Unimog 4X4 Série U no Brasil

História e Desenvolvimento.
Há mais de um século, os engenheiros alemães Gottlieb Daimler e Carl Benz construiriam ao mesmo tempo e período, os primeiros automóveis motorizados funcionais do mundo. O pioneirismo desses homens faria com que colecionassem outras conquistas, como a construção do primeiro ônibus, do primeiro caminhão com motor a gasolina e do primeiro caminhão a diesel do mundo. Em abril de 1900 nasceria um novo motor, que seria denominado como "Daimler-Mercedes", grupo propulsor este que impulsionaria a produção em série dos primeiros carros comerciais por ser simples, eficaz e de baixo custo. Durante a Primeira Guerra Mundial, a empresa teria grande participação no esforço de guerra alemão, produzindo desde veículos componentes diversos e motores de aviação. Após o término do conflito, a economia alemã seria imersa em uma profunda crise econômica, que impactaria diretamente nas vendas de veículos novos. Neste momento apenas marcas fortes produzidas por empresas com solidez financeira seriam capazes de sobreviver a este cenário caótico, e muitas delas viram-se forçadas a participar de cooperativas ou processos de fusão. Assim neste movimento, as montadoras Daimler-Motoren-Gesellschaft DMG e a Benz & Cie, decidiriam se unir em um esforço conjunto de administração e cooperação tecnológica, padronizando assim seus projetos, processos de produção, gestões comerciais e administrativas. Apesar de comercializar seus modelos de automóveis em conjunto, ainda mantinham suas respectivas marcas originais, porém em seguida assumiriam uma identidade industrial e comercial única, nascendo assim a Daimler-Benz AG. Seu logotipo a icônica estrela de três pontas, seria desenhada por Gottlieb Daimler, em que cada ponta representava o ar, a terra e o mar mostrando que os motores desenvolvidos e produzidos por esta empresa se adaptavam a estes três modais de transporte. Em meados da década de 1930, as vendas da empresa seriam fortemente impulsionadas pela recuperação econômica do país, bem como pelo grande número de demandas governamentais, destinadas ao ambicioso programa de rearmamento alemão. Seu portfólio original de automóveis e caminhões seria ampliado passando a empresa a produzir motores aeronáuticos, barcos, aeronaves e diversos componentes mecânicos, se tornado um assim dos mais importantes fornecedores estratégicos da máquina de guerra da Alemanha Nazista.  Após o encerramento da Segunda Guerra Mundial, suas plantas industriais seriam reconstruídas (pois foram alvo de incessantes bombardeios nas últimas fases da guerra) em cooperação com ingleses e norte-americanos, em um esforço para a recuperação econômica do país. O processo de reconstrução estrutural do país que fora maciçamente destruído, demandaria um grande mercado de veículos utilitários de todos os portes, e neste contexto a empresa vislumbraria uma oportunidade única de mercado.   

Desta maneira, a Daimler-Benz AG passaria a concentrar seus recursos e esforços no segmento caminhões de pequeno e médio porte, fazendo uso de projeto desenvolvidos originalmente durante a década de 1930, que logo iriam obter grande sucesso comercial não só na Alemanha, mas também em toda a Europa, resultando em uma grande econômico para a montadora. Em termos de novos projetos, logo em 1945 a equipe de engenharia da montadora se concentraria em desenvolver um caminhão leve com atendendo ao conceito de um “Veículo de Aplicação Universal”, com esta busca resultando em uma sinergia com a empresa Erhard & Söhne GmbH que neste momento estava empenhado em criar um caminhão desta mesma categoria. Neste momento o renomado engenheiro Hans Zabel da montado passaria a capitanear estes trabalhos. Este conceito resultaria em uma versátil família de veículos para operação fora de estrada principalmente para aplicação agrícola, em um papel mais polivalente que o tratores tradicionais. Seu projeto teria início no outono de 1945, e envolveria o desenvolvimento de um veículo com tração traseira e tração dianteira comutação, com rodas de tamanho igual, a fim de ser conduzido em estradas em velocidades mais altas do que tratores agrícolas padrão. Seu elemento de design característico estava baseado em chassi, uma estrutura de escada flexível com saliências curtas, e eixos de portal de feixe surgidos com um tubo de torque central e links transversais. Devido a esta configuração, seus pneus ficariam posicionados abaixo do centro do eixo, concedendo ao veículo uma alta distância do solo sem a necessidade do emprego de pneus grandes, porém como ponto negativo este sistema limitaria, no entanto, sua capacidade de carga. Este processo concederia ao caminhão, um nível de torque que permitiria um deslocamento de ângulo de eixo de até 30°, dando aos pneus uma ampla gama de movimento vertical para permitir que o caminhão dirija confortavelmente sobre terrenos extremamente irregulares, mesmo pedregulhos de um metro de altura. Os primeiros resultados práticos deste projeto começariam a se materializar a partir de agosto de 1946, com a apresentação de um primeiro protótipo funcional (que seria muito semelhante em termos de design ao modelo de produção em série) que, no entanto, ainda seria equipado com um motor a gasolina, pois o desenvolvimento do motor diesel não estava ainda totalmente concluído.   
