M-59A1 FMC - VBTP


História e Desenvolvimento.
A origem e o emprego dos carros blindados de transporte de tropas em larga escala ocorreu durante o transcurso da Segunda Guerra Mundial, fazendo uso de veículos com tração do tipo meia lagarta, com destaque para o modelo  Hanomag  Sd.Kfz. 251 no Exército Alemão (Wehrmacht). Já junto aos exércitos norte-americanos e britânicos, a predominância deste tipo de veiculo no campo de batalha seria representada pela família de meias lagartas dos  modelos M-2, M-3 e M-5 Half Track Car, produzidos pela montadora White Motors Company, sendo empregados em grandes quantidades em todos os fronts do conflito. Apesar de seu importante papel no esforço de guerra na execução das tarefas de transporte de tropas e carga, repousava sobre o modelo norte-americano uma grave deficiência, que era representada pela ausência de uma estrutura de cobertura blindada. Esta falha de projeto tornava os infantes desprotegidos quando expostos de armas leves e estilhaços de projéteis, a fim de se sanar esta problema ainda durante a últimas fase do conflito, seria desenvolvido o projeto M-44 (T16), um veículo blindado de transporte de tropas originalmente derivado do carro de combate M-18 Hellcat. Seu conceito inicial estava focado principalmente em prover proteção total a seus ocupantes, resultando em um veículo de dimensões muito superiores aos carros meia lagarta em uso naquele momento, apresentando uma capacidade de transporte de até 24 soldados totalmente equipados, com um peso total de combate de 23 toneladas. Três protótipos seriam construídos, passando a ser submetidos a ensaios e teste em campo, e neste processo de verificaria  que seu peso total limitava em muito sua velocidade  capacidade de transpor terrenos irregulares, levando a decisão de cancelamento de projeto em junho de 1945. Apesar disto a ideia não seria abandonada sendo reformulados os parâmetros de projeto para este tipo de blindado,  e em setembro do mesmo seria deflagrada um concorrência, que visava o desenvolvimento de um novo veiculo blindado dedicado a tarefa de transporte de tropas com capacidade para até 10 soldados. Dentre suas especificações destacava-se a necessidade deste novo modelo ser baseado na plataforma e chassi do veiculo de  transporte de carga T-43 Cargo Carrier. Diversas montadoras  apresentariam suas propostas em meados do ano de 1946, com estes sendo avaliados pelo comando de material do Exército dos Estados Unidos (US Army). Os resultados finais apontavam para o modelo conceitual T-18EI apresentado pela empresa  International Harvester Companu (IHC), levando a celebração de um contrato para a produção de  quatro protótipos iniciais. Estes seriam completados e disponibilizados para testes a partir do inicio do ano de 1947, com este programa se estendendo por mais de oito meses, resultando em uma série de demandas de melhorias ao fabricante

Após a implementação destas alterações, os quatro protótipos seriam novamente ensaiados, recebendo na sequência sua homologação para a produção em série. Um primeiro contrato para aquisição de  mil unidades seria celebrado em maio de 1950, com o modelo recebendo a designação oficial de M-75 Veículo de Infantaria Blindado (Personnel Carrier - APC). Os primeiros blindados deste modelo começariam a ser disponibilizados as unidades de infantaria do Exército dos Estados Unidos (US Army) a partir de 1952, passando de imediato a substituir os blindados meia lagarta White M-3 e M-5 Half ainda em operação. Apesar de serem mais leves que os protótipos do modelo M-44, este novo veículo de infantaria blindado, apresentava um peso total de combate de dezoito toneladas, e durante seu emprego em exercícios operacionais, verificou-se que estes  não conseguiam acompanhar no campo de batalha a velocidade dos demais carros de combate. Este cenário infringia uma importante regra básica da mobilidade, a qual rezava a sincronia na movimentação das unidades motorizadas de uma força terrestre. Esta realidade causaria extrema preocupação no Comando Exército dos Estados Unidos (US Army), levando assim  a decisão de ser cancelar o contrato de produção ainda em vigência. Emergencialmente esta medida demandaria a reativação de algumas centenas de veículos meia lagarta White M-3 e M-5 que anteriormente haviam sido transferidos para a reserva . A fim de se resolver este problema em dezembro de 1953, uma nova concorrência seria lançada , objetivando o desenvolvimento de um novo veículo desta categoria, prevendo a aquisição de pelo menos cinco mil unidades, destinados a substituir não só os  derradeiros carros meia lagartas e os recém introduzidos M-7. Este novo veículo blindado manteria a premissa básica de prover adequada proteção a seus ocupantes, porém deveria apresentar menor peso total de deslocamento, garantindo  assim maior agilidade no campo de batalha. Deveria ainda possuir relativa capacidade anfíbia para transposição de rios e pequenos cursos de água, podendo ainda ser aerotransportado nos futuros aviões de transporte  de grande porte que se encontravam em desenvolvimento naquela época. Em janeiro de 1954, começariam a ser entregues as propostas técnicas e comerciais de pelo menos seis empresas do ramo automotivo, sendo então conduzidas as primeiras avaliações por parte do comando de material do Exército dos Estados Unidos (US Army). Deste processo seria criada uma lista final (short list) envolvendo os modelos apresentados pelas empresas  International Harvester Corporation (IHC) e Food Machinery and Chemical Corporation (FMC).

Seria financiada e encomendada a produção de um protótipo de cada veículo blindado presente na concorrência a  para fim de serem submetidos a ensaios de campo comparativos, com estes sendo disponibilizados por seus fabricantes ao Exército dos Estados Unidos (US Army) até o final de abril de 1953. Neste programa o modelo T-59 apresentado pela Food Machinery and Chemical Corporation (FMC) se destacaria sobre seu rivais, com  sua escolha sendo  assim definida pelos militares norte-americanos. Umas das primícias dos requisitos originais da concorrência visavam proporcionar um baixo custo de produção e manutenção, e para isto na construção do novo veículo seriam empregados muitos componentes do carro de combate médio M-41 Walker Buldog, com a comunalidade de componentes melhorando ainda a gestão do fluxo de peças de reposição. O  FMC T-59 fazia uso de dois motores comerciais a gasolina General Motors GMC-302, que geravam em conjunto 7.200 hp de potência, sendo este grupo motriz ligado a uma transmissão hidramática Cadilac 301MG, que melhorava o aspecto de condução pelo motorista da viatura. Seu conceito original contemplava ainda mesmo que limitada, uma certa capacidade de operação anfíbia, sendo dotado com sistema de vedação de borracha em todas as portas e escotilhas, desenvolvendo em águas calmas uma velocidade máxima de 6,9 km/h.  Seu grande porte lhe proporcionava uma excelente capacidade de transporte de soldados completamente equipados ou carga, com significativa proteção contra armas leves. Seu casco soldado composto em aço, apresentava uma espessura 0,375 polegadas (0,95 cm) na parte superior a 1 polegada (2,49 cm) de espessura na barriga, com a espessura média sendo de 0,625 polegadas (1,59 cm). Curiosamente era possível acomodar e transportar internamente um veículo do tipo Jeep Willys MB. Para condução o motorista fazia uso de um periscópio de visão noturna infravermelho M-19 e vários periscópios M17 para dirigir em uma posição abotoada. Em termos de autodefesa o modelo estava equipado com um torre automática M-13 armada com uma metralhadora Browning M-2 calibre .50, com 2,205 cartuchos armazenados no interior do veiculo. 

