Cessna T-37C Tweety Bird no Brasil

História e Desenvolvimento. 
A gênese da Cessna Aircraft Company, tem início em junho de 1911, quando o Clyde Cessna, um fazendeiro residente na cidade de Rago, Kansas construiu sua própria aeronave, sendo a primeira pessoa a voar entre o rio Mississippi e as montanhas rochosas. Seus aeroplanos seguintes empregavam estrutura básica de madeira e tecido, sendo produzidos na cidade de Enid, Oklahoma, sendo submetidos a testes nas salinas. Visando ampliar seu empreendimento, Clyde fez um pedido de empréstimo aos banqueiros de sua cidade, solicitação esta que lhe foi negada, levando assim o empresário a se mudar para a cidade de Wichita. Dispondo de financiamento se associaria a Victor Roos fundando a Cessna Aircraft (ou Companhia de Aeronaves Cessna- Ross) em 1927, porém o novo sócio se retiraria da empresa em pouco tempo deixando o comando sobre o controle com Clyde. Buscando se estabelecer no mercado de forma solida a empresa iniciou o desenvolvimento de um ousado projeto denominado como Cessna DC-6, com a nova aeronave recebendo a certificação oficial no mesmo dia do crash da bolsa em 29 de outubro de 1929, que deflagaria um dos piores períodos da economia norte-americana e mundial. . Apesar de lutar com o cenário de crise provocado pela depressão a empresa fecharia as portas em 1932. O rumo da empresa seria alterado em 1933 quando um piloto profissional fazendo uso de um Cessna CR-3 venceu a American Air Race em Chicago, estabelecendo um novo recorde mundial de velocidade para aeronaves daquela categoria. Antevendo o possível sucesso comercial da marca, os sobrinhos de Clyde, Dwane Wallace e Dwight Wallace compraram a empresa no ano seguinte e iniciaram um processo que transformaria a empresa. Com a economia norte americana apresentando sinais de melhoria no curto e médio prazo levando a empresa a investir em aeronaves de transporte de passageiros e treinamento básico multi motor, produtos estes que alcançariam grande destaque nos anos seguintes tanto no mercado civil, quando no militar que era potencializado pelo advento da Segunda Guerra Mundial, com a Cessna Aircraft Company recebendo inúmeros contrato governamentais para produção de componentes e aeronaves, garantindo assim recursos que a possibilitaria investir pesado nos anos seguintes no desenvolvimento de novos produtos. Logo esta decisão se mostraria acertada, com a marca conquistando grande parcela nos mercados civis e militar nos anos seguintes.

No início da década de 1950, a era da aviação de combate a jato já estava plenamente estabelecida nas forças armadas norte-americanas, e fazia se necessário adequar as tarefas de instrução básica e e avançada a esta nova realidade. Esta demanda tinha por objetivo basico evitar quaisquers problemas de adaptação dos cadetes  as aeronaves de linha de frente, melhorando a qualidade de formação e consequentemente custos. Desta maneira em 1951 a Força Aérea Americana (USAF) estabeleceu os requisitos básicos para a abertura de um processo de concorrência para o desenvolvimento de uma aeronave de treinamento básico com dois assentos a reação. Este programa foi oficialmente lançado em maio de 1952, recebendo o codinome de Programa TX - Trainer Experimental (Treinador Experimental). Este programa recebeu a apresentação de quinze projetos distintos oriundos de oito empresas aeronáuticas americanas, entre estes estava o Model 318 da a Cessna Aircraft Company, sendo este uma das duas únicas propostas que apresentavam com solução uma aeronave com dois motores. Como diferencial marcante este projeto apresentava  a disposição dos assentos lado a lado, ao invés do tradicional perfil  “tandem” (um atras do outro), com esta nova configuração permitindo uma maior interação entre o instrutor e o aluno, fato necessário nos primeiros estágios de formação dos novos pilotos. Após uma serie de avaliações de todos os concorrentes o projeto da Cessna foi declarado vencedor, com o comando da Força Aérea Americana (USAF) autorizando em medos de 1953  a construção de três protótipos inciais para avaliação e desenvolvimento  que receberam a designação de XT-37. O  voo da primeiro protótipo do XT-37 ocorreu em 12 de outubro de 1954 a partir das instalaçoes da empresa na cidade de  Wichita no estado do Kansas, com esta aeronave sendo propulsada por dois motores turbojato J-69 Continental - Teledyne T-9 com 1.025 libras de empuxo cada.
Infelizmente durante os voos seguintes de avaliaçao, este protótipo sofreu um um grave acidente quando o piloto de testes não conseguiu recuperar o controle da aeronave após efetuar uma manobra de parafuso. Ensaios e pesquisas aerodinâmicas indicaram que o Cessna XT-37 apresentava uma tendencia a não sair do parafuso,  casos algumas condições especificas não fossem observadas.  Entre todas a mais grave provocada por diferença na tensão correta nos cabos de comando da aeronave, caso fosse aplicada uma tensão inferior ao ideal, este fator bloqueava  a deflexão total das superfícies de comando, impedindo a saída da aeronave de manobra por causa das forças aerodinâmicas resultantes, gerando assim graves riscos de acidente, perfil este completamente inadequado para uma aeronave de instrução. Com base nestas aferições o comando da Força Aérea Americana (USAF) exigiu a correção destes problemas e inclusão de melhorias aerodinâmicas, e o resultante deste processo passou a ser designado como XT-37A.  Avaliações realizadas nesta nova versão levariam a sua homologação e a celebração do primeiro contrato em meados de 1955 de produção englobando a entrega de quatrocentas e quarenta aeronaves. A primeira celula agora designada como T-37A foi oficialmente entregue a Força Aérea Americana (USAF) em junho de 1956. O o som agudo de suas duas turbinas J69 Continental-Teledyne -T-9 motivaram os pilotos a apelidarem jocosamente o modelo de Tweety Bird (canário), apesar da ironia o emprego do modelo nas bases aéreas  norte americanas demandou a obrigatoriedade do uso de equipamento de proteção auricular para todo o pessoal de terra, bem com a adaptação das instalações das bases aéreas com janelas anti ruido. Em 1957, o Exército Americano (US Army) avaliou três T-37As para observação no campo de batalha e outros papéis de apoio ao combate, mas acabaria adquirindo o turboelice Grumman OV-1 Mohawk para o emprego nestas tarefas.

