Submarinos Classe Gato no Brasil

História e Desenvolvimento.
Em meados da década de 1930, o intensificar das tensões na Europa e na Ásia, já denunciavam claramente o que estava por vir, levando assim o governo norte americano, a antecipar estudos visando a implementação de vários programas de modernização de suas forças armadas. No tocante aos meios navais, esta seria uma das maiores preocupações tendo em vista principalmente as ameaças proporcionadas pelas ambições expansionistas da armada imperial japonesa. Neste aspecto a arma submarina passaria a ganhar cada vez mais importância na composição da frota naval norte americana. Assim seria criado o conceito projeto de “Submarino de Frota”, que teria por lógica a capacidade de operar em conjunto com as frotas principais de batalha, suas principais missões envolviam a exploração á frente do grupo de combate visando identificar e relatar a composição, velocidade e curso da frota inimiga e então atacar e reduzir a ameaça inimiga em preparação para a ação principal da frota. Para operar efetivamente nesta função, um submarino deveria apresentar a combinação de alta velocidade de superfície, longo alcance e armamento pesado, no entanto as limitações no design e construção de submarinos nas décadas de 1920 e 1930 impediam este equilíbrio de qualidades. Estudos seriam iniciados visando atender a esta demanda, resultando na primeira classe de submarino denominada Tambor, infelizmente o timing conspiraria contra o emprego real desses barcos em seu papel designado, pois o ataque a Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941, destruiria a linha de batalha da Frota do Pacífico e junto com ela o conceito de batalha de armas liderada por navios de guerra de superfície. Isto resultaria temporariamente na perda da principal missão do conceito de “Submarino de Frota”, felizmente este cenário abriria caminho para o emprego posterior contra a forte mercante japonesa, atuando decisivamente no processo de estrangulação da máquina de guerra daquela país. Grande parte da frota de navios deste tipo seria formada por submarinos de uma nova classe que começaria a ser desenvolvida e produzida a partir do ano de 1941.

Esta nova classe receberia o nome de “Gato”, e seu desing era quase idêntico ao aplicado na classe Tambor que a antecedera, com as diferenças significantes se resumindo em um aumento de 5 metros no comprimento do casco para permitir a adição de um anteparo à luz d'água dividindo a única sala de máquinas em duas partes, com dois geradores a diesel em cada sala, e ampliação na profundidade de mergulho de 76 metros para 91 metros. E um adicional de cinco metros de comprimento para permitir a adição de um anteparo à luz d'água dividindo a sala de máquinas de um grande em dois, com dois geradores a diesel em cada sala. Os navios desta classe juntamente com quase todos os submarinos do tipo frota da Marinha dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, apresentavam construção parcial de casco duplo. O casco de resistência à pressão interna foi “embrulhado” por um casco externo e hidrodinâmico. Os vazios entre os dois cascos forneceram um espaço para tanques de combustível e lastro. O casco externo fundiu-se com o casco de pressão em ambas as extremidades na área dos anteparos da sala de torpedos, daí o casco em configuração duplo "parcial". A experiência operacional com submarinos anteriores levou os arquitetos e engenheiros navais do “Bureau of Construction and Repair” da Marinha Americana (US Navy) a acreditar que eles tinham sido indevidamente conservadores em suas estimativas de força e pressão no casco. Sem alterar a construção ou a espessura do aço do casco de pressão, eles decidiram que os barcos da classe Gato seriam totalmente capazes de operar rotineiramente a 300 pés, um aumento de 15 metros em profundidade de teste em relação às classes anteriores de submersíveis norte americanos.
Apesar de serem mais lentos no processo de mergulho, quando comparado aos submersíveis alemães e britânicos (devido ao seu porte maior) os navios da classe Gato, possuíam maior autonomia podemos desempenhar missões de longo alcance. Sua autonomia de 75 dias o tornava ideal para o emprego de patrulhas entre as ilhas do Havaí e o Japão, missão esta que somente poderia ser realizado por uma embarcação de maior porte com maior capacidade de armazenamento de combustível. Como ponto negativo este desing implicava em um maior tempo para a operação de submersão, reconhecendo esta limitação, os projetistas norte-americanos, incorporavam um tanque negativo (down express) em seu projeto, que quando inundado causava o efeito de flutuação negativa no início do mergulho, melhorando seu tempo de resposta nesta operação. Com base na experiência posterior da guerra, o tanque era normalmente mantido cheio ou quase cheio na superfície, depois esvaziado a uma certa marca depois que o barco foi submerso para restaurar a flutuação neutra. No início do conflito estes submarinos chegavam a ir da superfície para a profundidade periscópio em cerca de 45-50 segundos. A superestrutura que estava no topo do casco de pressão forneceu o convés principal quando o barco foi surgido e estava livre de inundações e cheio de água quando o barco estava submerso. Na tentativa de acelerar esse processo, orifícios adicionais ou de inundação livre foram perfurados e cortados na superestrutura para permitir que ele inundasse mais rápido. No meio da guerra, essas medidas combinadas com o melhor treinamento da tripulação reduziram os tempos de mergulho para 30-35 segundos, muito rápido para um barco tão grande e aceitável para a tripulação do barco.

Esta classe de submarinos, apresentava inúmeros confortos da tripulação, incluindo ar condicionado, armazenamento refrigerado para alimentos, generosas unidades de destilação de água doce, lavadoras de roupas e beliches para quase todos os membros da tripulação; estes eram luxos virtualmente inéditos em outras marinhas. Estes acessórios foram incluídos em virtude de se proporcionar a uma tripulação de 60-80 homens, condições vitais para a saúde física e emocional, quando em missões de extensas patrulhas com mais de 60 dias nas águas quentes do Oceano Pacífico. O sistema de ar condicionado em particular apresentava uma aplicação muito prática, também, além de conforto, pois ao barco submergir por qualquer período de tempo, o calor gerado pelos motores recém-desligados, equipamentos eletrônicos e pela tripulação, levaria a temperatura interna a mais de 38ºC, gerando assim uma alta umidade gerada pelas águas tropicais, que se condensaria começando a se precipitar sobre os equipamentos eletrônicos. A atuação deste sistema eliminaria por completo esse problema, aumentado consideravelmente a confiabilidade mecânica e elétrica da embarcação. Este conjunto se provaria ser um fator-chave no sucesso desses submarinos durante a Segunda Guerra Mundial. A construção dos primeiros navios desta classe, foi autorizada durante a dotação orçamentária para o ano fiscal de 1941, como parte da proclamação do presidente Franklin Roosevelt de "emergência limitada" em setembro de 1939. O primeiro submarino desta classe teve sua quilha batida em 11 de setembro de 1940, sendo o USS Drum, o único Gato a estar em comissão quando a guerra começou. Ao todo seriam construídos 73 submarinos pelos estaleiros da Electric Boat Co. e Manitowoc Shipbuilding Company até fins do ano de 1944.
Uma vez que os submarinos da Classe Gato, começaram a chegar em grande número de teatro de operações no Oceano Pacifico em meados do final do ano de 1942, e ao entrar em combate passaram a acumular impressionantes registros de guerra, com o USS Flasher, USS Rasher e USS Barb conquistando o segunda, terceira e quarta posição no ranking em tonelagem de navios inimigos afundado por submarinos americanos, chegando também a destruir pelo menos quatro submersíveis da Marinha Imperial do Japão. Todos os navios desta classe acabaram operando Teatro de Operações do Pacífico, com o registro temporário de seis submarinos designados para o Esquadrão submarino 50 e enviados para Rosneath, Escócia, para patrulhar a Baía de Biscaia e ajudar na Operação Tocha desembarques no norte da África.  Ao todo, eles realizaram 27 patrulhas de guerra, mas não puderam reivindicar nenhum naufrágio verificado. Considerados um desperdício de recursos valiosos, em meados de 1943, todos os seis barcos foram recolhidos e transferidos para o Pacífico. No final da Segunda Guerra Mundial, haviam ainda em serviço 56 navios desta classe, e apesar de estarem em operação somente a quatro anos, já podiam ser classificados como obsoletos, face aos grandes avanços tecnológicos já presentes nas classes Balao e Tench que o sucederam. Assim desta maneira seriam retirados de operação em missões de linha de frente sendo colocados na reserva naval ou transferidos para países aliados, com os últimos navios o USS Rock USS e Bashaw, sendo descomissionados em 13 de setembro de 1969 e vendidos para sucata.

Emprego na Marinha do Brasil.
No início do século XX, o Brasil, ansioso por finalmente tomar parte no grupo das ditas nações modernas, empreende uma série de transformações para fortalecer sua economia e, com ela, assumir um papel de maior destaque no mundo. Neste contexto a modernização e fortalecimento de suas forças armadas teria papel importante neste movimento, e a decisão de se dotar a Marinha do Brasil com submarinos se daria neste cenario ideológico de projeção de poder. Porém, apenas em 1914 o Brasil entraria no grupo dos países capazes de operar a nova tecnologia, com a chegada dos primeiros submersíveis encomendadas ao estaleiro Fiat – San Giorgio, em La Spezia, Itália. Estes navios foram designados como Classe “F” e eram submersíveis costeiros, de defesa do porto, com 370 toneladas, movidos a propulsão diesel-elétrica, munidos com dois tubos de torpedos. Para a operação desta nova arma seria criada em 17 de julho de 1914 a Flotilha de Submersíveis, comandada por Filinto Perry, subordinada ao Comando da Defesa Móvel e sediada na Ilha de Mocanguê Grande, em Niterói. Em 1928 a flotilha seria reforçada com o recebimento de um submarino mineiro de grande porte denominado Submarino-de-Esquadra “Humaytá”. Os pioneiros submarinos classe “F” seriam desativados em 1933, sendo substituídos somente em 1937 através da incorporação dos submarinos italianos da classe “Perla”, esta classe ficaria conhecida como “T”, em razão dos nomes de suas embarcações: “Tupy”, “Tymbira” e “Tamoyo”. A Segunda Guerra Mundial no teatro de operações do Atlântico Sul se destacou pelo emprego massivo de submarinos do EIXO e, com ele, de táticas antissubmarino para combate por parte dos aliados, neste contexto os submarinos da classe “T” participaram intensamente do adestramento de escoltas a comboios e de tática antissubmarino para unidades de superfície e aeronaves, trabalhando em conjunto com as equipes adestradas pelo EITAS e pelo CITAS. Apesar de não haver embates com navios inimigos, os submarinos brasileiros cumpriram a contento sua missão de patrulha e proteção das rotas navais do país durante este conflito.