Neste momento seria celebrado um contrato prevendo a produção de oito carros pré-série, para serem submetidos a um segundo programa de ensaios operacional, com este planejado para ocorrer entre os meses de setembro e outubro de 1953.  Após a implementação dos testes de campo seriam identificadas necessidade de melhorias que seriam efetivadas pelo fabricante, com o modelo logo em seguida sendo liberado pelos militares para a produção em série. Em seguida seria firmado um contrato para a aquisição de seis mil e trezentos unidades do agora designado M-59 Veículo de Infantaria Blindado (Personnel Carrier - APC). O cronograma contratual se apresentava extremamente ousado,  prevendo a entrega total do lote adquirido  até fins do ano de 1960. Os primeiros carros de série, passariam a ser incorporados as unidades de infantaria do Exército dos Estados Unidos (US Army) em agosto de 1954, sendo recebidos com muito entusiasmo devido ao seu porte imponente e modernas linhas. A fim de se prover o  desenvolvimento das doutrinas de operação deste novo veículo, os M-59 passariam a ser integrados aos regimentos de carros de combate médios  M-41 Walker Buldog, objetivando assim verificar o potencial do modelo em cenário simulado de batalha de alta mobilidade. No entanto este programa de operação conjunta evidenciaria uma grave deficiência relacionada a potência do M-59, com este cenário sendo causado principalmente devido ao seu alto peso de deslocamento. Apesar de ser equipado com dois potentes motores a gasolina GMC Model 302 de seis cilindros em linha a gasolina com 146 cv de potência cada, sua velocidade máxima aferida era de 32 km/h o que lhe impedia de acompanhar os M-41 Walker Buldog  que chegavam a atingir 45 km/h.   Sua baixa autonomia  de apenas 150 km (proporcionada pelo peso do veículo) também o limitava a missões de média distância, impactando seu desempenho em missões que envolvem um extenso raio operacional. Apesar de ser equipado com um sistema de blindagem superior a qualquer veículo anterior de sua categoria, o FMC M-59 logo se mostraria vulnerável frente as novas munições perfurantes de médio calibre, que passavam a ser  empregadas naquele momento pelos exércitos dos países pertencentes ao bloco soviético.  Estas deficiências de projeto despertariam grande preocupação por parte do comando do Exército dos Estados Unidos (US Army), evidenciando a real eficiência e capacidade de sobrevivência do FMC M-59 em um cenário de conflagração real moderno que hipoteticamente poderia ocorrer na Europa.  Apesar destes pontos negativos o contrato de produção tendo em vista que grande parte dos veiculos já havia sido entregue, e visando otimizar estra frota, a partir de 1957 seria estudado adaptar o M-59  APC para versões especializadas como posto de comando, porta morteiro e ambulância. 
Destes o projeto do porta morteiro ganharia destaque, sendo validado, o que levaria a conversão nas linhas de produção do fabricante de mais de seiscentos veículos, recebendo a designação de M-84 Mortar Carrier. Seu interior seria modificado, com piso recebendo um reforço estrutural para a instalação da placa de base M-24A1 e de um morteiro M-30 de 81 mm equipado com um sistema de mira ótico M-53. Receberia ainda racks para internamente acomodar 88 munições e todo este conjunto seria operado por uma guarnição composta por seis soldados para a condução e operação da arma.  Seu peso final de deslocamento carregado, chegaria a 21.400 kg, superior a sua versão original por transportar toda a munição, o que tornaria esta nova versão mais lenta no campo de batalha do que o modelo de transporte de tropas. Este fato porém não seria considerado tão negativo,  devido ao perfil desta modalidade de artilharia em campo, se mantendo como principal porta morteiro do  Exército dos Estados Unidos (US Army), até o final da década seguinte quando passariam a ser substituídos pelos novos FMC M-106 Mortar Carrier. Voltando ao veiculo blindado de transporte de tropas padrão, os militares norte-americanos em 1958 passariam a estudar alternativas para o desenvolvimento de um novo modelo que pudesse superar as deficiências do M-59.  Estes parâmetros resultariam no conceito AAM-PVF - Veículo Multiuso Blindado Aerotransportado (Airborne Armored Multi-Purpose Vehicle), que se materializaria em 1960 no projeto T-113 ou M-113. Este novo blindado de transporte de tropas fazia uso em sua construção de sistema de blindagem em duralumínio mais leve e eficiente, que além de aliviar significativamente seu peso final proporcionava pela primeira vez uma velocidade final compatível com o carros de combate.   O Advento da introdução deste novo carro blindado de transporte de tropas no Exército dos Estados Unidos (US Army), em fins da década de 1960, determinaria o imediato repasse de grande parte da frota dos M-59 para as unidades reserva da Guarda Nacional (National Guard). Posteriormente um grande numero destes veiculos seriam cedidos a nações  alinhadas com a geopolítica norte-americana nos vantajosos termos do  Programa de Assistência Militar (MAP - Military Assistance Program). A Turquia ser tornaria o maior operador recebendo mais de 1.500 M-59,s seguido pela Republica do Vietnã com 866 veiculos, neste mesmos moldes menos 420 seria distribuídos entre Etiópia, Brasil, Grécia, Líbano,  Vietnã do Sul e Venezuela, onde se mantiveram em operação até o início da década de 1990.

Emprego no Exército Brasileiro.
O processo de motomecanizaçao da Força Terrestre brasileira teve seu inicio durante a década de 1920, quando seriam incorporados os primeiros caminhões, passando a realizar em uma escala muito limitada o  transporte de cargas e soldados. Durante a década seguinte a frota de veiculos de transporte do Exército Brasileiro seria reforçada, porém ainda com o emprego de modelos civis levemente militarizados. No inicio da década de 1940, os militares brasileiros iniciariam um movimento de modernização de seus meios, e entre os equipamentos almejados se encontravam veiculos blindados de transporte de tropas, que começavam a se despontar no emprego junto as forças armadas alemães e norte-americanas. Este anseio passaria a ser materializado a partir do ano de 1942, quando o Exército Brasileiro passaria a receber nos termos do programa de ajuda militar  Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos). Neste contexto seriam recebidos os primeiros carros blindados de transporte de tropa dos  modelos M3-A1 Scout Car sobre todas e meias lagartas M-2 e M-3 Half Track. Curiosamente apesar de concebidos para missão de transporte de tropas no front de batalha, não seriam  imediatamente empregados nesta missão, sendo destinados a tração de peças leves de artilharia. Este desvio de finalidade foi influenciado pela total imersão da força terrestre nacional na doutrina militar francesa que era fundamentada nas táticas da Primeira Guerra Mundial que era adepta da operação hipomóvel.  O aumento da influência norte-americana no país durante o conflito irá impactar na mudança de mentalidade e doutrina da Força Terrestre, principalmente motivada pelo recebimento de um grande lote de veículos meia lagarta M-3, M-3A1 e M-5, o que possibilitaria  pela primeira vez implementação de táticas de infantaria motorizada junto ao Exército Brasileiro.  No inicio da década de 1950 passaria o comando da Força Terrestre passaria a avaliar a real efetividade e chances de sobrevivência de suas forças mecanizadas em um moderno cenário de conflagração. Ficava evidente a necessidade de se promover um amplo processo de modernização de meios, necessidade esta que começaria a ser viabilizada a partir de 15 de março de 1952, quando foi assinado entre os presidentes Getúlio Vargas e Harry Truman,  o Acordo Militar Brasil - Estados Unidos. Com o título oficial de "Acordo de Assistência Militar", esta parceria bilateral, estabeleceria basicamente o fornecimento em vantajosas condições econômicas  de material bélico norte-americano atualizado para as Forças Armadas Brasileiras, buscando assim promover uma substituição dos meios atuais,  que foram cedidos na década de 1940 durante a Segunda Guerra Mundial. 

