Esta notável empresa de construção aeronáutica alemã, foi fundada na cidade de Bremen em 24 de outubro de 1923 em pelo empresário Henrich Focke e seus sócios Georg Wulf e Werner Naumann, recebendo o nome inicial de Bremer Flugzeugbau AG sendo posteriormente renomeada como Focke-Wulf Flugzeugbau AG. Passando a produzir componentes aeronáuticos e aeronaves de pequeno porte treinamento e ligação, como os modelos FW-A3, FW-A4, FW-A5, FW-A6, FW-A7 e de aeronaves de transporte leve dos modelos, FW-A16 e FW-A17. A partir de 1930 a empresa ingressaria no nicho de aeronaves de transporte de passageiros, lançando os modelos Focke-Wulf A 33 e Focke-Wulf A 38. Em termos de aeronaves com aplicações militares seus esforços se resumiam a modelos de reconhecimento aéreo, treinamento e patrulha marítima, que obtiverem pouca expressão, tendo em vista que neste período a Alemanha ainda se encontrava sobre as restrições militares impostas pelo Tratado de Versalhes assinado após a rendição em 1918. No ano de 1931, o governo alemão sob o comando do presidente Paul Von Hindenburg, estava empenhado em grande programa de recuperação econômica, e um dos pontos focais deste processo passava pelo fortalecimento de seu parque industrial. Neste contexto o governo passou e exercer grande pressão sobre as empresas com a intenção de criar grandes corporações nacionais, com este processo levando a fusão da Focke-Wulf Flugzeugbau AG com a empresa Albatros-Flugzeugwerke, sediada na capital Berlim. Neste período o promissor engenheiro e piloto de testes, desta última empresa Kurt Tank, tornar-se-ia chefe do departamento técnico da empresa, passando a liderar inúmeros novos projetos. A partir de 1933, a Força Aérea Alemã (Luftwaffe) encontrava-se em um processo de renascimento como arma aérea efetiva, e apresentava como demanda básica a necessidade de formação de pilotos militares. No entanto estes esforços poderiam ser considerados como de teor “clandestino”, tendo que vista que as limitações impostas pelos “Tratado de Versalhes” impediam o país de dispor de uma força aérea representativa.
No intuito de se burlar estas limitações impostas por este tratado, seria estabelecido que toda uma estrutura de treinamento e formação de pilotos militares seria erigida sobre a imagem de formação desportiva e civil, sendo estas atividades liberadas nos termos do “Tratado de Versalhes”. Esta demanda seria destinada a equipe de projetos da Focke Wulf Flugzeugbau Gmbh que sobre o comando de Kurt Tank já investia recurso no desenvolvimento de uma nova aeronave de treinamento derivada do modelo S-24 "Kiebitz” uma aeronave premiada internacionalmente. A aeronave designada como Focke Wulf FW-44 apresentava configuração biplano com assentos em tandem (um atrás do outro), a fuselagem foi projetada como uma estrutura de aço tubular soldada feita de aço disponível comercialmente. Os elementos de moldagem parafusados na estrutura de aço tubular proporcionam ao casco uma seção transversal poligonal. A parte superior da fuselagem era feita do assento do piloto (assento traseiro) até a antepara de incêndio em chapa de metal, onde as entradas dos assentos do piloto eram fornecidas com escotilhas de acesso. O tecido foi impregnado à saída da fábrica e a parte inferior da fuselagem recebeu uma costura amassada para melhor manutenção estava inicialmente equipado com Siemens-Halske SH-14 com 150 hp de potência. O modelo fez seu primeiro voo em 05 de setembro de 1932. A concepção do projeto seria focada na simplicidade visando assim conceber uma aeronave de baixo custo de produção e operação que pudesse ser fabricada em larga escala industrial rapidamente.


No início da segunda metade da década de 1930 a Aviação Naval da Marinha do Brasil, possuía como esteio de sua frota de treinadores básicos os modelos, De Havilland DH-60 Gipsy Moth e DH-82 Tiger Moth, que apesar de serem aeronaves originalmente talhadas para esta missão, já apresentavam certo tempo de emprego, e passavam a apresentar baixos índices de disponibilidade. Este cenário desalentador, representava a consequência da total carência de treinamento, ferramental e material necessários aos processos de manutenção mais complexos das aeronaves em geral em uso na Aviação Naval. Havia a premente necessidade de renovação de grande parte da frota de aeronaves, mas havia também a iniciativa de não incorrer nos mesmos erros do passado em termos de manutenção e operação da frota. Assim criara-se a ideia de se buscar uma solução mais completa, abrangendo não só a aquisição de novas aeronaves, bem como a transferência de um certo nível técnico de conhecimento, para assim proporcionar aplicação de um processo de manutenção preventiva e corretiva. A melhor opção para o atendimento desta demanda, passava pela celebração de acordos que possibilitassem a produção no país sob licença, tendo como gestora a própria Marinha do Brasil (ao contrário da Aviação Militar do Exército que buscava parcerias junto a iniciativa privada). Este conceito seria fundamentado na “expertise básico” proporcionado pelas atividades realizadas pelas “Oficinas Gerais da Aviação Naval” (OGAN) sediada na Base de Aviação do Galeão, que naquele período mesmo que limitadamente se esmerava na realização de manutenções de quarto nível. Faltava então somente realçar essa capacidade e assim transformar este embrião técnico em uma fábrica de aviões que pudesse atender as demandas da Aviação Naval Brasileira.