Após o conflito a Flotilha de Submersíveis, se manteve operacional, a duras penas, já que contava somente com os três veteranos submersíveis italianos da classe “T” e o único submarino classe Balila, Submarino-de-Esquadra “Humaytá”. navios estes que já estavam obsoletos há muitos anos, não só em questões de desempenho, mas também em eletrônica e sensores embarcados destinados a missões de ataque. Este cenario precário perduraria até meados da década seguinte, quando foi decidido iniciar um processo de modernização da frota de submarinos da Marinha do Brasil. Neste contexto, a partir de 1955 negociações foram conduzidas por adidos do Ministério da Marinha, junto ao Departamento de Estado do Governo Norte Americano, visando fazer uso dos termos do Programa de Assistência Militar Brasil – Estados Unidos para a aquisição de pelo menos dois novos submarinos usados do tipo “Submarino de Frota” (Fleet-Type). Neste período haviam armazenados Marinha Americana (US Navy) na base naval de New London, Connecticut, um grande número de submarinos da Classe Gato que não foram submetidos ao pacote de modernização do Programa de Propulsão Subaquática (Greater Underwater Propulsion Power – GUPPY), e se encontravam na ordem da “Reserva da Esquadra do Atlântico” estando prontamente disponíveis serem recomissados, revisados e preparados para transferência a nações amigas. Ficou definido que dois destes navios seriam transferidos a Marinha do Brasil, nos termos do Programa de Assistência para Defesa Mutua (MDAP - Mutual Defense Assistance Program). com sua cessão autorizada pelo Congresso Norte-Americano através da Lei n.º 484.
O primeiro deles o ex-USS Muskallunge - SS 262, construído pelo estaleiro Electric Boat Co., em Groton, Connecticut. Teve sua quilha batida em 7 de abril de 1942, foi lançado ao mar em 13 de dezembro de 1942, passando a operar junto ao 4º Esquadrão de Submarinos (SubRon 4), recebendo três Estrelas de Combate pelo seu serviço na Segunda Guerra Mundial. Em 1947 passaria para a reserva naval até 31 de agosto de 1956, quando foi recomissionado e preparado para, passando a ser designado como Submarino Humaitá - S 14, sendo transferido e incorporado a Marinha do Brasil na Base de Submarinos de New London, em Groton, em 18 de janeiro de 1957, pelo Aviso 0082 de 08/01/1957 MM (Bol. 04/57/680 MM). Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Fragata Lourival Monteiro da Cruz. Em 9 de março, partiu de New London em companhia do Submarino Riachuelo – S 15, incorporado na mesma data, chegando ao pais em 16 de abril, atracando no caís Norte do Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ). Em 28 de agosto, suspendeu levando a bordo o Presidente da República Juscelino Kubitscheck de Oliveira, o Ministro da Marinha, Almirante-de-Esquadra Antônio Alves Câmara Júnior e demais autoridades militares, realizando imersão nas proximidades do porto do Rio de Janeiro, ao sul da Ilha Rasa. Em 1960 participaria da operação UNITAS I, e novamente nos anos seguintes nas edições  UNITAS II e III. Em 24 de maio de 1966, a oeste da Ilha Grande, realizou, pela primeira vez no pais , faina de transferência de carga leve com outro submarino, o Bahia – S 12. Em 24 de abril de 1967, suspendeu do Rio de Janeiro, com destino a New London (Connecticut), a fim de ser submetido a uma inspeção estrutural. O propósito da viagem era avaliar a possibilidade de executar uma revisão geral, para revalidação de seu ciclo operativo. Todavia, a estimativa de custo, feita pela Electric Boat, tornou inexequível a realização do Período Normal de Reparos (PNR) do submarino. Em 2 de outubro, na Base de Submarinos de New London, em Groton, foi submetido a Mostra de Desarmamento pela OD 040/67 de 02/10/1967 do CEMA, Almirante-de-Esquadra José Moreira Maia, sendo sua baixa do serviço ativo da Armada feita pelo Aviso 1819 de 08/08/67 MM/EMA (Bol. 35/67/4757 MM). Na sequência foi efetuada a sua transferência para Marinha Americana (US Navy). Em 10 anos de serviço na Marinha do Brasil, atingiu as marcas de 95.320 milhas navegadas, 679.5 dias de mar, 2.090 horas de imersão e disparou 38 torpedos.

O segundo navio o ex-USS Paddle - SS 263 foi construído também pelo estaleiro Electric Boat Co., em Groton, Connecticut, teve sua quilha batida em 1º de abril de 1942, foi lançado ao mar em 30 de dezembro de 1942, já em comissão ficou baseado em Pearl Harbor. Durante a Segunda Guerra Mundial afundou cinco navios, num total de 18.878 toneladas, além de diversas embarcações de menor porte. Recebeu 8 Estrelas de Combate. Em 1º de fevereiro de 1946, foi descomissionado e colocado na reserva em New London (Connecticut). Em 31 de agosto de 1956 , foi recomissionado, iniciando os preparativos para sua transferência por empréstimo para a Marinha do Brasil, sob os termos do Programa de Assistência para Defesa Mutua (MDAP - Mutual Defense Assistance Program). Em 18 de janeiro de 1957 foi descomissionado da Marinha Americana (U.S. Navy) e transferido para Marinha do Brasil de acordo com Aviso 0082 de 08/01/1957 MM (Bol. 04/57/680 MM), recebendo o nome de Riachuelo - S 15. Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Fragata Fernando Gonçalves Reis Vianna. Em 9 de março, partiu de New London em companhia do Submarino Humaitá - S 14, chegando ao Brasil no dia 16 de abril, atracando no caís Norte do Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ). Em 1962, quando suas baterias chegaram ao fim da vida útil, pensou-se seriamente em mandá-lo para os Estados Unidos, para substituí-las, entretanto, tornou-se "ponto de honra" a execução dessa obra pelo Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ). O problema recebeu alta prioridade das autoridades navais e, apesar dos altos custos envolvidos no preparo do pessoal técnico e na obtenção, por via aérea, do material necessário, a obra foi executada com sucesso e dentro de um prazo razoável. Em 14 de outubro de 1966, na Base Almirante Castro e Silva foi submetido a Mostra de Desarmamento pela OD 0051/66 de 14/10/1966 do CEMA, Almirante-de-Esquadra Sylvio Monteiro Moutinho, sendo sua baixa do serviço ativo da Armada feita pelo Aviso 1276 de 01/07/66 MM/EMA (Bol. 28/66/3702 MM). Em 9 anos e dez meses de serviço na Marinha do Brasil, atingiu as marcas de 97.833 milhas navegadas, 695.5 dias de mar, 2.279 horas de imersão e lançou 20 torpedos.
O advento da incorporação dos submarinos da Classe Gato, foram de grande importância para a Marinha do Brasil, pois além de trazer um novo alento a Flotilha de Submersíveis, pois estes novos submarinos estavam equipados com o sistema TDC - Target Data Computer (Computador de Dados do Alvo - Eletro-mecânico) Mk 3 mod.5 e o relativamente moderno sonar passivo JP 1. E sua introdução representava um importante salto tecnológico, quando comparado a seus antecessores os submarinos italianos da classe “T”, que enfim seriam retirados do serviço ativo em 26 de agosto de 1959. Cabe também o relato que o desafio proporcionado pelos programas de manutenção desta classe de submersíveis junto as equipes do Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), clarificaram que nossa estrutura técnica e equipes, careciam de uma tecnologia de manutenção e reparo inexistente no país, despertando no Comando da Esquadra a necessidade e desejo pelo  envio de engenheiros e técnicos aos Estados Unidos para a realização de treinamentos e capacitação , onde em estaleiros diversos realizaram cursos de reparo de submarinos, dando início assim a uma longa caminhada que nos levou ao domínio da tecnologia de reparos e construção de submarinos.

Em Escala.
Para representar o submarino Classe Gato -"Riachuelo S15, (ex-USS Paddle - SS 263), fizemos uso do novo kit da AFV CLUB na escala 1/350. Optamos por representar o navio quando do seu recebimento. Empregamos decais confeccionados sob encomenda pela Duarte Models, fizemos uso de tintas produzidas pela Tom Colors.

O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão aplicado aos dois submarinos da classe Gato “Classe Humaitá” recebidos em 1957. Mantendo este esquema até sua desativação no ano de 1967.

