Sopwith 7F.1 Snipe no Brasil

História e Desenvolvimento.
A companhia Sopwith Aviation Company (com sede em Brooklands na Inglaterra) foi criada em junho de 1912 por Thomas Octave Murdoch Sopwith(Tommy, mais tarde Sir Thomas), um esportista rico, entusiasta nas áreas de aviação, iatismo e  automobilismo, quando tinha  apenas 24 anos. Imediatamente seus modelos de treinamento logo chamariam a atenção das autoridades militares britânicas, resultando assim nos primeiros contratos governamentais com a Marinha Real (Royal Navy) em novembro do mesmo ano. Com esta nova demanda em mão a empresa mudou-se para instalações maiores, ocupando um grande espaço que anteriormente abrigara uma pista de patinação na região de Canbury Park Road perto da Kingston Railway Station, no sudoeste de Londres. Inicialmente, o próprio Tom Sopwith, auxiliado por seu ex-mecânico pessoal Fred Sigrist, liderou diversos projetos e acordos de colaboração. Uma parceria firmada com o estaleiro S. E. Saunders de East Cowes, na Ilha de Wight, em 1913, resultaria na produção de um aero bote denominado como Sopwith "Bat Boat", construído com um casco laminado que o permitia operar tanto no mar ou na terra, resultando em uma nova instalação fabril em Woolston, Hampshire, que seria iniciada em 1914. O primeiro grande sucesso comercial seria o “Sopwith Tabloid”, um projeto que mostrou pela primeira vez a influência do piloto de testes da empresa, o australiano Harry Hawker, com uma versão customizada ganharia a edição do Troféu Schneider em 1914. Este modelo evoluiria para o “Sopwith Baby” que ocuparia um lugar de destaque na frota do Serviço Aéreo Naval Real Britânico (RNAS) durante o início da Primeira Guerra Mundial. O eclodir do conflito em 28 de julho de 1914 elevaria o papel estratégico da Sopwith Aviation Company no esforço de guerra britânico, com suas aeronaves e aerobotes, passando a dotar também as unidades do Corpo Aéreo Voador (Royal Flying Corps RFC), braço aéreo do Exército Real (Royal Army), além de armas áreas da Bélgica, Países Baixos, Australia, Japão, Romênia, Grécia, Império Russo e Estados Unidos.

Durante a Primeira Guerra Mundial, a Sopwith Aviation Company seria uma das principais fornecedoras de aeronaves para Grã-bretanha, chegando a entregar mais de dezesseis mil aeronaves, entre estes o Sopwith Pup, que entrou em serviço junto as unidades do Serviço Aéreo Naval Real Britânico (RNAS), na Frente Ocidental em outubro de 1916 com o Esquadrão Nº 8 RNAS, incialmente estes novos caças lograram êxito sobre os primeiros biplanos Fokker, Halberstadt e Albatros. No entanto o advento da introdução em serviço dos novos caças alemães Albatros D.III, iriam sobrepujar completamente os novos Sopwith Pup, levando as forças armadas britânicas a adotar provisoriamente em regime emergencial os caças franceses Nieuport 17. Com base neste cenário uma nova aeronave deveria ser desenvolvida, primando por portar um gama de armamento mais pesada com maior velocidade de operação. Este novo avião seria lançado em dezembro de 1916, se tornando o primeiro caça operacional britânico projetado com duas metralhadoras Vickers .303 de calibre 7,7 mm foram montadas diretamente em frente ao cockpit, sincronizadas para disparar para frente através do disco da hélice. O primeiro contrato de produção seria celebrado em maio dos anos seguinte, levando a produção de 5.940 aeronaves. Seu batismo de fogo ocorreria em 04 de julho de 1917 com aeronaves do Esquadrão Nº 4, operando sobre a região de Dunquerque na França, no final deste o modelo passava também a equipar os esquadrões Nº 3 e Nº 4 do Serviço Aéreo Naval Real Britânico (RNAS), se tornando também operacional junto ao Esquadrão Nº 70 do Corpo Aéreo Voador (Royal Flying Corps RFC), Em serviço os Sopwith Camel F1 Camel provaram ter melhor manobrabilidade do que os caças alemães Albatros D.III e D.V, chegando a equipar treze esquadrões de combate. Juntamente com os calas S.E.5a e o SPAD S.XIII, estas aeronaves ajudaram a restabelecer a superioridade aérea aliada que perduraria eficientemente bem até 1918.
À medida que o ano de 1917 se desgastava, parecia não haver perspectiva de que a guerra terminasse naquele ano, ou mesmo no próximo, este cenário motivaria as principais empresas construtoras aeronáuticas britanicas a começar em trabalhar em novos projetos, destinados assim a equipar as armas aérea aliadas a partir de 1919. A Societé A Nieuport-Delage Issy Les produziu o B.N.1; Boulton & Paul, o Bobolink e Austin Motors, o triplane Osprey, enquanto a Sopwith Aviation Company, optou por evoluir radicalmente o Sopwith Camel para o modelo 7F.1, que passaria a ser chamado de “Snipe”. Seu desing inicial era o de biplano de baía única no qual foi dada consideração para melhorar a visão do piloto e, de fato, escreveu Jack Bruce, foi esse detalhe em que o 7F.1 melhorou mais sobre o Sopwith Camel, do qual o campo de visão do piloto era, para os padrões da época, atroz". O motor escolhido foi o rotativo mais potente então disponível, o Bentley B.R.1 de 150 hp. A fuselagem era de formato circular na seção, sem dúvida para fornecer uma medida de simplificação e toda a aeronave era um pouco maior que o Camel. Um segundo design, serial sobre o projeto  “B9963” era  semelhante ao primeiro, foi construído em torno do novo motor B.R.2 de 200 hp da W.O. Bentley, enquanto o terceiro protótipo, “B9964” em série, permanece indescritível. Um quarto protótipo, serial B9965, seguiu-se, que incorporou inúmeras pequenas mudanças, incluindo uma asa superior modificada e uma barbatana e leme revisados. A estrutura do Snipe era mais pesada, mas muito mais forte do que os caças Sopwith anteriores. Embora não fosse uma aeronave rápida para 1918, era muito manobrável, e muito mais fácil de manusear do que o Camel, com uma visão superior do cockpit - especialmente para frente e para cima. O modelo também apresentava uma taxa superior de subida, e desempenho muito melhor em alta altitude em comparação com seu antecessor, permitindo-o lutar contra os mais novos caças da Alemanha em termos mais iguais. 

Outras modificações foram feitas no Sopwith Snipe durante a guerra e o pós-guerra. O modelo foi construído em torno do motor Bentley BR2 - o último do tipo rotativo a ser usado pela Força Aérea Real (RAF) . Ele apresentava uma velocidade máxima de 196 km/h  a 10.000 pés, em comparação com os 185 km/h do Sopwith Camel na mesma altitude, com uma autonomia de voo de  três horas. Seu armamento fixo consistia de duas metralhadoras Vickers de 7,7 mm, sendo capaz de transportar até quatro bombas de 11 kg para o missões  de ataque terrestre, idêntico ao armamento do Sopwith Camel. O design permitiu que uma única metralhadora de Lewis fosse montada na seção central de forma semelhante à transportada pelo Sopwith 5F.1 Dolphin, no caso de esta não ser montada em aeronaves de produção. O Sopwith Snipe começou a ser produzido em 1918, com mais de 4.500 sendo encomendados. A produção terminou em 1919, com pouco menos de 500 sendo construídas, o restante sendo cancelado devido ao fim da guerra e o corte nos orçamentos militares das nacoes europeias. Havia apenas uma variante, o Sopwith Snipe I, com produção de várias empresas, incluindo Sopwith, Boulton & Paul Ltd, Coventry Ordnance Works, D. Napier & Son, Nieuport e Ruston, Proctor and Company. Em março de 1918, um exemplar foi avaliado pelo “No.1 Aeroplane Supply Depot” (No.1 ASD) em St-Omer, na França. O Tenente L. N. Hollinghurst (mais tarde um ás em Sopwith Dolphins, e Marechal-chefe da Aeronáutica) realizou diversos voos de ensaio a 24.000 mil pés, afirmando que apesar da aeronave ser mais pesada e possuir  "um leme muito pobre", apresentava uma manobrabilidade satisfatória. As primeiras aeronaves a entrarem em serviço em janeiro de 1918 seriam alocadas junto ao Esquadrão Nº 43, da Força Aérea Real (RAF), baseado em Fienvillers, na França, passando a substituir os Sopwith Camel. Estas aeronaves também seriam empregadas pelos Esquadrão Nº 4 do Corpo Aéreo Australiano (Australian Flying Corps - AFC), onde tiveram maior êxito em combate contra as aeronaves alemães, reivindicando oito caças alemães Fokker D.VIIs.
Após o Armistício com a Alemanha que encerrou a Primeira Guerra Mundial em 11 de novembro de 1918, os caças Sopwith Snipes fizeram parte do Exército Britânico de Ocupação, retornando ao Reino Unido somente entre os meses de agosto e setembro de 1919. Neste contexto, este modelo passaria a substituir os Sopwith Camel em quatros esquadrões de defesa domésticos baseados, entretanto no finas deste mesmo apenas um único único esquadrão, o Nº 80 estava equipado com o Sopwith Snipe.  Em 1919, o Sopwith Snipes britânicos participariam da intervenção aliada, aos lado dos “Russos Brancos” contra as forças revolucionárias bolcheviques, com doze aeronaves da Força Aérea Real (RAF) sendo empregados no norte da Rússia. Pelo menos uma destas células seria capturada pelo inimigo e colocado em serviço durante o conflito. Apesar de apresentar não um desempenho excepcional em combate, devido as restrições orçamentarias da época o Sopwith Snipe seria selecionado no pós-guerra como caça monoposto padrão britânico, operando em conjunto com pequenas quantidades do modelo Martinsyde Buzzard F.4., com estas aeronaves chegando a equipar vinte e três esquadrões de caças da Força Aérea Real (RAF), com os últimos Sopwith Snipes, passando a ser desativados a partir de 1926.