Como citando anteriormente  encomenda inicial previa a entrega de mais de quatrocentas aeronaves, porém o excelente desempenho renderia uma novo contrato com a aquisição de mais noventa células, que deveriam ser entregues até fins do ano de 1959, elevando assim a frota da Força Aérea Americana (USAF) para mais quinhentas aeronaves do modelo Cessna T-37A Tweety Bird. No inicio da decada de 1960 o comando da força aérea solicitou ao fabricante um estudo para melhorar o desempenho da aeronave, neste momento o departamento técnico do fabricante sugeriu emprego de uma versão atualizada dos motores J-69-T-25 Updated que proporcionavam cerca de 10% a mais de empuxo. Esta nova versão receberia a atualização da suíte avionica e sistemas de comunicação. Após a aprovação da proposta a aeronave recebeu a designação de Cessna T-37B, levando a assinatura de um contrato de produção de quinhentas e cinquenta novas células que deveriam ser entregues até meados de 1973, além da modernização de duzentas e três aeronaves da versão T-37A. Durante o emprego operacional entre os anos de 1965 a 1970 foram registrados vários acidentes graves em acidentes com impacto de aves, levando a necessidade da troca do canopy original de todas as aeronaves, com os T-37B passando a receber um novo para-brisa feito de policarbonato Lexan plástico com 12,7 mm de espessura, que podia tolerar o impacto de 1,8 kg. kg) de aves a uma velocidade relativa de 468 km h. Em 1962, a Cessna sugeriu o T-37B como um substituto do North American F-100 Super Sabre como a aeronave principal da equipe de demonstração acrobática Thunderbirds, com esta proposta sendo rejeitada. Orginalmente os T-37A e T-37B não foram desenvolvidos para o emprego armado, porém em 1961 a empresa começou a desenvolver uma versão para instrução de ataque a solo, a este fator observa-se no momento uma demanda no mercado internacional por aeronaves para combate a guerrilha (COIN). Este esforços resultariam no Cessna Model 318C que era baseada na plataforma do T-37B, estando equipado com visor de tiro e provisão para emprego de bombas, lançadores de foguete e casulos de metralhadoras em quatro pontos fixos sob as asas.
Esta versão recebeu a designação militar de Cessna T-37C, sendo dotado com uma moderna avionica, sendo equipado com ADF e VOR, que permitia a instrução  e ataque em ambientes diurno e noturno. Por ser uma variante destinada a exportação não seria adotada pela Força Aérea Americana (USAF). Ao todo foram produzidas duzentas e setenta aeronaves que foram empregadas pelo Brasil, Colômbia, Paquistão, Birmânia, Chile, Grécia, Portugal, Turquia e Coreia do Sul. Já as aeronaves T-37A e T-37B em serviço na Força Aérea Americana (USAF) representaram o sustentáculo do processo de treinamento basico daquela arma aérea ate o inicio do ano 2000, quando passaram a ser substituídos pelos novos turbo hélices Beechcraft T-6 Texan II. A última unidade a operar o modelo na Força Aérea Americana (USAF) seria a 80ª Ala de Treinamento de Voo (Flying Training Wing) que faria uso deste treinador até o dia 31 de julho de 2009. As células remanestentes em em bom estado de conservação, após serem armazenadas nos Centros de Manutenção e Regeneração de Aeronaves (Aerospace Maintenance and Regeneration Center – Amarc), passaram a ser disponibilziadas as naçoes amigas nos termos do MAP- Military Assistence Program (Programa de Assistência Militar), com dezenas de aeronaves sendo transferidas a Colômbia, Equador, Bangladesh, Chile, Alemanha, Grécia, Jordânia, República Khmer, Peru, Vietnã do Sul e Tailândia.

Emprego na Força Aérea Brasileira.
Entre meados da década de de 1960 a Força Aérea Brasileira já mantinha em sua primeira linha de defesa aeronaves a reação como os Gloster F-8 Meteor e Lockheed F-80C Shooting Star, modelos este de alto desempenho que deveriam ser operados por pilotos habilmente treinados. Neste contexto o sustentáculo do processo de formação e treinamento da Força Aérea Brasileira ainda estava baseando nos obsoletos monomotores com motor a pistão North American T-6D e T-6G Texan, que proporcionam um desempenho completamente insatisfatório quando engajados no estagio avançado de pilotos de caça nas modernar aeronaves a reação. Vislumbrava-se a necessidade emergencial de incorporar uma nova aeronave dedicada ao treinamento avançado, buscando em uma única ação melhorar o processo de formação, diminuir  gap de adaptação entre um vetor de treinamento a hélice e uma aeronave de combate a jato e também reduzir toda a escala de custos de operação e manutenção que as aeronaves mais desgastadas proporcionavam. Para se atender a esta demanda, o Ministério da Aeronáutica (MAer) abriu uma concorrência internacional para a aquisição de até cinquenta aeronaves de treinamento com motores a reação, para assim substituir, os veteranos e já ultrapassados, North American T-6D e T-6G Texan na instrução básica e avançada dos cadetes da então Escola de Aeronáutica - (EAer) . Diversas propostas seriam apresentadas, e as análises apontavam para escolha pelo modelo Cessna T-37C (Model 318), com este preenchendo o maior número dos requisitos determinados pelo Estado Maior da Aéronautica (EMAer). Além do aspecto técnico a proposta apresentada pela Cessna Aircraft Company concedia as formas mais atraentes de pagamento, sendo então escolhido como o novo treinador avançado da Força Aérea Brasileira. 

O contrato original previa a aquisição de quarenta células nova de fabricas do Cessna Model 318C, que receberiam as matriculas de FAB 0870 a 0909 e a designação militar de T-37C.  Imediatamente, seria criada uma Comissão de Fiscalização e Recebimento da Força Aérea Brasileira na Cessna - COMFIREM-CESSNA, na cidade de Wichita no estado do Kansas. Esta comissão coordenaria, a transferência de tecnologia de manutenção para os nossos técnicos, o treinamento dos primeiros pilotos da Força Aérea Brasileira, que realizariam o traslado em voo dos aviões para o Brasil, sendo esta equipe responsável também pelo recebimento das aeronaves. Seu translado em voo realizado por oficiais da Escola de Aeronáutica (EAer), seria iniciado em meados do ano de 1967, sendo composto em esquadrilhas constituídas com quatro ou cinco aeronaves, sempre acompanhadas por uma aeronave de apoio Fairchild C-119G. As primeiras aeronaves começariam a chegar à cidade de Pirassununga, no interior de São Paulo, sede do Destacamento Precursor da Escola de Aeronáutica - (DPEAer), em agosto do mesmo ano. O período compreendido entre o último trimestre deste e o próximo ano de 1968 seriam utilizados na complementação da dotação das aeronaves, bem como formar os novos instrutores de voo, preparar a sistemática de manutenção, assim como todos os manuais e procedimentos necessários ao voo de instrução. No dia 09 de setembro de 1968, seria realizado o primeiro voo de instrução com cadetes no Cessna T-37C no Brasil. Com a criação do Centro de Formação de Pilotos Militares (CFPM), na cidade de Natal, RN, em 1970, a Força Aérea Brasileira optaria pela compra de mais vinte e cinco aeronaves, do mesmo tipo, com estas recebendo as matriculas de FAB 0910 a FAB 0934. Esta nova unidade teria a responsabilidade de ministrar, em um ano, praticamente toda a instrução de vôo primária, básica e avançada para os cadetes do primeiro ano, selecionando-os como pilotos militares, que seguiriam, após, para a Academia da Força Aérea (AFA), novo nome da Escola de Aeronáutica (EAer), desde o dia 10 de julho de 1969 - onde fariam somente voos de manutenção, pois toda a seleção de voo já teria sido realizada no Centro de Formação de Pilotos Militares (CFPM).
Um grupo de instrutores da Academia da Força Aérea (AFA) resolveu formar uma esquadrilha de demonstração aérea, denominada de ESQUADRILHA CORINGA, equipada com nove aeronaves Cessna T-37C, no âmbito do Primeiro Esquadrão de Instrução Aérea - 1º EIA, em princípios de 1969, a fim de manter o treinamento do vôo de formação, assim como participar de atividades de representação aérea na própria academia, nas datas festivas como a entrega do espadim aos novos cadetes e na formatura dos aspirantes-a-oficial, no final de cada ano. Porém, o motivo principal do grupo seria proporcionar vibração e confiança aos jovens cadetes aviadores da Força Aérea Brasileira. A primeira demonstração aérea da Esquadrilha CORINGA foi realizada no dia 10 de julho de 1969, exatamente na entrega dos espadins aos novos cadetes e para comemorar a transformação da Escola de Aeronáutica em Academia da Força Aérea, assim como a transferência definitiva da Escola do Campo dos Afonsos para a Cidade de Pirassununga, SP. O sucesso foi total, sendo, inclusive, uma grande surpresa para todos os presentes que se impressionaram com a perfeição e o arrojo das manobras realizadas por nove jatos birreatores pesados na ala. Com a desativação temporária da Esquadrilha da Fumaça, em virtude da retirada de serviço dos aviões North American T-6D e T-6G, em 1976, a Coringa era a única esquadrilha de demonstrações da Força Aérea Brasileira, mesmo não sendo oficializada, porém, as solicitações para demonstrações eram enormes, em sua maioria atendidas pelo Comando da Academia da Força Aérea (AFA), dentro da disponibilidade das aeronaves e do quantitativo de horas de voo aprovadas para o esforço aéreo da Academia. Infelizmente, no final de 1978, a Esquadrilha Coringa fez a sua última demonstração, em decorrência da pouca disponibilidade dos jatos T-37C, que não atingiam o total de nove aeronaves para formar a Esquadrilha. Assim, o Comandante da academia determinaria que durante as solenidades os voos fossem realizados somente por quatro aeronaves, o que acarretou na prematura desativação de tão querida equipe, que tantas alegrias e emoções proporcionou aos cadetes da Academia da Força Aérea (AFA) e ao público em geral de 1969 a 1978.