Bibliografia : 

- Submarinos Classe Balao Wikipedia - https://en.wikipedia.org/wiki/Balao-class_submarine
- Submarinos Classe Gato Wikipedia – https://en.wikipedia.org/wiki/Gato-class_submarine
- Cem anos da Força de Submarinos – Marinha do Brasil
- Navios de Guerra Brasileiros – Poder Naval https://www.naval.com.br 
- Marinha do Brasil - https://www.marinha.mil.br/ 

M-3 e M-3A1 (37 mm) Antitanque

História e Desenvolvimento.
No final da primeira metade da década de 1930 o Exército dos Estados Unidos (US Army) dispunha em seu arsenal, como arma de maior calibre, metralhadoras automáticas, do tipo .50 (12,7mm) nas unidades de infantaria. Embora já houvessem estudos em curso, nesta organização para a adoção de uma arma de maior calibre, para emprego contra veículos automotores e carros blindados, este processo ainda era tido como embrionário gerando pouco interesse por parte dos oficiais militares de alta patente norte-americanos. O eclodir da Guerra Civil Espanhola, em 17 de julho de 1936, iria descortinar uma nova realidade em termos de combate moderno. No campo das forças terrestres, o largo emprego de unidades blindadas por ambos os lados, proporcionou o ambiente necessário para o uso de artilharia contra veículos blindados e carros de combate. Neste momento, essa nova realidade levaria o comando do Exército Americano (US Army) a repensar este conceito. Vislumbrava-se a necessidade de se dispor no arsenal norte americano, de uma arma com capacidades anticarro e antitanque, com rápida cadência de fogo e boa capacidade de manobra e movimentação em campo. Assim desta maneira, esforços foram concentrados neste processo, e em janeiro de 1937, o Comitê de Artilharia do Exército Americano (US Army) recomendou o desenvolvimento de tal tipo de arma, em regime de grande urgência, visando assim modernizar as capacidades de combate nesta nova realidade bélica. Estudos preliminares, derivaram para análise de modelos de peças de artilharia leve, já disponíveis no mercado, e com base em um modelo exitoso, partir para o desenvolvimento de uma arma própria deste modelo. 

Entre os canhões anticarro e antitanques selecionados para a análise estavam o canhão sueco Bofors, o japonês Tipo 94, os tchecoslovacos Vz. 34 e Vz. 37, e por fim o alemão Rheinmetall 37mm PaK 36. A decisão recairia sobre o modelo alemão, levando assim a aquisição de duas unidades deste canhão antitanque leve, com finalidades de avaliação real. Após o recebimento no Estados Unidos, estas peças foram encaminhadas ao campo de provas do Exército Americano (US Army) em Aberdeen em maio de 1937. Assim estas armas seriam empregadas em grande programa de testes de campo, e os resultados positivos aferidos neste processo, levariam a decisão de se empregar estas armas alemães como ponto de partida para o desenvolvimento de canhão antitanque com calibre de 37 mm. Este programa seria iniciado com supervisão de uma grande equipe de representantes das unidades de infantaria e artilharia do Exército Americano (US Army). Em 09 de setembro do mesmo, seria concedida dentro do orçamento militar vigente, a autorização para a construção de protótipos funcionais. Nascia assim a primeira versão de um canhão anticarro e antitanque de calibre de 37 mm, recebendo a designação oficial de T3, que era montado sobre um conjunto de transporte T1. Porém divergências, entre as linhas de pensamento diversas dos futuros usuários levariam a modificações no conjunto de transporte, com a versão aprimorada recebendo a designação de T1E1. Já nesta nova configuração os protótipos foram submetidos a um novo programa de teste no campo de provas de Aberdeen, revelando muitos defeitos, em especial a instabilidade do conjunto de transporte. Um novo redesenho levaria concepção de um novo conjunto de transporte, designado como T5, sendo este testado no verão de 1938, com a comissão de desenvolvimento chegando ao consenso que a melhor combinação para emprego envolveria o canhão T10 com conjunto de transporte T5.
A combinação ideal definida no processo de testes em Aberdeen, foi oficialmente adotada em 15 de dezembro de 1938, recebendo a designação de M3 37 mm, para o canhão e M4 para o conjunto de transporte. Os primeiros contratos de aquisição seriam assinados no inicio do ano seguinte, envolvendo uma pequena quantidade inicial a ser produzida, com o canhão sendo fabricado nas instalações do no Arsenal de Watervliet, e o conjunto de transporte reboque no Arsenal de Rock Island. Embora esta arma anticarro e antitanque, seguisse o conceito do canhão Rheinmetall 37mm PaK 36, e fosse geralmente referido com uma cópia deste, o M3 37 mm, diferia significativamente do design alemão, empregando inclusive munição diferente. O cano da arma apresentava construção forjada em uma peça única, com fuzil uniforme (12 ranhuras, torção do lado direito, um giro em 25 calibres).  A extremidade da culatra foi enroscada em um anel, com seu mecanismo dispondo do tipo “deslizante vertical”, com seu cano equipado com um sistema de recuo do tipo hydrospring. O conjunto de transporte M4, apresentava o sistema do tipo “split trail”, com pneus pneumáticos, montados no eixo ao lado das rodas, dispondo de suportes escamoteáveis, que podiam assim ser baixados para fornecer mais estabilidade na posição de disparo ou levantados de modo que não impedissem o movimento da arma. A mira telescópica da versão M6 e os dois controles de elevação e de deslocamento estavam localizados no lado esquerdo, de modo que um artilheiro tinha conseguisse facilmente apontar a arma. A engrenagem transversal tinha um mecanismo de liberação que permitia o livre movimento do cano no caso de ser necessário um avanço rápido.

O canhão M3 37 mm receberia seu batismo de fogo durante a batalha pela defesa das Filipinas em dezembro de 1941, e teve destacada participação na Campanha de Guadalcanal, onde foi empregado com sucesso contra os carros de combate e a infantaria japonesa. Ao longo da campanha do Pacifico esta peça de artilharia permaneceu eficaz contra veículos japoneses, que eram pouco blindados e raramente atuavam em grandes grupos.  O peso leve da arma facilitou sua movimentação por terrenos difíceis. Por exemplo, quando atacados por tanques japoneses em Betio durante a Batalha de Tarawa, nesta ocasião os fuzileiros navais norte-americanos, foram capazes de levantar o M3 37 mm sobre o paredão de 1,5 metros. Enquanto a munição do tipo “alto explosivo”, mostrou-se útil para deter ataques de infantaria do exército japonês, porém quando empregados em ataques a fortificações, foram classificados como pouco eficazes. No entanto sua eficácia geral e facilidade de uso e movimentação no campo de batalha mantiveram o M3 37 mm, em serviço no Corpo de Fuzileiros Navais (US Marine Corps) e no Exército Americano (US Army) no teatro de operações do Pacifico, até o final da guerra. Já a experiencia do modelo na Campanha do Norte da África seria completamente diferente, pois o calibre de 37 mm não era suficiente para fazer frente aos carros de combate alemães Panzer III e IV.  Após a desastrosa Batalha de Kasserine, em fevereiro de 1943, relatos de algumas das unidades envolvidas mencionaram projéteis de 37 mm, mal arranhavam os blindados alemães. Inicialmente, o comando norte americano, estava incerto, se se esses relatos refletiam a obsolescência da arma, ou ao emprego táticas não-refinadas, aliadas a falta de experiência dos artilheiros. Assim no teatro de operações europeu, os M3 37 mm passariam a ser substituídos a partir de 26 de maio de 1943, pelos canhões M1 de 57mm (a versão norte-americana da arma britânica de 6 libras).
Quando a campanha de invasão da Itália foi deflagrada, os canhões M3 37 mm, foram empregados desde os primeiros dias do desembarque na Sicília, a partir do dia 10 de julho de 1943. Naquela oportunidade, os M3 37 mm, demonstraram mais uma vez sua eficácia contra carros de combate desenvolvidos na década anterior, principalmente os tanques franceses Renault R35 que dotavam algumas unidades de defesa do Exército Italiano. Porém novamente, apresentaram a mesma incapacidade de lidar com as ameaças modernas, representada pelos modernos carros de combate alemães. Porém o teatro italiano, quando analisado pelo comando aliado, representava uma menor prioridade para o reequipamento, do que quando comparado as demandas do noroeste da Europa. Assim ainda existiam muitos canhões M3 37 mm em uso na Itália até o final do conflito, ao contrário do que o observado nos demais fronts de batalha, ou o canhão M1 57 já havia substituído seu antecessor completamente até a primavera do ano de 1944. Entre os anos de 1940 e 1943, seriam produzidos 18.702, canhões M3 37 mm, dispostos em três modelos básicos. Durante o conflito, este modelo de arma anticarro e antitanque seriam ainda as nações aliadas nos termos do programa de Leand & Lease Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos). No período pós-guerra, volumes excedentes destas armas seriam transferidos aos arsenais de nações politicamente alinhadas aos interesses do governo norte americano, se mantendo em serviço ativo nestes países, até fins da década de 1970.

Emprego no Exército Brasileiro.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil ao passar a representar uma posição estratégica no cenario mundial, representando um importante fornecedor de matérias primas estratégicas e detentor de um território com pontos estratégicos extremamente propícios em seu litoral nordeste para o estabelecimento de bases aérea e operações portuárias. E neste contexto o país passaria a ser agraciado com diversas contrapartidas comerciais e militares, e neste último aspecto sendo submetido a um completo processo de modernização não só em termos de doutrina operacional, mas também em termos de armamentos e equipamentos militares norte-americanos de última geração. A adesão do Brasil ao programa Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), criaria ao país uma linha de crédito da ordem de cem milhões de dólares, para a aquisição de material bélico proporcionando acesso a modernos armamentos, aeronaves, veículos blindados e carros de combate. E neste cenario o Exército Brasileiro passaria a receber uma variada gama de peças de artilharia, com equipamentos variando entre os calibres de 37 mm a 305 mm, passando assim a substituir nas linhas de frente antigos canhões de campanha de origem francesa, alemã e inglesa, representando assim um grande avanço tecnológico e operacional para a artilharia da força terrestre brasileira, que até então operavam com equipamento completamente defasado e de questionável efetividade operacional quando empregados no moderno cenário de enfrentamento terrestre.

