Westland WS-55 Whirlwind Series 1

História e Desenvolvimento.
A gênese desta importante fabricante de aeronaves do Reino Unido, tem origem em 1915, com a fundação da Westland Aircraft Works, uma divisão das empresas Petters Limited, que atuava no segmento de produção de motores pesados para indústria metal mecânica. Este movimento ocorreria em virtude ao atendimento de uma demanda governamental relacionada ao vencimento de uma concorrência para a produção de doze hidroaviões Short Type 184. Em seguida neste  mesmo contexto, um novo contrato seria celebrado, envolvendo agora a produção de mais vinte aeronaves de reconhecimento naval e bombardeiro designados como Short Admiralty Type 166.   O nome fantasia  da companhia “Westland” seria escolhido pela esposa do fundador o senhor William (Teddy) Petter, no momento de aquisição de um terreno para a expansão da planta industrial na região de West Hendford. O intensificar das operações aérea da Primeira Guerra Mundial demandaria um grande incremento por aeronaves militares, levando a assinatura de novos contratos entre a empresa e  governo britânico. Neste momento a Westland Aircraft Work ampliaria sua capacidade fabril, passando a produzir aeronaves desenvolvidas por outro fabricantes como os Sopwith 11/2 Strutter,  Havilland Airco DH.4, Havilland Airco DH.9, Havilland Airco DH.9A e o Vickers Vimy. Como resultado da experiência adquirida na fabricação de aeronaves sob licença durante a Primeira Guerra Mundial , a  Westland Aircraft Works, começaria a projetar e construir sua própria linha de aeronaves, tendo como pioneiro o Westland N.1B em 1917, que seria seguido em 1918 pelos modelos Westland Wagtail e Weasel. Logo após o término do conflito, a empresa passaria a desenvolver uma linha de aeronaves de transporte de pequeno porte destinados ao mercado civil, com destaque para  os modelos WS Limousine e WS Woodpigeon. Neste mesmo período,  a Força Aérea Real (RAF) promovia o lançamento da concorrência “M 26/27”, destinada a substituir os antigos treinadores Airco DH.9A. Após apresentação das propostas a Westland Aircraft Works, seria declarada vencedora em maio de 1927, com seu Westland Wapiti.  No ano de 1935 William (Teddy) Petter, Limited segmentaria seus negócios separando a produção de motores e aeronaves, nascia assim a Westland Aircraft Ltd. com sede na cidade de Yeovil, Somerset, passando a produzir nos anos seguinte inumeros modelos de aeronaves destinados aos mercados civil e militar. 

Durante a Segunda Guerra Mundial , a companhia passaria a desenvolver e produzir uma variada gama de aeronaves, que apresentariam grande importância ao esforço de guerra aliado, dentre estes podemos destacar o Westland Whirlwind, que além de apresentar uma velocidade final superior aos demais modelos em uso naquele pais, representaria o primeiro caça armado com um canhão de 30 mm a entrar em serviço na Força Aérea Real (Royal Army). Também o destacamos o  Westland Lysander, uma aeronave dedicada a tarefas de transporte leve e ligação, que seria notabilizada por seu emprego em missões de infiltração de agentes especiais em território inimigo. Porém a exemplo do ocorrido na Primeira Guerra Mundial, grande parte de seu esforço  da empresa daria na fabricação em larga escala de aeronaves de projeto pertencentes a outras construtoras  aeronáuticas,  com destaque para a produção da família do caça Spitfire, com estas operações se intensificando após a destruição da planta fabril da Supermarine em Southampton em setembro de 1940,  durante o transcorrer da Batalha da Inglaterra.  Em suma a Westland Aircraft Ltd.,  entre os anos de 1940 e 1945,  produziria mais Spitfires do que qualquer outro fabricante. Caberia ainda a  equipe de projetos da empresa, ser responsável pelo desenvolvimento da versão navalizada da aeronave o Supermarine Seafire. Logo após o término da Segunda Guerra Mundial, a Westland Aircraft Ltd., vislumbraria o potencial mercadológico a ser proporcionado pelas novas aeronaves de asas rotativas, e neste contexto buscaria uma parceria estratégica para produção e transferência de tecnologia ( know how.) Seu primeiro acordo neste sentindo seria celebrado com a empresa norte-americana Sikorsky Aircraft Division,  visando  a produção sob licença do helicóptero Sikorsky S-51 Dragonfly, que receberia a designação local de Westland WS-51 Dragonfly. Seu primeiro protótipo alçaria voo em maio de 1948, e após ser submetido a um extenso programa de ensaios de voo, receberia sei primeiro contrato de produção. Este modelo, a partir de meados do ano de 1950, passaria a ser o principal modelo de helicóptero a estar em serviço na Marinha Real (Royal Navy) e na  Força Aérea Real (Royal Air Force).
Rapidamente o Westland WS-51 Dragonfly conquistaria grande sucesso comercial no segmento civil, que somado aos contratos militares elevaria a empresa a uma posição de destaque no Grã-Bretanha, em um momento em que as aeronaves de asas rotativas começam a ganhar mais expressão no mercado aeronáutico. Visando aproveitar este movimento favorável a diretoria da empresa passaria a considerar o desenvolvimento de um helicóptero de maior porte e capacidade de carga, podendo assim ampliar sua participação neste nicho. Assim seriam elaborados os primeiros estudos para o desenvolvimento desta nova aeronave, sendo dimensionados grandes investimentos para a elaboração do projeto, criação de ferramental, fabricação de protótipos e implantação de variados programas de ensaios em voo. Em virtude de se otimizar estes recursos, novamente a decisão da empresa derivaria para a possível celebração de um novo acordo de produção sob licença com a Sikorsky Aircraft Division, envolvendo agora seu modelo de médio porte o Sikorsky S-55 (H-19 Chickasaw). Negociações seriam conduzidas, culminado em março de 1951, na celebração de um contrato de licenciamento de fabricação e comercialização com exclusividade na Europa. Neste acordo caberia ao corpo de engenheiros da empresa britânica, customizar os projetos técnicos e conceituais norte-americanos, as especificações de ferramental e confecção de gabaritos. Uma célula original do Sikorsky S-55 seria fornecida como base para a elaboração do processo de fabricação em série, sendo montada nas linhas de produção em solo britânico, realizando seu primeiro voo em novembro de 1951. No entanto o processo de customização relativo ao ferramental e gabaritos de montagem para produção em série, se mostraria mais complexo do que o esperado,  com o primeiro protótipo da nova aeronave (matricula G-AMJT) alçando voo somente em 23 de agosto de 1953.

Esta célula e mais dois protótipos agora comercialmente denominados como Westland WS-55 Whirlwind,  seriam submetidos a um complexo programa de ensaios em voo, visando assim sua certificação para operação civil e militar, com este processo sendo finalizado com êxito até novembro do ano seguinte. Logo em seguida a aeronave obteria seu primeiro contrato militar, mediante uma encomenda de dez aeronaves celebrada com Marinha Real (Royal Navy), para o emprego em missões de busca e salvamento – SAR (Searching and Rescue). As primeiras células denominadas pela aviação naval britânica como Whirlwind HAR.1 seriam entregues em janeiro de 1954 ao 848º Esquadrão Aéreo Naval, passando a operar imediatamente. Estas helicópteros estavam equipados com mesmo motor radial empregado nos Sikorsky H-19 Chickasaw,  o Pratt & Whitney Wasp R-1340-40 com 600 shp, no entanto a experiencia de operação junto ao ambiente naval denotariam a necessidade da aeronave desenvolver maior potência. Esta demanda seria atendida com o desenvolvimento da versão Whirlwind  HAR.3., que passaria a estar equipada com o motor radial  Wright R-1300-3 Cyclone 7 de 800 shp de potência. Esta solução agradaria o comando da Marinha Real (Royal Navy), gerando um contrato para produção de trinta e cinco novas células, que seria seguido agora por um pedido para a  Força Aérea Real (Royal Air Force) englobando setenta e uma aeronaves. A aviação naval da Marinha Francesa (Aeronávele) se tornaria o primeiro cliente de exportação militar da aeronave mediante uma compra de trinta e sete helicópteros. Caberia ainda ao modelo escrever uma nova página da história da guerra área, pois em novembro de 1956 durante a Crise do Canal de Suez, os Westland Whirlwind  HAR.3., participariam ativamente das operações  do desembarque anfíbio anglo-francês em Port Saind no Egito.
Análises posteriores novamente classificariam como limitada a capacidade de geração de potência dos motores a pistão norte-americanos, levando a empresa a buscar uma nova solução, optando assim pela adoção de um projeto apresentado pela empresa inglesa Alvis Car and Engineering Company Ltd. Uma nova versão seria desenvolvida, o  Whirlwind HAR.5, que passaria a fazer uso do motor radial Alvis Leonides Major 755/1com 14 cilindros com 900 cv de potência. Esta seria a base para o desenvolvimento da versão naval Whirlwind HAS, que se tornaria o primeiro helicóptero britânico projetado para as tarefas de guerra antissubmarino (ASW). Este modelo apresentava uma autonomia em patrulha de 334 milhas a uma velocidade média de 86 mph, podendo ser equipado com um sistema de sonar de mergulho para detecção de submarinos ou com torpedos. No entanto não podia ser configurado simultaneamente para esta duas tarefas, operando então em pares de aeronaves.  Apesar ter obtido relativo sucesso comercial com esta família de aeronaves de asas rotativas, Westland Aircraft Ltd, já começava a ensaiar seus próximos passos, agora fazendo uso de uma nova tecnologia destinada aos motores a reação do tipo turbo eixo, que permitiria o desenvolvimento de grupos motopropulsores de reduzidas dimensões, mas capazes de gerar considerável potência. Estudo seriam realizados, com a empresa optando pela adoção do novo motor turbo eixo Rolls Royce Gnome, nascendo assim o modelo Westland Whirlwind Série 3, neste mesmo momento as células anteriores seriam modernizadas recebendo este mesmo motor passando a ser designadas como Whirlwind HAR.9.