Emprego na Marinha do Brasil. 
Da mesma forma que a humanidade deve a um brasileiro o pioneirismo do primeiro voo em um "engenho" mais pesado que o ar, os brasileiros devem à Marinha do Brasil (MB) o significativo esforço por ela realizado, para a implantação da aviação no nosso país. Cinco anos após o voo pioneiro de Santos Dumont, ou seja, em 1911, dois fatos já mostravam o interesse da Marinha do Brasil (MB) sobre as aeronaves, em uma visão prospectiva das potencialidades do seu emprego no campo militar. Tais fatos foram, que em 29/04/1911, recebia o seu "brevet" de piloto, na França, o Tenente da Marinha JORGE HENRIQUE MOLLER, primeiro militar brasileiro a receber tal qualificação; e em 14/10/1911, era fundado o Aeroclube Brasileiro.  A história da Aviação Naval Brasileira se inicia em 23 de agosto de 1916, com a assinatura, pelo Presidente Wenceslau Braz, do Decreto de criação da Escola de Aviação Naval, primeira escola militar de aviação do país e, portanto, o berço da nossa aviação militar e o marco do nascimento da Aviação Naval da Marinha. De suas instalações iniciais no antigo Arsenal de Marinha, a Escola de Aviação Naval (EAvN) foi transferida depois para a ilha das Enxadas.   Esse período inicial de vinte e cinco anos  entre 1916 e 1923, passou a ser conhecido como a primeira fase da Aviação Naval, registrando a ocorrência de diversos fatos marcantes, pelo pioneirismo das atividades desenvolvidas, tais como: realização dos primeiros "raids" aéreos entre as cidades do Rio de Janeiro e Angra dos Reis, e entre o Rio de Janeiro e Campos; transporte da primeira mala aérea civil e da primeira mala aérea militar; primeiro voo de Santos Dumont, como passageiro, em uma aeronave militar brasileira; primeiro voo de um Presidente da República em uma aeronave militar brasileira; e a participação de aviadores navais brasileiros em operações reais de patrulha, durante a Primeira Guerra Mundial, integrando o 10° Grupo de Operações de Guerra  do Corpo Aéreo Real RFC (Royal Flying Corps).

No entanto apesar de todo este pioneirismo, a crônica carência de recursos financeiros e materiais que caracterizavam os anos iniciais da Aviação Naval inibia a natural evolução daquela arma da Marinha do Brasil. No entanto o lançamento do Projeto da Organização Aérea do Litoral, em 1921, iria transformar por completo esta arma aérea. Acompanhado dos recursos financeiros necessários à implementação daquele projeto, o Estado Maio da Armada recomendou, entre outras providencias, a aquisição de aviões de caça, patrulha e reconhecimento que iriam dotar as primeiras unidades de emprego operacional da Aviação Naval. Assim, no dia 23 de maio de 1923, a Marinha do Brasil assinou o contrato “AV. 1.1” com a empresa norte americana Curtiss Aeroplane Export Company, que previa em seu escopo o fornecimento de distintos tipos de aeronaves. Entre essas se encontravam doze exemplares do caça monoposto Sopwith 7F.1 Snipe ao custo unitário de US$ 36.000,00. Estas células foram originalmente fornecidas a empresa norte americana nos termos do programa britânico “Comissão de Eliminação e Liquidação” (War Disposal Commission), destinado a vender a países aliados material excedente de guerra, e se encontravam em ótimas condições de conservação, contando com pouquíssimas horas de voo. Ao chegarem no Brasil por via naval no primeiro semestre deste mesmo ano, passariam a compor a dotação da Flotilha de Caça, composta originalmente por três esquadrilhas com quatro aeronaves cada uma. No entanto, graças a diversos fatore, só foram organizadas a 1º Esquadrilha de Caça (1º EC) e a 2º Esquadrilha de Caça (2º EC) , tendo sido também escolhidos seus componentes. Um dos motivos era a total falta de pessoal para compor os quadros das três esquadrilhas. Conquanto essa deficiência pudesse ser solucionada em um espaço de tempo razoavelmente curto, eventos políticos naquele período colaboraram para a quase total estagnação das atividades de instrução na formação de aviadores navais na Escola de Aviação Naval (EAvN).
Para agravar esta dificuldade, outras surgiram após a montagem dos primeiros quatro Sopwith 7F.1 Snipe. Pois primeiramente foi verificado que não era possível empregar a contento as metralhadoras Vickers .303 que equipavam este modelo de aeronave, visto que estas armas originalmente empregavam munições alimentadas com fitas metálicas, enquanto a munição do calibre 7,56 mm, existentes em estoques naquele período nos paióis da Aviação Naval da Marinha do Brasil faziam uso das tradicionais fitas de pano. Embora este fosse apenas um problema simples de ordem logística, os constantes e maciços cortes nos recursos orçamentários das Forças Armadas Brasileira que afetavam principalmente a Marinha do Brasil, impediram a rápida solução desta deficiência, com a Aviação Naval operando por um bom tempo com uma aeronave de caça desarmada. Porém entre diversos problemas, o mais difícil, porém, era dirimir a pavimentação do campo de pouso do Centro de Aviação Naval do Rio de Janeiro (CAvN RJ). Com grama em algumas poucas áreas de sua extensão, o solo irregular da Ponta do Galeão era predominantemente composto por areia ou terra. Apesar de existirem planos para realizar a pavimentação de trechos da pista, com betume, as áreas destinadas ao taxi e à decolagem das aeronaves, novamente a falta de recursos financeiros impediu a concretização deste importante plano que permitiria um significativa melhora da operação. Como consequência, a irregularidade do piso resultou em diversos acidentes com as aeronaves  Sopwith 7F.1 Snipe da Aviação Naval da Marinha do Brasil, pois a relativamente alta velocidade de pouso e decolagem deste modelo de aeronave, frequentemente resultavam em capotagens e pilonagens, o que afetava fortemente a disponibilidade operacional destes caças aeronavais.

No início de 1924, a 1ª Esquadrilha de Caça (1º EC) contava com uma dotação de seis Sopwith 7F.1 Snipe, porém somente quatro destas aeronaves se encontravam em condições de voo operacional. Por sua vez a 2ª Esquadrilha de Caça (2º EC), já dispunha de seis destes aviões prontos para voo. No entanto passados apenas dois anos, somente três destas aeronaves lograram registrar algum voo operacional. O piso da pista, do Centro de Aviação Naval do Rio de Janeiro (CAvN RJ) na Ponta do Galeão, havia cobrado seu preço, afetando os trens de pouso das aeronaves, principalmente os pneus e rodas dos Sopwith 7F.1 Snipe, levando a necessidade emergencial de substituição destes itens. Porém novamente os parcos resultados destinados a Aviação Naval da Marinha do Brasil, impediam a aquisição de peças de reposiçao mais notadamente a de origem importada, e relatórios daquela época apontavam a crônica falta de câmaras de ar, limitando cada vez mais a operação destas aeronaves de caça. No ano seguinte, os oito Sopwith 7F.1 Snipe da Flotilha de Caça, registraram apenas 20 horas e 46 minutos de voo, distribuídas entre cinquenta e oito surtidas operacionais, registrando acidentes, entre estes três capotagens e uma ocorrência de proporções mais graves, levando novamente a redução da disponibilidade operacional. No ano seguinte, poucos foram os   Sopwith 7F.1 Snipe que voltaram a voar, com uma destas aeronaves, infelizmente sendo perdida em decorrência de uma pane no motor, ocasionada, pela deficiência da qualidade de combustível aeronáutico fornecido à Aviação Naval da Marinha do Brasil, sendo está muito inferior a necessidade destes tipos de motores.
Ao chegar o ano de 1929, existiam ainda onze aeronaves Sopwith 7F.1 Snipe na frota, mas somente quatro se encontravam em condições de voo. Visto que, essencialmente estes aviões estavam em bom estado e que os problemas encontrados na sua operação se deviam a deficiente infraestrutura do aeródromo onde se encontravam sediados, foi cogitada a instalação de motores radiais fixos nos quatros exemplares disponíveis. Porém, os parcos recursos orçamentários á disposição da Aviação Naval da Marinha do Brasil, aliados a evidente obsolescência desse material, acabaram determinando a desativação e a alienação dos caças navais naquele mesmo ano, encerrando assim a curta e pouco operacional carreira dos Sopwith 7F.1 Snipe  no Brasil.

Em Escala.
Para representarmos o Sopwith 7F.1 Snipe da Aviação Naval da Marinha do Brasil com matricula “125”, fizemos uso do kit produzido pela Eastern Express, na escala 1/72, não sendo necessário realizar modificações para se compor a versão brasileira. Fizemos uso de excelentes  decais produzidos pelo modelista Rafael Pinheiro Machado da série “Aviões Militares Brasileiros”.

O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa, o segundo padrão de pintura adotado pelos Sopwith 7F.1 Snipe na Aviação Naval da Marinha do Brasil, quando empregados pela Divisão de Combate na Base Naval do Galeao, apresentando com principais diferenças em relação ao primeiro esquema usado,  o capo do motor pintado em preto (e talvez em vermelho também) e as marcação da matricula em branco nas laterais da aeronave.