Uma pequena parte destas peças de artilharia deveriam ficar no Brasil, para assim equipar as unidades mecanizadas do Exército Brasileiro, e outra parte estava destinada a compor os efetivos da Força Expedicionária Brasileira que se preparava para lutar na Itália. Não existem registros concretos ou fotográficos sobre o real emprego dos canhões antitanque M3 e M3A1 em ações reais de combate, especula-se que, no entanto, estas peças de artilharia foram empregadas com afinco no processo de treinamento ministrado pelo Exército Americano (US Army) para os pracinhas brasileiros já em solo italiano. Outra teoria corrobora que o front italiano não estava, entre os de demanda prioritária para o recebimento de materiais e armamentos mais modernos, assim grande o V Exército Americano, comandado pelo General Mark Clark, e ao qual a Força Expedicionária Brasileira estava integrada, apresentava em seus arsenais mais canhoes M3 37mm do que os mais recentes e capazes M1 57 mm, com relatórios oficiais indicando o uso destes canhões pelo menos até fins do ano de 1944. O pesquisador norte-americano Steven j. Zaloga, em seu livro "US Anti-tank Artillery 1941-1945", cita em seu capítulo referente ao combate antitanque na Itália, que devido a topografia do país, e consequentemente os palcos de batalha terem ocorrido em terrenos acidentados ou montanhosos, as unidades antitanque norte americanas, preferiam o emprego dos canhões M3 37 mm, por serem extremamente mais leves e manobráveis em relação ao seu sucessor o M1 57 mm. Vale citar que este primeiros podiam ser facilmente tracionados por jeeps, ao contrario das demais peças que necessitavam ser rebocadas por veículos de maior porte e potência.
A exemplo da formatação original do Exército Americano (US Army) os canhões antitanque M3 37 mm, podem ter sido empregados em conjunto com os M1 57 mm, sendo operados pelo 1º Regimento de Infantaria – Sampaio, 6º Regimento de Infantaria – Ipiranga e  11º Regimento de Infantaria – Tiradentes, e também pela Companhia Anticarros. Ao término do conflito todos os canhões anticarros e antitanques  M3 e M3A1 37 mm, foram despachados ao Brasil, juntamente com os demais carros e equipamentos empregados pela Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália. Já recebidos no Rio de Janeiro em meados de 1945, estes canhões foram incorporados as unidades que já operavam pelo menos 48 peças recebidas no país no ano de 1942. Nos Regimentos de Infantaria (R.I.), estas peças de artilhariam eram tracionados pelos blindados M3A1 Scout Car e por também por Jeeps e Dodges WC-51 e WC-52 Beep com tração  4X4. Já em emprego constante no Exército Brasileiro, este modelo de canhão apresentava a vantagem de empregar a mesma munição dos canhões de 37 mm dos carros de combate leves M3 Stuart. Entre estes tipos de munição estavam os de treinamento (sem carga explosiva), a A.P.C. (Armor-Piercing Capped), também sem carga explosiva e a H.E. M63, com carga explosiva. Já a munição do tipo H.E. M63, possuía um projétil feito em aço, oco em seu interior, com o fundo rosqueado para a montagem do dispositivo detonador. A parte oca do projétil era preenchida com 38,5 gramas de TNT, detonadas pela espoleta de impacto M58. A carga propelente era de 222 gramas de pólvora FNH. O peso total do cartucho H.E. era de 1,419 Kg. Seu alcance máximo era de 9.500 metros com uma velocidade inicial do projétil de 2.600 pés/seg, ou 790 m/seg. A penetração em blindagem de aço chegava a cerca de 6,0 cm a 500 metros.

Apesar do canhão anticarro e antitanque M3 37mm, ser considerado uma arma  ultrapassada já na década de 1950, suas boas características operacionais, como seu moderado peso por volta de 400Kg, permitia que a arma fosse rebocada até por jeeps, sua necessidade de contar com uma mínima guarnição de quatro homens, permitiram a extensão da vida útil no Exército Brasileiro dos canhões M3 37 mm por mais duas décadas. No ano de 1960, mais canhões, agora do modelo M3A1 37 mm, seriam recebidas dentro dos auspícios do programa do Acordo Militar Brasil – Estados Unidos. Esta nova versão produzida a partir de 1942 diferia do original por contar com a extremidade final rosqueada para permitir a instalação de sistema de um freio de boca, acessório este que nunca chegou a ser instalado. Dispondo de mais unidades dos canhões M3 e M3A1, em seu acervo, o Exército Brasileiro aumentou a base de distribuição destas peças que até então estavam concentradas nos Regimento de Infantaria (R.I.), passando a compor também alguns Esquadrões de Reconhecimento Motorizado (RecMec). Entre estes o 4º Esquadrão de Reconhecimento Motorizado (4º RecMec), baseado na cidade de Juiz de Fora – MG, que deslocaria seus canhões M3 37mm, durante os deslocamentos de blindados para participação nos esforços de demonstração de força durante a Revolução ou Contra Revolução de 1964, movimento deflagrado no dia 31 de março deste mesmo ano.
A partir de meados do ano de 1965, ainda dentro do Acordo Militar Brasil – Estados Unidos, o Exercito Brasileiro passou a receber uma grande quantidade de materiais e equipamento bélicos modernos, entre estes estavam os novos canhões sem recuo CSR 106mm M40, dispostos nas versões A1 e A2, sendo estes destinados equipar seus principais Batalhões de Infantaria (BInf). Neste contexto os canhões anticarro e antitanque M1 57mm, passaram gradativamente a substituir todos os canhões M3 e M3A1 de 37 mm, ainda em uso. Os últimos canhões destes modelos seriam finalmente desativados em fins do ano de 1967, com muitas destas peças de artilharia sendo preservadas em unidades do Exército Brasileiro, com muitas unidades desmilitarizadas sendo vendidas para colecionadores e entusiastas a partir da década de 1990.

Em Escala.
Para representarmos o canhão antitanque M3 37 mm, fizemos uso do excelente kit produzido pela Bronco Models na escala 1/35, modelo que prima pela qualidade e detalhamento, combinado peças em metal e photo etched. Para se representar a versão usada pelo Exército Brasileiro, não há necessidade de se realizar nenhuma alteração, bastando montar o modelo diretamente da caixa.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão tático do Exército Americano (US Army) adotado durante a Segunda Guerra Mundial, sendo este o único esquema empregado nos canhões M3 e M3A1 de 37 mm do Exército Brasileiro durante seu serviço ativo, mantendo este padrão até sua desativação em fins da década de 1960.


Bibliografia: 
- M3 AntiTank de 37mm - Militaria & Armas- http://militariaearmas.blogspot.com/
- Antigos Equipamentos do Exército Brasileiro -  https://armasonline.org
- Artilharia de Campanha no Exército Brasileiro – Cezar Carriel Benetti - http://www.ecsbdefesa.com.br/fts/ACEB.pdf

Sopwith 7F.1 Snipe no Brasil

História e Desenvolvimento.
A companhia Sopwith Aviation Company (com sede em Brooklands na Inglaterra) foi criada em junho de 1912 por Thomas Octave Murdoch Sopwith(Tommy, mais tarde Sir Thomas), um esportista rico, entusiasta nas áreas de aviação, iatismo e  automobilismo, quando tinha  apenas 24 anos. Imediatamente seus modelos de treinamento logo chamariam a atenção das autoridades militares britânicas, resultando assim nos primeiros contratos governamentais com a Marinha Real (Royal Navy) em novembro do mesmo ano. Com esta nova demanda em mão a empresa mudou-se para instalações maiores, ocupando um grande espaço que anteriormente abrigara uma pista de patinação na região de Canbury Park Road perto da Kingston Railway Station, no sudoeste de Londres. Inicialmente, o próprio Tom Sopwith, auxiliado por seu ex-mecânico pessoal Fred Sigrist, liderou diversos projetos e acordos de colaboração. Uma parceria firmada com o estaleiro S. E. Saunders de East Cowes, na Ilha de Wight, em 1913, resultaria na produção de um aero bote denominado como Sopwith "Bat Boat", construído com um casco laminado que o permitia operar tanto no mar ou na terra, resultando em uma nova instalação fabril em Woolston, Hampshire, que seria iniciada em 1914. O primeiro grande sucesso comercial seria o “Sopwith Tabloid”, um projeto que mostrou pela primeira vez a influência do piloto de testes da empresa, o australiano Harry Hawker, com uma versão customizada ganharia a edição do Troféu Schneider em 1914. Este modelo evoluiria para o “Sopwith Baby” que ocuparia um lugar de destaque na frota do Serviço Aéreo Naval Real Britânico (RNAS) durante o início da Primeira Guerra Mundial. O eclodir do conflito em 28 de julho de 1914 elevaria o papel estratégico da Sopwith Aviation Company no esforço de guerra britânico, com suas aeronaves e aerobotes, passando a dotar também as unidades do Corpo Aéreo Voador (Royal Flying Corps RFC), braço aéreo do Exército Real (Royal Army), além de armas áreas da Bélgica, Países Baixos, Australia, Japão, Romênia, Grécia, Império Russo e Estados Unidos.