Emprego na Marinha do Brasil.
A operação de aeronaves de asas rotativas para emprego militar teve início no Brasil na primeira metade da década de 1950 com a aquisição pela Força Aérea Brasileira de quatro células do modelo Bell 47D1. Esta movimentação foi observada de perto pela Marinha do Brasil, que já ambicionava a implementação de sua aviação naval desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Após estudos, alocação de recursos e definição do plano estratégico, seria iníciado o programa de reativação da Aviação Naval, com o primeiro passo sendo dado em 1952 pela criação a Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM), que teria por missão criar a doutrina de emprego deste novo braço militar aeronaval. Como segundo estágio deste processo, em 1955 seria formado o Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval (CIAAN), passando a ser baseado no km 11 da Avenida Brasil, na cidade do Rio de Janeiro – RJ (onde atualmente se encontra o Centro Recreativo da Casa do Marinheiro), sendo esta organização focada no treinamento e formação e todo o pessoal aero navegante da Marinha do Brasil. As primeiras aeronaves de instrução a serem recebidas foram três Bell 47J, aeronaves estas que foram adquiridas por intermédio da Missão Naval Americana. Sua operação marcaria o início da era da aviação de asas rotativas na Marinha do Brasil. A estes se juntariam logo em seguida em 1956, dois helicópteros Westland WS-51/2 Widgeon, que passariam a ser empregados em tarefas de transporte e ligação. No final desta mesma década, as altas autoridades militares da Aviação Naval da Marinha do Brasil, prontamente identificaram a necessidade de se dispor de uma aeronave de asas rotativas de maior porte do que até as em uso naquele período. Estudos seriam conduzidos junto ao adido militar naval em Washington nos Estados Unidos, visando a aquisição de aeronaves de asas rotativas junto aquele governo, com preferência ao modelo Sikorsky S-55, que vinham desempenhando um excelente papel como aeronaves navais junto a Marinha Americana (US Navy).

Apesar deste anseio, em face ao cenário de reduzidíssimo orçamento militar em que se deu o ressurgimento da Aviação Naval, os recursos destinados a aquisição de material aeronáutico eram muito escassos, eliminando assim a opção pela aquisição de aeronaves novas do modelo norte-americano Sikorsky S-55. No entanto, em vista da boa relação estabelecida entre Ministério da Marinha a empresa Westland Aircraft Ltd. e o Almirantado Britânico durante as etapas de aquisição e modernização do Navio Aeródromo Ligeiro A-11 Minas Gerais, seria possível á Comissão Fiscal de Construção de Navios na Europa (CFCNE) acertar a compra de três helicópteros usados do modelo Westland WS-55 Whirlwind Série I. Este contrato seria assinado em julho de 1960, ao valor unitário de US$ 141.366,00 por aeronave, e apresentaria como principal vantagem a brevidade oferecida no prazo de entrega, com o primeiro helicóptero sendo disponibilizado para inspeção em outubro do mesmo ano, seguido ainda dos dois restantes já no mês seguinte. Apesar de pertencerem orginalmente a versão civil,  o modelo Westland WS-55 Séries 1, as três aeronaves brasileiras apresentavam muitas características presentes nas versões militares Whirlwind HAR Mk1 e HAR Mk2, respectivamente operadas pela Marinha Real (Royal Navy) e Força Aérea Real (Royal Air Force). As células destinadas a Aviação Naval da  Marinha do Brasil seriam entregues em uma configuração que permitia o transporte de até dez soldados totalmente equipados ou a instalação de seis macas para o emprego em tarefas de remoção aero médica, dispondo ainda de um sistema de guincho elétrico para cargas leves ou pessoal instalado na lateral da cabine, semelhante aos instalados em seus  pares militares no Reino Unido.
Este contrato além do fornecimento das aeronaves e peças de reposiçao, contemplaria ainda um programa de treinamento de operação e manutenção, assim prontamente logo após sua formalização uma comitiva formada por aviadores navais e oficiais brasileiros seria despachada para as instalações da Westland Aircraft Ltd., na cidade de Yeovil. Este programa seria concluído rapidamente e sem dificuldades e no dia 19 de outubro, o Capitão de Fragata Roberto Mário Monnret e o Capitão Tenente Hercel Ahrends Teixeira executariam o primeiro pouso de uma aeronave brasileira a bordo do Navio Aeródromo Ligeiro A-11 Minas Gerais (que havia acabado de concluir suas provas áreas com um grupo aéreo embarcado britânico). Após serem oficialmente aceitos, ensaios e aprovados para recebimento em 4 de novembro, os dois últimos Westland WS-55 Séries 1 se juntariam a primeira aeronave. No início do mês de dezembro estes helicópteros seguiriam em voo até Rotterdam (Holanda), onde seriam embarcados no NAel A-11 Minas Gerais, que se encontrava as vésperas de partir para o Brasil. Nesse interim, as autoridades da Marinha do Brasil já estavam negociando a aquisição de outros dois Westland Whirlwind WS-55 Séries 1. Entretanto os limitados recursos orçamentários destinados a Aviação Naval impediram a efetivação desse plano, que acabaria sendo postergado para 1963. Já no pais operando a partir de terra ou do próprio porta aviões os Whirlwind WS-55 Séries 1, ampliariam consideravelmente o leque de missões que podiam ser cumpridas pela Aviação Naval, muito em função de sua capacidade de transporte e autonomia de voo superior as demais aeronaves de asas rotativas em carga na Marinha do Brasil até então.

Transitoriamente subordinados ao Destacamento Aéreo Embarcado do NAel A-11 Minas Gerais, os três Whirlwind WS-55 Séries 1, já com a designação militar de HU2W, seriam transferidos para o 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-1), no momento quem esta unidade seria criada durante mês de junho de 1961. Inicialmente operando a partir das modestas instalações desta nova unidade, localizadas no km 11 da Avenida Brasil na cidade do Rio de Janeiro – RJ, os HU2W Whirlwind prontamente passariam a desempenhar os mais variados trabalhos em benefício de distintas organizações da Marinha do Brasil e de entidades civis. Contudo, uma das principais tarefas atribuídas aos 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-1), seria o de prestar apoio as diversas campanhas hidrográficas anualmente organizadas pela Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN). A volumosa cabine da aeronave, não somente permitia acomodar até dez passageiros, mas possibilitava o transporte dos mais variados tipos de materiais e equipamentos. Seu desempenho aliado à sua respeitável a capacidade de carga, tornariam o HU2W Whirlwind uma ferramenta imprescindível para o sucesso de muitas campanhas hidrográficas executadas durante a década de 1960. Estas mesmas capacidades permitiriam ainda a execução de operações aerotransportadas com tropas do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), bem como o lançamento de paraquedistas em missões de infiltração. Ademais em diversas ocasiões, os HU2W Whirlwind foram convocados a realizar tarefas de evacuação aero médica, missões de misericórdia e trabalhos em apoio a flagelados de calamidades públicas, como as chuvas torrenciais que atingiram o Rio de Janeiro no início do ano de 1966.
No entanto, o intenso emprego destas aeronaves acabaria por cobrar um alto preços, duas células, o HU2W N-7012 e HU2W 7008 seriam perdidos em acidentes ocorridos no litoral do Rio de Janeiro e nas vizinhanças de Nazaré (BA), sendo respectivamente registrados no dia 4 de novembro de 1963 e em 17 de agosto de 1964. O recebimento de mais duas aeronaves em meados do ano de 1963 permitiria o pleno restabelecimento da capacidade operacional do 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-1). Porém logo em seguida, a  carência de recursos materiais para a execução de serviços de revisão geral, e o agravamento da falta crônica de recursos financeiros, acabaria resultando em uma grande queda em seus índices de disponibilidade de voo. Em 1966 uma célula já havia sofrido uma extensa canibalização para permitir que os outros dois HU2W Whirlwind continuassem voando. Este cenario só seria aliviado a partir de 1967, com a definição pela aquisição de três células  novas de fábrica do  modelo Westland Whirlwind Série 3, equipados com motores turboeixo. Em 1968 seria decidido modernizar os dois HU2W Whirlwind, o elevando ao patamar da versão modernizada Whirlwind HAR.9. Estes trabalhos que incluíam a instalação do motor Rolls – Royce Gnome, seriam conduzidas nas instalações do fabricante na Grã-Bretanha, com este processo sendo concluído no ano seguinte quando as aeronaves foram reincorporadas a Aviação Naval. Já a terceira célula em carga, que havia sido escolhida para canibalização acabaria sendo classificada como “economicamente inviável” para recuperação, sendo então em 1970 alienada e vendida como matéria prima. 

Em Escala.
Para representarmos Westland WS-55 Whirlwind Série 1 HU2W matricula “N-7029”, fizemos uso do antigo kit produzido pela Airfix na escala 1/72. Não há necessidade de se promover nenhuma alteração para compormos a versão empregada pela Aviação Naval da Marinha do Brasil. Fizemos uso de decais produzidos pela FCM Decais presentes no antigo set 72/10.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura empregado pelos Westland Whirlwind HU2W, sendo o mesmo esquema aplicado as demais aeronaves de asas rotativas em uso na Aviação Naval da Marinha do Brasil, mantendo esta sistemática até a implementação de seu programa de modernização realizado em 1968.


Bibliografia :
- Westland Whirlwind – Wikipedia  https://en.wikipedia.org/wiki/Westland_Whirlwind_(helicopter)
- Aeronaves Militares Brasileiras 1916 – 2015  por  Jackson Flores 
- 100 anos da Aviação Naval – Marinha do Brasil
- Asas sob os Mares Aviação Naval , Prof Rudnei Dias Cunha - http://www.rudnei.cunha.nom.br

M-1 75 mm Pack Howitzer no Brasil

História e Desenvolvimento.
No final da primeira metade da década de 1920, o Exército dos Estados Unidos (US Army), buscava modernizar sua força de artilharia iniciando o desenvolvimento de inúmeros conceitos que culminariam em projetos de novas armas de artilharia de campo e campanha. Uma destas demandas buscava a adoção de um obuseiro de pequeno porte com calibre de 75 mm de peso leve que pudesse facilmente ser movido em terrenos difíceis. O projeto foi iniciado no ano de 1927, sendo concluído rapidamente, com o primeiro protótipo sendo enviado para testes no inicio do ano seguinte. Este programa de ensaios resultaria em excelentes e promissores resultados, no entanto a partir de 1929 uma grande crise a crise econômica iniciada com a quebra da Bolsa de Valores, se abateria sobre os Estados Unidos. Entre cenário levaria ao imediato contingenciamento de todo o orçamento militar, adiando assim entre tantos projetos, o início da produção deste novo obuseiro, que recebera a designação oficial de “M1 75mm Howitzer Pack”. Este programa só seria repensando em fins da década de 1930, quando o avançar das tensões políticas na Europa, começaram a causar preocupações junto ao governo norte americano, levando ao reposicionamento estratégico de suas prioridades de investimento. Entre todos as propostas analisadas, deferiu-se por priorizar a produção de peças de artilharia de maior calibre, com o programa “M1 75 mm Howitzer Pack”, recebendo parcos recursos, o que limitaria a sua produção em série para apenas 91 peças, com a entregas ocorrendo até agosto de 1940. Porém o observar das táticas alemães que apregoavam uma guerra de alta mobilidade levariam a reorientação das opções de produção de peças de artilharia, passando a considerar equipamento de menor peso, que apresentasse mais facilidade de movimentação (incluindo a opção de aerotransporte) e operação. Neste novo contexto o “M1 75 mm Howitzer Pack”, se encaixava perfeitamente, levando a decisão de produção em larga escala a partir do final do ano de 1940.