Assim o Brasil passaria a integrar o grupo de países beneficiados nos termos do  Programa de Assistência Militar (MAP - Military Assistance Program), que garantiria acesso facilitado a modernos equipamentos militares, para assim prover regionalmente uma linha de defesa contra a hipotética ameaça expansionista socialista. Desta maneira caberia ao Exército Brasileiro a destinação de grande parcela deste acordo, passando a ser fornecidos a partir de agosto de 1960, os primeiros cinquenta carros de combate médio M-41 Walker Buldog, dois veículos de socorro M-74 Sherman Recovery Vehicle e vinte viaturas blindadas de transporte de pessoal do modelo FMC M-59APC. Estes últimos apesar se tratarem de veiculos usados,  encontravam-se em excelente estado de conservação registrando baixa quilometragem de uso, pois se encontravam armazenados desde 1959  junto as instalações da Unidade do Corpo de Artilharia (Ordinance Corps Depot), no estado de Ohio. Alguns destes apresentavam menos de 1.000 milhas rodadas, pois foram logo retirados do serviço após a verificação de suas limitações operacionais em campo. Os carros cedidos ao Brasil pertenciam a versão  M-59 A1, que  contemplavam pequenas melhorias frente a primeira versão de produção em série, entre estas destacava-se o  processo de soldagem do casco de aço no sistema com uma espessura de blindagem de 25 mm. Como diferencial tecnológico estes blindados  dispunham além do eficiente sistema de periscópio M-17 do dispositivo infravermelho M-19, destinado a condução do veículo em ambiente noturno ou com as escotilhas fechadas. Para sua autodefesa o M-59 A1 estava equipado com torre com acionamento hidráulico,  armada com uma metralhadora automática Browning  calibre .50,  apresentando um sistema de torre automático até então inédito no país, pois pela primeira vez se provia no Exército Brasileiro uma proteção adequada ao operador desta arma. Os vinte carros blindados M-59 A1 APC destinado ao Exército Brasileiro seriam  separados e então revisados localmente colocados em  plenas condições de funcionamento, passando a ser  preparados para transporte por via naval. Estes seriam recebidos no porto do Rio de Janeiro, em 14 de agosto de 1960 juntamente com os primeiros carros de combate M-41 Walker Buldog. Já no país, estes carros seriam inspecionados e  preparados para o estágio operacional e treinamento de seus operadores, sendo posteriormente transportados por via terrestre, e distribuídos em dezembro deste mesmo ano  em proporções iguais, ao 15º Regimento de Cavalaria Mecanizada (RecMec) e ao 16º Regimento de Cavalaria Mecanizada (RecMec) ambos baseados na cidade do Rio de Janeiro. 
Já em uso no Exército Brasileiro, estes blindados receberiam a designação oficial de VBTT - Veículo Blindado de Transporte de Tropas M-59. Nestas unidades operativas,  estes veículos tiveram o importante papel de desenvolver a doutrina de emprego deste tipo de carros de transporte de tropas sob esteiras junto à forca blindada do Exército Brasileiro, operando em conjuntos com carros de combate como os M-41 Walker Buldog e M-3 Stuart. Apesar de não poderem acompanhar no campo de batalha os carros de combate, os M-59 A1 APC seriam fundamentais no processo de elevação do patamar de atuação operacional. Apesar de possuir certas limitações em termos de velocidade e autonomia , estes "novos" blindado superariam em muito,  as capacidades operacionais proporcionadas pelos veículos blindados meia lagarta White M-2, M-3 e M-5 norte-americanos presente em grande numero neste período na Força Terrestre. Os oficiais brasileiros, ficariam impressionados com a capacidade de transporte dos VBTT M-59 que além de serem utilizados em sua configuração normal de transporte de tropas com até 10 sodados totalmente equipados, passariam a ser frequentemente usados em exercícios para transporte de peças leves de artilharia como os canhões M-1 de 57 mm, M-3 de 37 mm ou ainda um Jeep Willys ou Ford 4X4 para a linha de frente, possibilitando assim melhorar capacidade ofensiva da força terrestre com segurança adequada.  Os VBTT M-59A1 passariam a operar em conjunto com os carros de combate leves M-3 e M-3A1 Stuart (que na época representavam o esteio da força de blindados do Exército Brasileiro), e nestas frequentes manobras militares, estes veículos blindados de transporte de tropa conseguiam acompanhar relativamente os  Stuarts pertencentes aos  Batalhões de Carros de Combate Leve (BCCL).  Porém este cenário logo seria alterado, pois o recebimento de mais lotes de carros de combate médios M-41A1 e M-41A3 Walker Buldog permitiria prover  a substituição dos M-3 Stuart como o principal carro de combate da Força Terrestre. E nos primeiros exercícios conjuntos entre o VBTT M-59A1 e o M-41, confirmar-se-ia o ocorrido  junto as operações no Exército do Estados Unidos (US Army), onde o M-59 nao era capaz de acompanhar a dinamicidade dos M-41 no campo de batalha. Além disso eles apresentariam também grandes limitações em deslocamentos de média e grande distância no pais,  pois seu peso bruto excedia a capacidade da infraestrutura viária brasileira, como pontes, viadutos, estradas e  principalmente pranchas ferroviárias. 
A soma destes fatores levaria o Ministério do Exército a declinar de mais ofertas para cessão de novos carros M-59A1 VBTT, como solução intermediaria seriam iniciados estudos prevendo o repotenciamento dos antigos carros meia lagarta White M-2 , M-3 e M-5, visando assim estender sua vida útil até a incorporação de um possível substituto. Esta demanda logo seria atendida, pois a partir de 1965 dentro do termos do  Programa de Assistência Militar (MAP - Military Assistance Program), seria negociada a cessão de mais de cinco centenas de  veículos blindados de transporte de tropa FMC M-113A0 (modelo que fora desenvolvido nos Estados Unidos como substituto aos M-59). Esta grande quantidade a ser recebida permitiria prover um ciclo total de renovação dos meios em operação naquele momento permitindo desativar todos os M-2, M-3 e M-5 Half Track. Em 1969 a partir do momento que os M-113A0 APC atingiram seu status operacional pleno, tanto o 15º Regimento de Cavalaria Mecanizada (RecMec) e ao 16º Regimento de Cavalaria Mecanizada (RecMec), passariam a ser equipados com este novo blindado. Neste momento os M-59A1 seriam relegados a tarefas de treinamento e cerimoniais, com a destaque sua participação em  setembro de 1972, no transporte dos restos mortais do imperador Dom Pedro I e de sua primeira esposa a Imperatriz Leopoldina na cidade de São Paulo. No início da década de 1980 a empresa paulista  Moto Peças Transmissões S/A de Sorocaba, em conjunto com técnicos do Parque Regional de Motomecanização da Segunda Região Militar de São Paulo (PqRMM/2) iniciaram estudos visando a implementação de um possível programa de repotenciamento dos VBTT M-59A1. O principal esforço se baseava se na troca dos dois motores originais a gasolina GMC-302 por equivalentes nacionais a diesel (a exemplo de outros programas deste tipo realizados com êxito pelo PqRMM/2). No entanto estudos econômicos do projeto apresentaram problemas de viabilidade econômica, pois não haveria escala suficiente, pois  sua frota era composta por apenas vinte  carros, levando assim ao cancelamento do programa. O M-59A1 APC figuraria ainda como base de inspiração para o projeto de um carro nacional de transporte de tropas blindado sob esteiras que receberia o batismo de Charrua. Apesar de estar disponível em pouca quantidade na frota, a incorporação dos FMC M-59, seria de grande importância no processo de modernização da força terrestre, pois viriam a descortinar uma série de oportunidades de emprego operacional da infantaria blindada.  A partir de 1990 os veículos que não foram preservados em museus ou unidades do Exército Brasileiro, foram vendidos como sucata, encerrando assim sua carreira militar no Brasil.

Em Escala.
Não existe no mercado um kit específico para este modelo, então para  podermos representar o Veículo Blindado de Transporte de Tropas  M-59A1 "EB10-414”, pertencente ao 15º Regimento de Cavalaria Mecanizada, optamos por desenvolver um projeto em scratch building. Partimos como base do kit original do carro de combate M-41 produzido pela Tamiya na escala 1/35, fazendo apenas dos chassis rodas, suspensão, esteiras e acessórios, construindo todo o restante em scratch. Detalhes referente a processo e todas suas etapas, podem ser vistos em nossa secção de reviews "PROJETO M-59”. Empregamos decais produzidos pela Eletric Products, presentes no set  "Veículos  Militares Brasileiros 1944 - 1982 "
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura tático do Exército Brasileiro, que seria aplicado em todos seus veículos militares desde a Segunda Guerra Mundial até a o final do ano de 1982.  Durante toda sua carreira os VBTT M-59A1 fariam uso somente deste esquema de pintura, com a maioria do veículos preservados ostentando ainda este padrão. 



Bibliografia :

- Blindados no Brasil Volume I,  -  por Expedito Carlos S. Bastos
- M-59 APC Wikipedia - http://en.wikipedia.org/wiki/M59_(APC)
- M-113 no Brasil - por Expedito Carlos S. Bastos


M-41, M-41A1 e M-41A3 Walker Bulldog

História e Desenvolvimento.
Com o final da Segunda Guerra Mundial, e em plena Guerra Fria, o Exército dos Estados Unidos (US Army) sentiu a necessidade de dispor um novo carro de combate leve que pudesse suceder os já antiquados M-24 Chaffe. Este veterano fora colocando em serviço no ano de 1944 em substituição aos M-3 Stuart, e neste período já se demonstravam ineficientes quanto aos carros semelhantes a disposição das forças do Pacto de Varsóvia. A fim de atender a esta demanda, em 1946 seriam iniciados os estudos preliminares para o desenvolvimento deste novo carro de combate leve, com este programa recebendo a denominação oficial de T-37.  A fim de se obter reduções de custo na cadeia de produção e manutenção, este novo veículo deveria fazer uso de grande quantidade de peças e componentes automotivos já comuns a outros veículos militares em uso. Deveria apresentar um casco modular capaz de ser convertido para uma variedade de outras funções especializadas, como plataforma de defesa aérea, socorro e transporte. Em termos de perfil operacional, deveria ser extremamente ágil, a fim de ser empregado também em missões de reconhecimento do campo de batalha, sendo capaz ainda de enfrentar a nova geração de tanques soviéticos como os T-44, T-54 e T-55. Uma concorrência seria então deflagrada em meados do ano de 1947, e curiosamente entre as premissas desta demanda se destacava a obrigatoriedade pela adoção de dois modelos gasolina seis cilindros em V refrigerados ar com 500 hp de potência, com as empresas concorrentes podendo optar pelo motor produzido pela Continental Motors Company ou Lycoming Engines. Esta exigência faria do T-37 um dos primeiros carros de combate norte-americanos a  a ser projetado em torno de um tipo de motor preexistente, em vez de ser construído primeiro e depois adotar um motor adequado. A seguir seriam apresentas três propostas técnicas comerciais, no entanto as restrições de ordem orçamentária impostas no período pós-guerra atrasariam a liberação de verbas para a construção dos protótipos dos projetos apresentados.  Este cenário atrasaria o cronograma original até março de 1949, quando seriam completados os primeiros três carros.  Estes protótipos seriam submetidos a um extensivo programa de avaliação comparativa em campo, e neste processo o protótipo apresentado pela Cadilac Automotive Company  (uma subsidiaria da General Motors Company), se destacaria, sendo classificado para a segunda etapa desta concorrência, com o modelo recebendo a designação de T-37 FASE II.   