Bibliografia :
- Sopwith 7F.1 Snipe -  http://www.aircraftinvestigation.info/airplanes/Sopwith_7F.1_%20Snipe.html
- Sopwith  Snipe – Wikipedia https://en.wikipedia.org/wiki/Sopwith_Snipe
- Asas Sobre os Mares , Prof Rudnei Dias Cunha - http:// asassobreosmares.rudnei.cunha.nom.br
- Aeronaves Militares Brasileiras 1916 – 2015  - Jackson Flores Junior

M-102 105 mm howitzer

História e Desenvolvimento.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os regimentos de artilharia de campanha do Exército dos Estados Unidos (US Army) eram organizados sistematicamente, sendo compostos por um batalhão de artilharia pesada de com armas de 155 mm e três batalhões de artilharia com armas 105 mm. Ambos estes grupos estavam equipados com obuseiros de pesados e médios, apresentando um total de doze canhões cada, que eram divididos em três baterias de quatro peças de artilharia. Esta sistemática organizacional concedia a cada regimento, um total de doze obuses de 155 mm e trinta e seis obuses de 105 mm, desta maneira evidenciava-se a importância que os canhões de artilharia de campanha de calibre 105 mm representavam no conjunto total da força ofensiva norte-americana e aliada no conflito. Neste período, o principal obuseiro empregado pelo Exército dos Estados Unidos (US Army), era o modelo M-2A1 (mais tarde renomeado como M-101 AR), arma de artilharia essa que fora desenvolvida no início da década de 1940. Seu emprego seria intenso durante todo o conflito, sendo fornecido também as nações aliadas nos termos do programa Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos). Sua produção em série em agosto de 1945 havia atingido a casa de 8.563 unidades, se tornando a mais representativo de calibre de 105 mm naquele período. Os M-2A1 seriam empregados novamente em um cenário de conflagração real durante a durante a Guerra da Coréia (1950 – 1953), com sua produção sendo retomada pelas pelas linhas de montagem do Rock Island Arsenal, sendo entregues até o final de 1953, mais 1.639 peças.  Apesar de sua comprovada eficiência em combate real, em fins da década de 1950, ficava clara a necessidade de sua substituição como principal arma de artilharia do Exército Americano Exército dos Estados Unidos (US Army) e do Corpo de Fuzileiros Navais (US Marine Corps). Esta decisão seria reforçada pelo elevado nível de desgaste da maioria destes obuseiros em serviço, tendo em vista seu intenso emprego em cenários de conflagração real.

Visando a atender a esta importante demanda, no início ano de 1960, seria lançado um programa para o desenvolvimento de um novo obuseiro de campanha com calibre de 105 mm. Suas especificações básicas seriam definidas em conjunto entre o Exército dos Estados Unidos (US Army) e a Marinha dos Estados Unidos (US Navy). Assim no início de setembro de 1960 seria deflagrada uma concorrência envolvendo um contrato para produção inicial de cinco mil obuseiros, com seu projeto sendo apoiado tecnicamente pelos militares em todo seu estágio de desenvolvimento. Diversas propostas seriam apresentadas, sendo declarado em janeiro de 1961, como vencedor o projeto desenvolvido pelo Rock Island Arsenal, tradicional produtor dos modelos M-2 e M-2A1 de 105 mm. Os trabalhos de desenvolvimento seriam iniciados em junho do ano de 1961, com o primeiro protótipo funcional da nova arma sendo concluído e entregue para testes no primeiro trimestre do ano seguinte, sendo seguido pela entrega de mais cinco peças.  Após um extensivo programa de ensaio de tiro e campo supervisionado pelos militares norte-americanos, este novo modelo de obuseiro seria oficialmente homologado em dezembro de 1963. Finalizada esta etapa o agora designado M-102 AR 105 mm, seria liberado para produção em série, recebendo seu primeiro contrato de aquisição em agosto de 1964 envolvendo inicialmente vinte peças para fins de avaliação final. Atendendo ao cronograma contratual, este lote piloto passaria a ser entregues em dezembro do ano seguinte, sendo submetidos a processo de treinamento e aceitação operacional. Este novo modelo apresentava como principal evolução perante seu antecessor, um reduzido peso final de apenas 1.496 kg, muito mais leve que os 2.258 kg deste último. Apresentava ainda o inédito movimento de giro da plataforma em 360º, concedendo a arma a capacidade de engajar alvos rapidamente em outros setores.  Seu reduzido peso final ainda proporcionava como grande diferencial a possibilidade de ser aerotransportado por uma variada gama de helicópteros e aviões de transporte, ou ainda permitir o lançamento em voo por aeronaves Lockheed C-130 Hercules, aumentando significadamente a mobilidade dos regimentos de artilharia do Exército dos Estados Unidos (US Army).   
Com sua homologação operacional efetivada, seria celebrado um contrato entre o Exército dos Estados Unidos (US Army) e o  Rock Island Arsenal englobando 1.150 obuseiros que deveriam ser entregues a partir do início do ano de 1966. Após serem distribuídos as unidades de artilharia de campanha, passariam a substituir lotes mais antigos ainda em serviço dos modelos M-2 e M-2A1 (M-101 AR) de 105 mm.  Já declarado plenamente operacional, o novo obuseiro M-102 seria enviado as pressas para o teatro de operações no Vietnã, passando a ser empregados pelo 1º Batalhão do 21º Grupo de Artilharia de Campo (1ºst Battalion, 21ºst Field Artillery), que iniciara neste conflito fazendo o uso dos veteranos M-101 AR 105 mm. Apesar de ser muito superior ao seu antecessor, os novos obuseiros passariam a enfrentar uma resistência inicial por parte dos artilheiros mais experientes, que relutavam e abandonar, o velho, porém confiável M-101 AR de 105 mm. Como pontos negativos a operação destes novos obuseiros, estes experientes artilheiros afirmavam como argumentos aparentemente convincentes, que os velhos M-101 AR 105 mm ao apresentarem altura mais restrita de sua culatra, facilitando em muito o carregamento da munição, apresentando maior distância ao solo quando no reboque da peça, ainda como fator negativo estes mesmos soldados consideram o novo canhão mais complexo de se operar e manter em condições de combate real. No entanto estes argumentos seriam considerados fúteis pelos comandantes militares norte-americanos, pois tecnicamente o novo modelo era superior, tanto em termos de mobilidade (inclusive em terrenos irregulares), quanto em termos de eficiência de combate. Além disto apesar da nova arma empregar a mesma munição semi-fixa que o M-101, seu cano mais longo proporcionava uma velocidade de sair maior, obtendo assim um maior alcance do tiro. Outro ponto positivo era que sua baixa silhueta tornava o M-102 105 mm, mais difícil para identificação em campo pelo inimigo. Uma campanha de endomarketing seria implementada para melhorar a imagem do novo obuseiro, demandando um um certo tempo para que os novos M-102 105 mm passassem a ser mais bem recebidos pelos militares norte-americanos, levando assim a total substituição dos já veteranos e desgastados M-101 de 105 mm. 

No entanto seu emprego operacional em larga escala na Guerra do Vietnã, evidenciaria algumas falhas de projeto, e oportunidades de melhoria, com estas correções e aprimoramentos sendo introduzidas na linha de montagem, nos contratos subsequentes. Durante as décadas seguintes o obuseiro M-102 AR 105 mm, se tornaria a peça padrão de artilharia de 105 mm do Exército dos Estados Unidos (US Army) operando com uma variada gama de munições, se mostrando sempre presentes em todas as ações militares efetivadas nos anos seguintes. Em maio de 1966, o Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha dos Estados Unidos (US Marine Corps), assinaria um contrato para aquisição de dois mil e quinhentos obuseiros deste modelo, com seu recebimento ocorrendo em fins do mesmo, passando assim também a substituírem os antigos M-101 AR de 105 mm. Em fins da década de 1980, surgiriam os primeiros estudos indicando a curto e médio prazo a substituição destes obuseiros nas forças armadas norte-americanas. A solução se materializaria no ano de 1984, com a assinatura de um contrato com a empresa inglesa BAE Systems Land Systems para a produção sob licença de seu modelo M-118 calibre de 105 mm, que seria customizado as necessidades norte-americanas originando a versão M-119, com estes novos obuseiros passando a serem incorporados em fins do ano de 1985. Perto do final da década restavam em operação no Exército dos Estados Unidos (US Army) cerca de quinhentos e vinte obuseiros M-102 AR 105 mm, com muitos destes sendo destinados as unidades de artilharia da Guarda Nacional (National Guard). O último emprego em combate real do M-102 AR 105 mm, seria registrado no ano de 2004 quando dezessete obuses pertencentes ao 1º Batalhão, 206ª Divisão de Artilharia, da Guarda Nacional do Exército do Arkansas foram enviados para Camp Taji, no Iraque, onde realizariam operações de contrafogo em apoio 39º Brigada de Infantaria e a 1ª Divisão de Cavalaria.  Curiosamente durante este período, soldados norte-americanos recuperariam nove obuseiros deste modelo, que se encontravam em uso pelas forças iraquianas, e que supostamente devem ter sido capturados durante a Guerra Irã – Iraque na década de 1980.   
Atualmente somente um pequeno número dos obuseiros M-102 AR 105 mm, seguem em operação ainda em algumas unidades de artilharia pertencentes a Guarda Nacional (National Guard), sendo empregados em tarefas de treinamento ou salva de tiros cerimonial. Curiosamente este modelo de obuseiro também é empregado em aeronaves de ataque Lockheed AC-130 Spectre da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), com o equipamento sendo modificado para efetuar disparos a partir da porta lateral traseira esquerda da aeronave de ataque, concedendo ao avião excelente capacidade de saturação de aérea. O emprego aero embarcado deste obuseiro. O emprego desta arma nesta modalidade, teve início durante os estágios finais da Guerra do Vietnã, se mantendo em uso até a atualidade nas versões mais recentes como os AC-130U Spooky II e AC-130J Ghostrider. Este obuseiro seria totalmente retirado do serviço ativo junto as unidades de artilharia do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha dos Estados Unidos (US Marine Corps), restando menos de vinte peças operacionais empregadas em cerimoniais. Além da Guerra do Vietnã, os M-102 AR 105 mm seriam empregados na Guerra Civil do Camboja (1967-1975), Guerra Civl Libanesa (1975-1990), Guerra Civil Salvadorenha (1979-1992) Invasão de Grenada (1983), Guerra do Golfo (1990-1991), Guerra do Kosovo (1998-1999) e Guerra do Iraque (2003-2011). Desde o início de seu processo de desativação junto ao Exército dos Estados Unidos (US Army) em fins da década de 1980, muitos destes obuseiros seriam cedidos a nações alinhadas a visão geopolítica norte-americana, através de programas de ajuda militar. Neste contexto muitas vezes passariam a figurar como a principal peça de artilharia de países como Jordânia, El Salvador, Malásia, Oman, Vietnã do Sul, Irã, Arábia Saudita, Filipinas, Turquia e Uruguai, com muitas peças se mantendo em operação até os dias atuais. 