Com o objetivo de se prospectar as melhores alternativas para aquisição e produção sob licença, o Ministério da Marinha, enviou delegações de oficiais ao exterior, para visitar as principais empresas de construção aeronáutica militares existentes na Alemanha, Estados Unidos, França e Itália. Nestas viagens, a equipe enviada a Alemanha, liderada pelo Comandante Raymundo Vasconcelos de Aboim, conheceria profundamente toda a estrutura industrial, processos de assistência técnica e portifólio de produtos da empresa Focke Wulf Flugzeugbau Gmbh. Nesta oportunidade seria apresentada a delegação brasileira, uma proposta amplamente vantajosa de fabricação sob licença de uma variada gama de aeronaves, abrangendo também significativa transferência de tecnologia de produção. Este programa de colaboração internacional englobava a produção sob licença no Brasil de três aeronaves distintas, como biplano Focke-Wulf FW-44J Stieglitz para treinamento primário, o monoplano FW-56 Strosser para treinamento intermediário e o bimotor monoplano FW-58 Weihe para treinamento multi motor. De acordo com esta proposta, as primeiras células seriam montadas inicialmente no Brasil por técnicos alemães com acompanhamento brasileiro, gradativamente componentes não críticos seriam nacionalizados, atendendo assim aos termos de transferência de tecnologia previstos no contrato. Um dos pontos de destaque contemplados neste contrato era o fornecimento de todo o suporte técnico para o desenvolvimento de uma engenharia de processo de produção, criando assim o conhecimento técnico tão ambicionado pelo Ministério da Marinha. Com o contrato assinado o próximo passo se daria em junho de 1936, com o lançamento da pedra fundamental das novas e amplas instalações da “Oficinas Gerais da Aviação Naval” (OGAN).
A primeira célula do Focke Wulf FW-44J destinada a Marinha do Brasil, seria recebida desmontada no porto do Rio de Janeiro em 02 de novembro de 1936, sendo montada por técnicos alemães, esta aeronave recebeu a matricula da Aviação Naval I1Fw-146, e teve seu primeiro voo em 10 de novembro do mesmo mês, novos voos foram efetuados para fins aceitação, gerando a decisão de se contratar a produção de dois lotes de vinte aeronaves entre os anos de 1937 e 1938. Concluído este processo, todos os esforços seriam concentrados no treinamento da equipe (operários e técnicos especializados) e preparação da linha de produção do Stieglitz (Pintassilgo), com a primeira aeronave do lote inicial alçando voo em 8 de maio de 1937 e a última em 4 de agosto do mesmo ano. Estas aeronaves receberiam as matrículas de “I1AvN-126 a I1AvN-145”. O segundo lote seria produzido entre 29 de janeiro de 1938 e 25 de julho do mesmo ano, recebendo as matrículas de “I1AvN-148 a I1AvN-167”. As aeronaves denominadas na Aviação Naval como “Pintassilgo” foram destinadas a Escola de Aviação Naval (EAvN) , onde substituíram a partir de 1937 os De Havilland DH82 e DH-82A Tiger Moth na 1º Divisão de Aviões de Treinamento, passando a realizar as missões de treinamento básico em prol da formação de pilotos. Nesta organização as aeronaves foram distribuídas em quatro esquadrilhas denominadas como 1-I-1, 2-I-1, 3-I-1 e 4-I-1. Em 1939 a Aviação Militar do Exército Brasileiro viria a receber duas células que seriam doadas pelo governo argentino, sendo originalmente produzidas pela Fabrica Militar de Aviones (FMA), portando as matriculas 57 e 58 e foram destinadas a Escola de Aeronáutica Militar (EaeM), sendo empregados em voos de adestramento pelos oficiais desta organização.