A adoção deste treinador revolucionou a formação de pilotos na Força Aérea Brasileira, pois possibilitava aos cadetes em curso, o contato com uma aeronave muito semelhante em características de desempenho, com os modelos de primeira linha que dotavam as unidades de combate naquele período. Tal sistemática teve duração efêmera, pois em 1973 todos os T-37C foram concentrados na Academia da Força Aérea (AFA) , onde permaneceram como o treinador padrão para a formação dos novos pilotos militares brasileiros, sendo extinto assim o curso de Formação de Pilotos da Reserva. O atrito operacional iria cobrar um alto preço da frota de treinadores Cessna T-37C, em meados da década de 1970 um alto índice de acidentes se acumulava sobre o modelo, representando uma perda de vinte e uma células, ou 32,30% da frota. A este cenário se somavam mais fatores negativos, como altos custos de manutenção, problemas no fluxo de peças de reposição, fadiga estrutural  e alto custo de operação, resultando em cada cada vez mais críticos índices de disponibilidade da frota, que passavam a afetar todo o processo de instrução na academia. Clarificava-se assim a necessidade de promover a retirada da aeronave do serviço ativo da Academia da Força Aérea (AFA) , com este processo sendo iniciado em meados de 1978, esta solução seria dividida em duas fases, com o T-25 Universal passando a dividir o estagio de treinamento avançados com os Cessna T-37C proporcionando assim um transição menos traumática para os cadetes. Ja constava nos planos do Ministério da Aeronáutica (MAer) a adoção do treinador avançado Embraer T-27 Tucano, que se encontrava neste período em estagio final de desenvolvimento e deveria ser incorporado a partir de 1983, passando a assumir o papel do Cessna T-37C. Este processo de transição seria concluído até o inicio do ano de 1980, quando enfim o modelo deixou a Academia da Força Aérea com as aeronaves sendo transladadas até o Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMASP), localizado no Campo de Marte, na cidade de São Paulo, organização esta que era responsável pela aplicação das revisões gerais  denominadas de  IRAN (Inspection and Repair As Necessary).
Finalmente, todas as aeronaves foram concentradas no Campo de Marte, em São Paulo, no final de 1980, quando as mesmas começaram a ser preparadas para uma possível colocação em concorrência internacional para venda. O Boletim da Diretoria de Material - DIRMA de nº 028, de 20 de outubro de 1981, dá baixa do acervo da Força Aérea Brasileira de 42 aeronaves Cessna T-37C, remanescentes da antiga frota de sessenta e cinco aeronaves, recebidas em 1967 e 1970. Completando o processo, a Força Aérea Brasileira colocou à venda quarenta e duas aeronaves Cessna T-37C, em 1981, que estavam estocadas no Parque de Material Aéronautico de São Paulo (PAMASP). Apareceram inúmeros países interessados em adquirir tais aviões como o Chile, o Uruguai e até os Estados Unidos. Porém, foi a Coréia do Sul que apresentou a melhor oferta e acabou adquirindo todo o lote de aeronaves que foram entregues no mês de março de 1982. Assim, este magnífico avião, que teve a responsabilidade de formar toda uma geração de pilotos da Força Aérea Brasileira, conseguindo introduzir a doutrina do jato aos novos oficiais e capacitando-os para a pilotagem de aeronaves mais sofisticadas, com certeza, deixou um preito de saudade e emoção nos que tiveram o prazer de tê-lo voado ou, principalmente, nele ter começado os primeiros passos na arte de voar! . A aeronave T-37C FAB 0922 está preservada no Museu Aeroespacial. As outras aeronaves foram perdidas em acidentes durante os quinze anos de sua operação na Força Aérea Brasileira.

Em Escala.
Para representarmos o Cessna T-37C "FAB 0922", empregamos o kit GIIC (resina) na escala 1/48, modelo este que já apresenta as conversões pertinentes a versão operada pelo Brasil. Não necessitando assim de modificações em scratch que devem ser feitas caso o modelista faça a opção por modelos injetados disponíveis no mercado (Revell ou Monogram). Empregamos decais originários do modelo em combinação com decais confeccionados pela FCM Decais presentes no antigo  Set 48/10.

O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o terceiro padrão de pintura empregado nas aeronaves T-37C em uso pela Força Aérea Brasileira, inicialmente as células foram recebidas nos Estados Unidos com acabamento metálico, sendo depois adicionadas faixas de alta visibilidade no Brasil (empregado na CFPM e AFA), o terceiro padrão foi implementado após as revisões gerais em âmbito de parque (IRAN – Inspecion and Repair as Necessery) e mantido até sua retirada do serviço ativo.



Bibliografia :

- Cessna T-37C , Wikipédia -http://pt.wikipedia.org/wiki/Cessna_T-37
- Aeronaves Militares Brasileiras 1916 / 2015 – Jackson Flores Jr.
- Cessna T-37 Esse eu Voei Cel Av Antônio R. Biasus – Revista Força Aérea Edição 95
- História da Força Aérea Brasileia, Professor Rudnei Dias Cunha - http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/index.html

Fokker S.11 T-21 e S.12 T-22

História e Desenvolvimento.
A trajetória desta icônica empresa aeronáutica tem inicio no inicio da década de 1910, quando o estudante de engenharia Alemanha, Anthony Fokker cursava a universidade na Alemanha, e com os conhecimentos absorvidos desenvolveria sua primeira aeronave experimental o Spin (Spider). Aproveitando as melhores oportunidades na Alemanha, mudou-se para a capital Berlim, onde, em 1912, fundaria sua primeira empresa, Fokker Aeroplanbau, posteriormente mudando-se para o subúrbio de Görries, a sudoeste de Schwerin onde a empresa atual seria fundada, como Fokker Aviatik GmbH, em 12 de fevereiro de 1912. Inicialmente a empresa se dedicaria ao desenvolvimento de aeronaves civis para treinamento e pratica desportiva. Anthony Fokker logrou exito em comercializar uma quantidade considerável de aeronaves Fokker Spin para o governo alemão, o que lhe renderia os recursos necessários a montagem de uma fabrica na Alemanha destinada exclusivamente a atender as demandas do Exército Alemão (Deutsches Heer) na Primeira Guerra Mundial. A primeira aeronave desenvolvida exclusivamente para os alemães seria  o Fokker M.5, que era pouco mais do que uma cópia do frances Morane-Saulnier G, construída com tubo de aço em vez de madeira para a fuselagem, e com pequenas alterações no contorno do leme e do material rodante e uma nova seção de aerofólio. Versões armadas deste modelo passariam a contar com um sistema  de sincronização para as metralhadoras,  semelhante ao conjunto patenteado por Franz Schneider. Equipado com uma versão aprimorada desse equipamento, a aeronave M.5 se tornou o Fokker Eindecker, que devido ao seu armamento revolucionário, representaria uma das aeronaves mais temidas na frente ocidental. Sua introdução levaria a um período de superioridade aérea alemã conhecido como “Fokker Scourge”, que terminaria apenas com a introdução de novas aeronaves, como o francês  Nieuport 11 e o inglês  Airco DH.2.