Durante a Primeira Guerra Mundial, a Sopwith Aviation Company seria uma das principais fornecedoras de aeronaves para Grã-bretanha, chegando a entregar mais de dezesseis mil aeronaves, entre estes o Sopwith Pup, que entrou em serviço junto as unidades do Serviço Aéreo Naval Real Britânico (RNAS), na Frente Ocidental em outubro de 1916 com o Esquadrão Nº 8 RNAS, incialmente estes novos caças lograram êxito sobre os primeiros biplanos Fokker, Halberstadt e Albatros. No entanto o advento da introdução em serviço dos novos caças alemães Albatros D.III, iriam sobrepujar completamente os novos Sopwith Pup, levando as forças armadas britânicas a adotar provisoriamente em regime emergencial os caças franceses Nieuport 17. Com base neste cenário uma nova aeronave deveria ser desenvolvida, primando por portar um gama de armamento mais pesada com maior velocidade de operação. Este novo avião seria lançado em dezembro de 1916, se tornando o primeiro caça operacional britânico projetado com duas metralhadoras Vickers .303 de calibre 7,7 mm foram montadas diretamente em frente ao cockpit, sincronizadas para disparar para frente através do disco da hélice. O primeiro contrato de produção seria celebrado em maio dos anos seguinte, levando a produção de 5.940 aeronaves. Seu batismo de fogo ocorreria em 04 de julho de 1917 com aeronaves do Esquadrão Nº 4, operando sobre a região de Dunquerque na França, no final deste o modelo passava também a equipar os esquadrões Nº 3 e Nº 4 do Serviço Aéreo Naval Real Britânico (RNAS), se tornando também operacional junto ao Esquadrão Nº 70 do Corpo Aéreo Voador (Royal Flying Corps RFC), Em serviço os Sopwith Camel F1 Camel provaram ter melhor manobrabilidade do que os caças alemães Albatros D.III e D.V, chegando a equipar treze esquadrões de combate. Juntamente com os calas S.E.5a e o SPAD S.XIII, estas aeronaves ajudaram a restabelecer a superioridade aérea aliada que perduraria eficientemente bem até 1918.
À medida que o ano de 1917 se desgastava, parecia não haver perspectiva de que a guerra terminasse naquele ano, ou mesmo no próximo, este cenário motivaria as principais empresas construtoras aeronáuticas britanicas a começar em trabalhar em novos projetos, destinados assim a equipar as armas aérea aliadas a partir de 1919. A Societé A Nieuport-Delage Issy Les produziu o B.N.1; Boulton & Paul, o Bobolink e Austin Motors, o triplane Osprey, enquanto a Sopwith Aviation Company, optou por evoluir radicalmente o Sopwith Camel para o modelo 7F.1, que passaria a ser chamado de “Snipe”. Seu desing inicial era o de biplano de baía única no qual foi dada consideração para melhorar a visão do piloto e, de fato, escreveu Jack Bruce, foi esse detalhe em que o 7F.1 melhorou mais sobre o Sopwith Camel, do qual o campo de visão do piloto era, para os padrões da época, atroz". O motor escolhido foi o rotativo mais potente então disponível, o Bentley B.R.1 de 150 hp. A fuselagem era de formato circular na seção, sem dúvida para fornecer uma medida de simplificação e toda a aeronave era um pouco maior que o Camel. Um segundo design, serial sobre o projeto  “B9963” era  semelhante ao primeiro, foi construído em torno do novo motor B.R.2 de 200 hp da W.O. Bentley, enquanto o terceiro protótipo, “B9964” em série, permanece indescritível. Um quarto protótipo, serial B9965, seguiu-se, que incorporou inúmeras pequenas mudanças, incluindo uma asa superior modificada e uma barbatana e leme revisados. A estrutura do Snipe era mais pesada, mas muito mais forte do que os caças Sopwith anteriores. Embora não fosse uma aeronave rápida para 1918, era muito manobrável, e muito mais fácil de manusear do que o Camel, com uma visão superior do cockpit - especialmente para frente e para cima. O modelo também apresentava uma taxa superior de subida, e desempenho muito melhor em alta altitude em comparação com seu antecessor, permitindo-o lutar contra os mais novos caças da Alemanha em termos mais iguais. 

Outras modificações foram feitas no Sopwith Snipe durante a guerra e o pós-guerra. O modelo foi construído em torno do motor Bentley BR2 - o último do tipo rotativo a ser usado pela Força Aérea Real (RAF) . Ele apresentava uma velocidade máxima de 196 km/h  a 10.000 pés, em comparação com os 185 km/h do Sopwith Camel na mesma altitude, com uma autonomia de voo de  três horas. Seu armamento fixo consistia de duas metralhadoras Vickers de 7,7 mm, sendo capaz de transportar até quatro bombas de 11 kg para o missões  de ataque terrestre, idêntico ao armamento do Sopwith Camel. O design permitiu que uma única metralhadora de Lewis fosse montada na seção central de forma semelhante à transportada pelo Sopwith 5F.1 Dolphin, no caso de esta não ser montada em aeronaves de produção. O Sopwith Snipe começou a ser produzido em 1918, com mais de 4.500 sendo encomendados. A produção terminou em 1919, com pouco menos de 500 sendo construídas, o restante sendo cancelado devido ao fim da guerra e o corte nos orçamentos militares das nacoes europeias. Havia apenas uma variante, o Sopwith Snipe I, com produção de várias empresas, incluindo Sopwith, Boulton & Paul Ltd, Coventry Ordnance Works, D. Napier & Son, Nieuport e Ruston, Proctor and Company. Em março de 1918, um exemplar foi avaliado pelo “No.1 Aeroplane Supply Depot” (No.1 ASD) em St-Omer, na França. O Tenente L. N. Hollinghurst (mais tarde um ás em Sopwith Dolphins, e Marechal-chefe da Aeronáutica) realizou diversos voos de ensaio a 24.000 mil pés, afirmando que apesar da aeronave ser mais pesada e possuir  "um leme muito pobre", apresentava uma manobrabilidade satisfatória. As primeiras aeronaves a entrarem em serviço em janeiro de 1918 seriam alocadas junto ao Esquadrão Nº 43, da Força Aérea Real (RAF), baseado em Fienvillers, na França, passando a substituir os Sopwith Camel. Estas aeronaves também seriam empregadas pelos Esquadrão Nº 4 do Corpo Aéreo Australiano (Australian Flying Corps - AFC), onde tiveram maior êxito em combate contra as aeronaves alemães, reivindicando oito caças alemães Fokker D.VIIs.
Após o Armistício com a Alemanha que encerrou a Primeira Guerra Mundial em 11 de novembro de 1918, os caças Sopwith Snipes fizeram parte do Exército Britânico de Ocupação, retornando ao Reino Unido somente entre os meses de agosto e setembro de 1919. Neste contexto, este modelo passaria a substituir os Sopwith Camel em quatros esquadrões de defesa domésticos baseados, entretanto no finas deste mesmo apenas um único único esquadrão, o Nº 80 estava equipado com o Sopwith Snipe.  Em 1919, o Sopwith Snipes britânicos participariam da intervenção aliada, aos lado dos “Russos Brancos” contra as forças revolucionárias bolcheviques, com doze aeronaves da Força Aérea Real (RAF) sendo empregados no norte da Rússia. Pelo menos uma destas células seria capturada pelo inimigo e colocado em serviço durante o conflito. Apesar de apresentar não um desempenho excepcional em combate, devido as restrições orçamentarias da época o Sopwith Snipe seria selecionado no pós-guerra como caça monoposto padrão britânico, operando em conjunto com pequenas quantidades do modelo Martinsyde Buzzard F.4., com estas aeronaves chegando a equipar vinte e três esquadrões de caças da Força Aérea Real (RAF), com os últimos Sopwith Snipes, passando a ser desativados a partir de 1926.

Emprego na Marinha do Brasil. 
Da mesma forma que a humanidade deve a um brasileiro o pioneirismo do primeiro voo em um "engenho" mais pesado que o ar, os brasileiros devem à Marinha do Brasil (MB) o significativo esforço por ela realizado, para a implantação da aviação no nosso país. Cinco anos após o voo pioneiro de Santos Dumont, ou seja, em 1911, dois fatos já mostravam o interesse da Marinha do Brasil (MB) sobre as aeronaves, em uma visão prospectiva das potencialidades do seu emprego no campo militar. Tais fatos foram, que em 29/04/1911, recebia o seu "brevet" de piloto, na França, o Tenente da Marinha JORGE HENRIQUE MOLLER, primeiro militar brasileiro a receber tal qualificação; e em 14/10/1911, era fundado o Aeroclube Brasileiro.  A história da Aviação Naval Brasileira se inicia em 23 de agosto de 1916, com a assinatura, pelo Presidente Wenceslau Braz, do Decreto de criação da Escola de Aviação Naval, primeira escola militar de aviação do país e, portanto, o berço da nossa aviação militar e o marco do nascimento da Aviação Naval da Marinha. De suas instalações iniciais no antigo Arsenal de Marinha, a Escola de Aviação Naval (EAvN) foi transferida depois para a ilha das Enxadas.   Esse período inicial de vinte e cinco anos  entre 1916 e 1923, passou a ser conhecido como a primeira fase da Aviação Naval, registrando a ocorrência de diversos fatos marcantes, pelo pioneirismo das atividades desenvolvidas, tais como: realização dos primeiros "raids" aéreos entre as cidades do Rio de Janeiro e Angra dos Reis, e entre o Rio de Janeiro e Campos; transporte da primeira mala aérea civil e da primeira mala aérea militar; primeiro voo de Santos Dumont, como passageiro, em uma aeronave militar brasileira; primeiro voo de um Presidente da República em uma aeronave militar brasileira; e a participação de aviadores navais brasileiros em operações reais de patrulha, durante a Primeira Guerra Mundial, integrando o 10° Grupo de Operações de Guerra  do Corpo Aéreo Real RFC (Royal Flying Corps).