Em 20 de novembro do mesmo ano, seu nome comercial ‘Unimog” seria oficialmente revelado ao mercado, representando o acrônimo em alemão para "Universal-Motor-Gerät" que poderia ser interpretado em um contexto geral como dispositivo, máquina, instrumento, engrenagem e aparelho. Sua fabricação em série estava prevista para ser iniciada a partir de abril de 1947, e curiosamente este processo seria destinado a planta industrial da Boehringer Ingelheim, uma vez que por um lado a Erhard & Söhne GmbH não dispunha naquele momento de uma adequada capacidade de produção, e por outro pela interdição imposta pelos Aliados no pós-guerra, que impedia a Daimler-Benz AG de produzir veículos fora de estrada. Atendendo ao cronograma previsto, em maio de 1947, os primeiros caminhões de série, já equipados com o confiável motor a diesel Daimler Benz OM636 de 25 hp, começariam a ser disponibilizados no mercado doméstico alemão. Rapidamente o ‘Unimog” conquistaria um grande número de clientes, passando largamente a ser empregado em fazendas agrícolas, onde suas qualidades de utilização em ambiente seriam confirmadas com mérito, contribuindo inclusive para o aumento da produção agrícola do país naquele momento. No início do ano de 1951, seriam levantadas as restrições de produção de veículos fora de estrada, levando assim a Mercedes-Benz AG a assumir a produção integral da família Unimog em sua planta industrial de Gaggenau. Neste momento o modelo passaria a usufruir de uma importante rede de distribuidores fora da Alemanha, incrementando sensivelmente seus volumes de vendas. O modelo passaria por diversas melhorias e aperfeiçoamentos durante sua primeira década, evoluindo de um pequeno caminhão agrícola com teto lona (Boehringer Unimog 70200) para veículo mais complexo. Esta linha evolutiva pode ser exemplificada pela versão S-404 Series, lançada em 1955 que apresentava como principais características uma maior distância entre eixos e grupo propulsor mais potente. Esta nova plataforma também seria empregada para o desenvolvimento da primeira variante moderna produzida para fins militares, com o objetivo de potencializar sua vocação original para operação em quaisquer tipos de terreno, características muito necessárias no ambiente militar. Oficialmente, o Unimog nunca foi originalmente destinado a ser um veículo militar, na verdade, a permissão concedida para sua produção pelo comando Aliado das Forças de Ocupação da Alemanha, somente foi dada com o compromisso de seus fabricantes, que este caminhão jamais teria qualquer proposito de emprego desta natureza.    

No entanto este cenário começaria a mudar a partir de 1956, quando quarenta e quatro Unimog 70200 foram adquiridos pelos Exército Suíço (Schweizer Armee) para serem empregados como tratores de engenharia de combate. Seu desempenho em campo se mostraria tão positivo, que levaria o governo daquele país a encomendar mais de quinhentos caminhões, agora do modelo  Unimog 2010, permanecendo em uso até o ano de 1989. Estes relatos positivos. No início da década de 1950, oficiais do Exército Frances (Armée de Terre) pertencentes as Forças Aliadas de Ocupação da Alemanha, presenciariam a operação em capo dos primeiros modelos deste veículo, demonstrando grande interesse em seu potencial operacional. Estudos seriam realizados levando em 1957 a aquisição de mais de uma centena de caminhões Unimogs dispostos nas versões U-2010 e U-401. Estes contratos de exportação despertaria o interesse do Exército Alemão (Deutsches Heer), levando o comando das Forças Armadas (Bundeswehr), a solicitar a montadora o desenvolvimento de uma versão totalmente militarizada. Seus parâmetros de projeto definiam um caminhão de pequeno de porte de 1,5 toneladas, capaz de transportar de dez a doze soldados totalmente equipados, a uma velocidade de até 90 km/h em terrenos regulares. Assim no início do ano de 1958, a Mercedes Benz AG, apresentaria logo em seguida uma proposta que se materializaria no modelo Unimog 404 ou Unimog S, com vários protótipos sendo produzidos para testes de campo. O modelo seria aceito para uso imediato, e durante os anos seguintes se tornaria um veículo padrão desta categoria para o emprego junto aos países da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), sendo entregues mais de sessenta mil caminhões entre os anos de 1955 e 1980. Com a introdução do modelo Unimog 406 em 1962, a montadora lançaria as bases para uma família completamente nova deste caminhão, sendo compostas pelas versões 403, 406, 413, 416, 419 421, 426 e 431, sendo produzidos com três diferentes distâncias entre eixos (2.380 mm, 2.900 mm, 3.400 mm). Em termos de motorização eram oferecidos os modelos a diesel reto OM 314 e OM 352 com injeção direta, variando de variando de 54 DIN-PS a 110 DIN-PS (40 kW – 81 kW). As séries Unimog light 421 e 431 compartilhariam sua motorização e design de quadro com a série 411 e de cabine com a série 406. Em 1975 seria lançado o Unimog Série 425, primeiro modelo pesado da família, apresentando pela primeira vez a cabine avançada, que ainda é uma característica de design até a atualidade.  