Emprego no Exército Brasileiro.
No início da Segunda Guerra Mundial, o governo norte-americano passaria a considerar com extrema preocupação uma possível ameaça de invasão no continente americano por parte das forças do Eixo. Quando a França capitulou em junho de 1940, o perigo nazista a América se tornaria claro se este país estabelecer bases operacionais nas ilhas Canárias, Dacar e outras colônias francesas. Neste contexto o Brasil seria o local mais provável de invasão ao continente pelas potencias do Eixo, principalmente devido a sua proximidade com o continente africano que neste momento também passava a figurar nos planos de expansão territorial do governo alemão. Além disso, as conquistas japonesas no sudeste asiático e no Pacífico Sul tornavam o Brasil o principal fornecedor de látex para os aliados, matéria prima para a produção de borracha, um item de extrema importância na indústria de guerra. Além destas possíveis ameaças, geograficamente o litoral do mais se mostrava estratégico para o estabelecimento de bases aéreas e operação de portos na região nordeste, isto se dava, pois, esta região representava para translado aéreo, o ponto mais próximo entre os continentes americano e africano. Assim a costa brasileira seria fundamental no envio de tropas, veículos, suprimentos e aeronaves para emprego nos teatros de operações europeu e norte africano. Este cenário levaria a uma maior aproximação política e econômica entre o Brasil e os Estados Unidos, resultando em uma série de investimentos e acordo de colaboração. Entre estes estava a adesão do país ao programa de ajuda militar Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), que tinha como principal objetivo promover a modernização das Forças Armadas Brasileiras, que neste período estavam à beira da obsolescência em equipamentos, armamentos e doutrina. Os termos garantidos por este acordo, viriam a criar uma linha inicial de crédito ao país da ordem de US$ 100 milhões de dólares, para a aquisição de material bélico, proporcionando ao país acesso a modernos armamentos, aeronaves, veículos blindados e carros de combate. Estes recursos seriam vitais para que o país pudesse estar capacitado para fazer frente as ameaças causadas pelas ações de submarinos alemãs a navegação civil e militar que se apresentavam no vasto litoral do país. E neste cenário, o Exército Brasileiro passaria a receber uma variada gama de peças de artilharia, com equipamentos variando entre os calibres de 37 mm a 305 mm, passando assim a substituir nas principais unidades de artilharia os antigos canhões de campanha de origem francesa, alemã e inglesa. 

Este processo traria um grande avanço tecnológico e operacional para a artilharia da força terrestre brasileira, que até então operavam com equipamento completamente defasado e de questionável efetividade operacional quando empregados no moderno cenário de enfrentamento terrestre. Em termos de peças de artilharia de 105 mm, centenas de peças seriam fornecidas aos efetivos da Força Expedicionária Brasileira (FEB) no teatro de operações na Itália, no entanto em face das demandas de guerra e por se tratar do equipamento padrão das unidades de artilharia aliadas em todos os cenários de combate, poucas unidades dos obuseiros M-2 e M-2A1 de 105 mm seriam recebidas no Brasil durante o conflito. Este cenário somente começaria a mudar a partir da segunda metade da década de 1960, quando os obuseiros M-2 e M-2A1 (M-101 AR) de 105 mm passaram a ser gradativamente substituídos em seu país de origem, por novos canhões de artilharia de campanha. Esta movimentação geraria um grande lote excedente destes equipamentos, que após retirados do serviço ativo e armazenados, passariam a ser incluídos no portfólio de “Artigos Militares Excedentes”, que seriam logo em seguida ofertados dentro dos termos dos programas de ajuda militar a nações amigas, com as quais o Governo Norte Americano, buscava fortalecer sua influência política. Entre estas nações a serem beneficiadas por estes programas, estava o Brasil, que no ano de 1952, havia celebrado em Washington, o “Acordo de Assistência Militar Brasil Estados Unidos”. Este acordo garantiria as Forças Armadas Brasileiras, o acesso em termos vantajosos econômicos, de uma variada gama de equipamentos militares e armamentos, incluindo neste pacote centenas de carros de combate, caminhões, veículos blindados e peças de artilharia. Neste último item não só o Exército Brasileiro, mas também o Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil, passariam a receber uma considerável quantidade de canhões antitanques e obuseiros dos modelos M-101 AR 105 mm e M-114 155 mm Howitzer. Curiosamente neste pacote seriam fornecidos também uma pequena quantidade dos novos obuseiros M-102 105 mm Howtizer, que passavam a ser arma padrão de 105 mm da artilharia de campanha das forças armadas norte americanas. 
Estes lotes de "novas" peças de artilharia seriam incorporadas ao Exército Brasileiro entre os anos de 1967 e 1968, e neste pacote estavam os modernos canhões de campanha M-102 calibre 105 mm, que seriam recebidos no porto do Rio de Janeiro, em julho de 1968, sendo pertencentes a versão inicial de produção. Após descarregamento e desembaraço aduaneiro, os obuseiros M-102 calibre 105 mm seriam transportados por via rodoviária até as instalações do Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro (AGRJ), onde seriam montados e submetidos a um amplo processo de revisão nas oficinas do arsenal, sendo liberados posteriormente para seu emprego operacional. Devido a pequena quantidade incorporada deste obuseiro, o comando do Exército Brasileiro, acabaria por decidir concentrar este modelo em somente uma unidade de artilharia, visando assim maximizar seu emprego. Assim todo este lote seria direcionado ao 25º Grupo de Artilharia de Campanha - Bagé (25º G A C), sediado na cidade de Bagé no interior do Rio Grande do Sul. Este centenário grupo de artilharia teve sua origem no 1º Regimento de Artilharia a Cavalo, o lendário "Boi de Botas” organizado no ano de 1888, desempenhando importante papel na história brasileira. Sua passagem seria marcada pela participação na Revolução Federalista, na defesa de Bagé, seguindo em 1924 para São Paulo e Alegrete, em serviço de guerra, para conter a revolução que se iniciava em São Paulo. Novamente em 1930 e 1932, esta tradicional unidade participaria das revoluções, apoiando a primeira e combatendo a segunda. Em 1942, este grupo participaria ativamente da defesa de Rio Grande. Ainda em 1944, 23 militares deste, integraram a Força Expedicionária Brasileira (FEB), legado este que permitia a unidade, a deter uma das maiores experiências na operação de artilharia de campanha, sendo este um dos motivos catalisadores desta decisão por parte do Comando do Exército Brasileiro, em concentrar nesta emblemática organização os seus mais modernos obuseiros de 105 mm.   

Em operação junto ao 25º Grupo de Artilharia de Campanha (25º G A C), os obuseiros M-102 105 mm foram destinados a 2º e a 3ª Bateria de Obuses, onde passariam a desempenhar em conjunto com as demais baterias de canhões, equipadas com os  M-101 AR 105 mm e M-114 AR 155 mm, as missões do grupo de artilharia de campanha. O implemento desta nova peça artilharia no Exército Brasileiro, traria ensinamentos importantes, principalmente na melhoria da capacidade em mobilidade e operação, principalmente devido ao peso total de 1.496 kg do equipamento, que era de quase mil quilos a menos do obuseiros M-101 AR 105 mm, o que facilitava sua progressão em terrenos adversos. Neste contexto este modelo inauguraria a época de transporte das baterias de artilharia de campanha em aeronaves da Força Aérea Brasileira, incialmente fazendo uso dos  Fairchild C-119 e posteriormente dos  De Havilland C-115 Búfalo e Lockheed C-130E Hércules, concedendo ao 25º Grupo de Artilharia de Campanha (25º G A C) poder de atuação em âmbito nacional. O advento da aquisição dos helicópteros Aerospatiale SA-330L Puma em 1981 pela Força Aérea Brasileira (FAB) daria início as operações de treinamento de transporte helitransportado do Exército Brasileiro, sendo os primeiros ensaios conduzidos com as aeronaves do 3º/8º Grupo de Aviação - Esquadrão Puma, fazendo emprego dos obuseiros M-102 105 mm, pois originalmente esta peça de artilharia fora desenvolvida com esta finalidade inicial, visando conceder grande mobilidade ao canhão. Como ponto positivo, o fato deste obuseiro empregar a mesma munição padrão explosiva de calibre 105 mm utilizada pelos canhões M-101 AR, que neste momento já era produzida nacionalmente pela empresa estatal Imbel - Industria de Material Bélico do Brasil. Este fator além de otimizar o processo logístico de abastecimento dos grupos de artilharia de campanha, impactava positivamente em seu custo operacional, pois seu custo unitário de aquisição era  muito inferior a munição similar norte-americana importada.  Desta maneira a força terrestre poderia ampliar mais ainda seu nível de exercícios operacionais fazendo uso de munição real .
Apesar da grande contribuição dada ao desenvolvimento de uma doutrina militar mais atualizada junto ao Exército Brasileiro, a baixa quantidade de peças disponíveis dos obuseiros M-102 105 mm, inviabilizava economicamente os custos de operação e manutenção deste modelo. Assim mesmo com o esmerados processos de manutenção realizados pelo Arsenal De Guerra Do Rio Grande Do Sul, o nível de disponibilidade destes obuseiros sempre se mostravam inferiores as necessidades reais operacionais do 25º Grupo de Artilharia de Campanha (25º G A C).  Assim no ano de 1996 o comando da Força Terrestre decidiria pela desativação deste obuseiro, tornando assim novamente o M-101 AR, a arma padrão de 105 mm tracionada no Exército Brasileiro. Localmente esta definição levaria a um “downgrade” em termos de doutrina operacional. Este cenário somente seria amenizado anos depois com a aquisição de modelos mais modernos, como os obuseiros britânicos BAE Systems Land Systems L-118 Light Gun ou italianos M-56 Oto Melara, amenizando assim um pouco a defasagem tecnológica da artilharia de campanha no Brasil. Atualmente existem dois obuseiros  M-102 105 mm conservados no pais , sendo um na própria sede do  25º Grupo de Artilharia de Campanha (25º G A C), e  outro no acervo do Museu Militar do Comando Militar do Sul, na cidade de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul.

