Engesa EE-11 Urutu no Brasil

História e Desenvolvimento.
A História do primeiro veículo blindando de transporte de tropas sobre rodas a ser desenvolvido no Brasi, tem sua gênese no ano de 1958, quando o empreendedor e engenheiro mecânico José Luiz Whitaker Ribeiro fundaria no bairro de Santo Amaro na cidade de São Paulo uma microempresa voltada para a prestação de serviços em tarefas de manutenção e também produção de peças para os equipamentos da indústria petrolífera. Nos anos seguintes esta iniciativa se transformaria na Engenheiros Especializados S/A – Engesa. Sua trajetória seria o legado de um empresário dotado de grande inteligência, bagagem técnica e cultural, acurada visão de futuro e aptidão para selecionar valores humanos. Qualidades e aptidões que levariam uma modesta empresa do segmento de implementos para a indústria petroleira, a se transformar num complexo industrial-militar, que disputaria espaços no mercado de defesa internacional, competindo com os maiores e mais tradicionais produtores de armamentos de alta tecnologia. Em fins da década de 1960, a empresa estava completamente envolvida em um contrato firmado com a estatal de capital misto Petrobras S/A, fornecendo componentes para a exploração de petróleo. Neste contexto seus caminhões de transporte de carga enfrentavam com extrema dificuldade estradas de terra e barro para assim se deslocarem até as áreas de trabalho. Visando melhorar sua produtividade logistica Luiz Whitaker Ribeiro, vislumbraria a a necessidade de equipar sua frota própria com sistemas de tração mais adequados ao ambiente onde operavam. Nascia assim desta demanda o projeto de um sistema de caixa de transferência com tração total, que futuramente seria aplicada com sucesso em uma variada gama de veículos comerciais. Neste mesmo período o Parque Regional de Motomecanização, da 2 ª Região Militar (PqRMM/2) estava empenhado no projeto do primeiro veículo blindado com tração 6X6. Estes esforços buscavam desenvolver um veículo com o maior índice de nacionalização de componentes possível, envolvendo assim a participação de fabricantes de autopeças e componentes. E neste contexto uma empresa com grande capacidade técnica como a Engesa S/A não passaria despercebida aos olhos do comando do Exército Brasileiro, com está recebendo um convite formal para a participação no projeto do VBB-2 (Viatura Blindada Brasileira 2). Este seria primeiro passo que logo envolveria sua colaboração em diversos outros projetos de cunho estratégico, entre estes se encontrava o estudo de desenvolvimento do Carro de Transporte de Tropas Anfíbio (CTTA).

