No início da Segunda Guerra Mundial, os observadores norte-americanos que acompanharam as tropas britânicas em sua campanha no Norte da África perceberam que faltava um veículo especializado capaz de recuperar e transportar os carros de combate blindados imobilizados, seja por combate, seja por problemas mecânicos. A ausência deste tipo especifico de viatura ocasionaria como consequência a perda de numerosos carros de combate que tiveram de ser desnecessariamente deixados para trás e/ou destruídos para não caírem em mãos inimigas. Surgiria então deste cenário a necessidade em se desenvolver um novo veiculo de socorro apto a operar em qualquer terreno, capaz de transportar e recuperar todos os veículos norte-americanos, então em serviço, e, em particular, os carros de combate M4 Sherman. Uma concorrência nacional seria aberta, com diversas empresas, algumas das quais especializadas na fabricação de máquinas pesadas para mineração, apresentaram projetos que podiam suprir essa deficiência. Dentre várias propostas o projeto apresentado pela Knuckey Truck Company, de San Francisco, foi finalmente aceito. A companhia tinha muita experiência na construção de caminhões pesados e as diversas deficiências descobertas durante os pesados testes, a colocaram na frente das demais concorrentes, principalmente em virtude da sua transmissão por corrente dupla nos eixos traseiros. Curiosamente, pressões politicas e um forte lobby com interesses escusos, levariam a Knuckey Truck Company a não receber o contrato de produção, com seu projeto recebendo a chancela de “Segurança Nacional” o mesmo seria legalmente apropriado e direcionado a outro fabricante.
Contando com grande influencia junto aos congressistas, a empresa Pacific Car and Foundry receberia o projeto da Knuckey Truck Company e os contratos de produção deste novo veículo, com sua produção sendo iniciada em maio de 1943 se estendendo até fevereiro de 1945. O conceito de aplicação em campo consistia do trator sob rodas denominado oficialmente como M26, operando em conjunto com uma carreta (trailer), produzido pela empresa Fruehauf A Trailer Corporation, denominada M15. A conjunção destes dois equipamentos receberia a designação de M25 no inventário do Exército Americano (US Army). Devido à sua finalidade e ao seu tamanho imponente (17,48 metros de comprimento), o conjunto final recebeu o apelido de Carroça do Dragão (Dragon Wagon). O trator M26 com tração efetiva 6x6, possuía uma cabine blindada que protegia a tripulação de 7 homens do fogo de armas leves e estilhaços de artilharia. Tinha um tanque de combustível para 120 litros e fazia pouco mais de 40 km/h em estradas pavimentas e cerva de19 km/h em ambiente fora de estrada (off-road). Sua motorização podia ser composta pelos robustos TM 9-1767A ou Hall-Scott 440, com 6 cilindros em linha, a gasolina, fornecia 240 HP e tinha um deslocamento de 17,86 litros. Equipamentos derivados de um projeto marítimos produzidos desde o inicio da década de 1930, sendo comprovadamente eficientes e baixa manutenção. Tinha uma transmissão com 4 marchas à frente e uma ré. Possuía três guinchos, um posicionado à frente, sob o para-choques e ancorado no chassi, que podia puxar 18 toneladas. Possuía três guinchos, um posicionado à frente, sob o para-choques e ancorado no chassi, que podia tracionar veículos de até 18 toneladas.