Em Escala.
Para representarmos o obuseiro M-102 105 mm, fizemos uso do excelente kit da AFV Club na escala 1/35, modelo que prima pela qualidade e detalhamento, combinado peças em metal, e borracha. Para se representar a versão usada pelo Exército Brasileiro, não é necessário proceder nenhuma mudança, com o modelo podendo ser montado direto da caixa.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o segundo padrão de pintura (camuflagem tática em dois tons) empregado nos obuseiros M-102 105 mm, seguindo o mesmo esquema aplicado nos veículos militares a partir de 1983, substituindo assim a pintura original totalmente em “olive drab”, com a qual foram recebidos no ano de 1968.


Bibliografia: 
- M102 howitzer Wilipedia - https://en.wikipedia.org/wiki/M102_howitzer
- 25º Grupo de Artilharia de Campanha - http://www.25gac.eb.mil.br/
- M-102 Army Guide  http://www.army-guide.com/eng/product1194.html

Westland WS-55 Whirlwind Series 1

História e Desenvolvimento.
A gênese desta importante fabricante de aeronaves do Reino Unido, tem origem em 1915, com a fundação da Westland Aircraft Works, uma divisão das empresas Petters Limited, que atuava no segmento de produção de motores pesados para indústria metal mecânica. Este movimento ocorreria em virtude ao atendimento de uma demanda governamental relacionada ao vencimento de uma concorrência para a produção de doze hidroaviões Short Type 184. Em seguida neste  mesmo contexto, um novo contrato seria celebrado, envolvendo agora a produção de mais vinte aeronaves de reconhecimento naval e bombardeiro designados como Short Admiralty Type 166.   O nome fantasia  da companhia “Westland” seria escolhido pela esposa do fundador o senhor William (Teddy) Petter, no momento de aquisição de um terreno para a expansão da planta industrial na região de West Hendford. O intensificar das operações aérea da Primeira Guerra Mundial demandaria um grande incremento por aeronaves militares, levando a assinatura de novos contratos entre a empresa e  governo britânico. Neste momento a Westland Aircraft Work ampliaria sua capacidade fabril, passando a produzir aeronaves desenvolvidas por outro fabricantes como os Sopwith 11/2 Strutter,  Havilland Airco DH.4, Havilland Airco DH.9, Havilland Airco DH.9A e o Vickers Vimy. Como resultado da experiência adquirida na fabricação de aeronaves sob licença durante a Primeira Guerra Mundial , a  Westland Aircraft Works, começaria a projetar e construir sua própria linha de aeronaves, tendo como pioneiro o Westland N.1B em 1917, que seria seguido em 1918 pelos modelos Westland Wagtail e Weasel. Logo após o término do conflito, a empresa passaria a desenvolver uma linha de aeronaves de transporte de pequeno porte destinados ao mercado civil, com destaque para  os modelos WS Limousine e WS Woodpigeon. Neste mesmo período,  a Força Aérea Real (RAF) promovia o lançamento da concorrência “M 26/27”, destinada a substituir os antigos treinadores Airco DH.9A. Após apresentação das propostas a Westland Aircraft Works, seria declarada vencedora em maio de 1927, com seu Westland Wapiti.  No ano de 1935 William (Teddy) Petter, Limited segmentaria seus negócios separando a produção de motores e aeronaves, nascia assim a Westland Aircraft Ltd. com sede na cidade de Yeovil, Somerset, passando a produzir nos anos seguinte inumeros modelos de aeronaves destinados aos mercados civil e militar. 

Durante a Segunda Guerra Mundial , a companhia passaria a desenvolver e produzir uma variada gama de aeronaves, que apresentariam grande importância ao esforço de guerra aliado, dentre estes podemos destacar o Westland Whirlwind, que além de apresentar uma velocidade final superior aos demais modelos em uso naquele pais, representaria o primeiro caça armado com um canhão de 30 mm a entrar em serviço na Força Aérea Real (Royal Army). Também o destacamos o  Westland Lysander, uma aeronave dedicada a tarefas de transporte leve e ligação, que seria notabilizada por seu emprego em missões de infiltração de agentes especiais em território inimigo. Porém a exemplo do ocorrido na Primeira Guerra Mundial, grande parte de seu esforço  da empresa daria na fabricação em larga escala de aeronaves de projeto pertencentes a outras construtoras  aeronáuticas,  com destaque para a produção da família do caça Spitfire, com estas operações se intensificando após a destruição da planta fabril da Supermarine em Southampton em setembro de 1940,  durante o transcorrer da Batalha da Inglaterra.  Em suma a Westland Aircraft Ltd.,  entre os anos de 1940 e 1945,  produziria mais Spitfires do que qualquer outro fabricante. Caberia ainda a  equipe de projetos da empresa, ser responsável pelo desenvolvimento da versão navalizada da aeronave o Supermarine Seafire. Logo após o término da Segunda Guerra Mundial, a Westland Aircraft Ltd., vislumbraria o potencial mercadológico a ser proporcionado pelas novas aeronaves de asas rotativas, e neste contexto buscaria uma parceria estratégica para produção e transferência de tecnologia ( know how.) Seu primeiro acordo neste sentindo seria celebrado com a empresa norte-americana Sikorsky Aircraft Division,  visando  a produção sob licença do helicóptero Sikorsky S-51 Dragonfly, que receberia a designação local de Westland WS-51 Dragonfly. Seu primeiro protótipo alçaria voo em maio de 1948, e após ser submetido a um extenso programa de ensaios de voo, receberia sei primeiro contrato de produção. Este modelo, a partir de meados do ano de 1950, passaria a ser o principal modelo de helicóptero a estar em serviço na Marinha Real (Royal Navy) e na  Força Aérea Real (Royal Air Force).
Rapidamente o Westland WS-51 Dragonfly conquistaria grande sucesso comercial no segmento civil, que somado aos contratos militares elevaria a empresa a uma posição de destaque no Grã-Bretanha, em um momento em que as aeronaves de asas rotativas começam a ganhar mais expressão no mercado aeronáutico. Visando aproveitar este movimento favorável a diretoria da empresa passaria a considerar o desenvolvimento de um helicóptero de maior porte e capacidade de carga, podendo assim ampliar sua participação neste nicho. Assim seriam elaborados os primeiros estudos para o desenvolvimento desta nova aeronave, sendo dimensionados grandes investimentos para a elaboração do projeto, criação de ferramental, fabricação de protótipos e implantação de variados programas de ensaios em voo. Em virtude de se otimizar estes recursos, novamente a decisão da empresa derivaria para a possível celebração de um novo acordo de produção sob licença com a Sikorsky Aircraft Division, envolvendo agora seu modelo de médio porte o Sikorsky S-55 (H-19 Chickasaw). Negociações seriam conduzidas, culminado em março de 1951, na celebração de um contrato de licenciamento de fabricação e comercialização com exclusividade na Europa. Neste acordo caberia ao corpo de engenheiros da empresa britânica, customizar os projetos técnicos e conceituais norte-americanos, as especificações de ferramental e confecção de gabaritos. Uma célula original do Sikorsky S-55 seria fornecida como base para a elaboração do processo de fabricação em série, sendo montada nas linhas de produção em solo britânico, realizando seu primeiro voo em novembro de 1951. No entanto o processo de customização relativo ao ferramental e gabaritos de montagem para produção em série, se mostraria mais complexo do que o esperado,  com o primeiro protótipo da nova aeronave (matricula G-AMJT) alçando voo somente em 23 de agosto de 1953.