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), os engenheiros da Fokker Aviatik GmbH estavam trabalhando no Fokker-Leimberger, uma metralhadora Gatling de doze canos com poder externo na rodada de 7,92 × 57 mm, que poderia ser capaz de disparar mais de 7.200 tiros por minuto. Apesar da visão e pioneirismo, o avançar  da Primeira Guerra Mundial levaria o governo alemão a assumir as operações da empresa, mantendo no entanto seu fundador como projetista chefe, esta decisão levaria a uma parceira “forçada” entre a Fokker (por sua experiência em produção de aeronaves) e a Junkers por seu pioneirismo em metal com ampla gama de técnicas de construção da estrutura da aeronave e conceitos avançados de projeto. Esta uniao entre empresas, visava unir o melhor das duas empresas o que levaria a criação da Junkers-Fokker Aktiengesellschaft, ou Jfa, em 20 de outubro de 1917. No entanto esta parceria se mostraria problemática, levando a sua dissolução. Porém conceitos oriundos desta rapida união seriam aproveitados nos novos modelos, fato este que resultaria uma semelhança visual entre as aeronaves desses dois fabricantes durante o próxima década. Alguns dos tipos notáveis produzidos pela Fokker durante a segunda metade da guerra, todos projetados principalmente por Herr Platz, incluíriam o biplano Fokker D.VI, o triplano Fokker Dr.I ou Dreidecker (lembrado como a aeroanve de caça do Barão Vermelho), o Fokker Biplano D.VII (a única aeronave já mencionada diretamente em um tratado: todos os D.VII foram escolhidos para entrega aos aliados nos termos do acordo de armistício) e o monoplano de guarda-sol Fokker D.VIII. Com o final do conflito e a assinatura do Tratado de Versailles que proibia a Alemanha de fabricar aeronaves e motores para o emprego militar, Anthony Fokker voltou a seu pais onde fundou a Nederlandse Vliegtuigenfabriek, e passaria a fabricar aviões comerciais.
Na década de 1920, a Fokker Aviatik GmbH entrou em seus anos de glória, tornando-se o maior fabricante de aeronaves do mundo no final da década de 1920. Seu maior sucesso foi o avião de passageiros trimotor F.VIIa / 3m de 1925, usado por 54 companhias aéreas em todo o mundo e conquistou 40% do mercado americano em 1936. Ela inicialmente dividiria o mercado europeu com as aeronaves de metal produzidas pela Junkers, mas posteriormente passaria a dominar as vendas no só na Europa, mas também no mercado norte americano até a chegada do Ford Trimotor, que copiou as características aerodinâmicas dos conceitos estruturais dos modelos concebidos pela Fokker F.VII e Junkers. Em 1923, Anthony Fokker se mudaria para os Estados Unidos, onde, em 1927, estabeleceu uma filial norte-americana de sua empresa, a Atlantic Aircraft Corporation, que foi renomeada como Fokker Aircraft Corporation of America. Com o falecimento de seu fundador em 1939 vítima de meningite, a empresa passaria novamente para o controle alemão, agora  durante a Segunda Guerra Mundial, e seria encarregada da produção em larga escala de aeronaves de treinamento básico para a Força Aérea Alema (Luftwaffe) como os Bucker Bu-181 Best Man, e também seriaresponsável pela produção de importantes componentes para as aeronaves de transporte Junkers Ju-52/3M. No período pós-guerra a empresa começaria a se reerguer, inicialmente elucidando esforços para o desenvolvimento do mercado de aeronaves leves de treinamento, tendo como objetivo a necessidade de várias forças áreas europeias na substituição dos já obsoletos De Havilland DH-82 Tiger Moth nas missões de treinamento primário. Este conceito  se baseava em uma aeronave monoplana asa baixa com assentos de piloto e instrutor dispostos lado a lado, estrutura metálica, trem de pouso fixo e cabine fechada, representando um grande avanço sobre a maioria dos aviões de treinamento primário daquela época. O primeiro protótipo designado pelo fabricante como Fokker S.11 Instructor, alçou voo em 18 de dezembro de 1947, iniciando assim um etapa de ensaios em voo que demandariam melhorias no projeto.

Dispondo da versão final de produção, a diretoria da empresa  iniciaria em 1947, uma campanha de demonstração para potenciais compradores, entre estes a própria Real Força Aérea Holandesa (NLAF), que ficaria impressionada com as caracteriscas positivas da aeronave, levando assim a celebraçao do primeiro contrato militar do modelo prevendo a aquisiçao de trinta e nove células, destinadas a substituição dos Bucker Bu-181. O próximo cliente da Fokker seria a recém-criada Força Aérea de Israel (Hel HaAvir) que adquiriu inicialmente quarenta e uma aeronaves. Neste mesmo momento,  renascida Força Aérea Italiana - AMI (Aeronautica Militare Italiana) também estava em busca de uma nova aeronave de treinamento primário, elegendo o Fokker S.11 como seu modelo padrão, resultando em um contrato de produção sob licença pela empresa Aeronautica Macchi Sp.A, envolvendo a montagem de cento e ciquenta células. Ao contabilizarmos as aeronaves produzidas pela empresa holandesa e sob licença, o total de células entregues atingiria a cifra de trezentos e cinquenta e oito aviões até o ano e 1958. Em 1948 as linhas de produção da Fokker estavam engajadas na produção do S.11 Instructor , quando a equipe de projetistas da N.J Konklijke Nederlandshe Vliegtuigen Fabriek Fokker iniciaram estudos para o desenvolvimento de uma versão triciclo da aeronave, agregando uma bequilha, porém inicialmente a proposta não foi aceita pela diretoria da empresa em face do foco no Fokker S.11. Porém em 1949, seria dado o aval para o desenvolvimento desta nova versão, que recebeu a designação de Fokker S.12 que era rigorosamente idêntico ao seu antecessor, distinguindo se unicamente pela incorporação de uma bequilha e pelo deslocamento à ré dos trens principais de pouso.
A nova versão era rigorosamente idêntico ao seu antecessor, distinguindo se unicamente pela incorporação de uma bequilha e pelo deslocamento à ré dos trens principais de pouso. O primeiro protótipo deste modelo aprimorado com matricula cn 6287, alçaria voo em meados de 1950, tendo em seu comando o experiente piloto de testes holandes Gerben Sondermann. Apesar das expectativas positivas o Fokker  S.12 não lograria o mesmo êxito do modelo antecessor , não sendo assim  incorporado pela Real Força Aérea Holandesa (NLAF) o que evidentemente desestimulou as exportações da aeronave. Quase a totalidade das células produzidas para o atendimento de um contrato brasileiro seriam desativadas no início da década de 1970.  