Em janeiro de 1941 a criação do Ministério da Aeronáutica (MAer) determinaria a transferência de trinta e seis aviões Focke Wulf (OGAN) FW44J e dois Focke Wulf (FMA) FW44J para a recém-criada Força Aérea Brasileiras (FAB), com estas aeronaves continuando em operação junto com todo o efetivo da extinta Aviação Naval da Marinha do Brasil, junto a 1º Esquadrilha de Adestramento Militar (1ºEAM). Dentro de um planejamento de organização da nova arma aérea, seria decidido maximizar recursos e operações, com o comando do Ministério da Aeronáutica (MAer) decidindo por concentrar todo o processo de formação de novos pilotos militares junto a Escola de Aeronáutica (EAer) que empregava efetivos e aeronaves oriundas da Aviação Militar do Exército Brasileiro. Esta diretiva deixaria os Focke Wulf FW-44J fora do processo de treinamento e formação de pilotos militas, sendo relegados a tarefas administrativas, com algumas aeronaves sendo ainda transferidas para a Diretoria de Aviação Civil (DAC). No entanto o desenrolar dos fatos históricos a seguir, levaria o Brasil a participar mais efetivamente dos esforços aliados na Segunda Guerra Mundial, o que em termos de planejamento estratégico levaria a necessidade de formação de um número maior de pilotos militares. Esta demanda culminaria na criação do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR), que passaria a ser equipada com as células remanescentes dos Focke Wulf FW-44J "Pintassilgos".
Com o objetivo de se prospectar as melhores alternativas para aquisição e produção sob licença, o Ministério da Marinha, enviou delegações de oficiais ao exterior, para visitar as principais empresas de construção aeronáutica militares existentes na Alemanha, Estados Unidos, França e Itália. Nestas viagens, a equipe enviada a Alemanha, liderada pelo Comandante Raymundo Vasconcelos de Aboim, conheceria profundamente toda a estrutura industrial, processos de assistência técnica e portifólio de produtos da empresa Focke Wulf Flugzeugbau Gmbh. Nesta oportunidade seria apresentada a delegação brasileira, uma proposta amplamente vantajosa de fabricação sob licença de uma variada gama de aeronaves, abrangendo também significativa transferência de tecnologia de produção. Este programa de colaboração internacional englobava a produção sob licença no Brasil de três aeronaves distintas, como biplano Focke-Wulf FW-44J Stieglitz para treinamento primário, o monoplano FW-56 Strosser para treinamento intermediário e o bimotor monoplano FW-58 Weihe para treinamento multi motor. De acordo com esta proposta, as primeiras células seriam montadas inicialmente no Brasil por técnicos alemães com acompanhamento brasileiro, gradativamente componentes não críticos seriam nacionalizados, atendendo assim aos termos de transferência de tecnologia previstos no contrato. Um dos pontos de destaque contemplados neste contrato era o fornecimento de todo o suporte técnico para o desenvolvimento de uma engenharia de processo de produção, criando assim o conhecimento técnico tão ambicionado pelo Ministério da Marinha. Com o contrato assinado o próximo passo se daria em junho de 1936, com o lançamento da pedra fundamental das novas e amplas instalações da “Oficinas Gerais da Aviação Naval” (OGAN).

Em janeiro de 1941 a criação do Ministério da Aeronáutica (MAer) determinaria a transferência de trinta e seis aviões Focke Wulf (OGAN) FW44J e dois Focke Wulf (FMA) FW44J para a recém-criada Força Aérea Brasileiras (FAB), com estas aeronaves continuando em operação junto com todo o efetivo da extinta Aviação Naval da Marinha do Brasil, junto a 1º Esquadrilha de Adestramento Militar (1ºEAM). Dentro de um planejamento de organização da nova arma aérea, seria decidido maximizar recursos e operações, com o comando do Ministério da Aeronáutica (MAer) decidindo por concentrar todo o processo de formação de novos pilotos militares junto a Escola de Aeronáutica (EAer) que empregava efetivos e aeronaves oriundas da Aviação Militar do Exército Brasileiro. Esta diretiva deixaria os Focke Wulf FW-44J fora do processo de treinamento e formação de pilotos militas, sendo relegados a tarefas administrativas, com algumas aeronaves sendo ainda transferidas para a Diretoria de Aviação Civil (DAC). No entanto o desenrolar dos fatos históricos a seguir, levaria o Brasil a participar mais efetivamente dos esforços aliados na Segunda Guerra Mundial, o que em termos de planejamento estratégico levaria a necessidade de formação de um número maior de pilotos militares. Esta demanda culminaria na criação do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR), que passaria a ser equipada com as células remanescentes dos Focke Wulf FW-44J "Pintassilgos".

Em Escala.
Para representarmos o Focke Wulf FW-44J “I1AvN 129” Pintassilgo da Aviação Naval da Marinha do Brasil, empregamos o antigo kit short run da Pegasus na escala 1/72. Modelo este de rustica concepção que necessita da confecção de diversas peças em scracth, entre elas as hastes das asas, para-brisa e sistema do trem de pouso. Fizemos uso de decais confeccionados pela FCM Decais oriundos de diversos sets.
Bibliografia:
FW-44J No Brasil - Revista ASAS nº 73 - Aparecido Camazano Alamino
História da Força Aérea Brasileira, Prof Rudnei Dias Cunha
Focke Wulf FW-44 - Wikipedia https://en.wikipedia.org/wiki/Focke-Wulf_Fw_44