O programa de desenvolvimento do Carro de Transporte de Tropas Anfíbio (CTTA), tinha por objetivo promover a substituição total dos já obsoletos blindados meios lagartas norte-americanos dispostos nos modelos White Motors M-2, M-2A1, M-3, M-3A1 e M-5. Este novo modelo deveria proporcionar aos infantes uma maior proteção e apresentar ainda a inédita capacidade de operação anfíbia. Este projeto seria formatado em cima do conceito de um veículo blindado sob rodas com tração integral 6X6 e capacidade anfíbia, podendo transpor com facilidade grandes cursos de agua doce e marinha. Além da Força Terrestre este modelo também deveria ser incorporado ao no Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), possibilitando assim a retirada de serviço dos antigos caminhões anfíbios GMC DUWK e CAMANF Bisseli adquiridos entre  os anos de 1969 e 1970. Após a validação destas premissas, este projeto receberia a nova designação oficial de “Carro de Transporte sobre Rodas Anfíbio” (CTRA), com seu desenvolvimento sendo iniciado logo em seguida. O primeiro protótipo funcional seria completado em maio de 1971, e conforme estabelecido na fase conceitual, apresentava um design retilíneo em ângulos, sendo sua carroceria equipada com um sistema de blindagem em duas camadas, com a externa composta em de aço duro, e a armadura interna apresentando maior viscosidade. Visando priorizar a proteção dos infantes, o grupo motriz seria instalado na parte frontal do veículo, criando assim mais um nível de proteção passiva para a tripulação e seus ocupantes. Já frente do casco estava preparada para absorver impactos de munições perfurantes, com as demais partes protegidas contra projéteis de armas leves, estilhaços de minas e fragmentos de artilharia. Este protótipo, estava equipado com quatro snorkels (respiradores) rebatíveis para operação no mar, garantindo o suprimento de ar para os ocupantes e ao mesmo tempo proporcionando a vazão aos gases do escapamento. Contava ainda com um leme na traseira para facilitar a manobrabilidade na água e apresentavam capacidade de transporte de doze a quatorze soldados totalmente equipados, além da tripulação.
O Carro de Transporte sobre Rodas Anfíbio (CTRA), seria projetado visando oferecer um alto desempenho tanto em terra quando na agua, fazendo uso dos sistema de tração total Engesa, , possibilitando a viatura trafegar com tração 6x4 e 6x6 com bloqueio do diferencial traseiro. A carroceria seria montada em uma suspensão do tipo Boomerang (patenteado), operando com um conjunto de suspensão dianteira independente. Esta configuração permitia ao veículo enfrentar terrenos de difícil deslocamento, podemos transpor elevações significativas. Curiosamente neste protótipo a tração na água se dava apenas pela movimentação das seis rodas, sistema que posteriormente se mostraria inadequado. Após testes de ordem interna, este veículo blindado seria entregue ao Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN), para assim ser submetido a um exaustivo programa de ensaios em campo, que resultariam na aplicação de pequenas alterações e melhorias. A finalização deste processo resultaria na celebração do primeiro contrato de produção, realizado entre o Ministério da Marinha e a Engesa S/A, envolvendo seis viaturas que agora receberiam a designação oficial de Engesa EE-11 Urutu. O primeiro blindado deste tipo seria entregue ao Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN), em fins do ano de 1973. Os primeiros contratos de exportação seriam firmados logo em seguida, com quarenta carros sendo negociados com a Líbia e trinta e sete carros para o Chile, com mais intenções de compra sendo concretizadas ao longo dos anos seguintes. Sua versátil plataforma possibilitaria o fabricante a desenvolver e oferecer diversas versões especializadas como porta morteiro, apoio de fogo, oficina, antimotim, ambulância, carro comando e antiaéreo.  Dentre estas versões, destacaria-se se a variante "Uruvel", que dispunha de um canhão de 90 mm montado na mesma torre do carro de reconhecimento EE-9 Cascavel, inicialmente seu casco recebeuria uma configuração frontal em forma de quilha, conceito abandonado posteriormente com o retorno ao casco normal. Este modelo participaria de diversas concorrências internacionais, no entanto somente conquistaria um pequeno contrato envolvendo a exportação de doze viaturas para o Exército da Tunísia (Jaîsh el-Barr et'Tunsi).

Uma subversão do Engesa EE-11 Uravel designado como  “Hydracobra”, participaria de processos importantes de concorrência internacional, primeiramente para o atendimento de demandas das Forças Armadas Canadenses (Canadian Forces) e posteriormente em uma licitação para aquisição de veículos deste tipo para o  Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha dos Estados Unidos (US Marines Corps), mas infelizmente não seria selecionado em nenhum destes dois processos. Um segundo protótipo do  Engesa EE-11 Uruvel seria submetidos a testes severos de balística na Malásia, com sua sendo avaliada contra tiros reais de armas leves (calibre 5,56 mm 7,62 mm) disparados a distancias curtas de trinta e  cem metros. Em 1985 a Engesa S/A participaria com seu modelo EE-11 Urutu M-7 (customizado especialmente para operação em ambientes desfavoráveis estando equipado redutores planetários nas rodas) de uma importante concorrência na Índia, prevendo a aquisição de pelo menos trezentos veículos. Este protótipo seria enviado no ano seguinte para a avaliação do Exército Indiano (Bhāratīya Sthalsēnā), percorrendo trilhas nas montanhas de Tanglang La, trafegando em locais com até um metro de neve, a 5.359 metros de altitude e sob uma temperatura de 10º C negativos. Também sua operação seria avaliada no lago Tso Moriri, navegando a 4.500 metros de altitude enfrentado temperatura de 18º C negativos. Apesar de não ser adquirido pelo governo da Índia, este protótipo demonstraria suas qualidades do modelo na operação em ambientes inóspitos.  Logo em seguida a empresa passaria a sofrer com sérios problemas de ordem financeira, apresentando um grande déficit em termos de capital de giro no caixa da empresa. Este cenário de fragilidade financeira, seria agravado com uma alta inadimplência, ordem de US$ 200 milhões de dólares junto ao governo iraquiano, originada por contratos anteriores de fornecimento de veículos blindados e caminhões militares.  Infelizmente no dia 21 de março de 1990 a empresa entraria em processo de concordata preventiva (recuperação judicial), e apesar dos esforços este problema seria agravado ao longo dos meses seguidos. Sua falência seria enfim decretada em outubro de 1993, deixando assim uma dívida de R$ 1,5 bilhão (em valores atualizados), junto ao mercado, com a maior parte destas originadas em empréstimos não pagos junto ao Banco do Brasil e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Apesar desse melancólico final o Engesa EE-11 Urutu se provaria como um dos maiores sucessos da indústria de defesa nacional, pois além de suas características operacionais positivas, o fato de empregar o mesmo sistema de suspensão “boomerang” e diversos componentes mecânicos comuns ao EE-9 Cascavel gerava uma simplificação da cadeia logistica e processo de manutenção, atraindo assim uma grande gama de países já usuários do carro de reconhecimento da Engesa.  O Exército Brasileiro receberia ainda mais seis viaturas e um grande estoque de peças de reposiçao oriundos do massa falida da Engesa S/A, o restante dos insumos e componentes críticos seriam adquiridos em um leilão pela empresa carioca Universal Ltda. Ao todo entre os anos 1973 a 1983 seriam produzidos 888 viaturas desta família, dispostas em doze versões, com exportações sendo realizadas para Angola, Bolívia, Chile, Colômbia, Emirados Árabes Unidos, Equador, Gabão, Iraque, Jordânia, Líbia, Paraguai, Suriname, Tunísia, Venezuela e Zimbábue. A grande maioria destes carros ainda se encontra em operação e sucessivos processos de repotencialização e modernização implementados por diversas garantem seu emprego por mais duas décadas no século XXI.