No entanto apesar de todo este pioneirismo, a crônica carência de recursos financeiros e materiais que caracterizavam os anos iniciais da Aviação Naval inibia a natural evolução daquela arma da Marinha do Brasil. No entanto o lançamento do Projeto da Organização Aérea do Litoral, em 1921, iria transformar por completo esta arma aérea. Acompanhado dos recursos financeiros necessários à implementação daquele projeto, o Estado Maio da Armada recomendou, entre outras providencias, a aquisição de aviões de caça, patrulha e reconhecimento que iriam dotar as primeiras unidades de emprego operacional da Aviação Naval. Assim, no dia 23 de maio de 1923, a Marinha do Brasil assinou o contrato “AV. 1.1” com a empresa norte americana Curtiss Aeroplane Export Company, que previa em seu escopo o fornecimento de distintos tipos de aeronaves. Entre essas se encontravam doze exemplares do caça monoposto Sopwith 7F.1 Snipe ao custo unitário de US$ 36.000,00. Estas células foram originalmente fornecidas a empresa norte americana nos termos do programa britânico “Comissão de Eliminação e Liquidação” (War Disposal Commission), destinado a vender a países aliados material excedente de guerra, e se encontravam em ótimas condições de conservação, contando com pouquíssimas horas de voo. Ao chegarem no Brasil por via naval no primeiro semestre deste mesmo ano, passariam a compor a dotação da Flotilha de Caça, composta originalmente por três esquadrilhas com quatro aeronaves cada uma. No entanto, graças a diversos fatore, só foram organizadas a 1º Esquadrilha de Caça (1º EC) e a 2º Esquadrilha de Caça (2º EC) , tendo sido também escolhidos seus componentes. Um dos motivos era a total falta de pessoal para compor os quadros das três esquadrilhas. Conquanto essa deficiência pudesse ser solucionada em um espaço de tempo razoavelmente curto, eventos políticos naquele período colaboraram para a quase total estagnação das atividades de instrução na formação de aviadores navais na Escola de Aviação Naval (EAvN).
Para agravar esta dificuldade, outras surgiram após a montagem dos primeiros quatro Sopwith 7F.1 Snipe. Pois primeiramente foi verificado que não era possível empregar a contento as metralhadoras Vickers .303 que equipavam este modelo de aeronave, visto que estas armas originalmente empregavam munições alimentadas com fitas metálicas, enquanto a munição do calibre 7,56 mm, existentes em estoques naquele período nos paióis da Aviação Naval da Marinha do Brasil faziam uso das tradicionais fitas de pano. Embora este fosse apenas um problema simples de ordem logística, os constantes e maciços cortes nos recursos orçamentários das Forças Armadas Brasileira que afetavam principalmente a Marinha do Brasil, impediram a rápida solução desta deficiência, com a Aviação Naval operando por um bom tempo com uma aeronave de caça desarmada. Porém entre diversos problemas, o mais difícil, porém, era dirimir a pavimentação do campo de pouso do Centro de Aviação Naval do Rio de Janeiro (CAvN RJ). Com grama em algumas poucas áreas de sua extensão, o solo irregular da Ponta do Galeão era predominantemente composto por areia ou terra. Apesar de existirem planos para realizar a pavimentação de trechos da pista, com betume, as áreas destinadas ao taxi e à decolagem das aeronaves, novamente a falta de recursos financeiros impediu a concretização deste importante plano que permitiria um significativa melhora da operação. Como consequência, a irregularidade do piso resultou em diversos acidentes com as aeronaves  Sopwith 7F.1 Snipe da Aviação Naval da Marinha do Brasil, pois a relativamente alta velocidade de pouso e decolagem deste modelo de aeronave, frequentemente resultavam em capotagens e pilonagens, o que afetava fortemente a disponibilidade operacional destes caças aeronavais.

No início de 1924, a 1ª Esquadrilha de Caça (1º EC) contava com uma dotação de seis Sopwith 7F.1 Snipe, porém somente quatro destas aeronaves se encontravam em condições de voo operacional. Por sua vez a 2ª Esquadrilha de Caça (2º EC), já dispunha de seis destes aviões prontos para voo. No entanto passados apenas dois anos, somente três destas aeronaves lograram registrar algum voo operacional. O piso da pista, do Centro de Aviação Naval do Rio de Janeiro (CAvN RJ) na Ponta do Galeão, havia cobrado seu preço, afetando os trens de pouso das aeronaves, principalmente os pneus e rodas dos Sopwith 7F.1 Snipe, levando a necessidade emergencial de substituição destes itens. Porém novamente os parcos resultados destinados a Aviação Naval da Marinha do Brasil, impediam a aquisição de peças de reposiçao mais notadamente a de origem importada, e relatórios daquela época apontavam a crônica falta de câmaras de ar, limitando cada vez mais a operação destas aeronaves de caça. No ano seguinte, os oito Sopwith 7F.1 Snipe da Flotilha de Caça, registraram apenas 20 horas e 46 minutos de voo, distribuídas entre cinquenta e oito surtidas operacionais, registrando acidentes, entre estes três capotagens e uma ocorrência de proporções mais graves, levando novamente a redução da disponibilidade operacional. No ano seguinte, poucos foram os   Sopwith 7F.1 Snipe que voltaram a voar, com uma destas aeronaves, infelizmente sendo perdida em decorrência de uma pane no motor, ocasionada, pela deficiência da qualidade de combustível aeronáutico fornecido à Aviação Naval da Marinha do Brasil, sendo está muito inferior a necessidade destes tipos de motores.
Ao chegar o ano de 1929, existiam ainda onze aeronaves Sopwith 7F.1 Snipe na frota, mas somente quatro se encontravam em condições de voo. Visto que, essencialmente estes aviões estavam em bom estado e que os problemas encontrados na sua operação se deviam a deficiente infraestrutura do aeródromo onde se encontravam sediados, foi cogitada a instalação de motores radiais fixos nos quatros exemplares disponíveis. Porém, os parcos recursos orçamentários á disposição da Aviação Naval da Marinha do Brasil, aliados a evidente obsolescência desse material, acabaram determinando a desativação e a alienação dos caças navais naquele mesmo ano, encerrando assim a curta e pouco operacional carreira dos Sopwith 7F.1 Snipe  no Brasil.

Em Escala.
Para representarmos o Sopwith 7F.1 Snipe da Aviação Naval da Marinha do Brasil com matricula “125”, fizemos uso do kit produzido pela Eastern Express, na escala 1/72, não sendo necessário realizar modificações para se compor a versão brasileira. Fizemos uso de excelentes  decais produzidos pelo modelista Rafael Pinheiro Machado da série “Aviões Militares Brasileiros”.

O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa, o segundo padrão de pintura adotado pelos Sopwith 7F.1 Snipe na Aviação Naval da Marinha do Brasil, quando empregados pela Divisão de Combate na Base Naval do Galeao, apresentando com principais diferenças em relação ao primeiro esquema usado,  o capo do motor pintado em preto (e talvez em vermelho também) e as marcação da matricula em branco nas laterais da aeronave.




Bibliografia :
- Sopwith 7F.1 Snipe -  http://www.aircraftinvestigation.info/airplanes/Sopwith_7F.1_%20Snipe.html
- Sopwith  Snipe – Wikipedia https://en.wikipedia.org/wiki/Sopwith_Snipe
- Asas Sobre os Mares , Prof Rudnei Dias Cunha - http:// asassobreosmares.rudnei.cunha.nom.br
- Aeronaves Militares Brasileiras 1916 – 2015  - Jackson Flores Junior

M-102 105 mm howitzer

História e Desenvolvimento.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os regimentos de artilharia de campanha do Exército dos Estados Unidos (US Army) eram organizados sistematicamente, sendo compostos por um batalhão de artilharia pesada de com armas de 155 mm e três batalhões de artilharia com armas 105 mm. Ambos estes grupos estavam equipados com obuseiros de pesados e médios, apresentando um total de doze canhões cada, que eram divididos em três baterias de quatro peças de artilharia. Esta sistemática organizacional concedia a cada regimento, um total de doze obuses de 155 mm e trinta e seis obuses de 105 mm, desta maneira evidenciava-se a importância que os canhões de artilharia de campanha de calibre 105 mm representavam no conjunto total da força ofensiva norte-americana e aliada no conflito. Neste período, o principal obuseiro empregado pelo Exército dos Estados Unidos (US Army), era o modelo M-2A1 (mais tarde renomeado como M-101 AR), arma de artilharia essa que fora desenvolvida no início da década de 1940. Seu emprego seria intenso durante todo o conflito, sendo fornecido também as nações aliadas nos termos do programa Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos). Sua produção em série em agosto de 1945 havia atingido a casa de 8.563 unidades, se tornando a mais representativo de calibre de 105 mm naquele período. Os M-2A1 seriam empregados novamente em um cenário de conflagração real durante a durante a Guerra da Coréia (1950 – 1953), com sua produção sendo retomada pelas pelas linhas de montagem do Rock Island Arsenal, sendo entregues até o final de 1953, mais 1.639 peças.  Apesar de sua comprovada eficiência em combate real, em fins da década de 1950, ficava clara a necessidade de sua substituição como principal arma de artilharia do Exército Americano Exército dos Estados Unidos (US Army) e do Corpo de Fuzileiros Navais (US Marine Corps). Esta decisão seria reforçada pelo elevado nível de desgaste da maioria destes obuseiros em serviço, tendo em vista seu intenso emprego em cenários de conflagração real.

