Origem e Desenvolvimento.
O conceito de armas sem recuo teve origem no século XIX, com o objetivo de mitigar o recuo de armamentos pesados, eliminando a necessidade de suportes robustos ou plataformas fixas. Contudo, naquela época, as limitações tecnológicas impediam a criação de sistemas práticos e eficientes. Foi apenas no início do século XX que engenheiros começaram a explorar soluções inovadoras, utilizando os gases propelentes para contrabalançar o recuo. Um marco significativo nesse desenvolvimento foi o canhão Davis, idealizado pelo comandante Cleland Davis, da Marinha dos Estados Unidos (US Navy) em 1910. Sua proposta consistia em um sistema que utilizava um contrapeso — seja uma massa inerte ou gases — expelido em direção oposta ao projétil, reduzindo significativamente o recuo. O primeiro protótipo funcional foi concluído em setembro de 1912, distinguindo-se por uma retroabertura que permitia a saída dos gases gerados pelo disparo, eliminando o movimento de recuo característico dos canhões convencionais. O sistema baseava-se em duas armas de mesmo calibre interligadas, uma delas carregada com bolas de chumbo e graxa, equivalentes em peso ao projétil da outra. Essa configuração conferia ao equipamento maior leveza em comparação aos canhões tradicionais de pequeno calibre, permitindo seu uso com maior mobilidade, seja por tropas a pé ou em veículos utilitários rudimentares. Apesar de sua inovação, o conceito não obteve ampla adoção na época, devido a restrições tecnológicas e à falta de interesse militar. Durante a Primeira Guerra Mundial, o canhão Davis foi utilizado de forma limitada, inicialmente projetado como arma anticarro, mas experimentalmente empregado pelos britânicos em papéis anti-zeppelin e antissubmarino. A partir de 1923, a União Soviética desenvolveu o Canhão de Reação Dinâmica (DRP, ou Dinamo Reaktivna Pushka), um sistema semelhante ao modelo norte-americano. Durante a década de 1930, diversos protótipos foram produzidos e testados, com calibres variando de 37 mm a 305 mm. As versões de menor calibre foram instaladas em aeronaves, como os bombardeiros leves Grigorovich IZ e Tupolev I-12, demonstrando a versatilidade do conceito. Paralelamente, a Alemanha também explorou o princípio de ação e reação de Newton. Engenheiros como Carl Puff desenvolveram projetos que utilizavam tubos de Venturi para direcionar os gases propelentes para trás, neutralizando o recuo. No campo da artilharia militar, o canhão sem recuo de maior notoriedade durante a década de 1930 foi desenvolvido pelo engenheiro russo Leonid Kurchevsky, em 1935.
Utilizando o calibre de 76 mm, esse modelo teve seu batismo de fogo na Guerra de Inverno (1939-1940), também conhecida como Guerra Soviético-Finlandesa. Montados em caminhões de médio porte, esses canhões demonstraram sua versatilidade em operações móveis. Durante o conflito, duas unidades foram capturadas pelas forças finlandesas e posteriormente entregues a observadores do Exército Alemão (Wehrmacht), evidenciando o interesse internacional por essa tecnologia. A Alemanha nazista destacou-se como pioneira no desenvolvimento prático de canhões sem recuo. Ainda na década de 1930, a empresa Rheinmetall-Borsig projetou modelos operacionais, como o 7,5 cm Leichtgeschütz 40 (LG 40). Esses canhões utilizavam um tubo de Venturi para direcionar os gases propelentes pela culatra, reduzindo o recuo e permitindo seu uso por infantaria ou tropas aerotransportadas. O LG 40 foi empregado com sucesso por paraquedistas alemães (Fallschirmjäger) em operações como a invasão de Creta, em 1941, demonstrando sua eficácia em cenários de alta mobilidade. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Exército dos Estados Unidos também adotou canhões sem recuo, como os modelos M-18 (57 mm) e M-20 (75 mm), empregados principalmente como armas anticarro nas fases finais do conflito. Contudo, esses modelos não receberam avanços tecnológicos significativos durante o período. Paralelamente, o desenvolvimento de armamentos portáteis, como os lança-granadas foguetes alemães Panzerschreck e Panzerfaust — amplamente utilizados em operações aerotransportadas — e a Bazooka norte-americana, concentrou os esforços de inovação em artilharia leve. Próximo ao fim da guerra, os Estados Unidos iniciaram o desenvolvimento de um novo canhão sem recuo, o M-27, de calibre 105 mm, projetado para enfrentar as blindagens mais avançadas dos tanques alemães. No entanto, com a rendição da Alemanha em maio de 1945, o projeto foi interrompido devido a cortes orçamentários na defesa. A retomada do investimento militar norte-americano veio em 1949, impulsionada pelas tensões com o bloco soviético e a intensificação dos conflitos na Península Coreana. Com o início da Guerra da Coreia, em junho de 1950, a produção do M-27 foi acelerada. As primeiras unidades entraram em combate em outubro do mesmo ano, mas enfrentaram sérios problemas de confiabilidade, peso excessivo e dificuldades na montagem, mira e disparo. Como resultado, os veteranos M-18 e M-20 foram preferidos pelas tropas em relação ao novo modelo de maior calibre, que não correspondeu às expectativas em condições reais de combate. Apesar dos contratempos enfrentados pelo canhão sem recuo M-27 durante a Guerra da Coreia (1950-1953), o comando do Exército dos Estados Unidos (US Army) permaneceu confiante no potencial de uma arma de maior calibre aliada à mobilidade.

