História e Desenvolvimento.
No final da década de 1930, o mundo assistia ao crescente agravamento das tensões geopolíticas, prenunciando a iminência de um conflito de escala global. Na Europa, as ambições expansionistas da Alemanha nazista, liderada por Adolf Hitler, manifestavam-se em violações sucessivas do Tratado de Versalhes (1919), como a remilitarização da Renânia em 1936 e a anexação da Áustria em 1938 (Anschluss). Paralelamente, na Ásia, o Império do Japão intensificava sua política imperialista, com a invasão da Manchúria em 1931 e a escalada da Segunda Guerra Sino-Japonesa a partir de 1937. Esses acontecimentos sinalizavam claramente que o mundo se encaminhava para uma conflagração de proporções devastadoras, que viria a ser a Segunda Guerra Mundial (1939–1945). Diante desse cenário, o governo dos Estados Unidos, sob a presidência de Franklin D. Roosevelt, reconheceu a necessidade urgente de fortalecer sua capacidade militar para enfrentar potenciais ameaças. A partir de 1938, foram implementados diversos programas de modernização das forças armadas, com ênfase na preparação para conflitos futuros. Um dos pilares dessas iniciativas foi o fortalecimento do poder naval, essencial para a projeção de força em um mundo cada vez mais instável. O poder naval tornou-se uma prioridade estratégica, especialmente em razão do crescimento da armada imperial japonesa, que, na década de 1930, modernizou sua frota com navios de guerra avançados, como os encouraçados da classe Yamato. Além disso, as marinhas italiana e alemã investiam significativamente em forças submarinas. Apesar das limitações impostas pelo Tratado de Versalhes, que restringia o rearmamento alemão, a Kriegsmarine (Marinha Alemã) expandia rapidamente sua frota de submarinos (U-Boote). Relatórios de inteligência britânicos, compartilhados com os aliados, indicavam que, em 1939, a Alemanha já possuía cerca de 57 submarinos operacionais, número que cresceria para mais de 100 no início da guerra. Essa força representava uma ameaça direta às linhas de abastecimento marítimo, especialmente para a Grã-Bretanha, que dependia de importações estratégicas, como petróleo, alimentos e matérias-primas, provenientes majoritariamente dos Estados Unidos. A possibilidade de uma campanha coordenada de submarinos alemães, utilizando táticas de "matilha" (Rudeltaktik), poderia paralisar o comércio marítimo britânico, comprometendo sua capacidade de sustentar o esforço de guerra. Em 1938, estimativas apontavam que cerca de 60% das importações britânicas cruzavam o Atlântico, tornando a proteção dos comboios mercantes uma questão de sobrevivência nacional. A resposta mais imediata para essa ameaça seria a construção de uma frota robusta de navios especializados em escolta de comboios e guerra antissubmarino (ASW), como contratorpedeiros (destroyers) e fragatas. No entanto, um programa dessa magnitude exigiria investimentos vultosos, estimados em centenas de milhões de dólares – um desafio significativo em um contexto de recuperação econômica pós-Grande Depressão. Para se ter uma ideia, o orçamento de defesa dos EUA em 1938 era de aproximadamente US$ 1 bilhão, com a Marinha recebendo cerca de um terço desse montante. A alocação de recursos para um programa de construção naval em larga escala poderia comprometer outras áreas críticas do esforço de rearmamento.