Emprego nas Forças Armadas Brasileiras.
Atendendo ao cronograma previsto em contrato firmado com Ministério da Marinha em meados do ano de 1973, o Corpo de Fuzileiros Navais  (CFN) receberia seus primeiros dois Engesa EE-11 Urutu em janeiro de 1976 no Rio de Janeiro, com estes carros sendo transferidos ao Batalhão de Transporte Motorizado (BtlTrnpMtz), unidade destinada a operar futuramente este veículo, os demais veículos seriam incorporados até maio do mesmo ano. O processo de implantação operacional se mostraria tortuoso e complexo, principalmente pela não padronização dos veículos recebidos, apresentando sensíveis diferenças entre si (isto em função de não serem produzidos em série nesta primeira fase). A versão destinada a Marinha do Brasil, se distinguia do projeto original por possuir tubos rebatíveis nos flancos da carroceria, que quando levantados, asseguravam o suprimento de ar aos tripulantes, servindo ainda como snorkel, para auxiliar no sistema de vazão aos gases dos escapamentos.  Estes carros apresentariam ao longo deste processo diversas falhas mecânicas, com sua aplicação operacional sendo negativamente afetada por estas dificuldades. A não resolução a contento destas demandas acabaria por encurtar a carreira do modelo no Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), mas este não seria o principal fator, pois a decisão final por sua substituição, seria motivada por problemas de desembarque em praias, onde os veículos sob rodas se mostravam menos eficientes neste terreno irregular.  Os Engesa EE-11 Urutu começariam a ser retirados de serviço gradativamente, passando a ser substituídos pelos novos veículos blindados de transporte de tropa sob esteiras FMC M-113A1, que ao serem equipados com tração por esteiras eram mais adaptáveis ao desembarque anfíbios no litoral. A problemática apresentada na operação do veículo junto ao Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) , levaria a empresa, a proceder uma série de melhorias no projeto original. Surgiria assim o Engesa   EE-11 Urutu Modelo 2 Série 1, este novo modelo seria apresentado ao Ministério do Exército, recebendo em seguida o primeiro contrato de fornecimento, que previa a aquisição de quarenta carros, com cronograma prevendo a entrega dos primeiros carros no transcorrer do ano de 1977.