Assim, determinou que a equipe técnica do Watervliet Arsenal desenvolvesse melhorias para o projeto do M-27. Esse empenho culminou na criação do canhão sem recuo M-40, com calibre de 106 mm, que representou um marco em termos de design e funcionalidade. O M-40 foi projetado com um tubo longo e equipado com um rifle semiautomático M-8C de calibre .50, montado acima do cano principal, cuja função era aprimorar a precisão do sistema de mira. O mecanismo de elevação e disparo era acionado por uma roldana central, que também operava a arma. O conjunto era sustentado por um tripé, designado M-79, dotado de uma roda de rodízio na perna frontal e uma roda de deslocamento central. Quando a roda de travamento era ativada, o rifle ficava fixo em rotação, permitindo apenas movimentos laterais controlados pela roda de deslocamento. Desenvolvido exclusivamente para tiro direto, o M-40 era acompanhado de equipamentos de mira, incluindo o rifle apontador M-8, que garantia maior exatidão nos disparos. A simplicidade do sistema conferia ao M-40 um peso reduzido, possibilitando seu transporte em veículos leves, içamento por helicópteros de primeira geração e até mesmo lançamento por paraquedas. As primeiras unidades foram entregues para avaliação no final de 1954 e homologadas para uso operacional em dezembro do mesmo ano. Em janeiro de 1957, foi firmado o primeiro contrato de produção, com entregas iniciais ao Exército dos Estados Unidos em maio de 1957. Posteriormente, o Corpo de Fuzileiros Navais (US Marine Corps) encomendou duzentas unidades do modelo M-40A1C, que entraram em serviço ativo a partir de abril de 1958, consolidando o M-40 como um recurso estratégico em operações militares. Ao ser integrado às unidades do Exército dos Estados Unidos, o M-40 de 106 mm assumiu um papel central como uma das principais armas antitanque e anticarro. Utilizava munições do tipo 105 × 607 mm M-344A1 HEAT (High-Explosive Anti-Tank), projetadas para perfurar blindagens. Além disso, o canhão era capaz de disparar projéteis M-466A1 HEP (High-Explosive Plastic), M-598A1 HEAP (High-Explosive Anti-Personal) e Canister. Para o papel antipessoal, destacava-se a munição M-581 APERST (Antipersonnel-Tracer Flechette Round), que oferecia eficácia contra tropas em campo aberto. Essa versatilidade reforçou a relevância do M-40 como uma ferramenta tática de grande valor no cenário militar da época. Embora a munição do canhão sem recuo M-40 fosse oficialmente classificada como calibre 106 mm, na realidade, pertencia ao calibre 105 mm. Essa designação foi adotada para evitar a utilização de munições incompatíveis desenvolvidas anteriormente para o canhão M-27. Um dos destaques do M-40 era a munição M-344A1 HEAT, fabricada originalmente nos Estados Unidos, capaz de penetrar mais de 400 mm de blindagem. Posteriormente, versões aprimoradas dessa munição, produzidas na Áustria e na Suécia, alcançaram a capacidade de perfurar mais de 700 mm de blindagem, demonstrando avanços significativos na tecnologia de armamentos anticarro.