Assim, tornou-se essencial buscar soluções mais econômicas que permitissem expandir rapidamente a capacidade de defesa naval. Uma alternativa promissora foi o reaparecimento dos “Submarine Chasers” (caçadores de submarinos), embarcações de pequeno porte, ágeis e de baixo custo, que haviam desempenhado um papel crucial durante a Primeira Guerra Mundial (1914–1918). Durante esse conflito, os Submarine Chasers da classe SC-1, com deslocamento de cerca de 85 toneladas e armados com cargas de profundidade, foram empregados com sucesso contra submarinos alemães no Atlântico. Em 1918, aproximadamente 440 unidades dessas embarcações estavam em operação, demonstrando sua viabilidade como solução tática. Curiosamente após o término da Primeira Guerra Mundial em 1918, a percepção predominante entre estrategistas navais era de que os “Submarine Chasers” (caçadores de submarinos), embarcações de pequeno porte especializadas em guerra antissubmarino (ASW), poderiam tornar-se obsoletos na década seguinte. Essa visão decorria do avanço tecnológico dos submarinos, que, na década de 1920, começaram a ser projetados para operações em mar aberto, com maior autonomia e capacidade ofensiva. No entanto, analistas navais vislumbraram que essas embarcações menores ainda poderiam desempenhar um papel crucial em missões costeiras, liberando navios de maior porte, como contratorpedeiros (destroyers), para operações em alto-mar. Essa divisão estratégica ampliava a capacidade de dissuasão antissubmarino das frotas aliadas, especialmente em um contexto de crescentes tensões globais. Com o agravamento das tensões internacionais no final da década de 1930, impulsionado pelas expansões da Kriegsmarine alemã e da armada imperial japonesa, a US Navy reconheceu a necessidade de modernizar sua frota antissubmarino. A construção de grandes navios, como contratorpedeiros e fragatas, era financeiramente inviável em larga escala, o que levou à busca por alternativas mais acessíveis. Nesse contexto, em março de 1940, foi instituído o Experimental Small Craft Program, conduzido pela equipe técnica da Defoe Shipbuilding Company, localizada em Bay City, Michigan. Esse programa teve como objetivo desenvolver uma nova geração de Submarine Chasers que combinasse baixo custo de construção e operação com alta eficiência, permitindo sua produção em massa para reforçar a frota naval norte-americana. O programa resultou na criação de dois protótipos experimentais, classificados como PC-451 e PC-452, que foram submetidos a avaliações comparativas. Após testes rigorosos, a US Navy aprovou a versão final, designada como classe PC-461, que se tornou um marco na guerra antissubmarino. As embarcações da classe PC-461 apresentavam as seguintes especificações técnicas: Deslocamento: 280 toneladas (padrão) e 450 toneladas (carregado). Dimensões: 52,73 metros de comprimento, 7,01 metros de boca e 3,04 metros de calado. Propulsão: Dois motores diesel General Motors Model 16-258S de 16 cilindros, cada um gerando 2.000 bhp, acoplados a dois eixos com hélices de três pás. Essa configuração proporcionava uma velocidade máxima de 20 nós e um alcance de 3.000 milhas náuticas a uma velocidade de cruzeiro de 12 nós. Armamento: 1 canhão naval de 3 polegadas (76,2 mm/50); 1 canhão Bofors L/60 de 40 mm em reparo Mk 3; 2 metralhadoras Oerlikon de 20 mm em reparos singelos Mk 4; 2 lançadores óctuplos de bombas granada antissubmarino (Mousetrap Mk 20) na proa; 2 calhas de cargas de profundidade Mk 3; 2 lançadores laterais tipo K Mk 6 para cargas de profundidade Mk 6 ou Mk 9. Essa combinação de armamentos conferia às embarcações da classe PC-461 uma capacidade robusta para enfrentar submarinos, mantendo a agilidade necessária para operações costeiras e de escolta de comboios.

A intensificação das operações aliadas, combinada com avanços táticos e tecnológicos, como o uso de sonares mais avançados e a decodificação das comunicações alemãs pelo projeto Ultra, reduziu significativamente a ameaça dos U-Boots. Em 1943, por exemplo, as perdas de submarinos alemães superaram a produção, com mais de 240 U-Boots destruídos, segundo registros históricos. Diante desse cenário, a Marinha dos Estados Unidos (US Navy) decidiu cancelar a construção dos 60 navios restantes do contrato original, considerando que a capacidade antissubmarino existente era suficiente para garantir a segurança das rotas marítimas. A decisão refletiu a avaliação estratégica de que os recursos poderiam ser redirecionados para outras prioridades do esforço de guerra, como a construção de porta-aviões e navios de desembarque para as campanhas no Pacífico. Naturalmente seu batismo de fogo se daria com os PC-471 da Marinha Real Britânica (Royal Navy), com os primeiros embates contra submarinos alemães sendo registrados em julho de 1941, no entanto ao longo da Segunda Guerra Mundial seriam empregados em todos os fronts de batalha naval, atuando destacadamente no Pacífico, Atlântico, Caribe e Mediterrâneo. Seu escopo operacional envolvia desde missões de patrulha, guerra antissubmarino (ASW) e escoltas finais de comboio, estas, no entanto na realidade não representavam missões empolgantes ou gloriosas, objetivas e de curta duração, como aconteciam rotineiramente