Os primeiros obuseiros “M1 75 mm Howitzer Pack” produzidos em série, foram montados inicialmente sobre o reboque padrão M1, apresentando estas rodas de madeira, com o objetivo de reduzir ainda mais o peso final do conjunto. Esta definição era embasada no conceito original do projeto, que previa o transporte do equipamento principalmente, sobre o dorso de animais de carga como mulas ou cavalos. Porém devendo atender as especificações para ser aerotransportado ou lançado de paraquedas, o reboque original M1 passou a ser substituído pelo novo modelo M8, que estava equipado com rodas convencionais e pneus de borracha. Basicamente esta nova peça de artilharia, consistia em um sistema composto por tubo e culatra, que eram unidos por roscas interrompidas, permitindo a rápida montagem e desmontagem. Um oitavo de um turno era necessário para conectar ou desconectar o tubo e a culatra. O tubo tinha uniforme, direito rifling com um turno em 20 calibres. A culatra era do tipo deslizante horizontal, com mecanismo de disparo de tração contínua, o sistema de recuo era do tipo hidropneumático, tanto o amortecedor de recuo quanto o recuperador estavam localizados sob o cano. Para o lançamento aerotransportado, todo o conjunto podia ser dividido em nove cargas de paraquedas, sendo que a última incluía 18 cartuchos de munição de 75 mm. Após lançado por aeronaves Douglas C-47 ou descarregado em solo por planadores Wacco CG-4, a arma poderia ser facilmente montada e movida. Já em operação, uma equipe de 6 soldados bem treinada conseguia realizar de 3 a 6 disparos por minuto com satisfatória precisão, apenas  como ponto negativo seu curto canhão proporcionava um alcance limitado máximo de 8,7 km.
Em 1942 pequenas alterações resultariam na versão de produção designada M1A, e estas peças em conjunto com o modelo M1 75 mm Howitzer Pack foram destinadas a equipar no Exército Americano (US Army) principalmente as unidades de montanha e divisões de paraquedistas.  Seu batismo de fogo ocorreu em solo italiano, em 22 de janeiro de 1944 quando foram empregados pelo 39º Regimento de Artilharia de Campo e posteriormente pelo 504º Regimento de Infantaria e paraquedistas e da 82ª Divisão Aerotransportada. A partir de fevereiro de 1944 um nova normativa organizacional do Exército Americano (US Army), determinava que uma divisão aerotransportada, deveria dispor de três batalhões equipados com os obuseiros M1/M1A 75 mm Howitzer Pack, sendo dois batalhões de artilharia transportados por planadores Wacco CG-4e um batalhão de artilharia de campo, com peças lançadas por paraquedas lançados de aeronaves Douglas C-47. Totalizando assim 36 peças de artilharia dos modelos M1/M1A 75 mm Howitzer Pack, eventualmente estes obuseiros podiam ser substituídos por canhoes M3 de calibre 105 mm mais potentes. Já nas divisões de montanha, cada uma destas era composta por três batalhões de obuseiros de 75 mm com 12 M1/M1A Howitzer Pack. No entanto esta arma no Exército Americano (US Army) veio ainda a equipar alguns batalhões de artilharia de campo, principalmente na Birmânia, onde eram transportados em terrenos irregulares por mulas de carga. O equipamento com a designação de M2 75 mm  passou a partir de 1943, a dotar as unidades de artilharia divisional do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha Americana (US Marine Corps), porém entre 1944 e 1945 passaram a ser substituídos pelos obuses de 105 mm e 155 mm.

A exemplo dos demais equipamento e armas produzidos durante a Segunda Guerra Mundial nos pelos Estados Unidos, os obuseiros M1/M1A 75 mm Howitzer Pack, seriam incluídos no portifólio do programa de ajuda militar “Leand & Lease Act Bill” (Lei e Empréstimos e Arrendamentos), com as forças armadas britânicas recebendo 826 peças, a China Nacionalista com 637 peças e por fim as forças militares da França Livre com 68 armas recebidas. Em menor número estes obuses leves seriam fornecidos ainda para vários países da América Latina, entre eles o Brasil. No Exército Real Britânico (Royal Army), os M1/M1A 75 mm Howitzer Pack, chegaram a equipar dois regimentos de artilharia de montanha, dois regimentos de artilharia leves e um regimento de apoio de campo, sendo também temporariamente usado por algumas outras unidades. A arma permaneceu em serviço neste país até o final da década de 1950. Entre menções de destaque, podemos citar o emprego de uma única peça que foi lançada de paraquedas em abril de 1945, para equipar o 2º Regimento Italiano da SAS (Serviço Aéreo Especial), unidade esta formada por partidários com lealdade política mista, ex-prisioneiros de guerra russos e desertores do Exército Alemão (Wehrmacht). Esta arma foi usada no decurso da “Operação Tombola” para atacar comboios inimigos ao longo da Rota 12 entre as regiões de Modena e Florença na Itália.  Já a experiência dos M1/M1A 75 mm Howitzer Pack, entregues ao exército da República Nacionalista da China foi particularmente notável e longeva, e após a termino da Segunda Guerra Mundial, estas peças empregadas pelo Exército Popular de Libertação sendo posteriormente cedidas as forças militares do “Viet Minh”, tendo sido operadas durante toda a Guerra do Vietnã. Em 1962, em seu país de origem, este modelo foi renomeado como M116 75 mm Howitzer, se mantendo em uso até a década de 1980 no Exército Americano (US Army). 
Em 1960, 153 peças do modelo M116 75 mm Howitzer foram transferidos dos estoques do Exército Americano (US Army), para as Forças de Autodefesa do Japão, se mantendo em uso operacional até o final da década de 1980. Este obuseiros retomariam seu uso real em 2010, quando dezenas destes, foram empregados pelos Exército Turco (Türk Kara Kuvvetleri), em operações contra os separatistas curdos no sudeste da Turquia. A exemplo deste país, outras nações em desenvolvimento, ainda empregam o modelo no serviço ativo regular. Em seu país de origem, o Exército Americano (US Army), ainda emprega três peças na Bateria de Artilharia Norwich, na Universidade de Norwich e também duas pelas na Universidade do Norte da Geórgia, sendo estas instituições, duas das seis principais faculdades militares norte americanas. Entre os anos 1940 e 1944 foram produzidos 4.939 obuseiros dispostos nos modelos M1, M1A1 e M2 Howitzer Pack, que empregaram três tipos de carro reboque.

Emprego no Exército Brasileiro.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil passaria a representar no cenario global, uma posição de destaque estratégica dentro do contexto do conflito, representando um importante fornecedor de matérias primas estratégicas (borracha, metais e alimentos). Sendo detentor ainda, de um vasto território continental com pontos estratégicos, extremamente propícios em seu litoral nordeste, para o estabelecimento de bases aérea e operações portuárias. Esta localização privilegiada, representava o ponto mais próximo entre o continente Americano e Africano, assim desta maneira a costa brasileira, seria fundamental como ponto de partida para o envio de tropas, veículos, suprimentos e aeronaves para emprego no teatro europeu. E neste contexto o país, passaria a ser agraciado com diversas contrapartidas comerciais e militares, e neste último aspecto sendo submetido a um completo processo de modernização não só em termos de doutrina operacional, mas também em termos de armamentos e equipamentos militares norte-americanos de última geração. A adesão do Brasil ao programa Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), criaria ao país uma linha de crédito da ordem de cem milhões de dólares, destinados a aquisição de material bélico, proporcionando acesso a modernos armamentos, aeronaves, navios, veículos blindados e carros de combate. Este vasto programa de reequipamento visava proporcionar ao país, as condições básicas para o estabelecimento de um plano defesa territorial continental e ultramar eficiente. No que tange a força terrestre, o cenário não era melhor, e esta contrapartida a cessão das bases no território nacional, seria fundamental na modernização do Exército Brasileiro, que até então ainda era signatário da doutrina militar ultrapassada, que fora implementada após o término da Primeira Guerra Mundial com o acordo da “Missão Militar Francesa”. Em termos de equipamentos de artilharia, os equipamentos mais novos em serviço nas unidades militares brasileiras datavam do início do século, com este acervo sendo composto e sua maioria de canhões como os alemães Krupp 75 mm Modelo 1908, e franceses Schneider - Canet 75 mm, preparados para tração hipomóvel.

