais, ainda se apurava a vital necessidade em se dispor de maior potência para assim potencializar o desempenho da aeronave. Novamente estudos seriam conduzidos pela equipe de engenharia da Bell Helicopter Co. , resultando na adoção do novo motor Lycoming T53-L-13 (LTC1K-4) que passava a  oferecer 1.400 shp de potência ao helicóptero. Neste mesmo processo o tubo de pitot seria transferido do nariz da aeronave para o teto da cabine, no intuito de se evitar danos durante as operações de pouso. Estas mudanças gerariam uma nova versão, que passaria a ser designada como Bell UH-1H, que além de maior potência passava a dispor maior capacidade de transporte de carga útil. Dispondo de muitas células da versão do Bell UH-1D em carga nas forças armadas norte-americanas, criaria-se um programa de modernização elevando assim todas as aeronaves para o modelo UH-1H. Rapidamente o Bell UH-1H ser tornaria a principal aeronave de asas rotativas das forças armadas norte americanas. Seu sucesso operacional conquistaria logo os primeiros contratos de exportação para o Japão e a Austrália, tendo este último pais a ser o segundo operador a empregar a aeronave em combate real, quando aeronaves da Esquadrão 9º da Real Força Aérea da Australia (RAAF) operariam na guerra do Vietnã dando suporte as forças terrestres da 1ª Força-Tarefa Australiana.
Até o ano de 1987, seriam produzidas mais de dezesseis mil células dispostas em várias versões, não só pela Bell Helicopter Co. , mas também sob licença pelas empresas  Augusta Spa., Dornier Flugzeugwerke e Fuji Heavy. Apesar da longa folha de serviços, em meados da década de 1970 seria lançado pelo comando do Exército Americano (US Army), o programa “UTTAS” (Utility Tatical Transport Aircraft System – Sistema de Aeronave de Tático Utilitário e Transporte), que objetivava desenvolver uma aeronave mais capaz para assim prover a gradual substituição dos Bell UH-1H, com este processo se iniciando em 1979 com o recebimento dos primeiros helicópteros S-70A Black Hawk. Este movimento geraria uma grande quantidade de aeronaves excedentes, que passariam a ser disponibilizadas a nações alinhadas com interesses geopolíticos dos Estados Unidos, entre elas Argentina, Brasil, Alemanha, El Salvador, Israel, Líbano, Nova Zelândia, Filipinas, Rodésia, Espanha, Portugal e Yemen. Em 1989, o Exército Americano (US Army) retiraria os Bell UH-1H das unidades de primeira linha de sua aviação, mantendo no entanto ainda mais de setecentas células em tarefas de treinamento junto ao centro de treinamento em Fort Rucker e Guarda Nacional, com as últimas aeronaves sendo enfim desativadas no ano de 2005, sendo  substituídas pelos novos Eurocopeter UH-72 Lakota. Junto a  Força Aérea Americana (USAF) o  modelo se manteria em operação até meados do ano de 2016, com as últimas células da família na versão Bell UH-1N operando até os dias atuais na aviação do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos (USMC). Atualmente ainda é possível encontrar os últimos Bell UH-1H militares em operação em alguns países, porém dificilmente deverão estar operacionais ainda nos primeiros anos da década de 2030.

Emprego na Força Aérea Brasileira.
O emprego de aeronaves de asas rotativas na Força Aérea Brasileira tem início em março de 1952, quando seria celebrado o primeiro contrato junto a Bell Helicopter Co. para a aquisição de quatro células do Bell Model 47 D1 H-13D. Esta aeronave na época representava a versão mais avançada da aeronave em produção e apesar de comporem uma minúscula frota, estes helicópteros foram empregados em um variado leque de missões, englobando inclusive tarefas de busca e salvamento, podendo ainda neste contexto operar em ambiente naval, tendo vista a existência de kits de flutuação para os helicópteros. Compromissos assumidos pelo país em 1944 durante sua adesão aos termos da "Convenção sobre Aviação Civil Internacional”, determinavam que o Brasil deveria dispor de uma completa infraestrutura especializada em missões de busca e salvamento – SAR (Searching and Rescue), para cobertura das áreas geográficas continentais e marítimas de sua responsabilidade. Para atendimento a esta demanda em 16 de novembro de 1950, o Ministério da Aeronáutica (MAer), procederia a criação do "Serviço de Busca e Salvamento" passando a equipar esta unidade, com aeronaves especializadas nesta missão Boeing SB-17G, recebidas em 1951, sendo complementadas com algumas aeronaves Consolidated PBY-5A Catalina. Apesar de serem aeronaves com grande raio de ação e capacidade anfíbia, havia ainda uma lacuna a ser preenchida, a de aeronaves de asas rotativas, vetor considerado indispensável para o emprego com sucesso deste tipo de missão. Para atendar a esta demanda seriam adquiridos em 1958 helicópteros do modelo Sikorsky H-19D, com este desenvolvendo ao longo dos anos seguintes um primoroso trabalho. No entanto seu emprego intensivo logo cobraria um alto preço em termos de desgaste, reduzindo em muito a capacidade operacional da unidade. Neste contexto se faria necessário a curto prazo prover a aquisição de um novo vetor de asas rotativas para missões especializadas, com este processo culminando na aquisição de aeronaves do modelo Bell Model 205 – SH-1D Huey, que passariam a atuar junto ao 2º/10º Grupo de Aviação – Esquadrão Pelicano. Esta frota seria reforçada a partir do ano de 1970 com incorporação de oito células da versão Bell UH-1D Huey, para operação junto aos Esquadrões Mistos de Reconhecimento e Ataque (EMRA). 