De volta ao campo de provas seriam identificadas correções e oportunidades de melhorias, resultando assim na versão de pré-produção, agora designada como T-41E1 pesava 23.500 kg, e poderia ser facilmente classificado como um carro de combate médio, não sendo mais adequado para ser lançado de paraquedas como fora originalmente almejado, porém ainda poderia ser aerotransportado frequentemente. Do ponto de vista técnico tanto o T-41E1 quanto o T-41E2 eram muito parecidos com o M-24 Chaffe, com trem de rolamento de cinco pares de rodas, suspensão com barra de torção, contando, porém, com o novo motor traseiro Continental AOS-895-3 a gasolina de 6 cilindros em V (14.685 cm3) que proporcionava 500 hp a 2.800 rpm, o que lhe concedia uma elevada velocidade em estradas regulares. Suas dimensões eram de 8,05 metros de comprimento (com o canhão a frente) ou 5,60 metros (com o canhão voltado para trás), 3,26 metros de largura e 2,5 metros de altura. Sua blindagem frontal era de 32 mm, com a lateral variando de 19 mm a 25 mm e na torre entre 15 mm a 25 mm. Era fácil de ser reparado e ter componentes substituídos no campo de batalha, estando armado com um canhão M-32 (T138E1) de 76 mm com freio de boca e extrator de fumaça, adaptado para o tiro anti-tanque. Apresentava uma torre bem delgada e inteiramente soldada, de excelente característica. Sua carcaça estava dividida em três partes, na frontal encontrava-se o compartimento do motorista, dispondo de um guidon similar ao de uma bicicleta ou de uma barra de direção, está pouco usual. Já o compartimento de combate, no centro da carcaça era onde local onde estava situada sua torre e abrigava o comandante do carro e o atirador á direita do canhão, com o municiador a esquerda. E por fim a traseira abrigando seu grupo motopropulsor refrigerado ar e sua caixa de mudanças automática Allison CD-500-3, com duas marchas a frente e uma a ré. A celebração do primeiro contrato de aquisição ocorreria em agosto de 1950, porém o início de sua produção em série seria adiado, principalmente a contratempos técnicos da decorrentes da decisão de se incorporar um telêmetro integral diretamente na torre de aço, o que levaria a necessidade de reprojeto de ferramental.  Um renovado senso de urgência introduzido pelo início da Guerra da Coréia (1950 - 1953), e as crescentes demandas do Exército dos Estados Unidos (US Army) pela incorporação de mais por mais carros de combate, resultariam na priorização de sua produção. O atendimento a esta demanda emergencial levaria o fabricante a implantar a toque de caixa, reformas em suas instalações localizadas na cidade de Cleveland, transformando este espaço em uma linha de produção exclusiva deste novo carro de combate, envolvendo 3.700 colaboradores. 
Este acelerado processo de produção impactaria novamente no projeto original, pois a concepção de seu ferramental envolveria alterações de ordem técnica, resultando em novos atrasos no cronograma original. O modelo receberia a designação de M-41 Little Buldog, mais tarde alterado para M-41 Walker Buldog em homenagem ao General Walton Harris Walker, falecido em um acidente com um jipe na Coréia em 23 de dezembro de 1950. Os primeiros oito carros de produção em série seriam entregues ao Exército dos Estados Unidos (US Army) em julho de 1951. Em março de 1953, mais de novecentos carros de combate já haviam sido entregues, porém seriam disponibilizados para serviço ativo, tarde mais para participar conflito, apesar de alguns carros terem sido enviados para a Coréia antes de julho deste mesmo ano. Em fins do ano seguinte, mais de um e mil e oitocentos carros já haviam sido produzidos, porém seu emprego operacional descortinaria uma série de falhas técnicas, que possivelmente foram originadas de devido à sua produção emergencial. Estudos mais aprofundados realizados entre os anos de 1951 e 1952 apontariam que seria necessário implementar cerca de quatro mil alterações e melhorias no projeto original, levando ao desenvolvimento de uma nova versão. Além disto verificou-se que seu raio de açao era extremamente limitado o que levaria a substituição de seu motor original pelo modelo AOSI-895-5 com sistema de injeção eletrônica, garantindo uma redução de consumo de combustível na ordem de 20%.  Deste estudo nasceria a versão M-41A1, que além de atender as demandas de melhoria citadas anteriormente passava a ser equipado com o novo canhão M-76A1 (T138E2), e apresentava aumento da capacidade de armazenamento de munição de 76 mm passando de 24 no M-41 para 44, sendo acondicionadas na torre e 33 na carcaça. Com relação a pontaria, o comandante do carro e o atirador dispunham cada um de um periscópio M-20, cuja ligação balística ao canhão assegurava o alinhamento dos dois campos de visão com o eixo da alma da peça para o alvo selecionado. Além disso, o atirador dispunha de uma luneta M-97 como elemento secundário de pontaria. O municiador contava ainda com um periscópio de observação M-13 no teto da torre.  Como armamento secundário mantinha a metralhadora Browning M-2 de 12,7 mm montada sobre a torre e uma coaxial Browning M-1919A4E1 de 7,62 mm, contando com 430 munições de  de 12,7 mm e 4.200 de 7,62 mm.  Após a aprovação para a produção do M-41A1, seria decidido que pelo menos 1.361 carros do modelo M-41 que se encontravam em uso nas forças regulares, fossem armazenados junto as instalações da Unidade do Corpo de Artilharia (Ordinance Corps Depot), no estado de Ohio, a fim de serem posteriormente elevados para esta nova versão. 

Apesar destas melhorias o M-41A1 Walker Bulldog que nesta época já havia substituído completamente os M-24 Chaffe, ainda não se mostraria especialmente popular em serviço no Exército dos Estados Unidos (US Army). Mesmo com o desenvolvimento de suas  versões subsequentes como o M-41A2 em 1956 e o M-41A3 em 1958 (que passava a fazer uso do motor a diesel Cummins VTA-903), seu emprego operacional  continuaria a frustrar seus operadores. Entre varias observações destacava-se as queixas emitidas por seus condutores a respeito de seu  espaço interior limitado, somava-se ainda o fato que sua altura, tamanho e design,  afetavam sua capacidade de reconhecimento discreto no campo de batalha. Apesar do desenvolvimento de versões especializadas derivadas de sua plataforma, como o veículo antiaéreo M-42 Duster, obuseiros autopropulsados M-44 e M-52 e por fim o veículo blindado de transporte de tropas M-75, em fins de 1954 sua produção seria encerrada, totalizando 5.467 unidades entregues. Neste momento o comando do Exército dos Estados Unidos (US Army) passaria a focar seus esforços no desenvolvimento do novo carro de combate leve, o  M-551 Sheridan. O batismo de fogo do M-41 Walker Buldog ocorreria em abril de 1961, em Cuba durante o preludio da  "Invasão da Baía de Porcos", quando cinco destes carros retirados dos estoque do exército foram fornecidos pela  Agencia Central de Inteligência (CIA) aos exilados anticomunistas para apoiar a incursão da Brigada 2506 e a subsequente apreensão de locais estratégicos em Cuba que provavelmente seriam patrulhados ou defendidos por blindados, principalmente tanques médios T-34-85 fornecidos pelos soviéticos. Estes seriam transportados para a costa cubana por uma única embarcação de desembarque mecanizada em 17 de abril, depois desembarcaram com o apoio da infantaria em um ataque anfíbio de armas combinadas em Playa Girón.  Diversos embates ocorreriam, até que os M-41 tivessem sua munição esgotada, sendo abandonados pelas tripulações. Em 1964, como parte do esforço de apoio e modernização as forças blindadas do Exército da República do Vietnã (ARVN), o Comando de Assistência Militar Norte Americano, determinou o fornecimento de centenas de tanques M-41A3s,  que passariam a ser envolver nas maiores operações de combate, ao contrário do ocorrido no Exército dos Estados Unidos(US Army) o modelo de tornou muito popular entre os tripulantes locais, que geralmente eram de menor estatura do que seus contrapartes norte-americanos, e assim  não experimentariam o mesmo desconforto proporcionado pelo reduzido espaço interior.  Os últimos M-41 Walker Bulldogs foram entregues a este exército em 1972 totalizando 350 carros, e durante a Queda de Saigon entre os dias 28 e 30 de abril de 1975 , muitos destes carros de combate seriam capturados e incorporados ao Exército do Vietnã do Norte sendo mantidos em operação até meados da década de 1990.   
O M-41 Walker Bulldog seria o primeiro tanque do pós-guerra a ser adotado pelo Exército Alemão (Bundeswehr) após sua formação em 1955, com 50 desses veículos sendo destinados a compor os batalhões de reconhecimento blindado. No entanto o conceito de carros de combate leves provou ser impopular neste exército, e todos os M-41 seriam desativados em 1966 passando a ser substituídos pelos modelos M-48 Patton e Leopard 1.  Em 1958, de 40 a 50 carros do modelo M-41A-3 seriam cedidos as Forças Armadas Libanesa (LAF) a fim de substituírem em sua frota os obsoletos M-4  Sherman Firefly e os carros de combate leves franceses Hotchkiss H35 e Renault R35. Estes seriam amplamente empregados em cenários de conflagração real, atuando desde a crise do Líbano de 1958, a Guerra Civil Libanesa (1975 - 1982) até a Guerra da Montanha (1983 - 1984). Curiosamente além das forças regulares daquele país, vários M-41A-3 capturados seriam utilizados por por facções rebeldes dissidentes, como o Exército Árabe Libanês (LAA), Exército do Libano Livre (AFL), Forças Reguladoras Kataeb (KRF), Milícia dos Tigres e Libertação Popular Exército (PLA). No entanto seu maior usuário seria representando pelo Exército da República da China - Taiwan (ROCA), que começaria receber seus primeiros M-41A3 em 1958, chegando a receber até o ano de 1960 700 carros de combate desta família. Ao longo dos anos uma parcela desta frota seria profundamente modernizada para a versão M-41D, com muitos destes ainda permanecendo operacionais até os dias atuais. O advento da introdução dos novos  veiculos blindados de reconhecimento e assalto aerotransportados M-551 Sheridan AR/AAV iniciaria o ciclo de desativação dos M-41A1, M-41A2 e M-41A3 das unidades de linha de frente da cavalaria blindada do Exército dos Estados Unidos (US Army), com estes passando a ser armazenados como reserva técnica.  Desta maneira esta família de carros de combate passaria a constar no portifólio do Programa Militar de Assistência - MAP (Military Assistence Program), muito em virtude da grande quantidade armazenada como reserva estratégica.  Dentro destes termos deste programa milhares destes carros de combate seriam cedidos ao Brasil, Chile, República Dominicana, Guatemala, Uruguai, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Etiópia, Grécia, Japão, Nova Zelândia, Paquistão, Filipinas, Portugal, Somália, Arábia Saudita, Somália, África do Sul, Espanha, Sudão, Tailândia, Tunísia e Turquia. Diversos programas de modernizações seriam desenvolvidos para esta família de carros de combate, permitindo estender sua vida útil, com muito destes ainda operando em serviço ativo junto as forças armadas da República Dominicana, Guatemala, Taiwan e Uruguai.   