Os primeiros navios de transporte norte-americanos carregados com todo tipo de equipamento militar começaram a ser recebidos no país a partir de meados do ano de 1942, se destacando principalmente um grande número de armas de infantaria e artilharia, entre estes últimos um grande número de canhões campanha de calibres entre 37 mm e 155 mm, representando assim um salto qualitativo para a artilharia do Exército Brasileiro. Os contratos dispostos no programa previam que uma parte deste equipamento deveria ser entregue no Brasil a fim de equipar as unidades de campanha do Exército Brasileiro, e outra parte estava destinada a compor os efetivos da Força Expedicionária Brasileira (FEB) que se preparavam para lutar no front Europeu. Um total de 36 obuseiros do modelo M1 75 mm Howitzer Pack foram cedidos nos primeiros contratos do programa Leand & Lease Act Bill (Lei de Empréstimos e Arrendamentos), sendo dispostos em duas versões de carro reboque, o M1 com rodas de madeira (primeiro lote de produção) e o M8 com pneus de borracha convencionais, não se sabe com exatidão a real quantidade recebida destes dois modelos. Não existem registros oficiais ou fotográficos do emprego dos M1 75 mm Howitzer Pack pela Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a campanha na Itália. Especula-se no entanto que como a organização do Exército Brasileiro, foi espelhada nos mesmos moldes das unidades que compunham o V Exército Americano, comandado pelo General Mark Clark, existe a possibilidade de algumas destas peças possam ter sido as entregues juntamente com os obuseiros M1 de 155 mm , M2 de 105 mm e M3 também de 105 mm. Esta teoria se reflete pelo fato de 10ª Divisão de Montanha, que  era uma das principais unidades que participaram deste front de batalha , era especializada em operações nos terrenos adversos deste cenário de operações  primeira e única divisão americana de Alpinos e era formada por esquiadores experientes, alpinistas e montanhistas com formação concluída no Texas, e por operar neste nível de especialização estava equipada com peças de artilharia de pequeno porte como os canhões antitanque M3 37 mm e obuseiros M1 75mm Howitzer Pack, levando a crer que a Força Expedicionária Brasileira (FEB), possa ter operado esta peça de artilharia, no entanto reforçamos que trata-se de uma especulação.
Em operação no Brasil no pós guerra,  os obuseiros leves, M1 75 mm Howitzer Pack, foram inicialmente empregados nos Grupos de Artilharia de Campanha do Exército Brasileiro, passando a operar em conjunto com as demais peças de artilharia recebidas durante a Segunda Guerra Mundial,  sendo tracionados por veículos leves como os Ford Jeeps e Dodges WC-51 e WC-52 Beep com tração 4X4. O destino do emprego operacional dos  M1 75 mm Howitzer Pack no Brasil iria mudar a partir de  26 de dezembro de 1946, com a criação do Núcleo de Formação e Treinamento de Paraquedistas. Nesta nova estrutura organizacional estava prevista a implementação de uma Bateria de Artilharia, nascia assim a Artilharia Paraquedista Brasileira. Sem dúvida, o a peça de artilharia mais adequada para equipar esta nova unidade era o obuseiro M1 75 mm Howitzer Pack, equipamento que fora customizado para operações junto as forças aerotransportadas norte-americanas durante a Segunda Guerra Mundial. Neste novo núcleo, seria desenvolvida toda a doutrina operacional para o emprego de uma artilharia de campanha aerotransportada, criando assim uma unidade independente e altamente profissional. Estes esforços seriam celebrados em 26 de dezembro de 1950, quando o Capitão Dickson Melges Grael, primeiro comandante desta nova unidade e um dos pioneiros do paraquedismo militar no Brasil, realizou com um obuseiro M1 75 mm Howitzer Pack, o primeiro tiro de bateria, , marcando, dessa forma, sua primeira participação como arma de apoio de fogo.

As operações se iniciaram de imediato, no entanto as aeronaves disponíveis para o lançamento de paraquedistas na Força Aérea Brasileira eram os veneráveis Douglas C-47, que não eram os mais adequados para o lançamento de cargas devido a sua baixa capacidade de transporte e uso apenas de porta lateral. Em 31 de março de 1953, a unidade passou à condição de “Grupo”, recebendo a denominação de "Grupo de Obuses 75 mm Aero terrestre", concentrando todas as peças M1 75 mm Howitzer Pack existentes no país. Em termos de operacionalidade, um grande salto qualitativo ocorreria a partir janeiro de 1956, quando começaram a ser recebidos na Força Aérea Brasileira, os primeiros aviões de transporte Fairchild C-82 Packet. Esta aeronave com maior capacidade e desenvolvida especialmente para missões de lançamentos de paraquedistas e carga, teve um importante papel no estabelecimento da doutrina aero terrestre do Exército Brasileiro, dando o impulso necessário a consolidação da Brigada de Infantaria Paraquedista e do de "Grupo de Obuses 75 mm Aero terrestre". Estes avanços culminariam no primeiro lançamento em larga escala de peças de artilharia de 75 mm no ano de 1955, e estes exercícios operacionais de grande monta seriam intensificados a partir de 1962 com o recebimento dos novos Fairchild C-119 Flying Boxcar. Estas novas aeronaves permitiram a adoção de peças de artilharia M3 e M2 de 105 mm complementando a dotação de obuseiros M1 75 mm, a partir desta época esta unidade passou a receber outras denominações como de Grupo de Obuses 105 mm Aero terrestre, ocasião em que foi estruturado nos mesmos moldes dos dias de hoje; e, finalmente, 8º Grupo de Artilharia Paraquedista.
Em meados da década de 1970, era evidente que a idade e o desgaste dos obuseiros M1 75 mm Howitzer Pack se mostrava evidente, a este cenário negativo, agregava-se a necessidade de padronização dos estoques de munição, tendo o calibre de 105 mm sendo elegido como principal arma de artilharia do Exército Brasileiro. Neste período, muito destes veteranos obuseiros já estavam sendo empregados na instrução e tiros de salvas cerimoniais, junto ao Curso de Formação de Reservista de 2º Categoria (CMPA). Neste contexto então, o comando do Exército Brasileiro, decidiu a substituição dos obuseiros M1 75 mm Howitzer Pack, por equipamentos mais modernos, com a escolha recaindo sobre o modelo italiano Oto Melara" C/14 M 56 R de 105 mm, que passaram a ser recebidos a partir de 1977.  Com sua carreira operacional encerrada alguns M1 75 mm Howitzer Pack foram alocados para o Colégio Militar do Rio de Janeiro (CMRJ), onde passaram a ser empregados no processo de instrução e salvas de honra em conjunto com os antigos obuseiros franceses Schneider de 75 mm. Permaneceram nesta missão até o início da década de 1990, quando foram enfim totalmente desativados, com poucas peças sendo preservadas em museus ou unidades do Exército Brasileiro. 

Em Escala.
Para representarmos o M1 75 mm Howitzer Pack, fizemos uso do kit da Vison Models na escala 1/35, modelo que peca qualidade de injeção, mas tem um bom nível de detalhamento, combinado peças em metal e photo etched. Para se representar a versão usada pelo Exército Brasileiro, não há necessidade de se realizar nenhuma alteração, bastando montar o modelo direto da caixa.

O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o único padrão de pintura empregado desde o recebimento das primeiras peças em 1942 e nos lotes subsequentes, mantendo este esquema até sua retirada de serviço no inicio da década de 1990.

Bibliografia: 

- M116 75 mm  Wikipédia - https://en.wikipedia.org/wiki/M116_howitzer
- Technical Manual TM 9-1320, 75mm Howitzers and Carriages. War Department, 1944
- Veículos Militares do Brasil - EB e CFN – Facebook Edição colaborativa do artigo
-  Exército Brasileiro - http://www.bdainfpqdt.eb.mil.br/oms/60-organiza%C3%A7%C3%B5es-militares/110-8-gac-pqdt.html

M-1 (57 mm) Antitanque

História e Desenvolvimento.
No final da primeira metade da década de 1930 o Exército dos Estados Unidos (US Army) dispunha em suas unidades de infantaria como arma de maior calibre, diversos modelos de metralhadoras de calibre .50 (12,7mm). Embora já houvesse estudos em curso para a adoção de uma arma de maior calibre para emprego contra veículos automotores e carros blindados, ainda não havia uma previsão concreta para sua incorporação. Desta maneira este processo, apesar de fundamental ainda era tido como embrionário, gerando pouco interesse por parte dos oficiais militares de alta patente. Visando reduzir custos de desenvolvimento, os estudos realizados apontariam para a análise de peças de artilharia de calibres semelhantes já disponíveis no mercado. Dentre os modelos avaliados destacava-se um canhão alemão, modelo sobre o qual seria desenvolvido a partir de 1938 do projeto e conceito do primeiro canhão antitanque americano o M-3  de calibre 37 mm.  Esta nova arma receberia seu batismo de fogo contra o Exército do Imperio do Japão, durante a defesa das Filipinas em dezembro de 1941, recebendo elogios por sua atuação. Este canhão antitanque teria ainda destacada participação na Campanha de Guadalcanal, onde seria empregado contra a infantaria japonesa e principalmente contra os carros de combate japoneses, se mostrando extremamente eficiente contra o leve sistema de blindagem destes veículos. Já os resultados amostrados durante a Campanha do Norte da África em 1942, seriam completamente diferentes, com seu pequeno calibre se mostrando insuficiente para fazer frente aos modernos carros de combate alemães dos modelos Panzer III e IV.  Neste contexto, relatórios de inteligência emitidos após a desastrosa Batalha de Kasserine, em fevereiro de 1943, mencionavam que seus projeteis de 37 mm , mal arranhavam os blindados do Exército Alemão (Wehrmacht).  Estes péssimos resultados remeteriam inicialmente a conclusões controversas por parte dos oficiais, com as justificativas se dividindo entre a possibilidade de obsolescência da arma, emprego de táticas não refinadas ou falta de experiência das equipes. No entanto, a avaliações mais detalhadas deste relatório concluíram que o equipamento em questão era completamente inadequado para este novo nível de ameaça, levando a decisão sobre sua emergencial substituição. 

O princípio desta solução, no entanto, já havia sido desenvolvido anteriormente do outro lado do Oceano Atlântico, pois no início do ano de 1940 o comando do Exército Real (Royal Army), lançaria uma demanda a seus arsenais para o desenvolvimento de uma nova arma antitanque destinada a substituir os antigos canhões QF 2 Pounder de 40 mm. Este modelo inglês também se mostraria ineficiente quando confrontando com os carros de combates alemães durante os primeiros meses da Campanha da França neste mesmo ano.  Neste contexto o Woolwich Arsenal seria selecionado para o desenvolvimento de uma nova arma antitanque, como ponto de partida, definiu-se o emprego do calibre de 57 mm. Esta decisão se basearia na experiência da empresa na produção em larga escala no final do século XIX de peças de artilharia semelhantes, assim esta experiencia (know how) aliada a grande parte do ferramental já existente, poderia eliminar várias etapas neste processo, agilizando assim seu prazo para o início de produção em larga escala. Desta maneira sua concepção seria finalizada em meados do mesmo ano, no entanto o desenvolvimento de seu transportador não seria concluído até o fevereiro de 1941, resultando em um grande atraso no cronograma original. Este programa seria afetado também pelos eventos decorrentes da queda da França, onde durante o processo de evacuação das praias de Dunquerque, grande parte dos equipamentos e armamentos da Força Expedicionária Britânica (BEF) seriam abandonados durante a execução da operação Dynamo. Assim com base nas perspectivas de um potencial invasão alemã e na inadequada quantidade de armas de artilharia naquele momento, seria decido focar a produção em massa de armamentos, levando por questões de produtividade, a decisão em se reativar a linha dos canhões antitanque QF 2 Pounder de 40 mm. Esta definição estava embasada na produção em massa de uma arma já em uso, não necessitando também de treinamento e aclimatação das tropas, atrasando assim o lançamento do novo canhão QF 6 Pounder de 57 mm. Assim sua produção somente seria iniciada em novembro de 1941, com sua entrada em serviço ocorrendo somente a partir de maio de 1942. 
O batismo de fogo do modelo QF 6 Pounder em serviço no Exército Real (Royal Army) ocorreria entre os dias  26 de Maio e 21 de Junho de 1942, durante a batalha de Gazala, com estes canhões sendo empregados contra as forças blindadas alemãs e italianas lideradas pelo General Erwin Rommel. Apesar desta arma apresentar grande êxito neste confronto, a batalha terminaria com uma vitória por parte das forças do Eixo. Os relatórios do emprego do QF 6 Pounder 57 mm comprovariam que este canhão antitanque se adequava perfeitamente as necessidades do Exército dos Estados Unidos (US Army) no processo de substituição dos canhões antitanque M-3 37 mm. Assim desta maneira seria celebrado um acordo entre os governos destes dois países, visando a produção sob licença desta arma antitanque.  A versão escolhida para fabricação seria baseada no modelo QF 6 Mark II, com dois canhões deste modelo sendo enviados ao Watervliet Arsenal nos Estados Unidos para confecção dos gabaritos e ferramental. A alta demanda pela obtenção deste tipo a arma, levaria a decisão de estender a produção também para o Rock Island Arsenal, com as primeiras armas agora designadas como M-1 Gun 57 mm sendo entregues a partir de outubro do ano de 1942. Uma variante designada M-1A1, passaria a empregar pneus e rodas do tipo “US Combat", a este se seguiria o modelo M-1A2, que introduziria a prática britânica de travessia livre, o que significava, que a arma poderia ser atravessada pela tripulação empurrando e puxando a culatra, em vez de atravessada apenas por engrenagens. No entanto, visando melhorar a produtividade, no início da primavera de 1943, seria decidido focar os esforços industriais somente na versão padrão M-1. Neste momento pelo menos dois terços desta produção deveriam ser destinadas as divisões do Exército dos Estados Unidos (US Army) baseadas na Inglaterra, visando assim compor alta disponibilidade para seu emprego futuro na invasão da França. O restante da produção seria destinado ao atendimento das demandas previstas nos contratos do programa de ajuda militar aos aliados, o acordo Leand & Lease Act Bill  (Lei de Empréstimos e Arrendamentos), com a maior parte destas peças sendo fornecidas as forças britânicas, com um pequeno volume devendo ser cedido a União Soviética (URSS), para o emprego pelo  Exército Vermelho. 