Apesar de todo este êxito, na primeira metade da década de 1980, suas vendas entrariam em declínio, levando a montadora a buscar uma estratégia que revertesse este quadro tornando o modelo mais rentável, culminando no programa "Unimog-Program 1988".  Neste contexto seriam lançadas as novas séries 407 Leve e 417 Média, que se destinavam a substituir as variantes mais antigas derivadas do modelo Unimog 406. Apesar deste revés o modelo segue em uso em muitas forças armadas ao redor do mundo, sendo empregados como veículos de transporte de tropas, tração de artilharia, ambulâncias, cisternas, bombeiros, tanque de combustível, socorro e centros de comando móveis equipados com equipamentos de comunicações militares ou guerra eletrônica, com esta última aplicação com base no modelo 419, sendo largamente empregada pelo Exército dos Estados Unidos(US Army) e pelo Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos (US Marine Corps). Seus maiores usuários militares podem ser representados pelas forças militares da Argentina, África do Sul Bélgica, Brasil, Dinamarca, Hungria, Irlanda Indonésia, Portugal, Finlândia, Lituânia, Letônia, Nova Zelândia Grécia, Chile, Bolívia, México, Mongólia, Paquistão, Turquia, Rodésia, Cingapura, Alemanha, França, Suíça, Suécia, Luxemburgo e China. Novas versões seriam desenvolvidas nas décadas de 1990 e 2000, com sua produção atingindo até o ano de 2022 a casa de mais de trezentos mil caminhões. A Argentina seria o primeiro país a fabricar o modelo fora da Alemanha, com os caminhões sendo montados na planta da da Mercedes-Benz Argentina SA do distrito de Gonzalez Catán, nos arredores da cidade de Buenos Aires até fins do ano de 1968. Novas versões seriam desenvolvidas nas décadas de 1980, 1990 e 2000, com sua produção atingindo a casa de 300.000 unidades.  Em fins do ano de 2003, a linha de montagem seria transferida para a planta de Wörth am Rhein da Mercedes-Benz-LKW-Montagewerk, passando a disponibilizar versões mais atualizadas com cabines redesenhadas e novos motores, para atender aos padrões de emissão de poluentes nas normas previstas pelo programa Euro VI, permitindo assim que estes novos veículos possam se manter em operação pelas próximas décadas em todo o mundo. 

Emprego nas Forças Armadas Brasileiras.
Durante as décadas de 1940 e 1950 prevaleceria nas Forças Armadas Brasileiras a hegemonia norte-americana em termos de caminhões militares, trazendo grade capacidade operacional. Durante a década seguinte o alto grau de desgaste e indisponibilidade desta frota, levaria a medidas paliativas como a aquisição de caminhões militarizados de produção nacional como os Ford F-600, Chevrolet Brasil, FNM D-11000 e Mercedes Benz LP 321. Apesar de atender a contendo as demandas básicas de transporte de carga e pessoal, faltavam ainda veículos com carrocerias customizadas para o emprego em tarefas especializadas, modelos estes neste momento não oferecidos pelas montadoras nacionais. Assim no início da década de 1960, este contexto abriria caminho para aquisição de veículos especializados e equipamentos militares disponibilizados no mercado internacional de defesa. Neste esforço em 1959, o comando de material do Ministério da Aeronáutica (MAer), iniciava estudos visando a aquisição de um pequeno lote de caminhões na configuração de veículo bombeiro, para o emprego em suas bases aéreas, buscando substituir modelos similares e já obsoletos incorporados durante a Segunda Guerra Mundial. Os estudos iniciais analisariam as possíveis opções quanto a customização de modelos produzidos nacionalmente, porém seus parâmetros operacionais não atenderiam as especificações exigidas, neste momento os olhares se debruçariam entre fabricantes europeus. Entre as propostas analisadas destacava-se a apresentada pela montadora alemã Mercedes Benz AG, envolvendo o modelo  Unimog Série S-404 Bombeiro. Tratativas seriam realizadas, resultando na celebração de um contrato para o fornecimento de trinta caminhões, que passariam a ser entregues em meados do ano de 1962. Seu emprego operacional logo renderia grandes elogios por seus usuários, levando nos anos seguintes a aquisição de mais lotes destes caminhões, agora dispostos nas versões de Posto de Controle de Rádio, Posto de Radar e transporte de pessoal, com este último modelo sendo destinado a dotar os Batalhões de Infantaria da Aeronáutica (BInfA). Durante a década de 1980, novos lotes de caminhões Unimog na versão bombeiro e de transporte geral, seriam adquiridos pela Força Aérea Brasileira, com estes se mantendo em uso até o ano de 2008. 