Emprego no Exército Brasileiro.
A arma de cavalaria blindada na Força Terrestre seria criada e consolidada no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial, período no qual, o país após passar a ser signatário do programa  internacional de ajuda militar Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos). Nos termos deste acordo seriam recebidos milhares de modernos veículos militares, trazendo ao Exército Brasileiro uma grande mobilidade e poder de dissuasão, se tornando neste período uma grande potência militar regional.  Em termos de carros de combate, o país dispunha de uma imponente frota, composta por mais de seiscentos carros de combate divididos entre os modelos leves M-3 e M-3A1 Stuart e médios M-4,  M-4A1 Sherman e M-3A3 e M-3A5 Lee. No entanto este status quo não se manteria por muito tempo, pois logo no final da década de 1950, essa frota além de se apresentar em um estágio de obsolescência, passaria a apresentar graves problemas de índice de indisponibilidade, provocada principalmente por problemas na obtenção de peças de reposição, tendo em vista que estes modelos tiveram sua produção descontinuada em meados do ano de 1945. Grande parte ainda destes problemas, estava concentrada no conjunto motriz  destes veículos blindados, gerando assim estudos de desenvolvimento voltando a implementação de programas de remotorização, substituindo os antigos motores a gasolina por modelos a diesel de fabricação nacional.  Apesar de se mostrarem viáveis em termos técnicos e econômicos, estes processos de revisão e modernização efetivados ou ainda em desenvolvimento, apesar de devolverem certa capacidade operativa ao Exército Brasileiro, não atenderiam a demanda de modernização de seus meios blindados. O principal calcanhar de Aquiles da frota de carros de combate M-3 e M-3A1 Stuart, M-4 e M-4A1 Sherman e M-3A3 e M-3A5 Lee repousava em seu natural obsolescência, ficando claro que modelos já se encontravam defasados, considerando ainda que a maior parte desta antiga frota estava composta por veículos armados com os ineficientes canhões de 37 mm,  que pouco podiam fazer em um cenário de enfrentamento moderno. A solução deste problema passaria obviamente pela aquisição de novos carros de combate (mesmo que em uma pequena quantidade) que possibilitaria assim uma imediata e necessária modernização da força blindada do Exército Brasileira. 

Para atendimento a esta demanda, o governo brasileiro fazendo uso dos termos do Acordo Militar Brasil - Estados Unidos (que fora celebrado no ano de 1952), programa este que  tinha por objetivo ampliar a influência geopolítica norte-americana, para assim prover regionalmente uma linha de defesa contra a hipotética ameaça expansionista socialista. Desta maneira nosso pais passaria a ter acesso ao Programa de Assistência Militar (MAP - Military Assistance Program), que garantiria acesso facilitado a modernos equipamentos militares. Nestes termos em meados do ano do ano de 1959, o adido militar brasileiro baseado na cidade de Washington DC (Distrito Columbia), daria início as tratativas, junto a aquele governo, para a aquisição de veículos militares e carros de combate.  Nesta época o Exército dos Estados Unidos (US Army) dispunha em sua reserva estratégica, de uma grande frota de carros de combate médio da família M-41 Walker Buldog, com estes estando armazenados junto as instalações do  Ordinance Corps Depot (Unidade do Corpo de Artilharia) baseado em Lordstown Village, no estado de Ohio.  Vale citar que grande parte desta frota contemplava a primeira versão de produção deste modelo, e que foram logo substituídas nas linhas de frente pelas versões melhoradas como o M-41A3, apresentando assim, baixíssimo desgaste operacional.  Após a conclusão das negociações burocráticas, uma comitiva formada por oficiais do Exército Brasileiro seria enviada a Ohio, para proceder a escolha de cinquenta carros de combate do modelo M-41 Walker Buldog.  Estes seriam separados e então revisados localmente colocados em condições de funcionamento e preparados para transporte por via naval, sendo recebidos no porto do Rio de Janeiro, em 14 de agosto de 1960. Já no país, estes carros seriam preparados para o estágio operacional e treinamento de seus operadores, sendo posteriormente transportados por via terrestre, e distribuídos aos 1º e 2º Regimentos de Reconhecimento Mecanizado (RecMec), que estavam baseados nas cidades de Porto e Alegre e Santo Ângelo no Rio Grande do Sul e ao 3º Regimento de Reconhecimento Mecanizado no Rio de Janeiro, (então Estado da Guanabara). Nestas unidades de imediato os novos carros de combate passariam a substituir os antigos carros de combate leves M-3 e M-3A1 Stuart. Em operação os M-41 naturalmente se mostrariam muito superiores principalmente devido a sua velocidade e poder de fogo,  proporcionado pelo moderno canhão M-76A1 (T138E2) de 76 mm. 
O grande êxito operacional destes carros de combate levaria o governo brasileiro em 1962 a negociar nos termos do Programa de Assistência Militar (MAP - Military Assistance Program), resultado em um pacote de cessão de 303 carros de combate que deveriam ser recebidos até meados até o final desta mesma década. Estes estariam divididos entre o modelos M-41A1 com 248 blindados e 55 carros da versão mais recente de  produção o M-41A3. A principal diferença entre estes novos modelos estava baseada principalmente na motorização, com o último modelo apresentando em seu grupo motriz um, sistema de injeção de combustível, que lhe concedia a mudança de nomenclatura passando a ser designado como Continental AOSI-895-5, além disso possuía um sistema de elevação do canhão de maior ângulo, podendo este ainda ser equipado um conjunto de equipamento de infravermelho, para direcionamento e condução. Apesar destas diferenças, visualmente o M-41A1 e o M-41A3 eram praticamente idênticos com detalhe para os paralamas cortados no primeiro e paralamas retos no último. O recebimento total das quantidades negociadas ampliaria fortemente a força blindada brasileira, permitindo assim proceder o completo reequipamento de suas unidades blindadas de primeira linha permitindo a retirada de serviço dos últimos M-4 e M-4A1 Sherman. Ao substituir os antigos carros de combate, os M-41 Walker Buldog apresentariam aos militares brasileiros inovações tecnológicas de grande monta, como torres com sistema de acionamento hidráulico, maior velocidade de deslocamento, sistemas de mira mais precisos. Seu novo canhão M-32 de 76 mm também era muito superior aos canhões empregados nos carros de combate produzidos durante a década de 1940. A versão M-41A3 estava equipada com um sistema de visão infravermelho, aparato até então inédito no país, e apesar de estar presente em um pequeno número de carros, possibilitou a imersão dos tripulantes em uma tecnologia de suporte a combate realmente nova. Estes se fariam presentes e plenamente operacionais em grandes unidades, como a 5º Brigada de Cavalaria Blindada (Bda C Bld), 1º, 2º, 3º, 4º e 5º Regimentos de Carros de Combate (RCC) e nos 4 º, 6 º, 9 º e 20 º Regimentos de Cavalaria Blindado (RCB). Inclui-se ainda a Escola de Material Bélico (ESMB), berço dos blindados e templo da manutenção do Exército Brasileiro, além do 15 º Regimento de Cavalaria Mecanizado e Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) no Rio de Janeiro.   

Este importante movimento reequilibraria a balança de poder terrestre na América do Sul, então neste momento fortemente inclinada para a Argentina, nosso principal hipotético rival que começava a operar em larga escala o modelo TAM (Tanque Argentino Médio). Durante as décadas de 1960 e 1970 caberia ainda ao M-41 Walker Buldog ser o carro de combate responsável pela formação da moderna força blindada no Brasil, consolidando assim a doutrina motomecanizada no Exército Brasileiro. Vale a menção que apesar não haver dados específicos sobre o recebimento de carros do modelo M-41A2, existem alguns documentos internos do Exército Brasileiro que confirma a existência de diversos carros desta versão. Estes veículos devido ao seu tamanho e peso, possuíam a capacidade para serem transportados por via férrea, sem trazer problemas a malha ferroviária brasileira, podendo ser facilmente transportados em pranchas ferroviárias sem grandes modificações. Apenas seriam desenvolvidos alguns tipos de rampas fixas e móveis que facilitavam seu embarque e desembarque. Também poderiam ser transportados em pranchas rodoviárias existentes na Força Terrestre e nas empresas de transporte civil. Este fator possibilitaria seu emprego em âmbito nacional, sendo registrados diversos exercícios de grande monta em diversos pontos do território nacional, comprovando a capacidade de dissuasão da força blindada. Estes carros de combate nunca participaram de combates efetivos, mas tiveram destacada participação em grandes exercícios operacionais, de longa duração simulando cenários reais de combate, proporcionando um amplo aprendizado da tropa na operação com carros de combate, seja na área de logistica, transporte ferroviário, tiros reais e manutenção preventiva e corretiva nas unidades e no campo de treinamento. Os M-41 Walker Buldon seriam eternizados no imaginário popular mediante registros fotográficos obtidos durante os eventos decorrentes da Revolução de 1964, quando foram destacados para a proteção de locais estratégicos principalmente na cidade do Rio de Janeiro e na capital federal em Brasília. Neste período, durante mais de uma semana suas tripulações foram obrigadas a "viver" em seus veículos ou próximos a eles mantendo a prontidão de combate. Porém apesar de sua importância operacional e estratégica, os M-41 Walker Buldog brasileiros, infelizmente nunca receberiam a aplicação dos programas manutenção preventiva e corretivas adequados indicados pelo fabricante. Grande parte das manutenções seriam realizadas fazendo uso de peças de reposição não originais de baixa qualidade, muitas vezes em áreas sensíveis, como retentores, mangueiras e linha hidráulicas. 
Este inadequado procedimento de manutenção resultaria a médio e longo prazo em altos índices de desgastes, causando na sequência de quebras de outros componentes vitais, afetando assim a cada vez mais disponibilidade da frota. Esta irresponsável decisão, buscava implementar economias da ordem de algumas centenas de dólares por veículo, colocando em risco um carro de combate que chegava a custar mais de meio milhão de dólares.  No início da segunda metade da década de 1970, a frota de M-41 Walker Buldog brasileira já apresentava graves índices de disponibilidade operacional, com este cenário sendo agravado em 1977 após o rompimento do Acordo Militar Brasil - Estados Unidos.  As dificuldades na aquisição de suprimentos críticos, agravadas ainda mais pelo fato de seu motor operar com gasolina de alta octanagem, facilmente inflamável e com consumo superior a três litros por quilometro. A este problema se somava o suprimento da munição de 76 mm de seu canhão M-32 que além de não ser fabricado no país foi descontinuada nos Estados Unidos no início da década de 1970. No anseio de resolver estes problemas e objetivando também promover melhorias, seriam conduzidos estudos visando o desenvolvimento de um programa de modernização, onde além da substituição do grupo motriz importado por um nacional, previa-se a alteração do armamento principal, incluindo um canhão de 90 mm. Diversos iniciativas seriam conduzidas a partir de 1977 pela equipe técnica do Parque Regional de Motomecanização da 2º Região Militar (PqRMM/2) de São Paulo, pelo Centro de Tecnologia do Exército (CTEx) e o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IPD), trabalhando em conjunto com a empresa paulista Bernadini S/A. Após as parametrizações de projeto e assinatura de contrato, em meados de 1978, os primeiros carros seriam encaminhados para a modernização, nascendo assim a versão nacional M-41B. Curiosamente em 1982 seriam adquiridos 53 M-41A3 no Japão , oriundos de excedentes do Exército dos Estados Unidos (US Army) que estavam armazenados em Tóquio e que nunca foram incorporados , visto que não entraram no processo de modernização. Este carros ficariam guardados no então Parque Central de Motomecanização (PqCMM) no Rio de Janeiro e acabariam servindo somente como fonte de peças de reposição. Muitos destes acabariam sendo transformados em monumentos em quarteis ou outros locais, salienta-se ainda que os veiculos preservados em sua versão original, se tratam do lote de adquirido do Japão no ano de 1982 que foram destinados somente a servir como fontes de peças de reposição.