Emprego na Força Aérea Brasileira.
Ao término da Segunda Guerra Mundial, a jovem Força Aérea Brasileira dispunha de mais de mil e quinhentas aeronaves de origem norte americana em serviço, que foram disponibilizadas ao paisdurante o conflito, sendo cedidas nos termos do programa Leand & Lease Act (Lei de Empréstimos e Arrendamentos). Neste momento contava-se com o que havia de mais moderno em termos de aviação de combate, patrulha, transporte e treinamento, se notabilizando por ser a maior força aérea do hemisfério sul.  Apesar deste cenário positivo, era obvio que o rápido avançar da tecnologia aeronáutica vivenciado nos ultimo anos da década de 1940, iria gerar um salto evolutivo muito grande, que com certeza relegaria rapidamente a obsolescencia de grande parte dos vetores em serviço no pais. A este fato se somava-se a necessidade de manter a frota em índices de disponibilidade aceitável, o que passava a ser negativamente influenciado pela descontinuação da produção de um grande numero de aeronaves e componentes logo após os anos de 1946 e 1946. Por fim vislumbrava-se a necessidade de manter o processo de integração nacional que só poderia ser efetivado com o uso de aviões tendo em vista o perfil continental do pais. A conjunção destes fatores direcionava-se para criação de uma indústria aeronáutica nacional que pudesse em um primeiro estágio produzir ou montar no Brasil, inicialmente aeronaves básicas para a absorção de tecnologia de manufatura . Neste mesmo período o Ministério da Aeronáutica (MAer) estudava alternativas alternativas para a substituição de sua já envelhecida frota aeronaves de  treinamento básicos  Fairchild PT-19 & PT-3FG, que além não possuir um envelope de voo adequado as novas aeronaves na linha de frente da Força Aérea Brasileira, passava a sofrer como citando anteriormente com grandes índices de indisponibilidade operacional.

Os estudos derivariam para propostas de fornecimento de aeronaves de treinamento básico, que possuíssem em seu escopo as primícias de transferência  de tecnologia de manufatura industrial, visando assim a transferir conhecimento de produção ao país. Varias propostas foram apresentadas por fabricantes internacionais tendo em vulto o substancial volume de aeronaves as ser adquirido, entre estas uma apresentada em meados de 1950 por empresários brasileiros em parceria com a empresa holandesa Fokker demonstrava maior potencial de desenvolvimento. Este processo era tão abrangente que não compreendia apenas a produção sob licença mas o estabelecimento de uma subsidiaria brasileira da empresa que receberia o razão social de Fokker Industria Aeronáutica S/A, devendo a mesma estar locada nas próprias instalações da Fábrica do Galeão na cidade do Rio de Janeiro – RJ. Apesar as negociações comerciais iniciais fluírem rapidamente,  haveriam complicações de quanto as tratativas da nova empresa com o Ministério da Aeronáutica (MAer). Os principais entraves estavam focados na engenharia de processos de produção, com esta indefinição de entendimento em busca de uma solução que atendesse as necessidades de ambas as partes, esta movimentação atrasaria o cronograma inicial em pelo menos dois anos. Em maio de 1952 este processo teria chegado a consenso e com base nesta definição o comando da Força Aérea Brasileira daria sequencia ao processo, enviando uma comitiva de oficiais aviadores e técnicos a Holanda,  para assim proceder a avaliação dos quatro modelos de aeronaves propostos para produção local, sendo o Fokker S.11, S.12 (monomotores de treinamento básico) Fokker S.13 (bimotor de instrução multimotores) e por fim o Fokker S.14 (jato de treinamento avançado). Inicialmente o Fokker S.13 foi reprovado, pois a aeronave apresentava desempenho inferior aos Beechcraft C-45  em uso, com o interesse se restringindo aos outros modelos.
Finalmente em 07 de agosto de 1953, seria assinado o contrato entre  Ministério da Aeronáutica (MAer) e a Fokker Industria Aeronáutica S/A.  Os termos deste acordo apresentavam um cronograma inicial de cinco anos para a entrega das aeronaves contratadas. Primeiramente seriam fornecidos cinco células do Fokker S.11-4, produzidos na Holanda e montados no Brasil, a estes seriam seguidos por mais noventa e cinco aeronaves do mesmo modelo que seriam fabricadas no Brasil, atingindo a exceção do motor quase 85% de nacionalização de componentes. Concluído este estágio inicial seriam entregues para a Força Aérea Brasileira, mais cinquenta aeronaves do modelo Fokker S.12, que nada mais era que um S.11 dotado com trem de pouso triciclo. Finalmente, este mesmo contrato previa a entrega inicial de cinco jatos Fokker S.14 fabricados na matriz holandesa, seguido por quarenta e cinco  aviões inteiramente produzidos no Brasil, e novamente a exceção do motor atingindo um índice de nacionalização de quase 70%. A partir deste momento seriam iniciadas os estágios de preparação das linhas de produção junto as instalações da Fabrica do Galeão, porém o pais seria sacudido pelo suicídio do presidente Getúlio Vargas, fato este que levaria ao desencadeamento de uma serie de eventos políticos, que iram impactar diretamente no desenvolvimento dos trabalhos da empresa holandesa no Brasil. Dentro deste contexto ocorreria ainda a troca no comando do Ministério da Aeronáutica (MAer), gerando consequentes desentendimentos entre os militares e os sócios da subsidiaria brasileira, levando assim ao cancelamento da encomenda dos jatos Fokker S.14. Em consequência destes problemas, os primeiro cinco Fokker S.11-4 só ficaram prontos no ultimo trimestre de 1956, representando quase dois anos de atraso sobre o cronograma inicial. Estas aeronaves seriam imediatamente transladas para a  Escola de Aeronáutica (EAer), onde seriam responsáveis para a formação dos novos cadetes no estágio básico de instrução. Por sua vez os primeiros quatorze exemplares produzidos no Brasil, agora designados  como T-21 seriam entregues entre os meses de janeiro e fevereiro de 1957. Quase que mensalmente esta frota era ampliada com o recebimento de uma ou duas células do modelo. Em abril de 1959, seriam incorporados a Escola de Aeronáutica (EAer),  os últimos quatro aviões, que concluíam a encomenda inicial de cem aeronaves.