Esta célula e mais dois protótipos agora comercialmente denominados como Westland WS-55 Whirlwind,  seriam submetidos a um complexo programa de ensaios em voo, visando assim sua certificação para operação civil e militar, com este processo sendo finalizado com êxito até novembro do ano seguinte. Logo em seguida a aeronave obteria seu primeiro contrato militar, mediante uma encomenda de dez aeronaves celebrada com Marinha Real (Royal Navy), para o emprego em missões de busca e salvamento – SAR (Searching and Rescue). As primeiras células denominadas pela aviação naval britânica como Whirlwind HAR.1 seriam entregues em janeiro de 1954 ao 848º Esquadrão Aéreo Naval, passando a operar imediatamente. Estas helicópteros estavam equipados com mesmo motor radial empregado nos Sikorsky H-19 Chickasaw,  o Pratt & Whitney Wasp R-1340-40 com 600 shp, no entanto a experiencia de operação junto ao ambiente naval denotariam a necessidade da aeronave desenvolver maior potência. Esta demanda seria atendida com o desenvolvimento da versão Whirlwind  HAR.3., que passaria a estar equipada com o motor radial  Wright R-1300-3 Cyclone 7 de 800 shp de potência. Esta solução agradaria o comando da Marinha Real (Royal Navy), gerando um contrato para produção de trinta e cinco novas células, que seria seguido agora por um pedido para a  Força Aérea Real (Royal Air Force) englobando setenta e uma aeronaves. A aviação naval da Marinha Francesa (Aeronávele) se tornaria o primeiro cliente de exportação militar da aeronave mediante uma compra de trinta e sete helicópteros. Caberia ainda ao modelo escrever uma nova página da história da guerra área, pois em novembro de 1956 durante a Crise do Canal de Suez, os Westland Whirlwind  HAR.3., participariam ativamente das operações  do desembarque anfíbio anglo-francês em Port Saind no Egito.
Análises posteriores novamente classificariam como limitada a capacidade de geração de potência dos motores a pistão norte-americanos, levando a empresa a buscar uma nova solução, optando assim pela adoção de um projeto apresentado pela empresa inglesa Alvis Car and Engineering Company Ltd. Uma nova versão seria desenvolvida, o  Whirlwind HAR.5, que passaria a fazer uso do motor radial Alvis Leonides Major 755/1com 14 cilindros com 900 cv de potência. Esta seria a base para o desenvolvimento da versão naval Whirlwind HAS, que se tornaria o primeiro helicóptero britânico projetado para as tarefas de guerra antissubmarino (ASW). Este modelo apresentava uma autonomia em patrulha de 334 milhas a uma velocidade média de 86 mph, podendo ser equipado com um sistema de sonar de mergulho para detecção de submarinos ou com torpedos. No entanto não podia ser configurado simultaneamente para esta duas tarefas, operando então em pares de aeronaves.  Apesar ter obtido relativo sucesso comercial com esta família de aeronaves de asas rotativas, Westland Aircraft Ltd, já começava a ensaiar seus próximos passos, agora fazendo uso de uma nova tecnologia destinada aos motores a reação do tipo turbo eixo, que permitiria o desenvolvimento de grupos motopropulsores de reduzidas dimensões, mas capazes de gerar considerável potência. Estudo seriam realizados, com a empresa optando pela adoção do novo motor turbo eixo Rolls Royce Gnome, nascendo assim o modelo Westland Whirlwind Série 3, neste mesmo momento as células anteriores seriam modernizadas recebendo este mesmo motor passando a ser designadas como Whirlwind HAR.9.

Emprego na Marinha do Brasil.
A operação de aeronaves de asas rotativas para emprego militar teve início no Brasil na primeira metade da década de 1950 com a aquisição pela Força Aérea Brasileira de quatro células do modelo Bell 47D1. Esta movimentação foi observada de perto pela Marinha do Brasil, que já ambicionava a implementação de sua aviação naval desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Após estudos, alocação de recursos e definição do plano estratégico, seria iníciado o programa de reativação da Aviação Naval, com o primeiro passo sendo dado em 1952 pela criação a Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM), que teria por missão criar a doutrina de emprego deste novo braço militar aeronaval. Como segundo estágio deste processo, em 1955 seria formado o Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval (CIAAN), passando a ser baseado no km 11 da Avenida Brasil, na cidade do Rio de Janeiro – RJ (onde atualmente se encontra o Centro Recreativo da Casa do Marinheiro), sendo esta organização focada no treinamento e formação e todo o pessoal aero navegante da Marinha do Brasil. As primeiras aeronaves de instrução a serem recebidas foram três Bell 47J, aeronaves estas que foram adquiridas por intermédio da Missão Naval Americana. Sua operação marcaria o início da era da aviação de asas rotativas na Marinha do Brasil. A estes se juntariam logo em seguida em 1956, dois helicópteros Westland WS-51/2 Widgeon, que passariam a ser empregados em tarefas de transporte e ligação. No final desta mesma década, as altas autoridades militares da Aviação Naval da Marinha do Brasil, prontamente identificaram a necessidade de se dispor de uma aeronave de asas rotativas de maior porte do que até as em uso naquele período. Estudos seriam conduzidos junto ao adido militar naval em Washington nos Estados Unidos, visando a aquisição de aeronaves de asas rotativas junto aquele governo, com preferência ao modelo Sikorsky S-55, que vinham desempenhando um excelente papel como aeronaves navais junto a Marinha Americana (US Navy).

Apesar deste anseio, em face ao cenário de reduzidíssimo orçamento militar em que se deu o ressurgimento da Aviação Naval, os recursos destinados a aquisição de material aeronáutico eram muito escassos, eliminando assim a opção pela aquisição de aeronaves novas do modelo norte-americano Sikorsky S-55. No entanto, em vista da boa relação estabelecida entre Ministério da Marinha a empresa Westland Aircraft Ltd. e o Almirantado Britânico durante as etapas de aquisição e modernização do Navio Aeródromo Ligeiro A-11 Minas Gerais, seria possível á Comissão Fiscal de Construção de Navios na Europa (CFCNE) acertar a compra de três helicópteros usados do modelo Westland WS-55 Whirlwind Série I. Este contrato seria assinado em julho de 1960, ao valor unitário de US$ 141.366,00 por aeronave, e apresentaria como principal vantagem a brevidade oferecida no prazo de entrega, com o primeiro helicóptero sendo disponibilizado para inspeção em outubro do mesmo ano, seguido ainda dos dois restantes já no mês seguinte. Apesar de pertencerem orginalmente a versão civil,  o modelo Westland WS-55 Séries 1, as três aeronaves brasileiras apresentavam muitas características presentes nas versões militares Whirlwind HAR Mk1 e HAR Mk2, respectivamente operadas pela Marinha Real (Royal Navy) e Força Aérea Real (Royal Air Force). As células destinadas a Aviação Naval da  Marinha do Brasil seriam entregues em uma configuração que permitia o transporte de até dez soldados totalmente equipados ou a instalação de seis macas para o emprego em tarefas de remoção aero médica, dispondo ainda de um sistema de guincho elétrico para cargas leves ou pessoal instalado na lateral da cabine, semelhante aos instalados em seus  pares militares no Reino Unido.
Este contrato além do fornecimento das aeronaves e peças de reposiçao, contemplaria ainda um programa de treinamento de operação e manutenção, assim prontamente logo após sua formalização uma comitiva formada por aviadores navais e oficiais brasileiros seria despachada para as instalações da Westland Aircraft Ltd., na cidade de Yeovil. Este programa seria concluído rapidamente e sem dificuldades e no dia 19 de outubro, o Capitão de Fragata Roberto Mário Monnret e o Capitão Tenente Hercel Ahrends Teixeira executariam o primeiro pouso de uma aeronave brasileira a bordo do Navio Aeródromo Ligeiro A-11 Minas Gerais (que havia acabado de concluir suas provas áreas com um grupo aéreo embarcado britânico). Após serem oficialmente aceitos, ensaios e aprovados para recebimento em 4 de novembro, os dois últimos Westland WS-55 Séries 1 se juntariam a primeira aeronave. No início do mês de dezembro estes helicópteros seguiriam em voo até Rotterdam (Holanda), onde seriam embarcados no NAel A-11 Minas Gerais, que se encontrava as vésperas de partir para o Brasil. Nesse interim, as autoridades da Marinha do Brasil já estavam negociando a aquisição de outros dois Westland Whirlwind WS-55 Séries 1. Entretanto os limitados recursos orçamentários destinados a Aviação Naval impediram a efetivação desse plano, que acabaria sendo postergado para 1963. Já no pais operando a partir de terra ou do próprio porta aviões os Whirlwind WS-55 Séries 1, ampliariam consideravelmente o leque de missões que podiam ser cumpridas pela Aviação Naval, muito em função de sua capacidade de transporte e autonomia de voo superior as demais aeronaves de asas rotativas em carga na Marinha do Brasil até então.

Transitoriamente subordinados ao Destacamento Aéreo Embarcado do NAel A-11 Minas Gerais, os três Whirlwind WS-55 Séries 1, já com a designação militar de HU2W, seriam transferidos para o 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-1), no momento quem esta unidade seria criada durante mês de junho de 1961. Inicialmente operando a partir das modestas instalações desta nova unidade, localizadas no km 11 da Avenida Brasil na cidade do Rio de Janeiro – RJ, os HU2W Whirlwind prontamente passariam a desempenhar os mais variados trabalhos em benefício de distintas organizações da Marinha do Brasil e de entidades civis. Contudo, uma das principais tarefas atribuídas aos 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-1), seria o de prestar apoio as diversas campanhas hidrográficas anualmente organizadas pela Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN). A volumosa cabine da aeronave, não somente permitia acomodar até dez passageiros, mas possibilitava o transporte dos mais variados tipos de materiais e equipamentos. Seu desempenho aliado à sua respeitável a capacidade de carga, tornariam o HU2W Whirlwind uma ferramenta imprescindível para o sucesso de muitas campanhas hidrográficas executadas durante a década de 1960. Estas mesmas capacidades permitiriam ainda a execução de operações aerotransportadas com tropas do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), bem como o lançamento de paraquedistas em missões de infiltração. Ademais em diversas ocasiões, os HU2W Whirlwind foram convocados a realizar tarefas de evacuação aero médica, missões de misericórdia e trabalhos em apoio a flagelados de calamidades públicas, como as chuvas torrenciais que atingiram o Rio de Janeiro no início do ano de 1966.
No entanto, o intenso emprego destas aeronaves acabaria por cobrar um alto preços, duas células, o HU2W N-7012 e HU2W 7008 seriam perdidos em acidentes ocorridos no litoral do Rio de Janeiro e nas vizinhanças de Nazaré (BA), sendo respectivamente registrados no dia 4 de novembro de 1963 e em 17 de agosto de 1964. O recebimento de mais duas aeronaves em meados do ano de 1963 permitiria o pleno restabelecimento da capacidade operacional do 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-1). Porém logo em seguida, a  carência de recursos materiais para a execução de serviços de revisão geral, e o agravamento da falta crônica de recursos financeiros, acabaria resultando em uma grande queda em seus índices de disponibilidade de voo. Em 1966 uma célula já havia sofrido uma extensa canibalização para permitir que os outros dois HU2W Whirlwind continuassem voando. Este cenario só seria aliviado a partir de 1967, com a definição pela aquisição de três células  novas de fábrica do  modelo Westland Whirlwind Série 3, equipados com motores turboeixo. Em 1968 seria decidido modernizar os dois HU2W Whirlwind, o elevando ao patamar da versão modernizada Whirlwind HAR.9. Estes trabalhos que incluíam a instalação do motor Rolls – Royce Gnome, seriam conduzidas nas instalações do fabricante na Grã-Bretanha, com este processo sendo concluído no ano seguinte quando as aeronaves foram reincorporadas a Aviação Naval. Já a terceira célula em carga, que havia sido escolhida para canibalização acabaria sendo classificada como “economicamente inviável” para recuperação, sendo então em 1970 alienada e vendida como matéria prima. 