Em Escala.
Para representarmos o M-41A3 Walker Buldog "EB11-793" optamos pelo kit da AFV na escala 1/35, sendo este o modelo mais indicado para compor a versão empregada no Brasil com kit podendo ser montado diretamente da caixa. Este modelo apresenta ainda um excelente padrão de qualidade (oferecendo inclusive o tubo do canhão em metal). Empregamos decais confeccionados pelo fabricante Decal & Book pertencentes ao "Set Forças Armadas Brasileiras 1942/1982".
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura tático do Exército Brasileiro, que seria aplicado em todos seus veículos militares desde a Segunda Guerra Mundial até a o final do ano de 1982. .  Os M-41, M-41A1 e o M-41A3 Walker Buldog brasileiros, mantiveram este padrão até serem submetidos ao processo de modernização, onde emergiram ostentando o esquema de camuflagem tático em dois tons adotado pela Força Terrestre  a partir do ano de 1983.


Bibliografia :

M-41 Walker Buldog - http://pt.wikipedia.org/wiki/M41_Walker_Bulldog
- Blindados no Brasil Volume I, por Expedito Carlos S. Bastos
- Blindados no Brasil Volume II, por Expedito Carlos S. Bastos
- M-41C Rede de Tecnologia & Inovação do Rio de Janeiro - http://www.redetec.org.br/inventabrasil/caxias.htm
- Carro de combate M41 no Exército Brasileiro - http://www.defesanet.com.br

Navio Mineiro-Corveta Classe Carioca

História e Desenvolvimento.
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) serviria para expor o estado da Esquadra Brasileira. A força-tarefa enviada para participar do esforço de guerra (Divisão de Operações Navais de Guerra) fracassou estrategicamente, porque era incapaz de apoio à guerra antissubmarino aos alemães, devido às condições de material da armada. Por volta de 1920, a discussão da construção de um novo Arsenal, e do recorrente tema da reestruturação do pessoal técnico da Marinha do Brasil, seria revitalizada pela conjunção da deterioração da esquadra e a disposição do governo dos Estados Unidos, em manter certo “equilíbrio” militar no seu flanco sul, principalmente entre a Argentina, Brasil e Chile). Ao fim da década de 1920, contávamos com dezessete vasos principais de emprego de alto-mar, todos adquiridos a partir da reforma naval de Alexandrino: dois couraçados, três cruzadores de escolta, seis contratorpedeiros, três torpedeiros e três submarinos. Somados ao que sobrou da Marinha do fim do século XIX, um amálgama de frota de emprego costeiro, a tonelagem total de 59.193. Os britânicos adiantaram-se aos demais possíveis interessados em suprir esta modernização, logo após a Primeira Guerra Mundial, enviando uma missão naval-comercial-diplomática, cuja meta era de fazer negócios e suplementar a esquadra brasileira por vendas. Aparentemente, os Estados Unidos restabeleceriam a dianteira e tomariam contatos para suprir o Brasil com uma reforma no seu aparato naval. Nesse contexto se daria a assinatura do contrato com a Missão Naval Americana ao Brasil (1922-26) para criar as condições da expansão da esquadra brasileira que, obviamente, teria neste país seu fornecedor e parâmetro tecnológico e o Brasil como consumidor de modelos e itens da indústria norte-americana. Desde sua implantação este programa passaria por entraves de ordem burocrática, comercial e cultural, com somente o primeiro grande passo sendo realizado no início década seguinte, com a estruturação do Programa de Reaparelhamento Naval de 1932 (Programa Naval 32), que envolveriam grandes obras de infraestrutura que culminariam no estabelecimento operacional de fato do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) como uma organização dedicada a manutenção efetiva dos navios da Esquadra. Neste contexto em originalmente estavam previstas a incorporação de dois cruzadores, nove contratorpedeiros, seis submarinos, seis navios mineiros e três navios tanque, com a intenção de realizar estas aquisições junto a estaleiros ingleses e italiano. Entretanto, os problemas orçamentários decorrentes da Depressão Mundial e políticos (Revolução Constitucionalista de 1932) atrasaram fortuitamente sua execução. 