O objetivo original do conjunto M25 era o de recuperação de veículos pesados avariados em combate ou imobilizados devido a falhas técnicas de grande monta e para isso contavam com um amplo leque de ferramentas destinadas a esta missão, incluindo equipamento completo de soldagem, um compressor de ar, correntes, cabos de reboque, polias hidráulicas de 10 e 20 toneladas e outros acessórios adequados à tarefa de recuperar blindados em campo. A este conjunto de acessórios havia ainda a opção de instalação de um pequeno guindaste na parte traseira da cabine com a finalidade de levantar cargas leves, ou para mudar uma roda. Além disso, na parte traseira, havia uma estrutura dobrável em A que podia ser erguida e travada em diferentes posições para facilitar o arraste dos veículos a serem recuperados. Muitas vezes a missões de socorro poderiam se dar em zonas de conflagração com alto risco, e para autodefesa o M26 dispunha de uma escotilha no teto da cabine com anel deslizante no qual uma metralhadora calibre .50 cal. podia ser instalada. Além disso, a tripulação dispunha de um kit de armamento pessoal como metralhadoras Thompson, carabinas M1, pistolas, granadas de mão e sinalizadores. Os primeiros conjuntos M25 Dragon Wagon começaram a ser entregues em fins do ano de 1941 sendo direcionados principalmente ao front europeu no ano seguinte, onde passaram a executar com maestria a missão para qual foram desenvolvidos, curiosamente observou-se que ao contrário do esperado o Dragon Wagon não seria era frequentemente usados em operações de recuperação durante o calor da batalha, o que tornava desnecessária a ampla blindagem de cabine empregada nos veículos, de modo que na versão posterior trator sob rodas designado como M26A1 este acessório foi removido, reduzindo além do peso o custo de produção.
Seu maior emprego no teatro de operações europeu se daria partir dos dias em que seguiram os desembarques no dia D, avançando em conjunto com as divisões blindadas do Exército Norte Americano no interior da França, Holanda e Bélgica, onde tiveram muito trabalho, face o alto numero de carros de combate Sherman avariados em batalha contra os modelos superiores Panzer alemães. Vale salientar que os índices de disponibilidade de carros de combate aliados neste cenário foi amplamente influencia pela pronta resposta em missões de recuperação pelos M25 Dragon Wagon. Curiosamente registros fotográficos apresentam diversas ocasiões em que estes veículos foram empregados para transportar para fora do front de batalhas inúmeros carros blindados alemães capturados a fim se serem enviados para os Estados Unidos e Gra Bretanha para avaliação de desempenho, visando descobrir fortalezas e fraquezas de projeto. Algumas poucas dezenas de M25 Dragon Wagon seriam empregados no teatro de operações no pacifico, com destaque na operação da tomada de Okinawa. Perto do final do conflito a inclusão de carros de combate no inventario do Exército Americano (US Army) com deslocamento superior ao M4 Sherman, levariam a necessidade de adaptação principalmente da carreta, gerando a versão M15A1 que expandia a capacidade de transporte para veículos com peso igual ao novo carro de combate M26 Pershing. O M25 Dragon Wagon ainda se faria presente em açao no pós guerra, quando centenas de conjuntos passaram a ser empregados na Guerra da Coreia, novamente a adição de carros de combate mais pesados levaria a necessidade de melhorias na motorização dos M26 e a criação de uma nova versão da carreta (trailer) que receberia a designação de M15A2.
O M26 continuaria em uso no Exército Americano (US Army) até meados do ano de 1955, quando passaram a ser substituídos novos semi trator sob rodas M123 6X6 de 10 toneladas, curiosamente as carretas (trailer) M15A2 passariam a operar com estes novos veículos se mantendo em uso ativo até o início da década de 1970, sendo empregado inclusive na Guerra do Vietnã. Com sua retirada do serviço ativo muitas unidades remanescentes foram vendidas ao mercado civil sendo empregados em tarefas de mas reboque de veículos pesados em áreas muito limitadas (como reboque de vagões de trem). Seu emprego comercial em rodovias era proibido devido a sua velocidade máxima ser inferior a 50 km/h. Algumas unidades seriam empregas pela NASA (Administração Nacional do Espaço) , transportando conjuntos dos foguetes Saturno o Programa Apollo. Sua produção foi encerrada em 1955 com um total de 2.100 M26/M25 Dragon Wagons entregues, além dos Estados Unidos este veiculo veria o uso militar na França, Japão, Grã Bretanha, Brasil, França e Iugoslávia.
Emprego nas Forças Armadas Brasileiras.