com os aviões aeronavais de guerra antissubmarino (ASW), os quais recebiam informes precisos para ataque aos navios inimigos que apresentavam riscos aos comboios. Assim a vida dos tripulantes de um “Submarine Chaser”, pelo contrário, era monótona e cansativa, prolongando-se por dias seguidos, patrulhando aéreas próximas as rotas de comboios, sem muitas a ocorrência de embates diretos com os submarinos alemães e italianos. A vitória da missão estava, justamente, em nada de anormal acontecer aos comboios por eles apoiados, com os navios mercantes chegando, com as suas valiosas cargas, ilesos aos seus destinos. As tripulações dos navios da classe PC-461 eram compostas geralmente por gente jovem, pois os tripulantes mais velhos não poderiam resistir à dura rotina e vida de bordo. Podemos dizer, sem receio de errar, que os homens que tripulavam esses navios, se não eram, tornaram-se verdadeiros marinheiros, como exemplo citamos sua operação de condução, onde os seus dois eixos acoplados hidraulicamente aos motores principais davam ao navio, ao fim de 30 segundos, inicialmente a velocidade de 7 nós, indo depois até 18 nós. Assim o fato de se levar algum tempo para o acoplamento e arrancar já nos 7 nós, quando se dava a partida no forte motor diesel, perturbava os manobristas de renome, dificultando as atracações e outras manobras. Apesar destas características era um ótimo navio no mar, apesar de baixo, e os seus dois lemes faziam o navio girar muito rapidamente, condição necessária à caça do insidioso inimigo, o submarino alemão. Os caça submarinos da classe PC-461 eram navios excelentes: dificilmente os engenheiros navais poderiam conceber um barco tão completo e, ao mesmo tempo, tão compacto.

Emprego na Marinha do Brasil.
No início da Segunda Guerra Mundial (1939–1945), o governo dos Estados Unidos passou a considerar com grande preocupação a possibilidade de uma invasão do continente americano pelas potências do Eixo – Alemanha, Itália e Japão. Essa ameaça tornou-se ainda mais palpável após a capitulação da França em junho de 1940, quando a Alemanha Nazista passou a controlar territórios estratégicos, como as Ilhas Canárias e a cidade de Dacar, no Senegal, então uma colônia francesa. Esses locais poderiam servir como bases operacionais para incursões militares no continente americano, especialmente na América do Sul. Nesse contexto, o Brasil emergiu como um alvo potencial devido à sua proximidade geográfica com a África Ocidental, que figurava nos planos expansionistas alemães delineados no início da década de 1940. Além da ameaça estratégica, o Brasil destacou-se como um fornecedor crucial de matérias-primas para os Aliados. Após as conquistas japonesas no Sudeste Asiático e no Pacífico Sul, que interromperam o acesso aliado às plantações de borracha na Malásia e nas Índias Orientais Holandesas, o Brasil tornou-se o principal exportador de látex, matéria-prima essencial para a produção de borracha. Em 1942, o Brasil respondia por cerca de 90% do fornecimento de borracha natural para os Estados Unidos, um insumo vital para a fabricação de pneus, vedações e outros componentes da indústria bélica. A posição geográfica do litoral brasileiro, particularmente a região Nordeste, revelou-se de imenso valor estratégico. A cidade de Recife, no Pernambuco, situada a aproximadamente 2.000 quilômetros de Dacar, era o ponto mais próximo entre os continentes americano e africano. Essa localização tornava Recife um ponto ideal para a construção de bases aéreas e portos militares, que poderiam servir como uma ponte logística para o transporte de tropas, suprimentos e aeronaves destinadas aos teatros de operações na Europa e no Norte da África. A Base Aérea de Parnamirim, em Natal, conhecida como “Trampolim da Vitória”, tornou-se um dos principais centros de operações aéreas dos Aliados no Atlântico Sul, com mais de 15.000 voos realizados entre 1942 e 1945 para apoiar as campanhas aliadas. A possibilidade de uma ofensiva do Eixo no Brasil, somada à importância econômica e logística do país, intensificou a necessidade de cooperação militar com os Estados Unidos. A ameaça dos submarinos alemães (U-Boote), que entre 1941 e 1943 afundaram mais de 30 navios mercantes brasileiros, prejudicava diretamente o comércio exterior do Brasil com os Estados Unidos, especialmente o transporte de matérias-primas como látex, minério de ferro e manganês. Esses ataques, que resultaram na perda de cerca de 1.000 vidas brasileiras, reforçaram a urgência de medidas defensivas. Diante desse cenário, o governo brasileiro, sob a liderança de Getúlio Vargas, aprofundou a aproximação política e econômica com os Estados Unidos. Um marco dessa parceria foi a adesão do Brasil ao Lend-Lease Act (Lei de Empréstimos e Arrendamentos), promulgado pelos EUA em março de 1941. Esse programa destinava-se a fornecer assistência militar a nações aliadas, e o Brasil foi um dos primeiros países da América Latina a se beneficiar. Em 1942, o Brasil recebeu uma linha de crédito inicial de US$ 100 milhões (equivalente a cerca de US$ 2 bilhões em 2025, ajustado pela inflação) para a aquisição de equipamentos militares, incluindo armamentos modernos, aeronaves, veículos blindados e carros de combate.