O excelente desempenho do Unimog S-400 e S-404 principalmente em ambientes fora de estrada quando em serviço junto aos Batalhões de Infantaria da Aeronáutica (BInfA), levaria o comando da Diretoria de Material do Exército Brasileiro a analisar a possível aquisição de caminhões desta família. Após breves negociações seria celebrado um contrato envolvendo vinte caminhões configurados na versão básica de transporte de carga e pessoal, com estes passando a ser recebidos no início do ano de 1967. Em operação seriam destinados inicialmente ao 22º Batalhão Logístico Leve (2ª Cia L Mnt) – Batalhão Coronel Amadeu de Paula Castro baseado na cidade de Barueri - SP. No ano seguinte mais quarenta caminhões seriam incorporados para emprego junto a demais batalhões de logistica e infantaria do Exército Brasileiro. Novamente os excelentes resultados recebidos em serviço culminariam na encomenda de mais lotes destes modelo, para operação junto aos  Grupos de Artilharia de Campanha de Selva (GAC Sl), passando a ser responsáveis por  tracionar e transportar morteiros pesados de 120 mm. No início da década de 1980, seriam incorporados mais oitenta caminhões Unimog para serem empregados  junto aos Grupamentos de Artilharia Leve de Campanha (GAC L), onde passariam a ser responsáveis por tracionar os novos obuseiros leves italianos Oto Melara M-56 105 mm. Em 1992 seria iniciada a implementação do Sistema Tático de Comunicações (SISTAC), que compreendia o  conjunto de pessoal e meios de comunicações orgânicos de determinado escalão, desdobrados para apoiar em comando e controle as tropas em operações. Este sistema móvel deveria contemplar caminhões configurados para o transporte de “shelters destinados a operar uma rede integrada de comunicação digital multisserviços, capaz de fornecer serviços de voz e dados, em claro e criptografados, e também a interface com redes externas e com sistemas de rádio convencionais. Para esta tarefa seria selecionado o caminhão Unimog 100L/38, que a partir de 1998 passariam a equipar inicialmente o 1º Batalhão de Comunicações de Santo Ângelo, no estado do Rio Grande do Sul. A partir desta década o modelo Unimog 1300L/38 passaria a ser o mais comum da família em serviço no Exército Brasileiro. O último lote incorporado em 2010 compreenderia seis unidades destinadas ao 1° Grupo de Artilharia de Campanha de Selva (GAC Sl) baseado na cidade de Marabá - PA. 