Os novos Engesa EE-11 Urutu M2 Série 1 recebidos, apresentavam as dimensões de 6,15 m de comprimento, 2,65 m de largura, 2,20 de altura com um peso vazio na ordem de 11 toneladas, podendo atingir 95 km/h em estradas e 2,5 km/h em águas calmas. Rapidamente estes novos blindados seriam direcionados aos Batalhões de Infantaria Blindada (BIB), aos Esquadrões de Cavalaria Mecanizada (EsqdCMec) e aos Esquadrões de Reconhecimento Mecanizado (RCMec), onde começariam a substituir os carros blindados de transporte de tropas meia lagarta White Motors M-2, M-2A1, M-3, M-3A1 e M-5 que ainda se encontravam em serviço.  Neste modelo, curiosamente, a tração na água se dava apenas pela movimentação das seis rodas, porém quando emprego real, verificou-se que este sistema era completamente ineficiente. A fim de corrigir esta falha todo o primeiro lote de veículos entregues seria devolvido ao fabricante, a fim de serem modificados mediante a instalação do kit de marinização que era composto por duas hélices e leme direcional (o mesmo aplicado anteriormente nos carros da Marinha do Brasil). Os Engesa EE-11 Urutu emergiriam deste processo se mostrando agora realmente funcionais na operação anfíbia, motivando assim o comando do Exército Brasileiro a celebrar mais um contrato de produção, envolvendo agora quarenta e cinco carros do modelo agora designado como EE-11 Urutu M-2 Serie 2. Mesmo antes da finalização da entrega deste segundo lote, um terceiro contrato seria firmado de sessenta carros, agora com o modelo apresentado um novo desing de casco, recebendo a designação de EE-11 Urutu M-2 Serie 5, com este sendo entregues até o final do ano de 1979, com mais dez unidades sendo incorporadas no ano seguinte. Em meados do ano de 1980, a empresa apresentaria o modelo EE-11 Urutu M-5 Serie 3, que trazia inúmeros melhoramentos de ordem mecânica, se destacando a adoção de um sistema de freios a disco e câmbio automático Alisson AT-545, recebendo do Ministério do Exército um contrato para mais vinte carros. Em 1988 uma nova aquisição de quarenta e cinco unidades da versão EE-11 Urutu M-6 Serie 4 seria efetivada, e por fim no seguinte quatro carros da versão EE-11 Urutu M-8 Serie 3.
Além da versão básica de transporte de tropas, seriam adquiridos ainda em menor número alguns veículos dispostos nas versões de comando e de socorro (este último equipado com guindaste hidráulico). Em 2006, seriam incorporadas mais seis unidades "novas", que estavam armazenadas pela empresa Universal Ltda, oriundas da massa falida da Engesa S/A, elevando para duzentos e trinta a quantidade de viaturas recebidas. Estes carros passariam a dotar principalmente os Batalhões de Infantaria Blindada (BIB), Esquadrões de Cavalaria Mecanizada (EsqdCMec) e Esquadrões de Reconhecimento Mecanizado ( RCMec), sendo utilizados em um vasto leque de missões. Os carros pertencentes ao Exército Brasileiro, seriam ainda empregados pela primeira vez em situações reais de conflagração, quando deslocados para operar nas missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), em Moçambique e Angola na década de 1990. Cabe ao veículo ainda destacada atuação durante os treze anos em que as Forças Armadas Brasileiras, estiveram a serviço da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH). Neste cenário os Engesa EE-11 Urutu estiveram imersos em um cenario de conflagração assimétrico e urbano, descortinando a necessidade da aplicação de algumas adaptações e melhorias, entre estas a inclusão de uma torre blindada para o operador da metralhadora e motorista e adoção de um sistema hidráulico de lâmina frontal do tipo buldozer. Estas modificações seriam realizadas pela Centigon Blindagens do Brasil Ltda em parceria com o Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP).  Apesar destas adequações, clarificou-se que o sistema de blindagem original do  Engesa EE-11 Urutu, já não oferecia mais um nível de proteção adequada contra munições perfurantes especiais, levando assim a decisão de substituir o emprego do modelo nas áreas de maior risco pelos novos blindados de transporte de tropa Movag GmbH Piranha do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN).