A incorporação deste modelo, traria a Escola de Aeronáutica (EAer) significativo avanço em termos de qualidade de treinamento, sobre os já obsoletos Fairchild PT-19, que foram incorporados durante a Segunda Guerra Mundial. Sua moderna concepção com motor mais potente, estrutura metálica, com assentos lado a lado em uma cabine com canopy corrediço para trás, proporcionava aos cadetes um melhor processo de aprendizado, principalmente por apresentar características superiores de desempenho o aproximando do perfil operacional das aeronaves de primeira linha na época. Devido aos atrasos no cronograma de  entregas, por um curto período de tempo os Fokker T-21 chegaram a compartilhar com os antigos treinadores norte-americanos. Porém gradativamente estas novas aeronaves logo assumiriam a totalidade das noventa e cinco horas de voo básico, antes de migrarem para o programa de instrução avançada com os North American T-6C e T-6D. Conforme citado anteriormente, o contrato previa a aquisição de cinquenta células do modelo Fokker S.12, que deveriam começar a ser montadas a partir da entrega das últimas células do Fokker  S.11. Os reportados atrasos no cronograma levariam a primeira célula do agora designado como T-22, a ser entregue somente em maio de 1960, representando um atraso de quase quatro anos. As primeiras vinte e quatro aeronaves foram incorporadas a Escola de Aeronáutica (EAer), passando a ser empregadas no estagio de formação intermediário, com os cadetes iniciando a instrução no T-21, evoluindo para os T-22, antes de seguirem para a fase final junto aos North American T-6C e T-6D. Porém já em 1961, seria observado que em determinados segmentos do envelope de voo, aeronave apresentava indesejáveis características, que além de causar possíveis riscos de acidentes, impactava negativamente no nível de formação dos pilotos. Após deliberação interna, decidiu-se retirar o Fokker T-22 das tarefas de instrução intermediaria , transferindo estas aeronaves para diversas bases aéreas, parques de material e unidades para emprego em tarefas de ligação.
A inadequação dos T-22 no processo de treinamento, levaria o comando da Força Área Brasileira a iniciar estudos para uma possível substituição da frota dos T-21, que já começavam a apresentar os primeiros problemas de indisponibilidade da frota destas aeronaves junto a Escola de Aeronáutica (EAer). Esta demanda geraria a oportunidade para o desenvolvimento de uma aeronave nacional de semelhante perfil operacional, que se concretizaria no Aerotec T-23 Uirapuru. Estes novos aviões de instrução primária passariam logo a ser incorporados, retirando as aeronaves holandesas do processo de formação de novos pilotos da aeronáutica. Desta maneira seria desenhado um programa de desativação das células remanescentes, o primeiro passo seria dado com a doação de dezesseis células para as forças aérea da Bolívia e do Paraguai, com estas sendo revisadas no Parque de Material Aeronáutico dos Afonsos (PqAerAF) e transladadas por pilotos brasileiros a seus países de destino. No ano seguinte mais aeronaves foram submetidas a estes trabalhos de revisão geral antes de serem transferidas ao Departamento de Aviação Civil (DAC) que as repassaria para diversos aeroclubes. Em meados de 1973 as últimas aeronaves Fokker T-21 foram excluídos da carga da força aérea , com os T-22 seguindo o mesmo destino no ano seguinte . Vale ainda citar que a última  célula do Fokker S.12 a ser produzida na Fabrica do Galeão, não seria incorporada a Força Área Brasileira, sendo emprega para o desenvolvimento de projeto interno da empresa, visando conceber uma aeronave de transporte executivo, com a inclusão de extensas modificações no projeto original. Esta nova versão receberia a designação de Fokker 8FG Guanabara, sendo inclusa em carga na Força Área Brasileira como YT-22 0849, onde passaria a ser submetido a programa de ensaios em voo, que resultaram em uma analise negativa da aeronave quanto ao seu desempenho em voo, levando assim ao encerramento deste projeto experimental.

Em Escala:
Para representarmos o  Fokker T-21 " FAB 0705" empregamos o antigo kit da Smer na escala 1/40, modelo este extremamente espartano, porém de fácil montagem. Aplicamos pequenos detalhamentos em scratch na cabine. Decais  artesanais produzidos por nosso amigo Cesar Hares de Curitiba em conjunto com decais FCM completaram o conjunto.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura das aeronaves de instrução da Escola de Aeronáutica (EAer), mantendo este padrão até sua desativação em 1973, algumas aeronaves Fokker T-21 receberam ainda um esquema provisório camuflado em três tons.



Bibliografia :

- Fokker S-11  - Wikipedia - http://en.wikipedia.org/wiki/Fokker_S-11
- História da Força Aérea Brasileira , Prof Rudnei Dias Cunha - http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/index.html
- Fokker S-11 e S-12 Instructor - Rafael Pinheiro Machado
- Aeronaves Militares Brasileiras  1916 a 2015 – Jackson Flores Junior

Aerotec T-23 Uirapuru na FAB

História e Desenvolvimento. 
Ao término da Segunda Guerra Mundial, a jovem Força Aérea Brasileira dispunha de mais de 1.500 aeronaves de origem norte americana,  em serviço que foram disponibilizadas ao paios durante o conflito nos termos do Leand & Lease Act Bill (Lei de Empréstimos e Arrendamentos), contando com o que havia de mais moderno em termos de aviação de combate, patrulha, transporte e treinamento, se notabilizando por ser a maior força aérea do hemisfério sul. Apesar deste cenário positivo, era obvio que o rápido avançar da tecnologia aeronáutica vivenciado nos último ano do conflito, iria gerar um salto evolutivo muito grande que com certeza relegaria rapidamente a obsolescência de grande parte dos vetores em serviço no pais. A este fato se somava a necessidade de manter uma grande frota em índices de disponibilidade aceitáveis, pois grande parte destes modelos tiveram sua produção descontinuada no final da década de 1940, reduzindo sensivelmente a oferta de peças de reposiçao no mercado internacional. Por fim, vislumbrava-se a necessidade de se manter o processo de integração nacional, tarefa esta que só poderia ser efetivada com o uso de aviões tendo em vista o perfil continental do país.  A conjunção destes fatores direcionava-se para criação de uma indústria aeronáutica nacional, que pudesse não produzir componentes ou aeronaves sob licença (como já experimentando anteriormente com aviões alemães, norte-americanos e holandeses) mas também desenvolver e projetar aeronaves do zero, que deveriam ser customizadas as necessidades do país. Desta maneira visando se adequar a esta ousada demanda, um grupo de oficiais da Força Aérea Brasileira, liderados pelo brigadeiro Casimiro Montenegro Filho em consonância e colaboração com engenheiros e consultores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts – MIT (Massachusetts Institute of Technology), traçariam um plano estratégico de médio e longo prazo para o desenvolvimento da indústria aeronáutica brasileira.

As experiencias anteriores de manufatura de aeronaves no país como a produção dos biplanos Focke-Wulf FW-44J Stieglitz nas “Oficinas Gerais da Aviação Naval” (OGAN), North American T-6 Texan e  Fokker Instructor S.11 e S.12 na Fábrica do Galeão seriam amplamente analisadas por esta equipe, elencando os fatores de sucesso e problemas decorridos destes processo de montagem sob licença. Estes estudos resultariam na apresentação de um grande leque de dificuldades encontradas, e entre estas se destacava a necessidade de formação de recursos humanos de alto nível, capazes não só de absorver conhecimentos tecnológicos, como também buscar soluções adequadas ao contexto nacional. A prioridade inicial para o desenvolvimento de uma futura indústria aeronáutica nacional passaria pela formação adequada de engenheiros e técnicos que teriam por objetivo não só absorver know how internacional bem como proceder o desenvolvimento de novas aeronaves e tecnologias. Surgiria, assim, a ideia de criar escola de engenharia aeronáutica e um centro de pesquisas sobre tecnologia aeronáutica, iniciativas estas que se concretizariam na fundação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em 1950, e do Centro Técnico de Aeronáutica (CTA – atualmente Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial), no ano 1953, com estas duas instituições localizadas na cidade de São José dos Campos no interior do Estado de São Paulo. A formação de profissionais com grande conhecimento teórico e prático (em experiencias obtidas junto a Força Aérea Brasileira) teriam grande impacto na disseminação de tecnologias de ponta, que serviriam assim de base para motivação e criação de inúmeras empresas privadas do setor aeronáutico, como a própria Empresa Brasileira de Aeronáutica – Embraer.
Antes mesmo porém do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA formar os primeiros engenheiros aeronáuticos, surgiriam no país algumas iniciativas impulsionadas pelo anseio e apoio na industrialização aeronáutica de alta tecnologia, entre estas ganhava destaque a fundação da Industria Aeronáutica Aerotec S/A que fora erigida em 1962 na cidade de São José do Campos – SP, pelo empresário italiano Carlos Gonçalves, em conjunto com os engenheiros aeronáuticos Wladimir Monteiro Carneiro e Michel Cury. Esta nova empresa tinha por objetivo inicial ensaiar a produção de componentes de reposição básicos, para aeronaves civis de treinamento e turismo, segmento este que neste período atravessa um movimento de grande expansão. No entanto seus fundadores estavam atentos a todas as novas oportunidades de mercado, e entre estas vislumbrava-se a possível necessidade futura da Força Aérea Brasileira em proceder a modernização de suas aeronaves de treinamento básico, que neste momento sofriam com problemas de disponibilidade de frota e consequente obsolescência. Esta demanda do Ministério da Aeronáutica (MAer) deveria representar algo na ordem de pelo menos uma centena de novas aeronaves o que viria a despertar o interesse da empresa. Assim com base nesta possível oportunidade mercadológica, a equipe de projetos da Industria Aeronáutica Aerotec S/A, iniciaria o desenvolvimento de uma nova aeronave destinada a instrução primária. Como antevisto, durante a primeira metade da década de 1960, ficava claro para a Força Aérea Brasileira a clara necessidade emergencial de substituição dos seus treinadores holandeses Fokker T-21 e T-22 incorporados a frota da Escola de Aeronáutica (EAer) na década anterior, estavam apresentando problemas de disponibilidade de voo, gerando assim riscos a formação de novos pilotos.