No início da Segunda Guerra Mundial, o governo norte americano estava preocupado com uma possível ameaça de invasão no continente americano por parte das forças do Eixo. Quando a França capitulou em junho de 1940, o perigo nazista a América se tornou claro. Se a Alemanha pudesse obter bases nas ilhas Canárias, Dacar e outras colônias francesas, o Brasil seria o local mais provável de invasão ao continente pelas potencias do Eixo. Além disso, as conquistas japonesas no Pacifico tornavam o Brasil o principal fornecedor de látex para os aliados, matéria prima para a produção de borracha, um item de extrema importância na guerra. Além deste aspecto, geograficamente o país era estratégico para o estabelecimento de bases aéreas e operação de portos na região nordeste, isto se dava, pois, esta região representava para translado aéreo, o ponto mais próximo entre o continente americano e africano, assim a costa brasileira seria fundamental no envio de tropas, veículos, suprimentos e aeronaves para emprego no teatro europeu. Este cenário levaria a uma maior aproximação política e econômica entre o Brasil e os Estados Unidos, resultando em uma série de investimentos e acordo de colaboração. Entre estes estava a adesão do país ao programa de ajuda militar Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), que tinha como principal objetivo promover a modernização das Forças Armadas Brasileiras, que neste período estavam à beira da obsolescência em equipamentos, armamentos e doutrina. Os termos garantidos por este acordo, viriam a criar uma linha inicial de crédito ao país da ordem de cem milhões de dólares, para a aquisição de material bélico, proporcionando ao país acesso a modernos armamentos, aeronaves, veículos blindados e carros de combate.
Entre os anos 1942 a 1945 o Exército Brasileiro receberia mais de 600 modernos carros de combate divididos entre os modelos M3 Lee, M3/A1 Stuart e M4 Sherman, e juntamente com os mesmos os primeiros passos no domino total de uma operação de blindados de combate. Ocorre, no entanto, que por fatores não divulgados o Exército Brasileiro, jamais receberia neste período, veículos de socorro sobre rodas ou sob esteiras especializados em tarefas de recuperação e transporte de blindados de combate deste porte como os M32 Sherman ou M25 Dragon Wagon. Dispondo e operando uma grande frota destes carros de combate era obvio que muito incidentes aconteceriam em campo quando do emprego em exercícios em ambiente fora de estrada. Com os veículos impedidos de se locomover por si só, devido a acidentes ou falhas mecânicas, era necessário remove-los e transportar aos locais específicos para manutenção. É fato afirmar que sem dispor de veículos de socorro, geralmente estas tarefas representavam desafios hercúleos, com o corpo de engenheiros fazendo uso de soluções improvisadas como empregar carros de combate similares para a tarefa ou ainda utilizar os robustos tratores Minneapolis Moline GTX 147 G-641. Estas soluções caseiras apesar de lograram relativo êxito demandavam um tempo de execução muito alto, criando frequentes problemas de indisponibilidade continuada dos carros de combate envolvidos, principalmente se estes fossem dos modelos M3 Lee e M4 Sherman com peso de deslocamento superior aos usuais M4/A1 Stuart (que compunham naquele período o esteio da frota de carros blindados).
Já o transporte por via rodoviária em termos práticos, quando em operações de deslocamento da frota com maior rapidez era algo praticamente impossível, pois não haviam caminhões ou pranchas rodoviárias adequadas, e em número suficiente para o emprego neste tipo de missão, apenas alguns experimentos seriam tentados fazendo uso de poucos Tratores sobre Cavalo Mecânico Emprego Geral de 8 toneladas (VTTNE) dos modelos Corbitt-White G-512 model 50SD6 e Diamond T980 conjugados com carretas para o transporte de carros de combate leve, porém se limitando a operação com os M3/A1 Stuart. Até o final da Segunda Guerra Mundial, o Exército Brasileiro viria a receber mais veículos militares nos termos do Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), porém curiosamente nenhum veículo especializado de grande porte, capaz de recuperar e transportar os carros de combate blindados imobilizados. Infelizmente durante os anos seguinte o Exército Brasileiro não teria esta deficiência atendida, gerando uma grande lacuna na doutrina operacional de recuperação e manutenção de carros de combate com eficiência. No final da década de 1940, os Batalhões de Carros de Combate (BCC), começaram a registrar vários eventos recorrentes de quebra em campo de seus carros de combate, mais notadamente relacionados a frota de carros M4 Sherman, criando como no passado uma série de transtornos operacionais para sua remoção e transporte até os pontos de manutenção, com a tendência destes eventos se tornarem mais e mais frequentes devido ao fator de envelhecimento da frota de carros de combate do Exército Brasileiro.