As diversas versões adquiridas pelo Exército Brasileiro ao longo dos anos, apresentavam diferenças marcantes em termos de mecânica ou estrutura, cenario este que dificultava em muito a homogeneidade dos processos de manutenção, com a maior incidência de problemas se concentrando nos primeiros carros recebidos na década de 1970. Por exemplo, a primeira versão, era dotada de um sistema eletropneumático responsável pelo acionamento mecânico da tração dianteira, reduzida, bloqueio do diferencial traseiro, bomba de porão, pressurização da transmissão e sistema de navegação, sistemas estes cráticos e de ordem vital para o bom funcionamento do veículo, que enfrentavam problemas devido à falta de peças de reposição adequadas. Para amenizar esta situação, em 2005 um complexo estudo seria elaborado pela equipe técnica do Parque Regional de Manutenção da 3º Região Militar (PqRMnt/3), visando assim visando minimizar falhas e diminuir os custos com a manutenção. Uma viatura foi escolhida para uma detalhada análise, sendo posteriormente comparada a mais unidades, este estudo concluiu que boa parte da frota apresentava o mesmo grupo de sistemas danificados, sendo os mais frequentes identificados como quebra de engrenagens nas caixas de transferência e redução, quebra de engrenagens do boomerang, diferenciais danificados e conjunto de acionamento eletropneumático inoperantes. Vale destaque o processo de oxidação dos interruptores elétricos responsáveis pelo acionamento dos solenóides (estes responsáveis em mudar o sentido dos diversos atuadores da viatura). Também, boa parte dos solenoides elétricos, estavam com seu dispositivo de acionamento interno emperrados, devido à umidade e, provocando vazamento de ar, quando algum sistema era acionado.  A resolução destes problemas seria efetivada com a incorporação de um sistema de acionamento mais simples, composto por um painel com válvulas de controle direcional de fluxo de ar, tubulações flexíveis e engates rápidos nos atuadores, desta forma, tornou-se um sistema mais operacional, mais acessível para as atividades de manutenção, maior confiabilidade e fácil aquisição de peças, eliminando-se os interruptores elétricos, válvulas solenoides, fiação elétrica. Além deste programa, outros de ordem menos abrangente foram implementados ao longo dos anos, sendo conduzidos pelo Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) em parceria com empresas privadas, visando assim manter aceitáveis níveis de operacionalidade da frota.
Entre os anos de 2013 e 2014 o Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) em conjunto com a empresa Universal S/A desenvolveu o Projeto Urutu Ambulância, com o objetivo de modernizar os veículos mais antigos do modelo EE-11 Urutu Modelo 2, atualizando-os para o modelo "Modelo 6 Plus". O protótipo desta nova versão seria todo montado com base em uma carcaça zero quilômetro que se encontrava em estoque da empresa desprovida de qualquer componente interno. Esta nova versão, além de estar equipada com todo o aparato médico este modelo especializado dispõe caixa blindada com vidros à prova de balas para o motorista melhorando a visibilidade para condução em campo de batalha, com base neste protótipo foram convertidos mais dezoito carros do Modelo 2. A introdução em larga escala dos novos VBTT Iveco Guarani a partir de 2016 possibilitaria iniciar os estudos referente a desativação do veículo, com alguns três destes sendo transferidos ao Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), no Rio de Janeiro e onze sendo doados Ejército Nacional de Uruguay. Em 01 de setembro de 2022, seria publicado o Boletim do Exército (nº 36/2022), determinando a desativação de 129 viaturas blindadas de transporte de pessoal (VBTP) 6X6 EE-11 Urutu, de um total de 134 em carga. As cinco viaturas que continuarão em atividades são três da versão ambulância, pertencentes ao 10º Batalhão Logístico (10º B Log), de Alegrete (RS); 15º Regimento de Cavalaria Mecanizado-Escola (15º R C Mec-Es), do Rio de Janeiro (RJ); e 16º Batalhão Logístico (16º B Log), de Brasília (DF); e as duas restantes foram recentemente modernizadas pela empresa Columbus no Arsenal de Guerra de São Paulo e pertencentes ao 16º B Log e ao 13º Regimento de Cavalaria Mecanizada (13º RC Mec), de Pirassununga (SP), sendo esta última convertida para versão de garantia da Lei e da ordem (GLO). Uma grande parcela dos carros a serem desativados deve ser destinada a equipar mais unidades de policiais militares estaduais.

Em Escala:
Para representarmos o Engesa EE-11 Modelo 2 Série 5 Urutu “EB-12030", fizemos uso de um modelo em resina de fabricação artesanal na escala 1/35. Aplicamos diversas correções em scratch no kit original e incluímos detalhamentos oriundos de outros modelos desta escala. Empregamos decais confeccionados pela Decals e Books presentes no Set "Forças Armadas do Brasil".
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa segundo o padrão de pintura e marcações nacionais adotado pelo Exército Brasileiro a partir de 1983, sendo este mantido até os dias atuais. Os Engesa EE-11 Urutu do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil foram recebidos em um padrão de pintura semelhante aos do Exército Brasileiro, recebendo posteriormente o esquema camuflado idêntico aos M-113A1 e Engesa EE-9 Cascavel, no final da década de 1970.


Bibliografia: 

- Blindados no Brasil - Um Longo e Árduo Aprendizado - Volume I , por Expedito Carlos Stephani Bastos
- Blindados no Brasil - Um Longo e Árduo Aprendizado - Volume II, por Expedito Carlos Stephani Bastos
- Exército inicia a desativação do EE-11 Urutu - Paulo Roberto Bastos - www.tecnodefesa.com.br
- EE-11 Urutu  Wikipedia - http://pt.wikipedia.org/wiki/EE-11_Urutu