No início da década de 1950 um novo segmento de mercado na aviação civil o de transporte executivo, começava a despontar como um grande filão a ser explorado, para empresas de grande e médio porte ao redor do globo. No entanto ainda pairavam sobre este promissor nicho grandes limitações de desempenho, pois a totalidade das aeronaves empregadas neste segmento eram propelidas por hélices e motores a pistão. O grande percussor da nova era de aeronaves de transporte executivo a jato seria o modelo "Jet Star" do fabricante norte americano Lockheed Aircraft Co. que fez seu primeiro voo em meados do ano de 1957. No ano seguinte chegava ao mercado mundial a primeira aeronave turboélice destinada ao mercado executivo, o também norte americano Grumman Gulfstream. Do outro lado do atlântico a empresa britânica Havilland Aircraft Company, fabricante da excelente aeronave de transporte executivo DH-104 Dove, passava a desenvolver um projeto destinado de uma aeronave a reação para assim suceder seu maior sucesso comercial naquele período. Este novo projeto recebeu a designação de De Havilland DH-125 Dragon Jet, apesar de estar em estágio avançado de desenvolvimento seu protótipo original nunca seria produzido, pois em abril de 1960 esta empresa seria adquirida pela também britânica Hawker Siddeley Co. Após avaliar os projetos em desenvolvimento a nova direção optou por manter o programa do novo jato de transporte executivo, passando a designar o programa como "DH-125", abolindo o nome de batismo comercial. As diretrizes impostas pelos novos acionistas da empresa, direcionaram todos os esforços em desenvolver uma aeronave mais adequada o possível para o promissor mercado norte americano. Diferente dos demais concorrentes, o projeto previa u pequeno jato executivo pressurizado com seis lugares, asas baixas enflechadas, com os estabilizadores horizontais colocados no meio do estabilizador vertical e dois motores turbo jatos inseridos nas laterais traseiras da fuselagem.
Em 13 de agosto de 1962, o primeiro de dois protótipos realizou seu primeiro voo, uma segunda aeronave seguiu-o em 12 de dezembro daquele ano. O primeiro modelo de produção que alçou voo em 12 de fevereiro de 1963 diferia dos protótipos iniciais, por ser mais longo e apresentar maior envergadura, apresentando uma aeronave mais robusta, veloz e confortável. Estas primícias eram fundamentais para o atendimento das demandas do mercado norte americano de aeronaves executivas, o que geraria grandes expectativas em termos de vendas futuras. Diversos interiores foram oferecidos ao mercado equipar a nova aeronave, a configuração padrão apresentava um alto grau de conforto aos passageiros, sendo muitas vezes superior a seus concorrentes, já a configuração executiva, apresentava, o convés de voo em separado da cabine principal de passageiros, já a entrada única da aeronave, localizada diretamente atrás do cockpit e para a frente da cabine de passageiros, formava uma área de vestíbulo na qual a bagagem podia ser armazenada e as refeições podiam ser preparadas durante o voo. Logo na fase inicial da produção, os motores foram alterados para os mais potentes do modelo Bristol Siddeley Viper 521 ou 522, gerando as versões Hawker Siddeley "HS-125 1A e HS-125 1B" destinadas prioritariamente ao mercado de exportação. Em 1964 a empresa desenvolveria a pedido da Força Aérea Real (Royal Air Force) o HS-125 Série II, esta seria a primeira versão militar da aeronave, estando configurada para missões de treinamento de navegação e transporte executivo. Um contrato celebrado entre o Ministério da Defesa e a empresa, acordava a compra de 30 células, com esta versão recebendo o codinome militar de "Dominie" . Novos contratos militares seriam firmado envolvendo agora aeronaves melhoras que receberiam a designação de Hawker Siddeley HS-125 Série III, IIIA, IIIB , IIIA/RA e IIIB/RB, apresentando todas maior peso da decolagem e maior capacidade de combustível.