Visando a atender a esta importante demanda, no início ano de 1960, seria lançado um programa para o desenvolvimento de um novo obuseiro de campanha com calibre de 105 mm. Suas especificações básicas seriam definidas em conjunto entre o Exército dos Estados Unidos (US Army) e a Marinha dos Estados Unidos (US Navy). Assim no início de setembro de 1960 seria deflagrada uma concorrência envolvendo um contrato para produção inicial de cinco mil obuseiros, com seu projeto sendo apoiado tecnicamente pelos militares em todo seu estágio de desenvolvimento. Diversas propostas seriam apresentadas, sendo declarado em janeiro de 1961, como vencedor o projeto desenvolvido pelo Rock Island Arsenal, tradicional produtor dos modelos M-2 e M-2A1 de 105 mm. Os trabalhos de desenvolvimento seriam iniciados em junho do ano de 1961, com o primeiro protótipo funcional da nova arma sendo concluído e entregue para testes no primeiro trimestre do ano seguinte, sendo seguido pela entrega de mais cinco peças.  Após um extensivo programa de ensaio de tiro e campo supervisionado pelos militares norte-americanos, este novo modelo de obuseiro seria oficialmente homologado em dezembro de 1963. Finalizada esta etapa o agora designado M-102 AR 105 mm, seria liberado para produção em série, recebendo seu primeiro contrato de aquisição em agosto de 1964 envolvendo inicialmente vinte peças para fins de avaliação final. Atendendo ao cronograma contratual, este lote piloto passaria a ser entregues em dezembro do ano seguinte, sendo submetidos a processo de treinamento e aceitação operacional. Este novo modelo apresentava como principal evolução perante seu antecessor, um reduzido peso final de apenas 1.496 kg, muito mais leve que os 2.258 kg deste último. Apresentava ainda o inédito movimento de giro da plataforma em 360º, concedendo a arma a capacidade de engajar alvos rapidamente em outros setores.  Seu reduzido peso final ainda proporcionava como grande diferencial a possibilidade de ser aerotransportado por uma variada gama de helicópteros e aviões de transporte, ou ainda permitir o lançamento em voo por aeronaves Lockheed C-130 Hercules, aumentando significadamente a mobilidade dos regimentos de artilharia do Exército dos Estados Unidos (US Army).   
Com sua homologação operacional efetivada, seria celebrado um contrato entre o Exército dos Estados Unidos (US Army) e o  Rock Island Arsenal englobando 1.150 obuseiros que deveriam ser entregues a partir do início do ano de 1966. Após serem distribuídos as unidades de artilharia de campanha, passariam a substituir lotes mais antigos ainda em serviço dos modelos M-2 e M-2A1 (M-101 AR) de 105 mm.  Já declarado plenamente operacional, o novo obuseiro M-102 seria enviado as pressas para o teatro de operações no Vietnã, passando a ser empregados pelo 1º Batalhão do 21º Grupo de Artilharia de Campo (1ºst Battalion, 21ºst Field Artillery), que iniciara neste conflito fazendo o uso dos veteranos M-101 AR 105 mm. Apesar de ser muito superior ao seu antecessor, os novos obuseiros passariam a enfrentar uma resistência inicial por parte dos artilheiros mais experientes, que relutavam e abandonar, o velho, porém confiável M-101 AR de 105 mm. Como pontos negativos a operação destes novos obuseiros, estes experientes artilheiros afirmavam como argumentos aparentemente convincentes, que os velhos M-101 AR 105 mm ao apresentarem altura mais restrita de sua culatra, facilitando em muito o carregamento da munição, apresentando maior distância ao solo quando no reboque da peça, ainda como fator negativo estes mesmos soldados consideram o novo canhão mais complexo de se operar e manter em condições de combate real. No entanto estes argumentos seriam considerados fúteis pelos comandantes militares norte-americanos, pois tecnicamente o novo modelo era superior, tanto em termos de mobilidade (inclusive em terrenos irregulares), quanto em termos de eficiência de combate. Além disto apesar da nova arma empregar a mesma munição semi-fixa que o M-101, seu cano mais longo proporcionava uma velocidade de sair maior, obtendo assim um maior alcance do tiro. Outro ponto positivo era que sua baixa silhueta tornava o M-102 105 mm, mais difícil para identificação em campo pelo inimigo. Uma campanha de endomarketing seria implementada para melhorar a imagem do novo obuseiro, demandando um um certo tempo para que os novos M-102 105 mm passassem a ser mais bem recebidos pelos militares norte-americanos, levando assim a total substituição dos já veteranos e desgastados M-101 de 105 mm. 

No entanto seu emprego operacional em larga escala na Guerra do Vietnã, evidenciaria algumas falhas de projeto, e oportunidades de melhoria, com estas correções e aprimoramentos sendo introduzidas na linha de montagem, nos contratos subsequentes. Durante as décadas seguintes o obuseiro M-102 AR 105 mm, se tornaria a peça padrão de artilharia de 105 mm do Exército dos Estados Unidos (US Army) operando com uma variada gama de munições, se mostrando sempre presentes em todas as ações militares efetivadas nos anos seguintes. Em maio de 1966, o Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha dos Estados Unidos (US Marine Corps), assinaria um contrato para aquisição de dois mil e quinhentos obuseiros deste modelo, com seu recebimento ocorrendo em fins do mesmo, passando assim também a substituírem os antigos M-101 AR de 105 mm. Em fins da década de 1980, surgiriam os primeiros estudos indicando a curto e médio prazo a substituição destes obuseiros nas forças armadas norte-americanas. A solução se materializaria no ano de 1984, com a assinatura de um contrato com a empresa inglesa BAE Systems Land Systems para a produção sob licença de seu modelo M-118 calibre de 105 mm, que seria customizado as necessidades norte-americanas originando a versão M-119, com estes novos obuseiros passando a serem incorporados em fins do ano de 1985. Perto do final da década restavam em operação no Exército dos Estados Unidos (US Army) cerca de quinhentos e vinte obuseiros M-102 AR 105 mm, com muitos destes sendo destinados as unidades de artilharia da Guarda Nacional (National Guard). O último emprego em combate real do M-102 AR 105 mm, seria registrado no ano de 2004 quando dezessete obuses pertencentes ao 1º Batalhão, 206ª Divisão de Artilharia, da Guarda Nacional do Exército do Arkansas foram enviados para Camp Taji, no Iraque, onde realizariam operações de contrafogo em apoio 39º Brigada de Infantaria e a 1ª Divisão de Cavalaria.  Curiosamente durante este período, soldados norte-americanos recuperariam nove obuseiros deste modelo, que se encontravam em uso pelas forças iraquianas, e que supostamente devem ter sido capturados durante a Guerra Irã – Iraque na década de 1980.   
Atualmente somente um pequeno número dos obuseiros M-102 AR 105 mm, seguem em operação ainda em algumas unidades de artilharia pertencentes a Guarda Nacional (National Guard), sendo empregados em tarefas de treinamento ou salva de tiros cerimonial. Curiosamente este modelo de obuseiro também é empregado em aeronaves de ataque Lockheed AC-130 Spectre da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), com o equipamento sendo modificado para efetuar disparos a partir da porta lateral traseira esquerda da aeronave de ataque, concedendo ao avião excelente capacidade de saturação de aérea. O emprego aero embarcado deste obuseiro. O emprego desta arma nesta modalidade, teve início durante os estágios finais da Guerra do Vietnã, se mantendo em uso até a atualidade nas versões mais recentes como os AC-130U Spooky II e AC-130J Ghostrider. Este obuseiro seria totalmente retirado do serviço ativo junto as unidades de artilharia do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha dos Estados Unidos (US Marine Corps), restando menos de vinte peças operacionais empregadas em cerimoniais. Além da Guerra do Vietnã, os M-102 AR 105 mm seriam empregados na Guerra Civil do Camboja (1967-1975), Guerra Civl Libanesa (1975-1990), Guerra Civil Salvadorenha (1979-1992) Invasão de Grenada (1983), Guerra do Golfo (1990-1991), Guerra do Kosovo (1998-1999) e Guerra do Iraque (2003-2011). Desde o início de seu processo de desativação junto ao Exército dos Estados Unidos (US Army) em fins da década de 1980, muitos destes obuseiros seriam cedidos a nações alinhadas a visão geopolítica norte-americana, através de programas de ajuda militar. Neste contexto muitas vezes passariam a figurar como a principal peça de artilharia de países como Jordânia, El Salvador, Malásia, Oman, Vietnã do Sul, Irã, Arábia Saudita, Filipinas, Turquia e Uruguai, com muitas peças se mantendo em operação até os dias atuais. 

Emprego no Exército Brasileiro.
No início da Segunda Guerra Mundial, o governo norte-americano passaria a considerar com extrema preocupação uma possível ameaça de invasão no continente americano por parte das forças do Eixo. Quando a França capitulou em junho de 1940, o perigo nazista a América se tornaria claro se este país estabelecer bases operacionais nas ilhas Canárias, Dacar e outras colônias francesas. Neste contexto o Brasil seria o local mais provável de invasão ao continente pelas potencias do Eixo, principalmente devido a sua proximidade com o continente africano que neste momento também passava a figurar nos planos de expansão territorial do governo alemão. Além disso, as conquistas japonesas no sudeste asiático e no Pacífico Sul tornavam o Brasil o principal fornecedor de látex para os aliados, matéria prima para a produção de borracha, um item de extrema importância na indústria de guerra. Além destas possíveis ameaças, geograficamente o litoral do mais se mostrava estratégico para o estabelecimento de bases aéreas e operação de portos na região nordeste, isto se dava, pois, esta região representava para translado aéreo, o ponto mais próximo entre os continentes americano e africano. Assim a costa brasileira seria fundamental no envio de tropas, veículos, suprimentos e aeronaves para emprego nos teatros de operações europeu e norte africano. Este cenário levaria a uma maior aproximação política e econômica entre o Brasil e os Estados Unidos, resultando em uma série de investimentos e acordo de colaboração. Entre estes estava a adesão do país ao programa de ajuda militar Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), que tinha como principal objetivo promover a modernização das Forças Armadas Brasileiras, que neste período estavam à beira da obsolescência em equipamentos, armamentos e doutrina. Os termos garantidos por este acordo, viriam a criar uma linha inicial de crédito ao país da ordem de US$ 100 milhões de dólares, para a aquisição de material bélico, proporcionando ao país acesso a modernos armamentos, aeronaves, veículos blindados e carros de combate. Estes recursos seriam vitais para que o país pudesse estar capacitado para fazer frente as ameaças causadas pelas ações de submarinos alemãs a navegação civil e militar que se apresentavam no vasto litoral do país. E neste cenário, o Exército Brasileiro passaria a receber uma variada gama de peças de artilharia, com equipamentos variando entre os calibres de 37 mm a 305 mm, passando assim a substituir nas principais unidades de artilharia os antigos canhões de campanha de origem francesa, alemã e inglesa. 