Seguindo a diretiva estratégica de se fomentar o desenvolvimento de uma indústria de defesa nacional, decidiu-se que o substituto dos treinadores holandeses deveria ser projetado e fabricado no Brasil. Os parâmetros básicos para o desenvolvimento deste modelo deviam conceber uma aeronave de asa baixa de pequeno porte, com sua construção sendo totalmente composta em alumínio, com assentos lado a lado, alta manobrabilidade e trem de pouso triciclo. Este projeto tinha ainda por principal objetivo aliar características ideais de simplicidade, robustez e principalmente apresentar um baixo custo de operação. Ciente desta necessidade e primícias básicas de desenvolvimento, a Industria Aeronáutica Aerotec S/A, apresentaria para o Ministério da Aeronáutica (MAer) em fins de 1964,  seu projeto designado como A-122, que fora concebido pelos engenheiros Carlos Gonçalves e José Carlos de Sousa Reis. O conceito inicial da aeronave foi rapidamente validado, sendo liberada a construção do primeiro protótipo que seria concluído em abril de 1965. Agora sob a matrícula PP-ZTF, esta aeronave alçaria o primeiro voo nas instalações da empresa em 02 de junho do mesmo ano. Tratava-se de uma aeronave monomotora, metálica, biplace com assentos a lado a lado, duplo comando, asa baixa, trem de pouso triciclo e empenagem convencional, e estava equipado com um motor Lycoming O-300-B1, com quatro cilindros opostos horizontalmente, gerando uma potência de 100 hp. As primeiras avaliações indicariam a necessidade de se melhorar suas características aerodinâmicas, que resultavam em uma grande dificuldade para a aeronave sair de parafusos, característica essa que acabaria resultando em um acidente fatal, vitimando o piloto de testes. A fim de se sanar está a falha o projeto seria profundamente revisto, culminando na inclusão de uma quilha na parte posterior da fuselagem, eliminando assim esta falha. Neste processo verificou-se também necessidade de se aumentar a potência , resultando na troca do motor original por outro do mesmo fabricante agora na versão Lycoming 0-320-B1B, passando a  desenvolver 160hp de potência. 
Os dois primeiros exemplares de produção pré série voaram entre janeiro e abril de 1968, recebendo a denominação de Aerotec T-23 pela Força Aérea Brasileira. Além do Brasil a versão militar seria ainda exportada para a a Bolívia que efetuou um encomenda de 18 células em 1974  e para o Paraguai que em 1975 adquiriu 10 células, sendo que estes dois países receberiam mais células doadas pela Força Aérea Brasileira na década de 1980. A versão civil denominada A-122B foi comercializada somente em seu pais de origem, atingindo a produção de 51 aeronaves A partir de 1978 a Aerotec viria desenvolver um sucessor para o Aerotec T-23 , que passou a ser designado YT-17 Tangará, porém mudanças na sistemática de treinamento da Força Aérea Brasileira tornariam o Neiva T-25 Universal já em serviço como o sucessor natural ao Aerotec T-23. A partir de 1980 a Aerotec S/A passou a ser um importante fornecedor de componentes para a Embraer, sendo absorvida por esta empresa  em fins do ano de 1987.

Emprego na Força Aérea Brasileira.
As primeiras duas aeronaves do lote de pré-produção, seriam empregadas em um amplo programa de ensaios em voo entre os meses de janeiro e abril de 1968, recebendo após o término deste processo a homologação final por parte do Centro de Tecnologia da Aeronáutica (CTA). A finalização deste estágio levaria ao plano de negociação junto ao fabricante para a aquisição inicial de trinta aeronaves do modelo agora designado pelo fabricante como Aerotec A122-A Uirapuru (em homenagem a uma rara ave da fauna amazônica). Este contrato seria então oficialmente assinado em setembro do mesmo entra a empresa e o Ministério da Aeronáutica (MAer), envolvendo também neste pacote o segundo protótipo (ex PP-ZTT encontra-se exposto no Museu Aeroespacial - Musal), e as duas aeronaves do lote de pré-produção. As quatro primeiras células  do lote de produção seriam concluídas nas instalações da Industria Aeronáutica Aerotec S/A,  em São José dos Campos no interior do estado de São Paulo em fevereiro de 1970. Desta maneira estes aviões seriam preparados para entrega oficial a Força Aérea Brasileira, com esta cerimônia ocorrendo na Academia da Força Aérea – AFA, na cidade de Pirassununga – SP, no dia 06 de março de 1970, com estas células portando as matrículas de “FAB 0940 á 0943”. Imediatamente os agora designados como T-23 Uirapuru, passaram a ser incluídos no programa de desenvolvimento da doutrina de formação básica dos cadetes, visando assim preencher a lacuna deixada em 1962, quando os Fokker T-21 e T-22 foram retirados do processo de instrução da antiga Escola de Aeronáutica (EAer), devido a identificação que em determinados segmentos de envelopes de voo estas aeronaves apresentavam indesejáveis características em termos de qualidade voo, que assim impactavam negativamente no processo de instrução básica dos novos pilotos militares.