Em Escala.
Para representarmos Westland WS-55 Whirlwind Série 1 HU2W matricula “N-7029”, fizemos uso do antigo kit produzido pela Airfix na escala 1/72. Não há necessidade de se promover nenhuma alteração para compormos a versão empregada pela Aviação Naval da Marinha do Brasil. Fizemos uso de decais produzidos pela FCM Decais presentes no antigo set 72/10.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura empregado pelos Westland Whirlwind HU2W, sendo o mesmo esquema aplicado as demais aeronaves de asas rotativas em uso na Aviação Naval da Marinha do Brasil, mantendo esta sistemática até a implementação de seu programa de modernização realizado em 1968.


Bibliografia :
- Westland Whirlwind – Wikipedia  https://en.wikipedia.org/wiki/Westland_Whirlwind_(helicopter)
- Aeronaves Militares Brasileiras 1916 – 2015  por  Jackson Flores 
- 100 anos da Aviação Naval – Marinha do Brasil
- Asas sob os Mares Aviação Naval , Prof Rudnei Dias Cunha - http://www.rudnei.cunha.nom.br

M-1 75 mm Pack Howitzer no Brasil

História e Desenvolvimento.
No final da primeira metade da década de 1920, o Exército dos Estados Unidos (US Army), buscava modernizar sua força de artilharia iniciando o desenvolvimento de inúmeros conceitos que culminariam em projetos de novas armas de artilharia de campo e campanha. Uma destas demandas buscava a adoção de um obuseiro de pequeno porte com calibre de 75 mm de peso leve que pudesse facilmente ser movido em terrenos difíceis. O projeto foi iniciado no ano de 1927, sendo concluído rapidamente, com o primeiro protótipo sendo enviado para testes no inicio do ano seguinte. Este programa de ensaios resultaria em excelentes e promissores resultados, no entanto a partir de 1929 uma grande crise a crise econômica iniciada com a quebra da Bolsa de Valores, se abateria sobre os Estados Unidos. Entre cenário levaria ao imediato contingenciamento de todo o orçamento militar, adiando assim entre tantos projetos, o início da produção deste novo obuseiro, que recebera a designação oficial de “M1 75mm Howitzer Pack”. Este programa só seria repensando em fins da década de 1930, quando o avançar das tensões políticas na Europa, começaram a causar preocupações junto ao governo norte americano, levando ao reposicionamento estratégico de suas prioridades de investimento. Entre todos as propostas analisadas, deferiu-se por priorizar a produção de peças de artilharia de maior calibre, com o programa “M1 75 mm Howitzer Pack”, recebendo parcos recursos, o que limitaria a sua produção em série para apenas 91 peças, com a entregas ocorrendo até agosto de 1940. Porém o observar das táticas alemães que apregoavam uma guerra de alta mobilidade levariam a reorientação das opções de produção de peças de artilharia, passando a considerar equipamento de menor peso, que apresentasse mais facilidade de movimentação (incluindo a opção de aerotransporte) e operação. Neste novo contexto o “M1 75 mm Howitzer Pack”, se encaixava perfeitamente, levando a decisão de produção em larga escala a partir do final do ano de 1940.

Os primeiros obuseiros “M1 75 mm Howitzer Pack” produzidos em série, foram montados inicialmente sobre o reboque padrão M1, apresentando estas rodas de madeira, com o objetivo de reduzir ainda mais o peso final do conjunto. Esta definição era embasada no conceito original do projeto, que previa o transporte do equipamento principalmente, sobre o dorso de animais de carga como mulas ou cavalos. Porém devendo atender as especificações para ser aerotransportado ou lançado de paraquedas, o reboque original M1 passou a ser substituído pelo novo modelo M8, que estava equipado com rodas convencionais e pneus de borracha. Basicamente esta nova peça de artilharia, consistia em um sistema composto por tubo e culatra, que eram unidos por roscas interrompidas, permitindo a rápida montagem e desmontagem. Um oitavo de um turno era necessário para conectar ou desconectar o tubo e a culatra. O tubo tinha uniforme, direito rifling com um turno em 20 calibres. A culatra era do tipo deslizante horizontal, com mecanismo de disparo de tração contínua, o sistema de recuo era do tipo hidropneumático, tanto o amortecedor de recuo quanto o recuperador estavam localizados sob o cano. Para o lançamento aerotransportado, todo o conjunto podia ser dividido em nove cargas de paraquedas, sendo que a última incluía 18 cartuchos de munição de 75 mm. Após lançado por aeronaves Douglas C-47 ou descarregado em solo por planadores Wacco CG-4, a arma poderia ser facilmente montada e movida. Já em operação, uma equipe de 6 soldados bem treinada conseguia realizar de 3 a 6 disparos por minuto com satisfatória precisão, apenas  como ponto negativo seu curto canhão proporcionava um alcance limitado máximo de 8,7 km.
Em 1942 pequenas alterações resultariam na versão de produção designada M1A, e estas peças em conjunto com o modelo M1 75 mm Howitzer Pack foram destinadas a equipar no Exército Americano (US Army) principalmente as unidades de montanha e divisões de paraquedistas.  Seu batismo de fogo ocorreu em solo italiano, em 22 de janeiro de 1944 quando foram empregados pelo 39º Regimento de Artilharia de Campo e posteriormente pelo 504º Regimento de Infantaria e paraquedistas e da 82ª Divisão Aerotransportada. A partir de fevereiro de 1944 um nova normativa organizacional do Exército Americano (US Army), determinava que uma divisão aerotransportada, deveria dispor de três batalhões equipados com os obuseiros M1/M1A 75 mm Howitzer Pack, sendo dois batalhões de artilharia transportados por planadores Wacco CG-4e um batalhão de artilharia de campo, com peças lançadas por paraquedas lançados de aeronaves Douglas C-47. Totalizando assim 36 peças de artilharia dos modelos M1/M1A 75 mm Howitzer Pack, eventualmente estes obuseiros podiam ser substituídos por canhoes M3 de calibre 105 mm mais potentes. Já nas divisões de montanha, cada uma destas era composta por três batalhões de obuseiros de 75 mm com 12 M1/M1A Howitzer Pack. No entanto esta arma no Exército Americano (US Army) veio ainda a equipar alguns batalhões de artilharia de campo, principalmente na Birmânia, onde eram transportados em terrenos irregulares por mulas de carga. O equipamento com a designação de M2 75 mm  passou a partir de 1943, a dotar as unidades de artilharia divisional do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha Americana (US Marine Corps), porém entre 1944 e 1945 passaram a ser substituídos pelos obuses de 105 mm e 155 mm.

A exemplo dos demais equipamento e armas produzidos durante a Segunda Guerra Mundial nos pelos Estados Unidos, os obuseiros M1/M1A 75 mm Howitzer Pack, seriam incluídos no portifólio do programa de ajuda militar “Leand & Lease Act Bill” (Lei e Empréstimos e Arrendamentos), com as forças armadas britânicas recebendo 826 peças, a China Nacionalista com 637 peças e por fim as forças militares da França Livre com 68 armas recebidas. Em menor número estes obuses leves seriam fornecidos ainda para vários países da América Latina, entre eles o Brasil. No Exército Real Britânico (Royal Army), os M1/M1A 75 mm Howitzer Pack, chegaram a equipar dois regimentos de artilharia de montanha, dois regimentos de artilharia leves e um regimento de apoio de campo, sendo também temporariamente usado por algumas outras unidades. A arma permaneceu em serviço neste país até o final da década de 1950. Entre menções de destaque, podemos citar o emprego de uma única peça que foi lançada de paraquedas em abril de 1945, para equipar o 2º Regimento Italiano da SAS (Serviço Aéreo Especial), unidade esta formada por partidários com lealdade política mista, ex-prisioneiros de guerra russos e desertores do Exército Alemão (Wehrmacht). Esta arma foi usada no decurso da “Operação Tombola” para atacar comboios inimigos ao longo da Rota 12 entre as regiões de Modena e Florença na Itália.  Já a experiência dos M1/M1A 75 mm Howitzer Pack, entregues ao exército da República Nacionalista da China foi particularmente notável e longeva, e após a termino da Segunda Guerra Mundial, estas peças empregadas pelo Exército Popular de Libertação sendo posteriormente cedidas as forças militares do “Viet Minh”, tendo sido operadas durante toda a Guerra do Vietnã. Em 1962, em seu país de origem, este modelo foi renomeado como M116 75 mm Howitzer, se mantendo em uso até a década de 1980 no Exército Americano (US Army). 
Em 1960, 153 peças do modelo M116 75 mm Howitzer foram transferidos dos estoques do Exército Americano (US Army), para as Forças de Autodefesa do Japão, se mantendo em uso operacional até o final da década de 1980. Este obuseiros retomariam seu uso real em 2010, quando dezenas destes, foram empregados pelos Exército Turco (Türk Kara Kuvvetleri), em operações contra os separatistas curdos no sudeste da Turquia. A exemplo deste país, outras nações em desenvolvimento, ainda empregam o modelo no serviço ativo regular. Em seu país de origem, o Exército Americano (US Army), ainda emprega três peças na Bateria de Artilharia Norwich, na Universidade de Norwich e também duas pelas na Universidade do Norte da Geórgia, sendo estas instituições, duas das seis principais faculdades militares norte americanas. Entre os anos 1940 e 1944 foram produzidos 4.939 obuseiros dispostos nos modelos M1, M1A1 e M2 Howitzer Pack, que empregaram três tipos de carro reboque.