Em 1970, o Ministério da Aeronáutica (MAer) aumentaria a frota deste modelo de aeronave, passando a incorporar mais oito células novas de fábrica do Bell UH-1D que receberiam as matrículas FAB 8536 a 8542, que passariam a operar junto aos recém ativados 4º e 5º Esquadrões Mistos de Reconhecimento e Ataque (EMRA), inicialmente em tarefas de transporte, ligação e reconhecimento, constituindo assim a doutrina inicial de operações desta aeronave. Vale citar ainda a importante participação da aeronave durante a realização do Projeto Radam (Projeto Radar da Amazônia, após 1975, Projeto Radam Brasil), apoiando como braço aéreo de asas rotativas este pioneiro esforço do governo brasileiro na década de 1970 para a pesquisa de recursos naturais, sendo organizado pelo Ministério de Minas e Energia através do Departamento Nacional da Produção Mineral – DNPM. Apesar destas missões de transporte e apoio, o viés guerreiro dos Bell UH-1D Huey começaria a tomar forma a partir de 1972 quando as equipagens passaram a serem adestradas no emprego da aeronave como plataforma de armas para missões de ataque. Posteriormente estes esquadrões começariam a realizar missões de missões de Combate SAR (C-SAR). As qualidades operacionais observadas principalmente em missões de contra insurgência (COIN) durante a guerrilha do Araguaia, motivaram o comando da Força Aérea Brasileira a aumentar novamente sua frota de aeronaves, com esta demanda se materializando na compra de vinte quatro células usadas, agora do modelo Bell UH-1H, oriundas dos estoques Exército Americano (US Army). Estas “novas” aeronaves seriam recebidas a partir do inicio de 1973, sendo distribuídos ao 1º EMRA- Esquadrão Falcão, 2º EMRA -  Esquadrão Poti, 3º EMRA – Os Polivalentes e ao 4º EMRA- Esquadrão Dragão. Posteriormente em 1976 mais duas células também da versão UH-1H seriam incorporadas, visando assim repor perdas operacionais. Apesar de se tratar de aeronaves usadas, encontravam-se em excelente estado de conservação e, alguns células, permaneceriam operacionais na Força Aérea Brasileira até a primeira década dos anos 2000.
No início do ano de 1979, visando uma melhoria na performance e padronização em processo de manutenção, a Força Aérea Brasileira optou por modernizar as células remanescentes dos Bell SH-1D e UH-1D, elevando-as para a versão UH-1H. Este processo se daria não só pelo objetivo de ser estender a vida útil destas aeronaves, mas também fato de se eliminar a necessidade de manutenção de dois tipos distintos de motores, melhorando o processo logístico no fluxo de peças de reposição. Em 9 de setembro de 1980 a portaria Ministerial Nº 239/GM3 desativaria todos os Esquadrões Mistos de Reconhecimento e Ataque (EMRA), criando em seu local o 1º/8º Grupo de Aviação – Esquadrão Falcão, 2º/8º Grupo de Aviação – Esquadrão Poti e o 5º/8º Grupo de Aviação – Esquadrão Pantera, já o 3º EMRA seria desmembrado entre o 1º/13º Grupo de Aviação que passaria a atuar como se fosse uma ELO (Esquadrilha de Ligação e Observação), e o 3º/8º Grupo de Aviação – Esquadrão Puma, que passaria a operar com helicópteros na Base Aérea dos Afonsos, a até a chegada dos CH-33 Puma, em 1981. Paralelamente o 1º/8º Grupo de Aviação seria transferido para Manaus, levando os Bell UH-1H a operar na floresta amazônica, onde permaneceriam até sua desativação em 1987.  Ainda no mesmo ano de 1980 o Ministério da Aeronáutica (MAer), visando repor novas perdas operacionais efetuaria a aquisição de mais oito células, agora oriundas dos estoques da Força Aérea de Israel (Heyl Há´Avir), com cinco destas produzidas originalmente como UH-1D, porém posteriormente modernizadas, e as restantes de origem italiana, fabricadas sob licença pela Augusta Spa. Todas estas aeronaves possuíam os tubos de pitot no nariz, com os modelos italianos apresentando o rotor de cauda do lado esquerdo, sendo necessária a inversão da caixa de transmissão de 90º por motivo de padronização. Como estas aeronaves israelenses foram anteriormente empregas em situação de conflagração real, seriam encontradas nestas células inúmeros buracos de bala, sendo necessário promover detalhada análise e reparo. Após esta revisão completa nas oficinas do Parque de Material Aeronáutico dos Afonsos (PAMAAF), estes helicópteros seriam distribuídos para suas respectivas unidades operacionais.