O M-40 foi projetado para oferecer alta mobilidade, sendo tracionado manualmente por tropas de paraquedistas ou montado em diversos veículos. Inicialmente, foi instalado em jipes como o Ford-Kaiser M-151A1/C Mutt e o Willys M-38A1C. Mais tarde, passou a ser integrado a veículos blindados de transporte de tropas, como o M-113, e às Mulas Mecânicas M-274. Uma variante notável, conhecida como “Ontos”, foi desenvolvida com nada menos que seis canhões M-40 instalados em um veículo blindado sobre esteiras, ampliando sua capacidade de fogo em operações táticas. Nos países ocidentais de primeiro mundo, o M-40 foi amplamente empregado como arma anticarro durante as décadas de 1950 e 1960. Contudo, o avanço da tecnologia de mísseis guiados, mais precisos e eficazes, levou à sua substituição gradual. No Exército dos Estados Unidos (US Army), o M-40 foi completamente desativado em 1970, sendo substituído pelo míssil BGM-71 TOW, que oferecia maior alcance e letalidade. Após sua desativação, um grande lote de canhões M-40 foi mantido em reserva estratégica, refletindo sua relevância histórica e o reconhecimento de seu papel em conflitos anteriores. Os canhões sem recuo M-40 lograriam também grande sucesso no mercado internacional, com milhares de peças sendo exportadas para as forças armadas de Angola, Austrália, Áustria, África do Sul, Bahrein, Bangladesh, Bolívia, Brasil, Burkina Faso, Camboja, Camarões, Canada, Chad, Chile, China, Colômbia, Congo, Coreia do Sul, Republica Dominicana, Dinamarca , Egito, Equador, El Salvador, Estônia, Espanha, Emirados Árabes, França, Filipinas, Gabão, Guatemala, Grécia, Haiti, Honduras, Holanda, Índia, Ira, Iraque, Israel, Itália, Japão, Laos, Líbano, Lesoto, Libéria, Líbia, Madagascar, Malásia, Mauritânia, México, Marrocos , Mianmar, Nova Zelândia, Nicarágua , Nigéria, Noruega, Paquistão, Peru, Portugal , Rodésia, Singapura, Somália, Sri Lanka, Sudão, Suriname, Suíça, Suriname, Síria, Taiwan, Tunísia, Turquia, Uruguai , Venezuela e Zimbábue. Além da produção local nos Estados Unidos, os canhões sem recuo M-40 106 mm, seriam fabricados na Áustria, China, Índia, Irã, Paquistão, Coréia do Sul e Espanha. Seu batismo de fogo se daria durante a Guerra do Vietnã, porém estes canhões teriam destacada participação em diversos conflitos regionais ao longo do século passado, como a Guerra Ira x Iraque, Guerra Indo Paquistanesa, Guerra Civil Líbanesa e a Guerra Civil na Somália, atuando principalmente como arma de apoio da infantaria e também em combates contra veículos blindados ligeiros. Apesar de estarem operando há quase setenta anos, em muitas nações os M-40 106 mm, seguem desempenhando suas funções, devendo permanecer em serviço pelo menos por mais vinte anos.
Emprego nas Forças Armadas Brasileiras.