Emprego no Exército Brasileiro.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil passaria a representar no cenario global, uma posição de destaque estratégica dentro do contexto do conflito, representando um importante fornecedor de matérias primas estratégicas (borracha, metais e alimentos). Sendo detentor ainda, de um vasto território continental com pontos estratégicos, extremamente propícios em seu litoral nordeste, para o estabelecimento de bases aérea e operações portuárias. Esta localização privilegiada, representava o ponto mais próximo entre o continente Americano e Africano, assim desta maneira a costa brasileira, seria fundamental como ponto de partida para o envio de tropas, veículos, suprimentos e aeronaves para emprego no teatro europeu. E neste contexto o país, passaria a ser agraciado com diversas contrapartidas comerciais e militares, e neste último aspecto sendo submetido a um completo processo de modernização não só em termos de doutrina operacional, mas também em termos de armamentos e equipamentos militares norte-americanos de última geração. A adesão do Brasil ao programa Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), criaria ao país uma linha de crédito da ordem de cem milhões de dólares, destinados a aquisição de material bélico, proporcionando acesso a modernos armamentos, aeronaves, navios, veículos blindados e carros de combate. Este vasto programa de reequipamento visava proporcionar ao país, as condições básicas para o estabelecimento de um plano defesa territorial continental e ultramar eficiente. No que tange a força terrestre, o cenário não era melhor, e esta contrapartida a cessão das bases no território nacional, seria fundamental na modernização do Exército Brasileiro, que até então ainda era signatário da doutrina militar ultrapassada, que fora implementada após o término da Primeira Guerra Mundial com o acordo da “Missão Militar Francesa”. Em termos de equipamentos de artilharia, os equipamentos mais novos em serviço nas unidades militares brasileiras datavam do início do século, com este acervo sendo composto e sua maioria de canhões como os alemães Krupp 75 mm Modelo 1908, e franceses Schneider - Canet 75 mm, preparados para tração hipomóvel.

Os primeiros navios de transporte norte-americanos carregados com todo tipo de equipamento militar começaram a ser recebidos no país a partir de meados do ano de 1942, se destacando principalmente um grande número de armas de infantaria e artilharia, entre estes últimos um grande número de canhões campanha de calibres entre 37 mm e 155 mm, representando assim um salto qualitativo para a artilharia do Exército Brasileiro. Os contratos dispostos no programa previam que uma parte deste equipamento deveria ser entregue no Brasil a fim de equipar as unidades de campanha do Exército Brasileiro, e outra parte estava destinada a compor os efetivos da Força Expedicionária Brasileira (FEB) que se preparavam para lutar no front Europeu. Um total de 36 obuseiros do modelo M1 75 mm Howitzer Pack foram cedidos nos primeiros contratos do programa Leand & Lease Act Bill (Lei de Empréstimos e Arrendamentos), sendo dispostos em duas versões de carro reboque, o M1 com rodas de madeira (primeiro lote de produção) e o M8 com pneus de borracha convencionais, não se sabe com exatidão a real quantidade recebida destes dois modelos. Não existem registros oficiais ou fotográficos do emprego dos M1 75 mm Howitzer Pack pela Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a campanha na Itália. Especula-se no entanto que como a organização do Exército Brasileiro, foi espelhada nos mesmos moldes das unidades que compunham o V Exército Americano, comandado pelo General Mark Clark, existe a possibilidade de algumas destas peças possam ter sido as entregues juntamente com os obuseiros M1 de 155 mm , M2 de 105 mm e M3 também de 105 mm. Esta teoria se reflete pelo fato de 10ª Divisão de Montanha, que  era uma das principais unidades que participaram deste front de batalha , era especializada em operações nos terrenos adversos deste cenário de operações  primeira e única divisão americana de Alpinos e era formada por esquiadores experientes, alpinistas e montanhistas com formação concluída no Texas, e por operar neste nível de especialização estava equipada com peças de artilharia de pequeno porte como os canhões antitanque M3 37 mm e obuseiros M1 75mm Howitzer Pack, levando a crer que a Força Expedicionária Brasileira (FEB), possa ter operado esta peça de artilharia, no entanto reforçamos que trata-se de uma especulação.
Em operação no Brasil no pós guerra,  os obuseiros leves, M1 75 mm Howitzer Pack, foram inicialmente empregados nos Grupos de Artilharia de Campanha do Exército Brasileiro, passando a operar em conjunto com as demais peças de artilharia recebidas durante a Segunda Guerra Mundial,  sendo tracionados por veículos leves como os Ford Jeeps e Dodges WC-51 e WC-52 Beep com tração 4X4. O destino do emprego operacional dos  M1 75 mm Howitzer Pack no Brasil iria mudar a partir de  26 de dezembro de 1946, com a criação do Núcleo de Formação e Treinamento de Paraquedistas. Nesta nova estrutura organizacional estava prevista a implementação de uma Bateria de Artilharia, nascia assim a Artilharia Paraquedista Brasileira. Sem dúvida, o a peça de artilharia mais adequada para equipar esta nova unidade era o obuseiro M1 75 mm Howitzer Pack, equipamento que fora customizado para operações junto as forças aerotransportadas norte-americanas durante a Segunda Guerra Mundial. Neste novo núcleo, seria desenvolvida toda a doutrina operacional para o emprego de uma artilharia de campanha aerotransportada, criando assim uma unidade independente e altamente profissional. Estes esforços seriam celebrados em 26 de dezembro de 1950, quando o Capitão Dickson Melges Grael, primeiro comandante desta nova unidade e um dos pioneiros do paraquedismo militar no Brasil, realizou com um obuseiro M1 75 mm Howitzer Pack, o primeiro tiro de bateria, , marcando, dessa forma, sua primeira participação como arma de apoio de fogo.

As operações se iniciaram de imediato, no entanto as aeronaves disponíveis para o lançamento de paraquedistas na Força Aérea Brasileira eram os veneráveis Douglas C-47, que não eram os mais adequados para o lançamento de cargas devido a sua baixa capacidade de transporte e uso apenas de porta lateral. Em 31 de março de 1953, a unidade passou à condição de “Grupo”, recebendo a denominação de "Grupo de Obuses 75 mm Aero terrestre", concentrando todas as peças M1 75 mm Howitzer Pack existentes no país. Em termos de operacionalidade, um grande salto qualitativo ocorreria a partir janeiro de 1956, quando começaram a ser recebidos na Força Aérea Brasileira, os primeiros aviões de transporte Fairchild C-82 Packet. Esta aeronave com maior capacidade e desenvolvida especialmente para missões de lançamentos de paraquedistas e carga, teve um importante papel no estabelecimento da doutrina aero terrestre do Exército Brasileiro, dando o impulso necessário a consolidação da Brigada de Infantaria Paraquedista e do de "Grupo de Obuses 75 mm Aero terrestre". Estes avanços culminariam no primeiro lançamento em larga escala de peças de artilharia de 75 mm no ano de 1955, e estes exercícios operacionais de grande monta seriam intensificados a partir de 1962 com o recebimento dos novos Fairchild C-119 Flying Boxcar. Estas novas aeronaves permitiram a adoção de peças de artilharia M3 e M2 de 105 mm complementando a dotação de obuseiros M1 75 mm, a partir desta época esta unidade passou a receber outras denominações como de Grupo de Obuses 105 mm Aero terrestre, ocasião em que foi estruturado nos mesmos moldes dos dias de hoje; e, finalmente, 8º Grupo de Artilharia Paraquedista.
Em meados da década de 1970, era evidente que a idade e o desgaste dos obuseiros M1 75 mm Howitzer Pack se mostrava evidente, a este cenário negativo, agregava-se a necessidade de padronização dos estoques de munição, tendo o calibre de 105 mm sendo elegido como principal arma de artilharia do Exército Brasileiro. Neste período, muito destes veteranos obuseiros já estavam sendo empregados na instrução e tiros de salvas cerimoniais, junto ao Curso de Formação de Reservista de 2º Categoria (CMPA). Neste contexto então, o comando do Exército Brasileiro, decidiu a substituição dos obuseiros M1 75 mm Howitzer Pack, por equipamentos mais modernos, com a escolha recaindo sobre o modelo italiano Oto Melara" C/14 M 56 R de 105 mm, que passaram a ser recebidos a partir de 1977.  Com sua carreira operacional encerrada alguns M1 75 mm Howitzer Pack foram alocados para o Colégio Militar do Rio de Janeiro (CMRJ), onde passaram a ser empregados no processo de instrução e salvas de honra em conjunto com os antigos obuseiros franceses Schneider de 75 mm. Permaneceram nesta missão até o início da década de 1990, quando foram enfim totalmente desativados, com poucas peças sendo preservadas em museus ou unidades do Exército Brasileiro. 

Em Escala.
Para representarmos o M1 75 mm Howitzer Pack, fizemos uso do kit da Vison Models na escala 1/35, modelo que peca qualidade de injeção, mas tem um bom nível de detalhamento, combinado peças em metal e photo etched. Para se representar a versão usada pelo Exército Brasileiro, não há necessidade de se realizar nenhuma alteração, bastando montar o modelo direto da caixa.

O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o único padrão de pintura empregado desde o recebimento das primeiras peças em 1942 e nos lotes subsequentes, mantendo este esquema até sua retirada de serviço no inicio da década de 1990.

Bibliografia: 

- M116 75 mm  Wikipédia - https://en.wikipedia.org/wiki/M116_howitzer
- Technical Manual TM 9-1320, 75mm Howitzers and Carriages. War Department, 1944
- Veículos Militares do Brasil - EB e CFN – Facebook Edição colaborativa do artigo
-  Exército Brasileiro - http://www.bdainfpqdt.eb.mil.br/oms/60-organiza%C3%A7%C3%B5es-militares/110-8-gac-pqdt.html