Em uso militar as aeronaves da família Hawker Siddeley HS-125 Dominie teve início com a introdução da aeronave em serviço junto Força Aérea Real (Royal Air Force) em 1964, fazendo uso em quatro esquadrões das versões militarizadas T.1 e T.2 (para treinamento de navegadores) e CC.1, CC.2 e CC.3 (para ligação e transporte de autoridades, incluindo membros da Família Real). Algumas aeronaves ainda das versões, Séries 3A e Series 3B, seriam incorporadas e apresentavam motores mais potentes, tendo sido produzidos 29 exemplares. Já as versões, Séries 3A/RA e Séries 3B/RA permitiam transportar mais combustível, estendendo o alcance; foram produzidas 36 aeronaves dessas duas versões. O bom desempenho apresentado junto as unidades da Força Aérea Real (Royal Air Force), despertariam o interesse de mais pais, com o modelo logrando grande êxito no mercado internacional militar , equipando as forças áreas de países como Estados Unidos, Botswana, Malásia, Paquistão, Nigéria, Arábia Saudita, Coréia do Sul, Turquemenistão (Turkmenistan Airlines a serviço do governo), Biafra, Gana, Nicarágua, Brasil, Irlanda, África do Sul, Malawi e Uruguai. Além de operar predominante em sua função de transporte executivo (VIP – Very Important Person), seriam desenvolvidas versões customizadas pelo fabricante, para o emprego em missões especializadas, como inspeção em voo, esclarecimento marítimo, busca e salvamento com sistema de radar APS-134LW, guerra eletrônica e calibragem de sistemas de voo e pouso. Curiosamente o batismo de fogo da aeronave britânica se daria durante a Guerra das Falklands – Malvinas em 1982, quando pilotos da Força Aérea Argentina (Fuerza Aérea Argentina) fazendo uso de uma célula da versão Hawker Siddeley HS-125 700, pertencente ao Esquadrão Fenix - Grupo 1 Aerofotográfico, foi amplamente empregada em missões reais de combate, quando sendo usada em tarefas de reconhecimento fotográfico e eletrônico em conjunto com os Gates Learjet, chegando a realizar inúmeras surtidas de esclarecimento sobre a Força Tarefa da Marinha Real (Royal Navy) e as forças de desembarque britânica em 1982 .

Emprego na Força Aérea Brasileira.
A carreira dos jatos executivos Hawker Siddely H-125 em suas versões especializados no Brasil tem sua origem no atendimento as demandas de transporte de autoridades. Iniciando logo antes da criação da Força Aérea Brasileira (FAB) em 1941, quando a Diretoria de Aviação do Exército adquiriu quatro células do Lockheed 12A para emprego em missões de transporte de autoridades, a estes já sob a tutela da Seção de Aviões de Comando. A estes primeiro vetores se uniram os novos Lockheed VC-66 e VC-60 Lodestar, aeronaves que viriam a construir o alicerce da doutrina das missões de transporte de autoridades, empregando como premissa básica, o uso de aeronaves equipadas com o que havia de melhor em equipamentos de navegação e comunicação, aliando a estes requisitos um padrão de conforto superior. No final de década de 1960 a Força Aérea Brasileira (FAB) comemorava os dez anos de operação da "Seção de Registros e Controles de Voo", sendo esta a unidade especializada a calibragem de instrumentos e auxilio a navegação área em bases aéreas e aeroportos civis. Nesta época sua dotação era composta por três Douglas EC-47 e dois Beechcraft Queen Air EU-8, plataformas estas que já começavam a apresentar sinais de fadiga devido à idade das células. Este cenário era encarado com prioridade, pois a segurança operacional da aviação civil e militar no Brasil era diretamente dependente das tarefas desta unidade. Assim a fim de atender a esta demanda, foi estruturado um planejamento para a modernização deste importante nicho de atuação, com estas necessidades sendo contempladas no Plano de Modernização da Força Aérea Brasileira (FAB), que fora iniciado no ano de 1967.
A carreira dos jatos executivos Hawker Siddely H-125 em suas versões especializados no Brasil tem sua origem no atendimento as demandas de transporte de autoridades. Iniciando logo antes da criação da Força Aérea Brasileira (FAB) em 1941, quando a Diretoria de Aviação do Exército adquiriu quatro células do Lockheed 12A para emprego em missões de transporte de autoridades, a estes já sob a tutela da Seção de Aviões de Comando. A estes primeiro vetores se uniram os novos Lockheed VC-66 e VC-60 Lodestar, aeronaves que viriam a construir o alicerce da doutrina das missões de transporte de autoridades, empregando como premissa básica, o uso de aeronaves equipadas com o que havia de melhor em equipamentos de navegação e comunicação, aliando a estes requisitos um padrão de conforto superior. No final de década de 1960 a Força Aérea Brasileira (FAB) comemorava os dez anos de operação da "Seção de Registros e Controles de Voo", sendo esta a unidade especializada a calibragem de instrumentos e auxilio a navegação área em bases aéreas e aeroportos civis. Nesta época sua dotação era composta por três Douglas EC-47 e dois Beechcraft Queen Air EU-8, plataformas estas que já começavam a apresentar sinais de fadiga devido à idade das células. Este cenário era encarado com prioridade, pois a segurança operacional da aviação civil e militar no Brasil era diretamente dependente das tarefas desta unidade. Assim a fim de atender a esta demanda, foi estruturado um planejamento para a modernização deste importante nicho de atuação, com estas necessidades sendo contempladas no Plano de Modernização da Força Aérea Brasileira (FAB), que fora iniciado no ano de 1967.