Este programa somente seria retomado a partir do ano de 1935, porém o intensificar das tensões na Europa prejudicariam a importação dos navios ingleses e submarinos italianos, pois neste momento estas nações estavam priorizando o fortalecimento de suas armadas em face a eclosão de um possível conflito naquele continente. Desta maneira somente três submarinos italianos seriam recebidos e posteriormente a eminência de uma nova guerra logo também se mostraria um entrave para a efetivação das entregas dos seis destroieres da classe H, contratados junto ao estaleiro inglês J. Samuel White & Co., que seriam designados para exportação como classe J ou Javary.  Uma solução a este problemático cenário passaria pela construção naval nacional, com esta iniciativa sendo capitaneada pelo Almirante Henrique Aristides Guilhem  ao assumir ao Ministério da Marinha, em 1935. Neste momento de posse de recursos consideráveis decorrentes de parte das rendas com o comércio marítimo, fincaria o pé no processo de recuperação das construções navais no Brasil, usando como argumento a própria estrutura do Arsenal da Marinha que ao ser recuperada e potencializada, diminuiria a dependência de material estrangeiro. Por seu turno, o então Governo Vargas viu nisso a oportunidade de encaixar o programa nas necessidades da implantação do modelo de substituição de importações, e de revitalização da indústria local. E como toda nucleação aleatória, na falta da excelência organizacional, a política encontrou a liderança técnica para a tarefa, sendo importados diversos maquinários para o emprego nesta tarefa. Entre as demandas existentes e viáveis de construção local se encontravam os navios mineiros, com esta missão sendo dada ao Capitão de Mar e Guerra Engenheiro Naval Júlio Régis Bittencourt. Este programa deveria contemplar a construção no Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras de seis navios mineiros que receberiam os nomes de Carioca, Caravelas, Cabedelo, Cananéia e Camaquã).  Este projeto seria norteado por um meticuloso e demorado estudo que buscasse obter características que harmonizassem as exigências militares próprias do tipo, com o fator econômico da época. Sua estrutura geral do caso seria concebida em dentro de um conceito mais simples possível, que seriam aliviadas de todas as maneiras, as partes da superestrutura que formam o passadiço e as gaiutas da praça de máquinas. 
Seu projeto dimensionaria estas embarcações em 550 toneladas de  deslocamento normal; 57,5 metros de comprimento total; 7,5 metros de boca máxima e  2,4 metros de calado máximo. Desta maneira estes navios deveriam ser construídos de chapas de aço doce Siemens Martin, no sistema de construção das cavernas transversal com reforços nas partes em que deveriam sofrer maior esforço, sendo todo ele rebitado e soldado, com duplo fundo, onde se localizavam os tanques de óleo, água e dejetos. Suas cavernas possuíam oito anteparas dividindo o navio em nove compartimentos estanques. Deste modo seriam reduzidos os pesos altos, obtendo-se assim melhores condições de estabilidade em alto mar para a pequena embarcação, permitindo assim carregamento máximo de minas navais. Seu sistema de fundeio era baseado em dois ferros de leva de 560 kg cada um, talingados a cinco quartéis de amarra, com 25 metros cada quartel e em dois ancorotes tipo almirantado de 200 kg cada um. O  sistema de propulsão do navio seria formado por duas máquinas motoras instaladas numa mesma praça de máquinas, sendo do tipo alternativa a vapor de tríplice expansão, com três cilindros fundidos separadamente, fabricados pela Thornycroft, com 650 HP a 320 RPM, correspondente a uma velocidade máxima de 14,25 nós e raio de ação de 1.120 milhas náuticas. Sua velocidade econômica era de 10 nós a 210 RPM e seu raio de ação, nessa velocidade, era de 1.820 milhas náuticas. O vapor era fornecido por duas caldeiras aquatubulares tipo Yarrow, de circulação acelerada, queimando óleo combustível, fabricadas pela Thornycroft e situadas em praças de caldeira separadas, sendo uma a vante e outra a ré. O navio possuía um grupo destilatório a vapor, com capacidade de produzir 6 t/dia em regime normal e 8 t/dia em regime máximo. A aguada era fornecida por um grupo destilatório tipo Weir de 3 êmbolos com produção máxima de 3,6 t de água. Para navegação, o navio era dotado de duas agulhas magnéticas Kelvin, sendo um padrão no tijupá e uma de governo no passadiço. Para as embarcações miúdas, possuía duas agulhas pequenas, de líquido fabricadas por Otto Meister. Como complemento, possuía dois hodômetros de superfície Cherub MK II e Walker Trident, uma máquina manual de sondar Kelvin 10810-A, um ecobatímetro modelo EB-1, um radiogoniômetro modelo AR 8709 e um radar SF-L, posteriormente instalado em 1945.   
Para as comunicações rádio telegráficas, o navio era dotado de dois transmissores de Cacique AB-200 AF-B2 de 200 W e Cacique AB-50-AFI-B2 de 50 W e três receptores Cacique AB-307 AF, AB-108-FI e AB-405-AFI. Para as comunicações exteriores visuais, possuía bandeiras, escote na verga do mastro e dois holofotes de 12 polegadas e um holofote de 24 polegadas.  A sua energia elétrica seria fornecida por um dínamo (gerador) principal Sunderlard Force, de 30 kw de potência, de corrente contínua, que era acionado por uma máquina a vapor tipo vertical, carter fechado. Como complemento, possuía um dínamo (gerador) secundário, de 40 kw de potência, corrente contínua, movido por um motor diesel.  Para converter a corrente contínua em alternada, possuía três alternadores. Como sistema de salvamento, o navio seria dotado de duas embarcações a motor, sendo uma lancha e uma baleeira, com capacidade para vinte e cinco homens cada, dois escaleres a remo e vela e uma chalana. A manobra do navio era feita por um leme simples, não compensado, retangular, comandado por uma máquina do leme, alternativa a vapor de dois cilindros, que era capaz de movimentar o leme até um ângulo máximo de 35º. Possuía duas estações de governo, sendo uma no passadiço e outra a ré, para manobra do leme em emergência. Para o fundeio, possuía dois ferros tipo Hall de 560 kg cada um, talingados a amarras de seis quartéis de 25 metros e um ancorote de 160 kg tipo Smith. A sua lotação seria, originalmente constituída pelos seguintes oficiais e praças: quatro Oficiais, dez Sargentos, sete Cabos, trinta e seis Marinheiros, quatro Grumetes e sete Taifeiros, totalizando sessenta e oito homens. Em termos de armamentos esta classe de navio mineiros deveriam ser equipados com um canhão inglês Armstrong de 101,6 mm, três metralhadoras francesas Madsen de 20 mm. Possuía ainda dois morteiros, tipo  Derby em Y na popa, duas calhas - lança minas e ou bombas de profundidade MK III, na popa a boreste e a bombordo e dois lança-bombas foguetes MK XX montadas a boreste e a bombordo, também na popa. Os paióis de munição eram refrigerados. O tiro seria dirigido por um telêmetro norte-americano Barr & Stroud’s, tipo FT 32. Era governado por um leme vertical do tipo compensado, com ângulo máximo de 35º. Havia duas estações de governo, sendo a principal situada no passadiço e a de emergência, com manobra à mão, situada no convés da superestrutura da embarcação.  Com a aprovação do projeto de construção dos navios mineiros, este programa  receberia a designação de Classe Carioca, com seus trabalhos sendo logo iniciados junto as instalações dos Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras. 

Emprego na Marinha do Brasil. 
Para o atendimento ao cronograma de construção deste classe em particular, seriam realizados  investimentos adicionais no processo estruturação das instalações do  Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras. Essa iniciativa possibilitaria acelerar o processo de construção da primeira do primeiro navio mineiro que receberia o nome de "Carioca", com esta navio passando  a ser a quinta embarcação  a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem ao rio homônimo e aos habitantes da cidade do  Rio de Janeiro.  Sua quilha seria batida  no dia  06 de junho de 1937 em uma cerimonia onde estariam presentes o Presidente da República Getúlio Dornelles Vargas, Ministros e autoridades da República. Seria  lançado ao mar em 22 de outubro de 1938, tendo como Madrinha a Sra. Maria da Glória Carvalho Guilhem, esposa do Ministro da Marinha Henrique Aristides Guilhem. Pelo Aviso Ministerial no 1.463, de 16 de setembro de 1939 foi incorporado à Armada no mesmo dia, no referido Arsenal, em cerimônia solene, onde novamente estariam presentes o Presidente da República, o Ministro da Marinha e autoridades civis,  recebendo o indicativo visual C 1.  Em julho de 1940, passaria a ser  incluído na recém criada  Flotilha de Navios Mineiros, operando com  sede na Ilha de Mocanguê Grande, comandada pelo então Contra-Almirante Gustavo Goulart. Porém em 1942, o navio foi incorporado à Divisão de Cruzadores, sendo dissolvida a Flotilha de Navios Mineiros. Em cumprimento à Resolução 11/42, aquela divisão de Cruzadores foi extinta e no dia 5 de outubro foi criada pelo Aviso n° 1.661 a Força Naval do Nordeste, a qual foi incorporada o Navio-Mineiro Carioca juntamente com os demais navios da sua classe. A Força Naval do Nordeste era originalmente composta pelos Cruzadores Rio Grande do Sul – C 11 e Bahia - C 12, Navios Mineiros Cabedelo - C 4, Caravelas - C 5 e Camaquã - C 6 e pelos Caça Submarino Guaporé - G 1 e Gurupi - G 2. Essa força foi depois acrescida de outros navios adquiridos nos Estados Unidos, além dos submarinos classe T, do Tender Belmonte, e dos Contratorpedeiros da classe M, constituindo assim Força-Tarefa 46, da Força Naval do Atlântico Sul, sendo dissolvida apenas no final da guerra. No período em que esteve no Serviço Ativo da Marinha do Brasil, a Corveta Carioca  navegou 182.230,5 milhas náuticas e fez 994,5 dias de mar, sendo que, no período de maio de 1941 a novembro de 1945, em operações de guerra, participou, efetivamente, durante a Segunda Guerra Mundial da patrulha do litoral brasileiro e águas ao largo da costa do Brasil, comboiando cerca de setecentos e cinquenta navios mercantes brasileiros e estrangeiros, como reforço da escolta e ataques a submarinos alemães em curso nas águas brasileiras.