Como registrado anteriormente, os canhões M-1 Gun e QF6 Pounder apresentaria resultados extremamente positivos, sendo capaz de penetrar qualquer blindagem dos veículos alemães e italianos. Em sua ação mais célebre, os canhões de QF 6 Pounder do 2º Batalhão, a Brigada de Fuzileiros (juntamente com parte da Artilharia Real de Bateria Antitanque 239), destruiriam mais de quinze tanques inimigos na ação em 'Snipe' durante a Segundo Batalha de El Alamein. Com estes resultados se repetindo posteriormente durante as fases iniciais da invasão da Itália. No entanto ao longo do ano seguinte, os alemães introduziram projetos muito mais pesados e fortemente blindados de carros de combate, especialmente os tanques Tiger I e o Panther, contra os quais a munição de 57 mm se mostraria ineficaz quando empregada contra sua blindagem frontal. Desta maneira as forças aliadas passariam a empregas táticas de engajamento lateral e traseiro, com os canhões QF6 Pounder sendo responsáveis pelos primeiros carros de combate Tiger destruídos no norte da África. A partir de maio de 1944 este cenário começaria a mudar, com os carros de combate alemães de nova geração passando a ser vítimas com a introdução de munições mais sofisticadas como o Armor-Piercing Composite Rigid - APCR (munição perfurante de blindagem), Armor-Piercing e Discarding Sabot - APDS. Próximo a implementação da operação Overlord os canhões M-1 Gun 57 mm se encontravam disponíveis em grande número na Europa, e de acordo Tabela de Organização e Equipamentos (TO&E) de 26 de maio de 1943, uma Companhia Regimental Antitanque, passava a incluir nove canhões de 57 mm e cada batalhão dispunha de um pelotão antitanque com três canhões, totalizando dezoito armas destas por regimento. Em meados de 1944, o M-1 57 mm já representava o equipamento padrão das forças norte-americanas na Frente Ocidental, superando largamente em números os canhões M- 3 Gun 37 mm. Durante a campanha de invasão na Normandia os canhões antitanque M1 57 mm, apresentaram destacada participação no esforço aliado, e neste cenário seriam tracionados pelos veículos Dodge WC-63 1 1⁄2 Toneladas 6x6 e  White M-3 Half-Track.  Após a consolidação da cabeça de ponte nas praias da França, estes canhões antitanque passariam a cedidos as Forças Francesas Livres (France Libre), apresentado destacada participação no esforço aliado naquela fase do conflito. 
Com o fim da Segunda Guerra Mundial em maio de 1945, e a consequente desmobilização das tropas norte-americanas, os canhões M-1 57 mm começariam a ser desativados no Exército dos Estados Unidos (US Army), passando a ser substituídos em menor número por canhões sem recuo ou ainda bazucas. O eclodir da Guerra da Coréia (1950 - 1953), levaria este equipamento a ser mobilizado para o emprego em um cenário de conflagração real, com muitos sendo cedidos ao Exército da Coréia do Sul (Daehanminguk Yuk). Porém anterior a este conflito, as Forças de Defesa de Israel (IDF), fariam extenso uso tanto dos M-1 Gun quanto dos QF 6 Pounder, empregando-os em batalhões antitanques em nível de brigada e pelotões antitanque de batalhão. Este se tornaria um dos maiores operadores pós-guerra deste tipo de canhão antitanque, em fins de 1955 havia cento e cinquenta e sete peças em serviço ativo, e no ano seguinte mais cem seriam adquiridas na Holanda, porém chegariam a tarde demais para entrar em serviço antes da deflagração da Crise do Canal de Suez. O modelo também seria adotado pelas Forças Armadas do Paquistão, servindo durante anos, atualmente muitos ainda podem ser vistos como "guardas do portão" junto as bases do exército daquele país.  Durante a Guerra do Biafra (1967 - 1970), tanto o Exército Federal da Nigéria quanto as Forças Armadas de Biafra faria uso do modelo, chegando serem empregados como canhões embarcados em pequenos navios. Atualmente ainda podem ser encontradas armas antitanque deste modelo em uso em países da África e América do Sul. Entre os anos de 1942 e 1945 seriam produzidos pelos arsenais norte-americanos um total de mais de quinze mil canhoes da família M-1 Gun 57 mm. 

Emprego no Exército Brasileiro.
No início da Segunda Guerra Mundial, o governo norte-americano passaria a considerar com extrema preocupação uma possível ameaça de invasão no continente americano por parte das forças do Eixo (Alemanha – Itália – Japão). Quando a França capitulou em junho de 1940, o perigo nazista a América se tornaria claro se este país estabelecer bases operacionais nas ilhas Canárias, Dacar e outras colônias francesas. Neste contexto o Brasil seria o local mais provável de invasão ao continente pelas potencias do Eixo, principalmente devido a sua proximidade com o continente africano que neste momento também passava a figurar nos planos de expansão territorial do governo alemão. Além disso, as conquistas japonesas no sudeste asiático e no Pacífico Sul tornavam o Brasil o principal fornecedor de látex para os aliados, matéria prima para a produção de borracha, um item de extrema importância na indústria de guerra. Além destas possíveis ameaças, geograficamente o litoral do mais se mostrava estratégico para o estabelecimento de bases aéreas e operação de portos na região nordeste, isto se dava, pois, esta região representava para translado aéreo, o ponto mais próximo entre os continentes americano e africano. Assim a costa brasileira seria fundamental no envio de tropas, veículos, suprimentos e aeronaves para emprego nos teatros de operações europeu e norte africano. Este cenário demandaria logo sem seguida a um movimento de maior aproximação política e econômica entre o Brasil e os Estados Unidos, resultando em uma série de investimentos e acordo de colaboração. Entre estes estava a adesão do país ao programa de ajuda militar denominado como Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), que tinha como principal objetivo promover a modernização das Forças Armadas Brasileiras, que neste período estavam à beira da obsolescência tanto em termos de equipamentos, armamentos e principalmente doutrina operacional militar. Os termos garantidos por este acordo, viriam a criar uma linha inicial de crédito ao país da ordem de US$ 100 milhões de dólares, para a aquisição de material bélico, proporcionando ao país acesso a modernos armamentos, aeronaves, veículos blindados e carros de combate. Estes recursos seriam vitais para que o país pudesse estar capacitado para fazer frente as ameaças causadas pelas ações de submarinos alemãs a navegação civil e militar que se apresentavam no vasto litoral do país. A participação brasileira no esforço de guerra aliado seria ampliada em breve, pois Getúlio Vargas afirmou que o país não se limitaria ao fornecimento de materiais estratégicos para os países aliados, e que “o dever de zelar pela vida dos brasileiros, levaria o governo a  a medir as responsabilidades de uma possível ação fora do continente. 