Esses recursos foram fundamentais para modernizar as Forças Armadas Brasileiras, que, até então, operavam com equipamentos obsoletos. A Marinha do Brasil, por exemplo, adquiriu navios de patrulha e corvetas, enquanto a Força Aérea Brasileira (FAB) recebeu aeronaves como o caça Curtiss P-36 Hawk e o bombardeiro leve Douglas A-20 Havoc. Além disso, o Exército Brasileiro foi equipado com tanques leves M-3 Stuart, que fortaleceram sua capacidade de defesa costeira. Esses investimentos permitiram ao Brasil proteger suas águas territoriais contra a ameaça dos U-Boots e garantir a segurança das rotas marítimas que conectavam o país aos mercados aliados. No contexto da campanha de guerra antissubmarino (ASW), esta representava um dos maiores desafios para as forças aliadas, especialmente no Atlântico Sul, onde submarinos alemães (U-Boots) e italianos ameaçavam as rotas marítimas vitais para o transporte de matérias-primas, como o látex brasileiro, essencial para a indústria bélica dos Estados Unidos. Inicialmente, as operações aeronavais antissubmarino no Brasil eram conduzidas por grupos de combate da Marinha dos Estados Unidos (US Navy). A partir do final de 1942, com a entrega de aeronaves especializadas por meio do Lend-Lease Act (Lei de Empréstimos e Arrendamentos), a Força Aérea Brasileira (FAB) assumiu uma parcela significativa dessas missões, utilizando aviões como o Consolidated PBY Catalina, que realizaram mais de 1.500 patrulhas no Atlântico Sul entre 1942 e 1945. Contudo, para consolidar a defesa costeira, era imprescindível fortalecer o braço naval da Marinha do Brasil, que, até então, carecia de embarcações adequadas para o combate antissubmarino. No início do envolvimento brasileiro no conflito, após a declaração de guerra ao Eixo em agosto de 1942, a Marinha do Brasil contava com uma frota limitada para operações antissubmarino. Seus únicos navios dedicados a essa função eram seis navios mineiros da classe Carioca, construídos no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, na Ilha das Cobras, entre 1938 e 1940. Reclassificados como corvetas após a entrada do Brasil na guerra, essas embarcações possuíam sensores e radares rudimentares para detecção de submarinos, mas seu armamento – um canhão de 102 mm e lançadores de minas marítimas – era inadequado para enfrentar os modernos submarinos alemães e italianos, como o U-507, responsável pelo afundamento de cinco navios brasileiros em agosto de 1942, que precipitou a entrada do Brasil no conflito. A insuficiência dessas embarcações evidenciava a necessidade urgente de modernizar a frota brasileira, especialmente para proteger o litoral nordestino, um ponto estratégico devido à proximidade com a África e à presença de bases aliadas, como a Base Naval de Natal. A solução veio por meio da cooperação militar com os Estados Unidos, consolidada pelo Lend-Lease Act. No âmbito do Lend-Lease Act, os Estados Unidos transferiram para a Marinha do Brasil oito Submarine Chasers da classe PC-461, que receberam a denominação de classe Guaporé. Essas embarcações, projetadas para operações antissubmarino, eram equipadas com radar de vigilância de superfície (tipo SF ou SL), sonar de casco e um armamento robusto, incluindo um canhão naval de 3 polegadas (76,2 mm), um canhão Bofors de 40 mm, metralhadoras Oerlikon de 20 mm e lançadores de cargas de profundidade. Seu baixo custo de produção – cerca de US$ 1,7 milhão por unidade (equivalente a aproximadamente US$ 35 milhões em 2025, ajustado pela inflação) – e sua capacidade de operar com uma tripulação de 65 homens tornavam-nas ideais para as necessidades brasileiras.