Este processo traria um grande avanço tecnológico e operacional para a artilharia da força terrestre brasileira, que até então operavam com equipamento completamente defasado e de questionável efetividade operacional quando empregados no moderno cenário de enfrentamento terrestre. Em termos de peças de artilharia de 105 mm, centenas de peças seriam fornecidas aos efetivos da Força Expedicionária Brasileira (FEB) no teatro de operações na Itália, no entanto em face das demandas de guerra e por se tratar do equipamento padrão das unidades de artilharia aliadas em todos os cenários de combate, poucas unidades dos obuseiros M-2 e M-2A1 de 105 mm seriam recebidas no Brasil durante o conflito. Este cenário somente começaria a mudar a partir da segunda metade da década de 1960, quando os obuseiros M-2 e M-2A1 (M-101 AR) de 105 mm passaram a ser gradativamente substituídos em seu país de origem, por novos canhões de artilharia de campanha. Esta movimentação geraria um grande lote excedente destes equipamentos, que após retirados do serviço ativo e armazenados, passariam a ser incluídos no portfólio de “Artigos Militares Excedentes”, que seriam logo em seguida ofertados dentro dos termos dos programas de ajuda militar a nações amigas, com as quais o Governo Norte Americano, buscava fortalecer sua influência política. Entre estas nações a serem beneficiadas por estes programas, estava o Brasil, que no ano de 1952, havia celebrado em Washington, o “Acordo de Assistência Militar Brasil Estados Unidos”. Este acordo garantiria as Forças Armadas Brasileiras, o acesso em termos vantajosos econômicos, de uma variada gama de equipamentos militares e armamentos, incluindo neste pacote centenas de carros de combate, caminhões, veículos blindados e peças de artilharia. Neste último item não só o Exército Brasileiro, mas também o Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil, passariam a receber uma considerável quantidade de canhões antitanques e obuseiros dos modelos M-101 AR 105 mm e M-114 155 mm Howitzer. Curiosamente neste pacote seriam fornecidos também uma pequena quantidade dos novos obuseiros M-102 105 mm Howtizer, que passavam a ser arma padrão de 105 mm da artilharia de campanha das forças armadas norte americanas. 
Estes lotes de "novas" peças de artilharia seriam incorporadas ao Exército Brasileiro entre os anos de 1967 e 1968, e neste pacote estavam os modernos canhões de campanha M-102 calibre 105 mm, que seriam recebidos no porto do Rio de Janeiro, em julho de 1968, sendo pertencentes a versão inicial de produção. Após descarregamento e desembaraço aduaneiro, os obuseiros M-102 calibre 105 mm seriam transportados por via rodoviária até as instalações do Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro (AGRJ), onde seriam montados e submetidos a um amplo processo de revisão nas oficinas do arsenal, sendo liberados posteriormente para seu emprego operacional. Devido a pequena quantidade incorporada deste obuseiro, o comando do Exército Brasileiro, acabaria por decidir concentrar este modelo em somente uma unidade de artilharia, visando assim maximizar seu emprego. Assim todo este lote seria direcionado ao 25º Grupo de Artilharia de Campanha - Bagé (25º G A C), sediado na cidade de Bagé no interior do Rio Grande do Sul. Este centenário grupo de artilharia teve sua origem no 1º Regimento de Artilharia a Cavalo, o lendário "Boi de Botas” organizado no ano de 1888, desempenhando importante papel na história brasileira. Sua passagem seria marcada pela participação na Revolução Federalista, na defesa de Bagé, seguindo em 1924 para São Paulo e Alegrete, em serviço de guerra, para conter a revolução que se iniciava em São Paulo. Novamente em 1930 e 1932, esta tradicional unidade participaria das revoluções, apoiando a primeira e combatendo a segunda. Em 1942, este grupo participaria ativamente da defesa de Rio Grande. Ainda em 1944, 23 militares deste, integraram a Força Expedicionária Brasileira (FEB), legado este que permitia a unidade, a deter uma das maiores experiências na operação de artilharia de campanha, sendo este um dos motivos catalisadores desta decisão por parte do Comando do Exército Brasileiro, em concentrar nesta emblemática organização os seus mais modernos obuseiros de 105 mm.   

Em operação junto ao 25º Grupo de Artilharia de Campanha (25º G A C), os obuseiros M-102 105 mm foram destinados a 2º e a 3ª Bateria de Obuses, onde passariam a desempenhar em conjunto com as demais baterias de canhões, equipadas com os  M-101 AR 105 mm e M-114 AR 155 mm, as missões do grupo de artilharia de campanha. O implemento desta nova peça artilharia no Exército Brasileiro, traria ensinamentos importantes, principalmente na melhoria da capacidade em mobilidade e operação, principalmente devido ao peso total de 1.496 kg do equipamento, que era de quase mil quilos a menos do obuseiros M-101 AR 105 mm, o que facilitava sua progressão em terrenos adversos. Neste contexto este modelo inauguraria a época de transporte das baterias de artilharia de campanha em aeronaves da Força Aérea Brasileira, incialmente fazendo uso dos  Fairchild C-119 e posteriormente dos  De Havilland C-115 Búfalo e Lockheed C-130E Hércules, concedendo ao 25º Grupo de Artilharia de Campanha (25º G A C) poder de atuação em âmbito nacional. O advento da aquisição dos helicópteros Aerospatiale SA-330L Puma em 1981 pela Força Aérea Brasileira (FAB) daria início as operações de treinamento de transporte helitransportado do Exército Brasileiro, sendo os primeiros ensaios conduzidos com as aeronaves do 3º/8º Grupo de Aviação - Esquadrão Puma, fazendo emprego dos obuseiros M-102 105 mm, pois originalmente esta peça de artilharia fora desenvolvida com esta finalidade inicial, visando conceder grande mobilidade ao canhão. Como ponto positivo, o fato deste obuseiro empregar a mesma munição padrão explosiva de calibre 105 mm utilizada pelos canhões M-101 AR, que neste momento já era produzida nacionalmente pela empresa estatal Imbel - Industria de Material Bélico do Brasil. Este fator além de otimizar o processo logístico de abastecimento dos grupos de artilharia de campanha, impactava positivamente em seu custo operacional, pois seu custo unitário de aquisição era  muito inferior a munição similar norte-americana importada.  Desta maneira a força terrestre poderia ampliar mais ainda seu nível de exercícios operacionais fazendo uso de munição real .
Apesar da grande contribuição dada ao desenvolvimento de uma doutrina militar mais atualizada junto ao Exército Brasileiro, a baixa quantidade de peças disponíveis dos obuseiros M-102 105 mm, inviabilizava economicamente os custos de operação e manutenção deste modelo. Assim mesmo com o esmerados processos de manutenção realizados pelo Arsenal De Guerra Do Rio Grande Do Sul, o nível de disponibilidade destes obuseiros sempre se mostravam inferiores as necessidades reais operacionais do 25º Grupo de Artilharia de Campanha (25º G A C).  Assim no ano de 1996 o comando da Força Terrestre decidiria pela desativação deste obuseiro, tornando assim novamente o M-101 AR, a arma padrão de 105 mm tracionada no Exército Brasileiro. Localmente esta definição levaria a um “downgrade” em termos de doutrina operacional. Este cenário somente seria amenizado anos depois com a aquisição de modelos mais modernos, como os obuseiros britânicos BAE Systems Land Systems L-118 Light Gun ou italianos M-56 Oto Melara, amenizando assim um pouco a defasagem tecnológica da artilharia de campanha no Brasil. Atualmente existem dois obuseiros  M-102 105 mm conservados no pais , sendo um na própria sede do  25º Grupo de Artilharia de Campanha (25º G A C), e  outro no acervo do Museu Militar do Comando Militar do Sul, na cidade de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul.

Em Escala.
Para representarmos o obuseiro M-102 105 mm, fizemos uso do excelente kit da AFV Club na escala 1/35, modelo que prima pela qualidade e detalhamento, combinado peças em metal, e borracha. Para se representar a versão usada pelo Exército Brasileiro, não é necessário proceder nenhuma mudança, com o modelo podendo ser montado direto da caixa.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o segundo padrão de pintura (camuflagem tática em dois tons) empregado nos obuseiros M-102 105 mm, seguindo o mesmo esquema aplicado nos veículos militares a partir de 1983, substituindo assim a pintura original totalmente em “olive drab”, com a qual foram recebidos no ano de 1968.


Bibliografia: 
- M102 howitzer Wilipedia - https://en.wikipedia.org/wiki/M102_howitzer
- 25º Grupo de Artilharia de Campanha - http://www.25gac.eb.mil.br/
- M-102 Army Guide  http://www.army-guide.com/eng/product1194.html