No que tange a artilharia de campanha, o cenário não era melhor, com a Força Terrestre sendo equipada em sua grande maioria com canhões produzidos no início do século, se destacando os alemães Krupp 75 mm Modelo 1908, e franceses Schneider - Canet 75 mm, preparados para tração hipomóvel. Os primeiros navios de transporte norte-americanos carregados com todo tipo de moderno equipamento militar começariam a ser recebidos no porto do Rio de Janeiro,  a partir de meados do ano de 1942 se destacando principalmente um grande número de armas de infantaria e artilharia. Entre estes se encontravam canhoes antitanque de 37 mm e obuseiros de 105 mm e 155 mm, com sua incorporação representando assim um grande salto qualitativo para a artilharia do Exército Brasileiro. Como esperado, o país tomaria parte em um esforço maior junto aos aliados, com está intensão sendo concretizada no dia 09 de agosto de 1943, quando através da Portaria Ministerial nº 4.744, publicada em boletim reservado de 13 do mesmo mês, foi estruturada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), constituída pela 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE) e por órgãos não-divisionários. Esta força seria comandada por um general-de-divisão, Joao Batista Mascarenhas de Morais, sendo composta de quatro grupos de artilharia (três de calibre 105 mm e um de calibre 155 mm). A infantaria deveria ser equipada ainda com armas anticarro e antitanque de diversos tipos e aplicações, sendo destinados ao contingente brasileiro a cessão de cinquenta e sete modernos canhões antitanque M-1 Gun de 57 mm, tipo até então inédito no Exército Brasileiro. Em 12 de abril de 1943, através do Decreto-lei nº 5.388-A, seria criada a Companhia de Canhões Anti-Carro. Apesar das tropas brasileiras, destinadas a lutar no teatro de operações na Itália, serem submetidas a intensivo programa de treinamento de combate nos centros de treinamento do Campo dos Afonsos e Gericinó no Rio de Janeiro, faltava-lhes ainda a capacitação para a operação de armas mais complexas como os canhões antitanque e obuses modernos.  Esta deficiência seria sanada somente em solo italiano, através da implantação de um programa de instrução ocorrendo entre os dias 5 e 18 de agosto, de 1944, na localidade de Tarquínia, situada a 60 quilômetros a noroeste de Roma.  Nesta fase os soldados brasileiros, que seriam responsáveis pela operação das armas antitanque, e começariam a se familiarizar com os conceitos e doutrina deste tipo missão, sendo instruídos por seus pares norte-americanos do “V Exército”, que detinham grande experiencia no manejo desta arma.   
Inicialmente este processo seria estabelecido com o uso dos canhões antitanque M-3 37 mm, peça esta que se encontrava presente em maior número na Itália, porém na fase final deste processo toda a instrução seria também ministrada com os canhões M-1 Gun de 57 mm, que nas forças aliadas na Europa passavam a substituir as armas de 37 mm nesta missão.  No dia 15 de setembro de 1944,  clima gelado  já prenunciava os rigores do inverno próximo, e seria nestas condições que a  Força Expedicionária Brasileira (FEB) receberia seu batismo de fogo, quando as tropas lideradas pelos General Zenóbio da Costa, atuariam em coordenação com três companhias norte-americanas, com esta operação enfrentando pouca resistência do inimigo. Dois dias depois seriam conquistadas as localidades de Massarosa, Bozzano e Quiesia, não sendo registrado, no entanto, nenhum encontro com unidades blindadas alemães ou italianas. A exemplo da formatação de emprego doutrinário original do Exército dos Estados Unidos (US Army), os canhões antitanque M-1  Gun de 57 mm podem ter sido empregados em conjunto com os canhões M-3 Gun de 37 mm. Junto ao contingente brasileiro, estas armas equipariam o  1º Regimento de Infantaria – Sampaio, 6º Regimento de Infantaria – Ipiranga e 11º Regimento de Infantaria – Tiradentes e pela Companhia Anti Carros. Existem poucos registros oficiais do emprego destes canhões contra veículos blindados inimigos, com estas peças sendo geralmente utilizadas em ataques contra pontos de defesa ou fortificações inimigas. Após o término do conflito em maio de 1945, todos os canhoes M-1 Gun de 57 mm bem como os demais veículos, armas e equipamentos cedidos pelos norte-americanos seriam entregues ao Comando de Material do Exército dos Estados Unidos (US Army) na cidade de Roma. Nesta unidade todos estes materiais considerados em melhor estado de conservação seriam armazenados e despachados posteriormente ao Brasil por via naval. Após serem recebidos no porto do Rio de Janeiro em julho deste mesmo ano, estas peças de artilharia "italianas", passariam a ser concentradas nas unidades de Infantaria e de Companhias Anti Carro, que já operam o mesmo tipo de armamento recebido anteriormente.   

Durante toda a sua carreira este canhões antitanques norte-americanos seria tracionados pelos carros blindados M-3A-1 Scout Car, blindados meios lagarta M-2, M-3, M-5, utilitários Dodge WC-63  e WC-62 Beep 6X6 Big Foot e finalmente perto do fim de sua carreira por veículos utilitários nacionais militarizados como os  Ford Willys-Overland Rural F-75 e F-85.  Apesar de ser muito superior aos canhões antitanques M-3 Gun de 37 mm em seu emprego operacional, os M-1 Gun 57 mm , operariam no Exército Brasileiro com grande nível de restrição em termos de tiro prático, muito em função da escassez de munição deste calibre.  Ao contrário deste tipo, a munição de 37 mm era mais comum na Força Terrestre, principalmente por equipar os carros de combate leve M-3 Stuart e os carros blindados sobre M-8 Greyhound, salientando também, que este projetil chegou a ser produzido localmente, algo que nunca ocorreu com a munição de 57 mm.  No início da década de 1960, mais unidades do canhão antitanque M-1 Gun de 57 mm seriam recebidos no país, sendo parte integrante de um grande lote de material militar cedidos as Forças Armadas Brasileiras nos termos do Acordo Militar Brasil – Estados Unidos. Estes canhões antitanque eram oriundos das unidades de infantaria do Exército dos Estados Unidos (US Army), e se mantinham cuidadosamente armazenados desde sua retirada de serviço em fins da década de 1950. Neste mesmo pacote seriam recebido um grande lote de munição de 57 mm de diversos tipo, trazendo um alento, proporcionando uma retomada operacional deste tipo de armento, permitindo uma maior distribuição destes canhões, que até então estavam concentradas nos Regimento de Infantaria (RI) , e Companhias de Canhões Anti Carro (CCAC), passando a compor também o efetivo de alguns Esquadrões de Reconhecimento Motorizado (Esqd Rec Mec). Vale ressaltar o emprego real deste tipo de armamento, durante a implantação da prontidão das forças do Exército Brasileiro nos estados de Sao Paulo e Rio de Janeiro, em sua participação nos esforços de demonstração de força durante a Revolução ou Contra Revolução de 1964, movimento deflagrado no dia 31 de março deste mesmo ano.
A partir de fins do ano 1965, ainda dentro dos termos do  Acordo Militar Brasil – Estados Unidos, as Forças Armadas Brasileiras passariam a receber nos anos seguinte novos lotes de materiais equipamento bélicos mais modernos de origem norte-americana. Neste contexto seriam cedidos ao Exército Brasileiro um considerável número de canhões sem recuo (CSR) M-40, M-40A1 e M-40A2 de 106 mm, desenvolvido especialmente para emprego anti-carro e antitanque. Devido ao seu menor peso, facilidade de manejo e eficiência operacional, estas novas armas passariam a imediatamente substituir os canhões antitanque M-1 de 57 mm junto aos Batalhões de Infantaria, com estes passando a equipar mais unidades que até então faziam uso das peças remanescentes do modelo M-3 Gun de 37mm. Porém seu intenso emprego operacional anterior, levaria a um novo cenário de escassez de munição de 57 mm, levando em 1967  a decisão de se iniciar o processo de desativação desta arma. Os últimos canhões antitanque M-1 Gun de 57 mm seriam retirados em meados do ano de 1972, com muito destes sendo preservados nas sedes de suas unidades operacionais como monumentos ou ainda passando a compor o acervo de diversos museus militares espalhados pelo pais. Algumas destas peças seriam desmilitarizadas e vendidas para a entusiastas ou colecionadores civis. 

Em Escala:
Para representarmos o canhão antitanque M-1 Gum de 57mm, fizemos uso do mediano kit da Riichi Models na escala 1/35, modelo que peca na qualidade de injeção do plástico com muitas rebarbas. Porém como ponto positivo o kit, apresenta um bom set em photo etched. Para se representar a versão usada pelo Exército Brasileiro, não há necessidade de se realizar nenhuma alteração, bastando montar o modelo direto da caixa.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo, representa o único padrão de pintura tático empregado desde o recebimento das primeiras peças em 1942 e nos lotes subsequentes. Este  esquema  seria mantido até sua retirada de serviço até o início da década de 1970.


Bibliografia: 
- M-3 57 mm Gun Wilipedia - https://en.wikipedia.org/wiki/Ordnance_QF_6-pounder
- US M-1 57 mm Anti-tank gun at Militaria: Weapons - http://efour4ever.com/57mm.htm
- Artilharia de Campanha no Exército Brasileiro – Cezar Carriel Benetti - http://www.ecsbdefesa.com.br/fts/ACEB.pdf

Sistema SARC REMAX

História e Desenvolvimento.
O núcleo do que viria a se tornar o Centro Tecnológico do Exército (CTEx), teria sua gênese enraizada durante a década de 1940, quando durante a Segunda Guerra Mundial, o governo brasileiro acordou o recebimento de missões militares norte-americanas em assistência às nossas Forças Armadas Brasileiras. Neste momento ficaria evidente o despreparo do pais, na tarefa de se enfrentar ameaças e conflitos externos por falta de autonomia na área tecnológica. Isto posto, ficaria claro o quanto a Ciência e a Tecnologia seriam o vetor fundamental para a soberania nacional, nascendo neste momento da necessidade de manutenção destes veículos e equipamentos importados, os primeiros embriões de organizações militares dedicadas a engenharia, pesquisa e desenvolvimento. Durante as décadas seguintes, este processo evoluiria gradativamente, porém em meados da década de 1970, o Exército Brasileiro definiu um grupo de trabalho para implantar um centro capacitado a suprir às necessidades nas áreas de pesquisa e desenvolvimento de materiais militares. Em 16 de outubro de 1979, tal hercúlia missão lograria êxito, através da publicação do Decreto No 84.095 que criaria o Centro Tecnológico do Exército (CTEx). A esta organização seriam subordinadas novas unidades como o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IPD), o Instituto de Projetos Especiais (IPE) e o Campo de Provas da Marambaia (CPrM). Neste momento motivado por demandas relacionadas a renovação da frota de veículos militares de diversos modelos, nasceriam os primeiros projetos nacionais, movimento este que ganharia força após a formalização de parcerias junto a indústria brasileira, se destacando neste contexto as empresas Engesa S/A e Bernardini S.A. Indústria e Comércio. Surgiria assim a era de ouro da Base Industrial de Defesa Nacional, com muitas empresas do setor, logrando êxito em conquistar contratos de exportação envolvendo milhares de viaturas militares projetadas e fabricadas no Brasil.  Entretanto em fins da década de 1980, o término da Guerra Fria, levaria a uma drástica redução da demanda internacional por armas, veículos militares e equipamentos, com este movimento impactando diretamente na indústria nacional, levando ao encerramento das operações de muitas destas empresas privadas. Porém apesar do país não contar mais com um pujante parque industrial de defesa, felizmente o Centro Tecnológico do Exército (CTEx) continuaria sua busca pelo estudo e desenvolvimento de novas tecnologias que pudessem ser incorporadas aos efetivos da Força Terrestre Brasileira 