A modernização da artilharia de campanha do Exército Brasileiro teve início durante a Segunda Guerra Mundial, um momento pivotal que marcou a evolução de sua capacidade militar. Ao alinhar-se ao esforço de guerra dos Aliados, o Brasil tornou-se signatário do Lend-Lease Act (Lei de Empréstimos e Arrendamentos) dos Estados Unidos, obtendo um crédito de US$ 100 milhões. Esse recurso possibilitou a aquisição de equipamentos modernos, beneficiando significativamente o segmento de artilharia. Entre os armamentos recebidos, destacam-se os obuseiros M-1 Howitzer de 105 mm e M-2 Howitzer de 155 mm, além de canhões anticarro e antitanque leves, como os modelos M-1 de 57 mm e M-3 e M-3A1 de 37 mm. Esse processo de modernização foi complementado por um esforço consistente de formação doutrinária. O treinamento inicial foi conduzido por especialistas do Exército dos Estados Unidos (US Army), que compartilharam conhecimentos técnicos e táticos fundamentais. Esses ensinamentos ganharam relevância prática durante a campanha da Itália, com a criação, no âmbito da Força Expedicionária Brasileira (FEB), da Companhia de Canhões Antitanque. Embora não haja registros concretos ou fotográficos que comprovem o uso desses canhões em combates reais, especula-se que foram amplamente utilizados nos treinamentos ministrados por militares do V Exército dos Estados Unidos, experientes no manejo do canhão M-1 de 57 mm. Esse treinamento enfatizou a doutrina operacional e as técnicas de emprego contra blindados, capacitando os pracinhas brasileiros para os desafios do front italiano. Uma hipótese complementar sugere que o front italiano não era prioritário para os Aliados, o que pode ter restringido o acesso a armamentos mais avançados, como os canhões sem recuo M-18 de 57 mm e M-20 de 75 mm, amplamente utilizados em outros teatros de operações, como França, Bélgica, Países Baixos e Alemanha. O conhecimento adquirido na Itália foi disseminado às demais unidades do Exército Brasileiro após o retorno da Força Expedicionária Brasileira (FEB), fortalecendo a capacidade operacional do país. No início da década de 1960, o Brasil recebeu um novo lote de canhões M-1 de 57 mm, provenientes de unidades de infantaria do Exército dos Estados Unidos, cuidadosamente armazenados desde sua desativação no final dos anos 1950. Essa cessão, realizada no âmbito do Acordo Militar Brasil-Estados Unidos, incluiu um expressivo estoque de munições de 57 mm, permitindo equipar não apenas os Regimentos de Infantaria (RI) e as Companhias de Canhões Anticarros (CCAC), mas também alguns Esquadrões de Reconhecimento Motorizado (Esqd Rec Mec). Esse reforço representou um passo importante na consolidação da capacidade antitanque do Exército Brasileiro, ainda que os equipamentos recebidos já fossem considerados obsoletos para os padrões da época.
Consciente da obsolescência dos canhões anticarro e antitanque em uso, como os modelos M-1 de 57 mm e M-3 e M-3A1 de 37 mm, o comando do Exército Brasileiro iniciou, na década de 1950, estudos para promover um novo ciclo de modernização no segmento de artilharia. O objetivo era alinhar a Força Terrestre às inovações tecnológicas da época, garantindo maior eficácia operacional. Esses esforços culminaram em um relatório que recomendava a aquisição de um grande lote de canhões sem recuo M-40 Recoilless Rifle de 106 mm, considerados sucessores naturais dos modelos anteriores. As negociações para a obtenção dessas armas foram conduzidas junto ao governo norte-americano, sob os termos do Acordo Militar Brasil-Estados Unidos, firmado em 1952. Esse acordo possibilitou a cessão, em condições vantajosas, de diversos equipamentos militares, incluindo carros de combate, veículos utilitários, caminhões, armas portáteis, canhões convencionais e, de forma destacada, os primeiros canhões sem recuo M-40 de 106 mm. Em 1956, o Exército Brasileiro recebeu o primeiro lote desses canhões, acompanhado de um número limitado de jipes canhoneiros Willys M-38A1C. Essas armas foram imediatamente integradas, sendo inicialmente destinadas aos Batalhões de Infantaria Blindada (BIB), onde contribuíram significativamente para a evolução da doutrina operacional da Força Terrestre. O sucesso operacional do M-40 incentivou o comando do Exército Brasileiro a pleitear, junto ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a aquisição de um novo lote dessas armas. A solicitação foi atendida a partir de 1959, garantindo o fornecimento contínuo. Contudo, esse novo pacote não incluía os jipes Willys M-38A1C, o que demandou a busca por uma plataforma alternativa para operação em campo. Nesse contexto, a Willys Overland do Brasil, que já fornecia jipes civis “militarizados” às Forças Armadas, foi encarregada de desenvolver uma versão do jipe canhoneiro baseada no modelo Willys CJ-5. Esses veículos começaram a ser entregues a partir de 1962, permitindo a expansão do uso dos canhões M-40 para novas unidades operacionais do Exército. A primeira experiência de emprego dos canhões M-40 em um cenário de potencial conflito ocorreu no segundo semestre de 1965, quando um contingente de soldados e oficiais brasileiros integrou a Força Interamericana de Paz. Essa força multinacional, constituída pelos Estados Unidos em parceria com a Organização dos Estados Americanos (OEA) na República Dominicana, contou também com a participação de militares de Honduras, Paraguai, Nicarágua, Costa Rica e El Salvador. A presença brasileira nesse contexto marcou um momento significativo, demonstrando a capacidade operacional do Exército e a relevância dos canhões sem recuo M-40 em operações internacionais.