O quarto navio da classe PC-461 o caça submarino, o Gurupá (G-4), ex-USS PC-605, foi o primeiro navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem ao rio Gurupá, localizado no estado do Pará. Construído pelo estaleiro Luders Marine Construction Company em Stamford, Connecticut, o navio foi lançado ao mar em 19 de novembro de 1942 e incorporado à Marinha dos Estados Unidos (US Navy) em 28 de maio de 1943. Neste mesmo ano o, o navio foi transferido para a Marinha do Brasil em uma cerimônia realizada em Miami, Flórida, sob o comando do Capitão-de-Corveta Hélio Ramos de Azevedo Leite. Integrado à Força Naval do Nordeste (FNNE), criada em outubro de 1942, o Gurupá foi amplamente empregado na campanha do Atlântico Sul, participando da escolta de numerosos comboios em rotas estratégicas longo do litoral nordeste do Brasil. Após o término da Segunda Guerra Mundial, o Gurupá permaneceu em serviço, realizando operações de patrulhamento e treinamento até ser retirado do serviço ativo em 1952. Sua desativação marcou o fim de uma década de contribuições para a segurança marítima brasileira, em um período em que a Marinha do Brasil buscava consolidar sua modernização. O quinto navio da classe o Guajará (G-5), ex-USS PC-607, foi o terceiro navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem à Baía do Guajará, localizada no estado do Pará, formada pelo braço sul do Rio Amazonas e pelos rios Capim e Guama. Também construído pelo estaleiro Luders Marine Construction Company em Stamford, Connecticut, o navio foi lançado em 11 de fevereiro de 1943 e incorporado à US Navy em 27 de agosto de 1943. Como os demais navios da classe PC-461, o Guajará estava equipado com tecnologias avançadas para a época, incluindo radar, sonar e um armamento versátil, ideal para operações antissubmarino. Transferido para a Marinha do Brasil em 19 de outubro de 1943, em cerimônia realizada em Miami, Flórida, o Guajará passou ao comando do Capitão-de-Corveta Dário Camillo Monteiro. Integrado à Força Naval do Nordeste, o navio participou de missões de escolta e patrulhamento costeiro, protegendo comboios marítimos contra a ameaça dos submarinos alemães, que entre 1942 e 1943 afundaram mais de 30 navios mercantes brasileiros, resultando na perda de cerca de 1.000 vidas. A presença do Guajará nas rotas do Atlântico Sul foi essencial para garantir a continuidade do comércio exterior brasileiro, especialmente o transporte de matérias-primas estratégicas para os Estados Unidos. O Guajará permaneceu em operação até meados de 1959, quando foi retirado do serviço ativo. Sua longa carreira, que se estendeu por mais de 15 anos, reflete a durabilidade e a versatilidade das embarcações da classe PC-461, que continuaram a servir a Marinha do Brasil mesmo após o fim do conflito.

Em Escala.
Para representarmos o Caça Submarinos da Classe PC-461 Gurupi G2 da Marinha do Brasil, quando a serviço da Força Naval do Nordeste (FNNE), fizemos uso de um kit em resina produzido pela empresa francesa L Arsenal na escala 1/350. Este modelo pode ser montado diretamente da caixa tendo em vista que este modelo é muito semelhante aos navios empregados no Brasil. Fizemos uso de decais confeccionados sob encomenda pela Decal Sings.
Apesar da maioria dos Caças Submarinos da Classe PC-461 da Marinha dos Estados Unidos (US Navy) fazerem uso camuflagens táticas, os registros fotográficos de época apontam que os navios destinados a Marinha do Brasil, foram recebidos no padrão básico de pintura naval. Este esquema de pintura ao longo dos anos se manteria inalterado até o ano de 1959, havendo apenas a alteração na identificação visual dos mesmos.
Bibliografia :
- PC-461 Class Submarine Chaser Wikipedia - https://en.wikipedia.org/wiki/PC-461-class_submarine_chaser
- Marinha do Brasil - https://www.marinha.mil.br/