A longo deste ano mais células seriam recebidas na Academia da Força Aérea (AFA), o que permitiria ativar de fato e direito o  1º Esquadrão de Instrução Aérea -  Esquadrilha Antares e o 2º Esquadrão de Instrução Aérea - Esquadrilha Castor. Nestes esquadrões os cadetes receberiam instrução em manobras de precisão, acrobacias, vôos de formatura e por instrumentos, com setenta e cinco horas de voo no avião de treinamento primário - básico. Neste momento a aeronave passou a ser carinhosamente apelidada de Aerotec T-23 Zarapa, recebendo muitos elogios por parte dos instrutores e cadetes. Um segundo contrato foi firmado entre Ministério da Aeronáutica (MAer) e a Industria Aeronáutica Aerotec S/A prevendo a aquisição de mais vinte e sete aeronaves, que passariam a ser recebidas a partir de 1971 que passariam a portar as matrículas "FAB 0972 á 0999". Neste momento as aeronaves iniciais do lote de pré-produção foram transferidas para Parque de Material Aeronáutico de  Lagoa Santa (PAMALS), sediada na cidade homônima no interior de Minas Gerais, onde passariam a atuar como aeronaves orgânicas para missões de transporte e ligação tendo em vista que esta organização era o parque apoiador da aeronave. O recebimento deste segundo lote permitiria disponibilizar a aeronave para a dotação do Centro de Formação de Pilotos Militares (CFPM) sediado na Base Aérea de Natal no estado do Rio Grande do Norte, onde seriam incluídos no processo de formação de pilotos. No Centro de Formação de Pilotos Militares (CFPM), os Aerotec T-23 Uirapuru foram inseridos no programa de instrução, com as atividades se iniciando em março de 1971. O Curso de Piloto Militar teria a duração de dez meses, com o estágio básico realizado na aeronave brasileira, e o estágio avançado a cargo dos T-37C Tweety Bird. 
Em 1973, os jatos norte-americanos seriam transferidos para a Academia da Força Aérea (AFA), onde comporiam com os Neiva T-25 Universal e Aerotec T-23 Uirapuru o processo de formação daquela escola. Neste momento no Centro de Formação de Pilotos Militares (CFPM), os Neiva T-25 Universal passariam a executar as tarefas do Estágio Avançado. Em 1971, face aos trabalhos desenvolvidos pelo Estado-Maior da Aeronáutica (EMAer), seguindo a determinação de atender a demanda de “necessidade inadiável de aumentar os efetivos do Centro de Formação de Pilotos Militares”, o comando do Ministério da Aeronáutica (MAer), por meio do Aviso Ministerial nº R-033/GM4, em 22 de novembro de 1971, recomendaria aos Comandantes Gerais do Pessoal e de Apoio, e ao Comandante do Centro de Formação de Pilotos Militares, que todas as aeronaves Aerotec T-23 Uirapuru, adquiridas fossem entregues com a maior urgência possível ao Centro de Formação de Pilotos Militares (CFPM), com a exceção da permanência de uma aeronave junto ao Centro de Tecnologia da Aeronáutica (CTA) para ser empregada como aeronave de ensaios em voo. Esta recomendação seria atendida, e a partir de janeiro de 1972 esta organização passou a conter com substancial reforço de meios aéreos, o que muito contribuiria para que a instrução aérea se desenvolvesse sem maiores dificuldades. No ano de 1973, a conclusão da construção de toda a infraestrutura das instalações da Academia da Força Aérea (AFA), permitiriam que esta nova escola passasse a se incumbir das atividades que, desde 1970, eram desenvolvidas no Centro de Formação de Pilotos Militares (CFPM). Esta operação geraria a conveniência de se concentrar, em um só lugar, toda a atividade relativa à formação dos oficiais aviadores da Força Aérea Brasileira, permitindo assim desativar a partir de 1974 o Centro de Formação de Pilotos Militares (CFPM).

Desta maneira a Academia da Força Aérea (AFA) passaria a concentrar toda a frota das aeronaves Aerotec T-23 Uirapuru, porém neste momento a frota remanescente se mostrava perigosamente critica  em termos de células para a manutenção do programa de formação dos novos cadetes. Assim a fim de atender a esta demanda, o Ministério da Aeronáutica (MAer), exerceria uma opção de compra, envolvendo um contrato de mais quarenta em duas aeronaves em 1974.  Estas novas células passariam a ser entregues a partir do início do ano seguinte, onde seguiram em sua nobre missão de instrução primaria junto ao 1º EIA - Esquadrilha Antares e a  2º EIA - Esquadrilha Castor.  Ao longo deste período os Aerotec T-23 Uirapuru seriam submetidos a diversos programas básicos de modernização, que seriam realizados pelo Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa (PAMA LS), apresentando assim sempre ótimos níveis operacionalidade da frota. Em 1977 a Força Aérea Brasileira, concluiria que a aeronave mesmo apresentando limitações pertinentes ao seu envelope de voo e manobrabilidade, ainda poderia contribuir nos próximos anos no programa de formação, pois tais características de voo não seriam necessárias nas fases iniciais da instrução. Porém se fazia necessário promover a atualização de seus sistemas, criando assim desde o início para os cadetes uma melhor familiaridade com a aviônica básica que iriam no futuro confrontar nas aeronaves de primeira linha. Assim em meados de 1977,  seriam conduzidos estudos para um abrangente programa de retrofit estrutural e atualização de sistemas comunicação e a navegação, incluindo a adoção de sistema GPS. Este programa seria aprovado, sendo selecionadas quarenta e cinco células melhores condições estruturais e com menos horas de voo, que deveriam ser submetidas a um processo de modernização, sendo posteriormente transladadas as instalações da Industria Aeronáutica Aerotec S/A.
Em termos de visual a característica mais marcadas aeronaves que emergiriam deste programa seria evidenciada pela substituição da cobertura da nacele original, sendo incorporado um conjunto mais aerodinâmico, com esta nova “versão” recebendo a designação de T-23B Uirapuru. No início da década de 1980 o advento da introdução de modernas aeronaves nas unidades de linha de frente da Força Aérea Brasileira, clarificaria que o processo de instrução e formação ministrado pela Academia da Força Aérea (AFA) deveria ser aprimorado. Uma análise mais apurada, classificaria o T-23B Uirapuru como inadequado para se manter nas tarefas de instrução básica, pois além de carregar o peso da idade das células, também apresentava o envelope mínimo de voo necessário a este novo cenário. Desta maneira decidiu-se pela retirada gradual dos modelos em operação, neste período a Academia da Força Aérea (AFA) começava a receber a aeronave Embraer T-27 Tucano, o que permitiria então alocar os Neiva T-25 Universal no estágio de instrução básica. Assim em 01 de outubro de 1984 seria realizada na Academia da Força Aérea (AFA) a cerimônia oficial de desativação do Aerotec T-23B Uirapuru como aeronave de treinamento. Destas quatro células seriam convertidas em rebocadores de planadores operando em proveito do Clube de Voo a Vela (CVV-AFA), se mantendo em serviço até o recebimento de mais unidades dos Embraer Neiva Ipanema. Cerca de vinte células seriam transferidas para o Departamento de Aviação Civil (DAC) que promoveria a doação dessas aeronaves para diversos aeroclubes brasileiros, permanecendo em uso até os dias de hoje.

Em Escala.
Para representarmos o Aerotec T-23 "FAB 1739" pertencente a Academia da Força Aérea (AFA), empregamos o kit em resina da GIIC Modelos na escala 1/48, modelo de fácil construção e bem detalhado. Como aprimoramento do conjunto adicionamos o piloto oriundo de outro kit na mesma escala.  Utilizados decais confeccionados pela própria GIIC Models que estão presentes no set original do modelo.

O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura empregado nas aeronaves de instrução primaria e básica da Forca Aérea Brasileira, sendo empregado no Centro de Formação de Pilotos Militares (CFPM) e na Academia da Força Aérea (AFA). Em toda a sua carreira os T-23 Uirapuru ostentaram apenas este esquema de pintura, desde seu recebimento em 1970 até sua retirada de serviço ativo em 1984.


Bibliografia:

- Aerotec T-23 Uirapuru   Wikipédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Neiva_T-25
- Centro de Formação de Pilotos Militares – Instituto Histórico Cultural da Aeronáutica
- Aeronaves Militares Brasileiras – Jackson Flores Junior
- História da Força Aérea Brasileira - Prof. Rudnei Dias Cunha