Em 1958, o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) da Marinha do Brasil passou a incorporar os canhões sem recuo M-40 e M-40A1 de 106 mm, por meio da aquisição de um lote inicial de jipes Willys M-38A1C, obtidos através do Programa de Assistencia Militar - MAP (Military Assistance Program ). A introdução dessas armas marcou um avanço significativo para a Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE), conferindo novas capacidades ofensivas e defensivas, especialmente em operações de desembarque anfíbio, onde a projeção de força era essencial. Tanto no Exército Brasileiro quanto no Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), os canhões M-40 e M-40A1 operavam com uma ampla variedade de munições, incluindo os tipos M-344 e M-344A1 HEAT (projetados para combate anticarro, antipessoal, contra edificações e fortificações) e M-581 APERST (munição antipessoal com flechettes, que liberava centenas de dardos metálicos para saturação em área). Essas características tornavam os canhões extremamente versáteis, capazes de enfrentar diferentes alvos em variados cenários operacionais. Apesar de sua facilidade de manuseio, alta cadência de tiro, poder de impacto e confiabilidade em campo, os canhões sem recuo apresentavam uma desvantagem significativa: o elevado estampido do disparo e a grande quantidade de fumaça gerada pelo escape dos gases propelentes, que denunciavam facilmente a posição do atirador ao inimigo. Essa característica exigia cuidados táticos adicionais para minimizar a vulnerabilidade das tropas. No Exército Brasileiro e no Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), os M-40 e M-40A1 eram frequentemente operados a bordo de veículos utilitários leves, como os jipes Willys M-38A1C, WOB CJ4, CJ-5, Ford Kaiser M-151A1C e Toyota Xingu, recebendo a designação operacional de VTE CSR 1/4 ton 4x4 (Viatura de Transporte Especializado - Canhão sem Recuo). Além disso, foram temporariamente montados em blindados de transporte de tropas VBTP M-113 e submetidos a testes em versões modificadas do utilitário nacional Gurgel X-15. Nesse contexto, os canhões eram empregados em operações contra veículos leves e em missões de apoio à infantaria, demonstrando sua versatilidade e valor tático. A integração dos M-40 e M-40A1 ao arsenal brasileiro representou um marco na modernização da artilharia, fortalecendo a capacidade operacional tanto do Exército Brasileiro quanto do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). Sua utilização em veículos leves e blindados ampliou a mobilidade e a flexibilidade das tropas, consolidando esses canhões como elementos fundamentais na doutrina militar brasileira durante as décadas de 1950, 1960 e 1970.

Em Escala.
Para recriar com fidelidade o canhão sem recuo M-40A1 de 106 mm, utilizado tanto pelo Exército Brasileiro quanto pelo Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) da Marinha do Brasil, recomendamos o uso do kit na escala 1/35 da AFV Club. Este modelo destaca-se pela excepcional qualidade e riqueza de detalhes, atendendo às expectativas de modelistas que buscam precisão histórica e estética. Para representar a versão empregada pelas forças brasileiras, não são necessárias modificações adicionais, bastando seguir cuidadosamente as instruções fornecidas no manual do kit.
O padrão de pintura utilizado nos canhões sem recuo M-40A1 de 106 mm pelas Forças Armadas Brasileiras, incluindo o Exército Brasileiro e o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) da Marinha do Brasil, foi consistentemente aplicado desde a chegada das primeiras unidades em 1956 até sua desativação, em 2011. Este esquema de cores, baseado no padrão Federal Standard (FS), permaneceu inalterado ao longo de décadas,
Bibliografia:
- O Brasil e a Rep Dominicana Bruno P . Vilella http://www.uff.br
- MSS 1A2 https://www.forte.jor.br/2018/09/01/brasil-leva-mais-de-30-anos-para-desenvolver-missil-anticarro