O segundo representante o  Cananéia - C 2, seria o terceiro navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem a cidade homônima do litoral de São Paulo. Foi construída no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Teve sua quilha batida em 6 de novembro de 1937, seria lançada ao mar em 22 de outubro de 1938 e foi incorporada em 16 de setembro de 1939. Naquela ocasião, assumiria o comando, o Capitão-de-Corveta Raul Reis Gonçalves de Sousa. O batimento de quilha o lançamento e a Mostra de Armamento das duas primeiras unidades da classe, a Carioca e a Cananéia, seriam realizadas em cerimonias oficiais conjuntas. Em julho de 1940, seria incluída na recém criada  Flotilha de Navios Mineiros, posteriormente em outubro de 1942 seria incorporada a Força Naval do Nordeste, participando da  Força-Tarefa 46, da Força Naval do Atlântico Sul, sendo dissolvida apenas no final da guerra.  Durante sua permanência no serviço ativo da Marinha do Brasil, o navio sofreu inúmeras alterações estruturais para modernização e adaptação para as operações de guerra. Seria substituída parte de seu armamento, instalado um radar SF-L. A sua estabilidade foi melhorada, houve alterações nos tanques de água e óleo. Parte das máquinas auxiliares foi retirada e substituída, os compartimentos habitáveis foram alterados. seria feita ainda a retubulação das caldeiras e substituição dos grupos motores geradores elétricos. Pelo Aviso Ministerial no1.452, de 26 de junho de 1959, foi decretada a baixa do serviço ativo da Marinha da Corveta Cananéia juntamente com o Carioca, com a sua Mostra de Desarmamento sendo realizada no dia 7 de julho de 1960, na doca 11 de Junho, no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. O terceiro representante deste classe o Camocim - C 3,  segundo navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem ao rio e a cidade homônimos do Ceará. Teve sua quilha batida em 11 de dezembro de 1937, foi lançada ao mar em 28 de outubro de 1939 e foi incorporada em 7 de junho de 1940. Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Corveta Américo Jacques Mascarenhas da Silveira. A exemplo dos demais navios desta classe teria intensa participação durante o conflito. Em 1949 seria  retirado todo o seu armamento e instalado um ecosondador da Submarine Signal Co., sendo o navio foi reclassificado como Navio Hidrográfico. No ano de 1950 foi instalado um radiogoniômetro, em 1952 foi instalado um ecobatímetro EB-4 e por fim, em 1953 foi retirado o sonar. No período de 1949 a 1959, realizou inúmeras comissões hidrográficas e de sinalização náutica, ao longo da costa brasileira. Pelo Aviso Ministerial nº 1 452 de 26 de junho de 1959, o navio foi desincorporado do serviço ativo da Marinha do Brasil, como parte do Programa de Modernização da Esquadra Brasileira. A sua Mostra de Desarmamento foi passada em 7 de janeiro de 1960, na Doca 11 de junho, no Rio de Janeiro. Durante a sua permanência no serviço ativo da Marinha, o navio navegou 130.240,9 milhas e fez 662,5 dias de mar.
O Navio Mineiro Cabedelo C 4, seria o segundo navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem a cidade portuária homônima da Paraíba. Teve a sua quilha batida em 12 de março de 1938, sob a presença do Presidente da República Getúlio Dornelles Vargas, ministros e autoridades militares e civis. O Cabedelo e o Caravelas não foram lançados ao mar, pelo fato da água alcançar o seu nível normal ao serem terminados os trabalhos de dragagem da Doca 11 de Junho em frente a Carreira nº 2 do Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras, e os dois navios acabaram flutuando. No dia 16 desetembro de 1939 foi batizado pela Sra. Maria Carmela Dutra, esposa do General Eurico Gaspar Dutra. No dia 7 de junho de 1940 foi incorporado à Armada, naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Corveta Edmundo Williams Muniz Barreto. Em julho de 1940, seria incluída na recém criada  Flotilha de Navios Mineiros, com sede na Ilha de Mocanguê Grande, comandada pelo então Contra-Almirante Gustavo Goulart. Com a declaração de estado de beligerância do Brasil aos Países do Eixo, coube a Marinha do Brasil patrulhar o Atlântico Sul e proteger os comboios de navios mercantes que trafegavam entre o mar do Caribe e o litoral sul brasileiro contra a ação de submarinos inimigos. Assim, foi criada a Força Naval do Nordeste, em 5 de outubro de 1942, sob o comando do Capitão de Mar e Guerra Alfredo Soares Dutra.  Durante a sua permanência no serviço ativo da Marinha do Brasil, a Corveta Cabedelo navegou 184.534 milhas e fez 889,5 dias de mar, sendo que, no período de dezembro de 1941 a novembro de 1945, em operações de guerra, participou, efetivamente, durante a Segunda Guerra Mundial do patrulhamento do litoral brasileiro e águas ao largo da costa do Brasil, comboiando navios mercantes brasileiros e estrangeiros, como reforço da escolta e ataques a submarinos alemães surtos em águas brasileiras. Por meio do Aviso n° 1452 de 26 de junho de 1959 teve baixa do Serviço Ativo da Marinha. O quinto  representante deste classe o Caravelas C 5 seria segundo navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem a cidade homônima do litoral da Bahia. Foi construída no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Teve sua quilha batida em 12 de março de 1938, foi lançada ao mar em 16 de setembro de 1939 e foi incorporada em 7 de junho de 1940. Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Corveta Horácio Brás da Cunha.  Em julho do mesmo ano, seria incluída na recém criada  Flotilha de Navios Mineiros, e em 1942 a exemplo dos demais navios de sua classe seriam  reclassificados como Corvetas, passando a servir junto a  Força Naval do Nordeste. constituindo assim parte da Força-Tarefa 46, da Força Naval do Atlântico Sul, sendo dissolvida apenas ao final da guerra.

Por fim o  Navio Mineiro Camaquã C 6, seria a terceira embarcação a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem ao rio homônimo do Rio Grande do Sul. Teve sua quilha batida em 22 de outubro de 1938 em uma cerimonia com a presença do Presidente da República Getúlio Dornelles Vargas, Ministros e autoridades da República. Seria lançada ao mar em 16 de setembro de 1939 e foi incorporada em 7 de junho de 1940, assumindo seu comando o Capitão-de-Corveta Nereu Chalréu Correia. Juntamente com os demais navios de sua classe seria incorporado a Flotilha de Navios Mineiros com sede na Ilha de Mocanguê Grande, comandada pelo então Contra-Almirante Gustavo Goulart. Em 5 de outubro de 1942 , passou a subordinação da Força Naval do Nordeste (FNNE), criada pelo Aviso n.º 1661, do mesmo dia, para substituir a Divisão de Cruzadores, comandada pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra Alfredo Carlos Soares Dutra, e subordinada ao Comandante da 4ª Esquadra Norte-Americana e das Forças Navais do Atlântico Sul, Contra-Almirante (USN) Jonas H. Ingram. Neste mesmo ano seria submetida a um processo de modificações no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), partindo do Rio de Janeiro, já na escolta de um comboio. Na sequência realizou patrulhas antissubmarino  no trecho Bahia - Pernambuco - Rio Grande do Norte - Fernando de Noronha. No dia 18 de julho de 1944 suspendeu da Ilha das Cobras, Rio de Janeiro como capitânia do Grupo de Escolta do comboio JT-18, que também incluía CS Jutaí - CS 52 e Graúna - G 8. Às 09:00h do dia 21 de julho, chegou ao ponto de encontro com a escolta norte-americana, ao largo de Recife, que iria conduzir o comboio até Trinidad. Depois de entregar a escolta e já demandando o porto a Corveta seria atingida por três grandes ondas que a fizeram adernar violentamente para boreste. As duas primeiras fizeram o navio adernar perigosamente levando-a a perder velocidade e recuperar momentaneamente o equilíbrio, mas o terceiro vagalhão a fez soçobrar às 09:30h a cerca de 12 milhas a nordeste de Recife, 48 horas depois do naufrágio do NA Vital de Oliveira. O  CS 52 Jutaí, mais rápido, chegou a área do naufrágio em cerca de meia hora e por pouco na abriu fogo contra o casco emborcado, confundindo-o com um submarino. Além de seu comandante, Capitão-de-Corveta Gastão Monteiro Moutinho, perecerem trinta e três  homens, inclusive um Oficial do Exercito e dois civis, sendo os sobreviventes resgatados pelos CS Jutaí - CS 52 e Graúna - G 8, que faziam parte do mesmo Grupo de Escolta. Até essa data havia, a corveta  Camaquã C 6, teria escoltado em serviço de guerra, mais de seiscentos navios mercantes em comboio na costa brasileira.
Durante sua permanência no serviço ativo da Marinha do Brasil, estas embarcações seriam submetidas a  inúmeras alterações estruturais para modernização e adaptação para as operações de guerra. A sua estabilidade seria  melhorada, houve alterações nos tanques de água e óleo. Parte das máquinas auxiliares foi retirada e substituída, os compartimentos habitáveis foram alterados. Seria feita ainda retubulação das caldeiras e substituição dos grupos motores geradores elétricos. Em abril de 1942, seriam retiradas todas as minas e respectivos trilhos sendo instalados dois lança bombas e dois cabides com capacidade para três bombas de profundidade cada um. Posteriormente, foram instalados mais dois lança bombas e vinte e três  cabides de bombas de profundidade. Em termos de eletrônica estes navios receberiam a instalação de um radar de superfície norte-americano SF-L e rádios mais potentes e modernos. No inicio do ano de 1945, as cinco corvetas remanescentes,  C 1 Carioca, C 2 Cananéia, C 3 Camocim,  C 4 Cabedelo e C 5 Caravelas, seria ao longo deste ano gradativamente docados para modernização de seus sistemas de armas. Neste momento seu armamento principal passaria a ser composto por dois canhões, sendo um de 76,2 mm MK XXII, L/50 Mod.4, a vante e outro de 76,2 mm MK XIV, Mod.5, L/23 a ré; suas três metralhadoras originais Madsen de 20 mm seriam  substituídas por três metralhadoras antiaéreas Oerlikon de 20 mm, reparo fixo, MKIV, sendo uma no tijupá e as outras duas a BE e a BB. Apesar de não serem navios especializados na missão de guerra antissubmarino (ASW), os navios mineiros - corvetas da Classe Carioca teriam grande participação no teatro de operações sul-americano. Porém sua maior contribuição  se daria no segmento da construção naval pois representaria a primeira classe de navios especializados construídos em série no no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, apresentando as futuras potencialidades que seriam referendadas logo em seguida na construção de navios mais modernos, como os contratorpedeiros da Classe Amazonas. 

Em Escala.
Para representarmos a Corveta C 1  da Classe Carioca, fizemos uso do excelente kit em resina produzido pela Piron Models na escala 1/350. Modelo de boa qualidade e grande nível de detalhamento, apresentando peças em photo etched. Apesar do modelo dispor de decais para a representação do esquema de identificação inicial deste navios, optamos por empregar decais produzidos pela Duarte Models, padrão implementado após a redesignação destes de navios mineiros para corvetas. 

O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão aplicado em todos os navios da Marinha do Brasil entre as décadas de 1940 a 1970, salientando que este esquema foi o segundo a ser implementado nesta classe de navios. Ao longo de sua carreira,  estas embarcações sofreriam  várias alterações em seus sistema de identificação visual de casco.



Bibliografia : 

- A Marinha entre Guerras - Sylvio dos Santos Val 

- Navios de Guerra Brasileiros – Poder Naval https://www.naval.com.br  

- Marinha do Brasil - https://www.marinha.mil.br/