Aliando então a necessidade de renovação das aeronaves da "Seção de Registros e Controles de Voo" ao propósito de renovação da frota de aeronaves de transporte de autoridades (VIP), o comando do Ministério da Aeronáutica em 1968, abriu uma concorrência internacional para a aquisição de uma nova plataforma a reação que pudesse anteder a ambas as demandas. Assim após analisar diversas propostas apresentadas, foi decidido optar pela proposta apresentada pela empresa britânica Hawker Siddeley Co. para seu jato executivo de pequeno porte HS-125-3B-RA, sendo então celebrado um contrato para a compra de seis células novas de fábrica. Denominados inicialmente como VC-93, receberam as matrículas "FAB 2120 a FAB 2124". Após receberem o treinamento na Grã-Bretanha, as equipagens fizeram o translado das duas primeiras aeronaves (FAB 2120 e FAB 2121), em 19 de outubro de 1968, desde Hatfield até Brasília, passando por Prestwick (Escócia), Reykjavik (Islândia), Sondre Stromfjord (Groenlândia), Frobisher Bay e Montréal (Canadá), Washington e Miami (EUA), San Juan (Porto Rico), Piarco (Antilhas Holandesas), Paramaribo (Suriname), Belém (Brasil). O translado durou 7 dias, com quase 26 horas de vôo. Destas, a aeronave de matricula “FAB 2125” ficou nos Estados Unidos, onde seria submetida a instalação dos equipamentos e meios para o emprego na calibração de auxílios a navegação aérea. Esta aeronave seria oficialmente incorporada em 18 de maio de 1970, sendo designada como EC-93 (HS-125 Srs 3B/RAEC) e alocada junto ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo, baseado no aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro . Sua incorporação representou um salto qualitativo e operacional, permitindo um significativo incremento nas operações, por apresentarem qualidades de voo e equipamentos mais atualizados que possibilitavam um emprego operacional superior aos seus antecessores e já ultrapassados Douglas EC-47 e Beechcraft EU-8.

As qualidades operacionais observadas juntos aos Hawker Siddely VC-93 e EC-93 levariam o Ministério da Aeronáutica a ampliar sua dotação de jatos executivos da Hawker , assim em 1973, visando reforçar sua aviação de transporte VIP e substituir o ultimo Douglas EC-47 operacional sem serviço no Grupo Especial de Inspeção em Voo, procedeu a aquisição de mais cinco células novas de fábrica, agora sendo dispostas na versão HS-125 400B. Como ocorrido anteriormente uma aeronave a de matricula “FAB 2119” seria destinada a conversão para as missões de calibração dos auxílios a navegação, com a mesma sendo armazenada para a instalação dos equipamentos e sistemas de missão. Neste mesmo ano os Hawker Siddeley HS-125 VC-93 e EC-93 foram redesignados como VU-93 e EU-93, respectivamente. Em 1975 o novo EU-93 foi incorporado a dotação do GEIV onde passariam a operar em conjunto com os recém recebidos Embraer EC-95 Bandeirante. Em 1988 durante a aplicação de uma sistemática de remanejamento de equipamentos, o VU-93 FAB 2121 foi convertido em EU-93 e transferido ao GEIV. Em 1990, outros dois HS-125 400B (FAB 2127 e 2125), um pertencente ao Grupo de Transporte Especial (GTE) e outro ao Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), foram designados para o Centro Técnico da Aeronáutica (CTA) em São Jose dos Campos – SP, para realizarem missões de ensaio em voo no Grupo de Ensaios em Voo (GEEV), passando a voar como aeronaves laboratório onde receberam a designação XU-93. Dentre suas atividades destaca-se a campanha de ensaios em voo dos sistemas de radar e sensores do novo caça bombardeiro Embraer A-1 AMX.

Em Escala.
Para representarmos o Hawker Siddeley HS-125 - EU-93 " FAB 2121 ", fizemos uso do antigo kit da Airfix disponível na escala 1/72, optamos por configura-lo em seu último padrão de pintura do GEIV, para adequarmos a esta versão incluímos antenas externas na fuselagem confeccionadas em scratch. Empregamos decais confeccionados pela FCM presentes no Set 72/08, utilizando como base e procedendo customizações com o uso de decais oriundos de outros sets.
Bibliografia :
- Os Imprescindíveis - Luciano R. Melo - Revista
Forca Aérea Nº 20
- Todos Dependemos Deles - GEIV - Marcelo Mendonça
- Revista Força Aérea Nº 32
- História da Força Aérea Brasileira, Prof
Rudnei Dias Cunha - http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/index.html
- Aeronaves Militares Brasileiras 1916 – 2015
Jackson Flores Jr.