Em meados da década de 1990, o Ministério da Aeronáutica (MAer) começou a considerar a substituição de sua frota de helicópteros Bell UH-1H pelos novos Sikorsky UH-60 Blackhawk, representando está uma demanda urgêncial, pois durante toda sua carreira, estas aeronaves seriam exigidas muito operacionalmente, o que resultaria em um grande número de acidentes e o consequente desgaste das células remanescentes, reduzindo assim drasticamente os índices de disponibilidade da frota de aeronaves de asas rotativas da Força Aérea Brasileira. Porém os custos relativos a esta substituição se mostrariam  muito distantes  da realidade orçamentaria, levando o Comando da Aeronáutica (COMAER) a considerar alternativas paliativas, resultando na aquisição de vinte aeronaves usadas do modelo Bell UH-1H, dispostas na Alemanha, que pertenciam anteriormente a unidades de cavalaria aérea do Exército Americano (US Army). Após a seleção das células, seria acordado o fornecimento nos vantajosos termos do programa de Vendas Militares a Estrangeiros – FMS (Foreing Military Sales). Estas aeronaves seriam transladas ao Brasil em aeronaves de carga da Força Aérea Americana (USAF), após sua entrada em operação, possibilitariam a introdução e o desenvolvimento da doutrina de emprego do sistema Night Vison Goggles (NVG – Óculos de Visão Noturna) na aviação de asas rotativas da Força Aérea Brasileira. O 5º/8º Grupo de Aviação - Esquadrão Pantera seria escolhido como unidade padrão para a implantação e disseminação operacional desta nova doutrina, recebendo assim inicialmente todas as aeronaves recebidas. Posteriormente a este processo, estas células seriam distribuídas também ao 2º/10º Grupo de Aviação - Esquadrão Pelicano e ao 7º/8º Grupo de Aviação - Esquadrão Harpia. Além de serem empregados em missões transporte de tropas e busca e salvamento (SAR) os Bell UH-1H seriam empregados em inúmeras missões de apoio a população em catástrofes naturais em missões de saúde como campanhas de vacinação de populações indígenas e ribeirinhas e tarefas de apoio ao levantamento cartográfico de regiões inóspitas do pais .
Em 2006 a aeronave teria sua designação alterada para H-1H, e durante muitos anos este modelo de aeronave representaria o esteio da aviação de asas rotativas da Força Aérea Brasileira, operando desde a quente e úmida floresta amazônica, até os frios e secos pampas gaúchos. O total de aeronaves empregadas na versão UH-1H (considerando as modernizações) atingiram a cifra de sessenta e duas aeronaves (seis UH-1D não chegariam a ser modernizados), e apesar do alto nível de profissionalismo desenvolvido na manutenção das células e seus  motores pelos Parque de Aeronáutica dos Afonsos (PAMAAF) e Parque de Aeronáutica de São Paulo (PAMASP), o modelo já estava próxima ao seu limiar de obsolescência operacional. Neste contexto as análises do Ministério Defesa, apontariam para a substituição derivando por dois modelos distintos de aeronaves, sendo eleitos os Sikorsky UH-60 Blackhawk e os Eurocopter EC725 Caracal. Um gradual processo de substituição e desativação teria início no ano de 2010, com as últimas células (todas pertencentes ao lote incorporado em 1997) sendo concentradas no 2º/10º GAv Esquadrão Pelicano. Durante este processo, quatro aeronaves seriam doadas a Força Aérea Boliviana (FAB) e duas para a Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro. Em 22 de outubro de 2018, após cinquenta e um anos de operação, durante uma cerimônia realizada na Base Aérea de Campo Grande – MS, seria finalmente  realizado o corte de motor final, encerrando assim a gloriosa carreira do famoso “Sapão” na Força Aérea Brasileira.

Em Escala.
Para representarmos o Bell UH-1H "FAB 8691" optamos pelo modelo da Italeri na escala 1/48 que representa inicialmente a versão “Delta”, como as diferenças externas quanto ao modelo se resumem na alteração do posicionamento do tubo de pitot, a conversão para a versão “Hotel” é simples, bastando acrescer alguns itens em scratch (dispositivos corta fios, antenas, sistema de visão noturna -  NVG). Para finalizar o conjunto da obra empregamos decais do fabricante FCM Decais presentes no antigo set 48/10.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura tático de baixa visibilidade empregado pelas aeronaves de asas rotativas do Exército Americano (US Army), esquema este que foi mantido pela FAB até a gradativa desativação das células, as aeronaves pertencentes aos lotes originais recebidos ostentavam o padrão americano “Southeast Asia” em dois tons de verde e marrom.


Bibliografia:

- Bell UH-1D/H   Wikipédia - https://en.wikipedia.org/wiki/Bell_UH-1_Iroquois
- 2º/10º GAV Esquadrão Pelicano 50 anos, por Mauro Lins de Barros e Oswaldo Claro Junior
- História da Força Aérea Brasileira por, Prof. Rudnei Dias Cunha - http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/index.html
- Aeronaves Militares Brasileiras 1916/ 2016 – Jackson Flores Jr