Com esta demanda se tornado cada mais emergencial, a direção da Escola de Motomecanização (EsMM) no Rio de Janeiro, começou a desenvolver estudos para solicitar ao Ministério do Exército pelo menos o mínimo necessário em termos de equipamento para iniciar o desenvolvimento da doutrina operacional de recuperação e transporte de carros de combate em campo. A oportunidade de ser atender a esta importante demanda começaria a se materializar no início da década de 1950, quando o governo brasileiro fazendo uso dos termos do programa norte americano MAP (Militay Assistence Program – Programa de Assistência Militar) iniciou um gradual processo de ampliação e modernização de suas forças armadas. No primeiro estágio o Exército Brasileira seria beneficiado com o recebimento de 30 carros de combate M4 Sherman, juntamente com 50 motores de reposição. O pacote abrangia também um conjunto para apoio em campo na operação destes carros blindados, sendo composto por um M32 Recovery Vehicle, três M74 Recovery Vehicle, um M39 (para transporte da equipe de manutenção e um conjunto M25 Dragon Wagon, composto por um cavalo mecânico sobre rodas M26 e uma carreta M15A1. Tanto o M26 quanto a prancha rodoviária M15A1 recebidos, eram oriundos dos estoques do Exercito Americano, se tratando das primeiras versões a entrarem em operação. Não existem registros oficiais quanto a operação do único Dragon Wagon no Brasil, mas acredita-se que tenha sido mantido na Escola de Motomecanização (EsMM) durante sua carreira operacional, infelizmente não existem dados sobre quando foram retirados do serviço ativo.
Apesar de breve carreira o emprego do "conjunto" M25 Dragon Wagon, forneceu subsídios para o desenvolvimento de veículos de produção nacional destinados a esta tarefa, a exemplo do FNM D-11000 e Scania 110 Super 6x6 17ton (militarizado pela Engesa). Quanto ao destino final do Dragon Wagon brasileiro, pairam diversos mistérios, com sua última aparição registrada como parte do acervo do Museu do Forte Copacabana no Rio de Janeiro, infelizmente foi removido juntamente com outros veículos em fins da década de 1970. Especula-se que o M25 foi levado para as instalações da empresa Avibras, a fim de ser empregado como objeto de estudo no desenvolvimento da carroceria e cabine blindada do sistema de foguetes Astros II, mas também não podemos descartar o fato de ter sido vendido como sucata ou ainda repousar perdido em alguma OM do Exercito Brasileiro. Quanto a prancha rodoviária M15A1 existem informações que a mesma é parte integrante do acervo do Museu Militar Brasileiro na cidade de Panambi, no interior do estado do Rio Grande do Sul.Em Escala.
Para representarmos o M26 “EB30-120” pertencente a Escola de Motomecanização (EsMM), empregamos o excelente kit produzido pela Tamiya na escala 1/35, modelo este que apresenta um excelente nível de detalhamento e grande quantidade de acessórios. Empregamos decais confeccionados pela decais Eletric Products pertencentes ao set "Exército Brasileiro "Veículos Militares Brasileiros 1944 - 1982 ".
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura tático do Exército Americano aplicado durante a Segunda Guerra Mundial, recebendo como alteração somente as marcações nacionais. Durante toda sua carreira o M25 Dragon Wagon ostentou este padrão com suas ultimas fotos coloridas realizadas no Museu do Forte Copacabana na década de 1970 atestando este fato.