Entre diversos projetos de grande importância nascidos no seio desta organização, destaca-se o desenvolvimento de um Sistema de Armas Remotamente Controlado (SARC), que deveria ser destinado a equipar viaturas blindadas do Exército Brasileiro. O conceito deste sistema remontaria a meados da década de 1960, com a criação do programa norte-americano “Remote Controlled Weapon Station” (RWCS), ou Estações de Armas Remotamente Controladas. O principal objetivo deste sistema, seria o de proporcionar maior segurança à guarnição no interior das viaturas do Exército dos Estados Unidos (US Army), quando empregados em cenários de conflagração. Deveriam proporcionar além de se segurança ao operador, maior precisão no disparo da metralhadora e maior consciência situacional proporcionadas pelas câmeras externas, devendo poder operar normalmente em um cenário de combate noturno, sendo assim integrado a um conjunto de visão termal. O estágio inicial deste programa previa o desenvolvimento para emprego de para armas leves e de médio calibre, que podiam ser instaladas em veículos de combate terrestres ou plataformas de combate marítimas e aéreas. Os primeiros conjuntos operacionais começariam a ser entregues as unidades operacionais militares, em fins da década seguinte, sobe o codinome de Estação de Armas Operadas Remotamente (CROWS).  No entanto o amadurecimento da tecnologia ao longo dos anos seguintes eliminaria uma série de deficiências do sistema original, resultando no modelo M-101 CROWS, que permitiria ao operador a capacidade de adquirir e engajar alvos enquanto estivesse dentro de um veículo. O conjunto seria projetado para emprego a partir de uma variada gama de plataformas, podendo ser armado com lançadores de granada MK-9, metralhadoras Browning M-2 calibre 12,7 mm,  M-240B  calibre 7,62 mm e  M-249 de calibre 5,56 mm. O sistema seria composto por duas partes: a plataforma que é fixada no exterior do veículo e o grupo de controle, sendo capaz de operar com rotação de 360° e de elevação entre  − 20° a + 60° com emprego de giroscópio para estabilização, com este conjunto sendo completado com uma câmera de vídeo à luz do dia, uma câmera térmica e um rangefinder laser seguro para os olhos. Durante as décadas seguintes, mais nações desenvolveriam seus próprios projetos deste tipo de sistema de armas automáticas, se destacando entre outros o belga  FN Herstal Defender, o finlandês Patria PML 127 OWS, os russos Bumerang-BM -  AU-220M - Arbalet-DM - Сервал  e o israelense Samson RCWS - Katlani. 
Estes sistemas de armas e sua consequente eficiência no emprego em situações reais de combate logo mostrariam seu valor, despertando a atenção do comando do Exército Brasileiro, visando sua possível aquisição seja por desenvolvimento próprio ou importação. No ano de 2005, a Secretaria de Ciência e Tecnologia, passaria a ser comandada pelo General Alberto Mendes Cardoso, que implementaria uma série de mudanças na organização, iniciando a fusão desta com Secretaria de Tecnologia da Informação (STI), originando então a Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT). Desta maneira seriam absorvidas todas a áreas de pesquisa, desenvolvimento e fabricação de Material de Emprego Militar (MEM), atualmente denominados Sistemas e Materiais de Emprego Militar (SMEM). Neste contexto o General Cardoso, com o apoio de seu vice-chefe, o General Ubiratã Athayde Marcondes (atual gerente de sistemas terrestres da empresa ARES Aeroespacial e Defesa), elaboraria o Plano Básico de Ciência e Tecnologia (PBCT), que fixaria ações estratégicas alinhadas ao Planejamento Estratégico do Exército Brasileiro, vigente à época e que atendia à visão de futuro de buscar um patamar tecnológico com valor dissuasório. Entre seus principais projetos, o programa do Morteiro de 120 mm, já se encontrava em fase final de homologação operacional, permitindo assim a alocação de recursos financeiros e humanos em novos projetos. Dentro do escopo do Plano Básico de Ciência e Tecnologia (PBCT) encontrava-se sobre o comando do Capitão Marcello Menezes Eifler do Grupo de Armamento e Munição (GAM), o desenvolvimento de uma torre de 105 mm para Carro de Combate, que seria em em princípio, destinada a Nova Família de Blindados, que em 2007 se transformaria no Programa Estratégico do Exército (Prg EE) GUARANI. Logo de início identificou que, devido à falta de experiência do Centro Tecnológico do Exército (CTEx) com os sistemas eletrônicos embarcados em uma torre desse tipo, não haveria condições, a curto prazo, de se projetar e conceber tal sistema de grande complexibilidade, passando a estudar a possibilidade de partir para uma torre de design e funcionalidades mais simples, como forma de absorver conhecimento der imediato, para o desenvolvimento posterior de conjuntos maiores e mais complexos. 

A oportunidade para um projeto mais simples surgiria a seguir, com a participação das Forças Armadas Brasileiras, da Missão de Paz das Nações Unidas no Haiti MINUSTAH (Mission des Nations Unies pour la Stabilisation en Haïti). Nesta operação multinacional, muitas vezes ocorreriam enfrentamento contra ex-militares das forças armadas haitianas (extintas em 1994, por Jean Bertrand Aristide), ex-policiais e bandidos comuns, que organizados em miliciais se dedicavam a controlar algumas áreas na capital Port au Prínce. Estas forças irregulares estavam armadas com os mais variados tipos de armas leves, desde carabinas M-1 Carbine a fuzis M-1 Garand e AK-47 Kalashnikov, forçando as tropas brasileiras a adaptar-se um novo e peculiar tipo de confronto assimétrico. Este cenário levaria a implementação de novas táticas, e a adaptação das viaturas com o intuito de fornecer um mínimo de proteção adequada a seus ocupantes.  Neste contexto um dos principais pontos críticos era a exposição do operador da metralhadora de apoio das viaturas blindadas de transporte de tropas Engesa EE-11 Urutu a tiros deflagrados por estes milicianos. Como solução seriam desenvolvidos estudos entre o Centro Tecnológico do Exército (CTEx) e o Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), visando inicialmente a construção de uma torre mecânica blindada. Este processo evoluiria para o estudo de emprego de um Sistema de Armas Remotamente Controlado (SARC), havendo inclusive, no final de 2007, a instalação de um SARC CWS 30, da israelense RAFAEL Advanced Defense Systems, com uma metralhadora de calibre 7,62 mm MAG, em um EE-11 Urutu, a fim de ser submetidos a testes de campo. Os resultados seriam promissores, porém os custos envolvidos em um processo de importação seriam demasiados altos para o momento, gerando a oportunidade para a possibilidade em se desenvolver um Sistema de Armas Remotamente Controlado (SARC), nacional. É importante frisar que, nos últimos conflitos armados, principalmente em áreas urbanas, houve uma intensa utilização deste tipo de sistema, sendo denominado internacionalmente pela sigla RWCS (Remote Controlled Weapon Station), na qual o atirador fica posicionado no interior da viatura, onde realiza as operações remotas de pontaria e disparo do armamento. No exterior da viatura permanece somente o armamento, o reparo e os sistemas de observação de alvos, constituídos principalmente por câmeras diurna e noturna. A versão mais moderna desses sistemas incorpora também um sistema de estabilização, permitindo a realização do tiro com a viatura em movimento. 
Devido a uma demanda de aparelho de pontaria para os novos morteiros de 120 mm produzidos nacionalmente, o comando do Grupo de Armamento e Munição (GAM), estabeleceu conversações com a empresa Periscópio Equipamentos Optrônicos Ltda, no intuito de se aprofundar no conhecimento de seu Sistema de Pontaria para Tiro Indireto de Morteiros (SPOTIM). Durante uma reuniao, seria apresentado aos oficiais o sistema IVERA (Indicador Visual Estabilizado de Rampa de Aproximação), desenvolvido para fornecer aos pilotos de helicópteros a indicação visual estabilizada da rampa de aproximação para pouso em embarcações. Curiosamente este conjunto preencheria adequadamente lacuna de capacidade tecnológica que faltava ao Centro Tecnológico do Exército (CTEx), para a criação de um sistema de armas remotamente controlado nacional. Negociações de parceria em desenvolvimento seriam estabelecidas, resultando no segundo semestre do ano e 2006 na criação do  “Projeto básico de pesquisa, desenvolvimento e produção de um protótipo de Reparo de Metralhadora Automatizado X (REMAX)”, sendo que esse acrônimo foi criado pelo General Ribeiro Souto. Já nos requisitos iniciais do projeto do SARC REMAX, ficou claro o pragmatismo empregado pelo Exército Brasileiro, buscando concentrar seus poucos recursos em sistemas para seu Teatro de Operação (TO), pois este sistema seria desenvolvido inicialmente para utilizar apenas como armamento as metralhadoras Browning M-2HB de calibre .50 (12,7×99 mm) e FN MAG de calibre 7,62×51 mm. Como premissa básica, esta torre deveria ser projetada desde sua concepção inicial envolvendo uma arquitetura modular, que permitisse a implementação de componentes que agregassem diferentes funcionalidades, e multiplataforma, para poder ser integrado em quaisquer viaturas blindadas com teto rígido (EE-11 Urutu, Iveco Guarani, M-113 e  Leopard  A5BR) com um mínimo de modificações. 

Emprego no Exército Brasileiro.
Com os parâmetros definidos, em dezembro de 2006, seria celebrado entre o Ministério da Defesa e a empresa nacional Ares Aeroespacial e Defesa Ltda (antiga Periscópio Equipamentos Optrônicos Ltda), o contrato nº 004/2006-CTEx, para pesquisa, desenvolvimento e produção de um protótipo experimental, designado como REMAX 1 (Reparo de Metralhadora Automatizado X), no valor de R$ 1.245.000,00 e com prazo para conclusão do processo até dezembro de 2008. Esse seria um contrato firmado por inexigibilidade de licitação, em virtude da singularidade do objeto (primeiro Sistema de Armas Remotamente Controlado) a ser desenvolvido no hemisfério sul fazendo uso tecnologias não totalmente dominadas na época. Apesar da notória especialização da empresa, que detinha a tecnologia para o desenvolvimento do sistema de estabilização terrestre, é importante destacar que, toda a propriedade intelectual do REMAX 1, estabelecida no citado contrato, seria totalmente do Exército Brasileiro. No primeiro semestre de 2009 seria apresentado um modelo de exposição (mock-up) do sistema REMAX, já integrado no modelo da Viatura Blindada de Transporte de Pessoal – Média Sobre Rodas (VBTP-MSR) Iveco 6×6 Guarani, durante a edição da feira Latin America Aero & Defence (LAAD) no Rio de Janeiro. Esta seria o primeiro estágio de integração do protótipo não funcional a uma viatura. Já o desenvolvimento do protótipo experimental seria concluído no segundo semestre de 2009, porém infelizmente o VBTP-MSR 6×6 Guarani ainda não havia sido entregue pelo fabricante para a execução este processo. Para evitar mais atrasos no cronograma original, seria solicitado junto ao Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) a cessão de uma viatura Engesa EE-11 Urutu, com o objetivo de que o sistema pudesse ser integrado a uma plataforma veicular sobre rodas, dando início as atividades da apreciação a cargo do Centro de Avaliações do Exército (CAEx). Este conjunto seria extensamente testado em campo verificando suas condições básicas de funcionalidade, apresentando resultados promissores. Desta maneira seria validada a continuidade do projeto, avançando para a próxima fase de desenvolvimento técnico e operacional.   

Em outubro de 2009 seria celebrado outro contrato com a Ares Aeroespacial e Defesa Ltda, o nº 004/2009-CTEx, para a obtenção de um segundo protótipo operacional, chamado REMAX 2, cujo objetivo era de permitir o início das atividades de integração do sistema REMAX na viatura blindada Iveco Guarani, em paralelo à apreciação do protótipo experimental que estava sendo realizada pelo Centro de Avaliações do Exército (CAEx). A configuração desse protótipo agregaria também algumas características e funcionalidades ao projeto do protótipo experimental, resultado da experiência obtida com os testes de desenvolvimento realizados em laboratório e no campo, e que contribuiriam para aumentar a segurança e o desempenho do sistema. Seu valor seria estabelecido em R$ 893.582,00 e o prazo para conclusão do serviço estava previsto para conclusão até agosto de 2010. A propriedade intelectual do protótipo operacional do REMAX 2, estabelecida no contrato, também seria de 100% para o Exército Brasileiro. Em junho de 2010, depois de um período de treinamento de pessoal, para operação do sistema realizado pelo Centro Tecnológico do Exército (CTEx) e manutenção da VBTP Engessa EE-11 Urutu (disponibilizado pelo Arsenal de Guerra de São Paulo - AGSP), seria iniciada apreciação do protótipo experimental. Os testes da apreciação do REMAX 1 seriam divididos em quatro grupos principais: testes funcionais, testes em estativa, testes com REMAX integrado no EE-11 Urutu (viatura parada/alvo fixo e viatura em movimento/alvo fixo) e testes ambientais. Em setembro de 2011, seria concluída a produção do protótipo operacional (REMAX 2) que, em fevereiro de 2012, seria instalada na Viatura Blindada de Patrulhamento e Emprego Dual (VBPED), para os testes iniciais para apreciação do protótipo e, com os resultados sendo considerados satisfatórios, em 25 de julho de 2012, foi homologado o Relatório de Apreciação do Centro de Avaliação do Exército (CAEx), através da Portaria nº 024/DCT. Em 2013, o REMAX 2 foi finalmente integrado no protótipo do VBTP-MSR 6×6 Guarani, após várias tratativas junto a Gerência do Projeto e a IVECO Veículos de Defesa, que desenvolveu o projeto com o Exército, e esta foi oficialmente apresentada ao público na edição da feira internacional de defesa na edição LAAD 2013. 
Em outubro de 2012, seria celebrado o contrato nº 001/2012-DF, entre a Diretoria de Fabricação e a Ares Aeroespacial e Defesa Ltda, para a produção do lote piloto de setenta e seis unidades de produção, chamadas REMAX 3, sendo que as duas primeiras seriam cabeças de série (CS1 e CS2) para testes estáticos, no valor de R$ 49.418.088,00. Posteriormente esse valor seria corrigido, através de um Termo Aditivo nº 2, em virtude de a empresa ser isenta de impostos como PIS e COFINS, sendo devolvida a diferença para a União (algo em torno de R$ 1.800.00,00). Como a contratada ainda não tinha uma a estrutura para a fabricação capaz de produzir na escala desejada, solicitou ao Exército Brasileiro uma antecipação de parte do valor do contrato para poder edificar sua linha de montagem, o que foi prontamente atendido, e, como contrapartida (offset), doaria mais cinco unidades do REMAX, o que elevou o total desse contrato para oitenta e um conjuntos. O desenvolvimento do projeto REMAX 3 apresentaria a duração aproximada de um ano. Em 2013, o Centro de Avaliação do Exército (CAEx) iniciaria os testes de desempenho nas duas cabeças de série, passando também a avaliar os manuais de operação e o de manutenção fornecidos pelo fabricante. Em 2014, a Ares Aeroespacial e Defesa Ltda realizaria a qualificação da integração do Lote Piloto do REMAX 3 na VBTP-MSR 6x¨6 Guarani (chassi 83, LED 67) e habilitou a montadora a proceder à instalação, sendo que para sua integração a empresa ficou responsável por componentes do kit de instalação e a montadora brasileira pelo anel de interface, caixa de distribuição de potência e realização da integração final. A Experimentação Doutrinária seria realizada na 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada (15ª Bda Inf Mec), que como já havia realizado a Experimentação da VBTP-MSR 6×6 Guarani e estava habilitada como Infantaria Mecanizada. Assim, já possuía uma infraestrutura preparada e pessoal especializado para receber as atividades. O REMAX 3 foi exposto na edição LAAD 2015, instalado em uma viatura VBTP-MSR 6×6 Guarani e nas viaturas experimentais VBMT-LSR 4×4 RTD/AVIBRAS Sherpa - Tupi, Iveco LMV e Inbra Gladiador II, todas elas com instalações plenamente operacionais. 

O Centro de Avaliação do Exército (CAEx) em conjunto com a  Ares Aeroespacial e Defesa Ltda e o 33° Batalhão de Infantaria Motorizado (33º BI Mtz) realizariam avaliações complementares no REMAX integrado na VBPT-MR 6×6 Guarani e encontraram algumas não conformidades, principalmente em relação ao módulo optrônico que, para soluciona-lo, uma equipe com membros da Diretoria de Fabricação (DF) e da Ares Aeroespacial e Defesa Ltda foram à fábrica da OIP Sensor Systems, na Bélgica, a fim de acompanhar os testes com este módulo e adquirir os conhecimentos necessários para a integração do REMAX à viatura. Após as avaliações realizadas dentro do escopo da Experimentação Doutrinária, foi publicada a Portaria Nº 065-EME, de 8 de marco 2016, adotando oficialmente o Sistema de Armas Reparo de Metralhadora Automatizado X, versão 3 (REMAX 3). Em dezembro de 2016 foi celebrado o contrato nº 186/2016-COLOG, para a produção do lote primeiro lote de produção, de 215 unidades, no valor de R$ R$ 328.057.657,39, com validade inicial de 5 anos, e que seria atendido conforme dotação orçamentária. Já em operação regular há mais de 6 anos, o Sistema de Armas Remotamente Controlado REMAX, vem consolidando plenamente seu conceito dentro das tropas do Exército Brasileiro, possibilitando dar mais suporte de fogo às unidades mecanizadas brasileiras ao mesmo tempo que garantiria a proteção de seu atirador, que é considerado um ponto crítico na guerra moderna, substituindo os reparos manuais de metralhadoras. Até o presente momento já foram entregues mais de 150 unidades, e mais dezenas se encontram no momento, no 4º Depósito de Suprimentos (4º D Sup), em Juiz de fora/MG, em processo de instalação em viaturas VBTP-MSR Iveco 6×6 Guarani. O grande êxito operacional levaria o Comando do Exército Brasileiro a estudar o emprego deste sistema junto ao programa da Viatura Blindada Multitarefa, Leve de Rodas (VBMT-LR) Iveco LMV. Com os testes sendo conduzidos a partir do mês de abril do ano de 2020 contando com o apoio da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada (9ª Bda Inf Mtz), do Centro de Avaliações do Exército (CAEx) e das empresas Iveco Veículos de Defesa e ARES Aeroespacial e Defesa. Com o sistema sendo homologado em maio do mesmo ano, gerando um contrato para o fornecimento de oito torres deste sistema para equipar um número similar destes veículos blindados com tração 4X4. 
Em novembro de 2021 o Centro Tecnológico do Exército (CTEx), foi formalizado o desenvolvimento do novo sistema de armas remotamente controlado (SARC) REMAX 4 e um pacote de atualização dos REMAX 3 atualmente em uso, através do acordo de cooperação nº 21-DCT-005-00, entre o Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) do Exército e a empresa Ares Aeroespacial e Defesa. O REMAX 4 é uma evolução do atual REMAX 3, desenvolvido entre o Exército e a empresa Ares, cujas principais mudanças são, além da atualização dos eletrônicos, hardware e arquitetura de software, terá seu módulo de optrônicos desacoplado do berço, permitindo graus de liberdade independentes (azimute e elevação) à linha de visada; capacidade do cofre de munição aumentada em três vezes, indo de 100 para 300 para cartuchos 12,7x99mm, e de 200 para 600 para 7,62x51mm; e possibilidade de adicionar uma estação de trabalho para o comandante de viatura, permitindo o controle total da estação de armas, podendo ser integrada ao sistema de gerenciamento de missão (SGM), aumentando sua consciência situacional. Com essas modificações, além de manter o sistema no chamado “estado-da-arte”, permitirá a uma integração mais fácil com outros armamentos, como lançadores automáticos de granadas (LAG) e mísseis anticarro (“anti-tank guided missile” – ATGM). Também poderá ser integrado um sistema de alerta laser (“laser warning systems” – LWS), sendo que no protótipo foi instalado o ELAWS 2, da Elbit Systems. O pacote de atualização dos SARC em operação, cuja denominação é REMAX 3A1, deverá ter as mesmas características à exceção do sistema optrônico desacoplado e das menores dimensões.
Bibliografia :

Em Escala
Para representarmos o Sistema de Armas Remotamente Controlado REMAX – 3 em uso pelo Exército Brasileiro nas viaturas blindadas Iveco VBTP-MR 6×6 Guarani, fizemos uso do novo e excelente  kit (set de detalhamento) impresso em 3D na escala 1/35, produzido pela Oficina do Aquino, modelo de alta qualidade e detalhamento. Fizemos uso de parte de decais oriundos de outros modelos para representar alguns detalhes de marcações na torre.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura tático no verde oliva empregado pelo Exército Brasileiro, existem vários registros fotográficos indicando também o emprego da camuflagem padrão em  dois tons (verde e marrom terra), em uso nos veículos militares da Força Terrestre  desde o ano de 1983. Empregamos tintas, vernizes e washes produzidos pela Tom Colors.

Bibliografia :
- Remote Controlled Weapon Station - https://en.wikipedia.org/wiki/Remote_controlled_weapon_station
- Especial SARC REMAX Tecnologia e Defesa por Paulo R. Bastos Jr - https://tecnodefesa.com.br
- EB homologa o SARC REMAX nas VBMT-LR 4×4 Iveco LMV-BR - https://tecnodefesa.com.br
- REMAX 4 entra em produção e é integrado ao LMV-BR - https://tecnodefesa.com.br