Logo em seguida, a Marinha do Brasil se tornaria o terceiro usuário da família Unimog, com este processo sendo deflagrado em fins da década de 1980, mediante ao lançamento de uma concorrência, visando a aquisição de mais de uma centena de caminhões leves com tração 4X4 para o emprego junto ao Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). Dentre as diversas propostas apresentadas se destacaria a da montadora alemã Mercedes Benz AG, detentora implacável liderança mundial neste segmento de veículo, resultando no ano de 1989 na celebração de um contrato envolvendo a aquisição de cento e quarenta oito caminhões dispostos nas versões de Transporte não Especializado (TNE), TNE c/guincho, Transporte Especializado (TE) Frigorífica, Munk (guincho hidráulico), Cisterna Água, Cisterna Combustível e Especial Socorro. Em comum estes modelos compartilhariam a plataforma do Unimog U2150, equipada com o confiável motor MB OM 366 LA Diesel com seis cilindros em linha direta de injeção, turbo compressor e refrigeração a ar. Em dezembro de 1999 seria recebido o primeiro lote de viaturas num total de trinta e nove unidades, as unidades restantes, seriam entregues pela montadora em lotes até o ano de 2003. As Viaturas Operativas 5 Toneladas 4x4 Unimog ao serem utilizadas como meios de apoio ao combate e de apoio de serviços ao combate, se tornariam imprescindíveis às missões desenvolvidas pelos Fuzileiros Navais, conferindo mobilidade aos efetivos dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais constituídos. Destacamos ainda o importante uso desta família de caminhões em apoio ao contingente brasileiro durante sua participação na Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH), capitaneada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Após receberem no Brasil o esquema de pintura com marcações das forças de paz da ONU, Unimogs dos modelos Transporte não Especializado (TNE), Cisterna Água e Cisterna Combustível seriam deslocados para aquele país no ano de 2004. Em operação estes caminhões receberiam muitos elogios, principalmente ao seu pequeno porte facilitando seu deslocamento nas estreitas ruas da periferia da cidade de Porto Príncipe. Cerca de quarenta caminhões destes três modelos, seriam alocados nesta missão atendendo a um sistema calendário de rodízio para substituição e envio ao Brasil para a realização das manutenções de grande monta.   

Satisfeita com o desempenho do operacional do Unimog 2150 e U1300L, em 2010 a Marinha do Brasil efetivaria a aquisição de cento e cinquenta caminhões divididos entre os modelos  Unimog 4000 e o Unimog 2450L com tração 6X6 na configuração de Veículo de Socorro sob Rodas.  Estes últimos totalizavam quatro viaturas e estavam equipados como o novo motor MB OM 336 LA Turbo com 240hp, trabalhando em conjunto com uma transmissão UG 3/65 completamente sincronizada com oito marchas à frente e oito à ré. Suspensão independente nas seis rodas, eixos rígidos em versão pórtico (contramarcha de roda), bloqueadores diferenciais em todos os eixos, com molas helicoidais e amortecedores. Acionamento dos eixos traseiros com diferencial longitudinal e acionamento do eixo dianteiro e bloqueio longitudinal e transversal conectável com o veículo em movimento. Estava equipado com um sistema hidráulico de guincho e guindaste com carroceria em metal produzida na Áustria pela Fahrzeugwerk Bernard Krone GmbH & Co., empresa especializada na conversão de versões militares da família Unimog. Em operação estes veículos têm como foco o socorro a diversos tipos de viaturas que integram as forças de deslocamento rápido.  A aquisição destes veículos de socorro e de toda a família UNIMOG trouxe importantes vantagens para o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), tornando uma força altamente operativa come levado índice de viaturas disponíveis para atender a qualquer eventualidade que seja necessário seu pronto emprego e veio também facilitar a logística. No Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) este veículo tem como foco o socorro a diversos tipos de viaturas que integram as forças de deslocamento rápido. Infelizmente por se tratar de um modelo importado, atrasos rotineiros nos processos de importação de peças de reposição de uso frequente, geravam preocupantes problemas nos índices de disponibilidade da frota das três forças armadas brasileiras. Visando amenizar este problema, em 2016 o Centro de Coordenação da Marinha (CCEMSP), desenvolveu em parceira com indústrias automotivas brasileiras, um programa de nacionalização de componentes. Entre diversos objetivos atendidos por esta demanda estava um dos mais críticos, o sistema de freios (discos e pastilhas), que passaram a ser fabricados nacionalmente em substituição ao exclusivo sistema original militar padrão OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). A conclusão deste programa traria inúmeros benefícios não só em termos de ganho de rapidez e flexibilidade logístico no processo de aquisição das peças, mas também em termos de custo.
O envelhecimento natural iria diminuir consideravelmente a frota de caminhões Unimog em serviço nas forças armadas brasileiras prejudicando gravemente sua capacidade operativa neste segmento de veículos especializados. Assim no início da década de 2010 seriam estudadas opções para o atendimento a esta demanda levando ao desenvolvimento de soluções paliativas envolvendo a aquisição de caminhões semelhantes militarizados produzidos nacionalmente pela Mercedes Benz e pela Volkswagen. No Exército Brasileiro está movimentação levaria a desativação de um grande número de caminhões da família Unimog, com muitos sendo vendidos em leiloes e arrematados por colecionadores e entusiastas.  Em 24 de novembro de 2002 a Marinha do Brasil (MB) formalizaria, a compra de noventa caminhões UNIMOG 5000, junto à empresa alemã Daimler Truck AG, devendo ser recebidos em sete lotes, com o cronograma de entrega se estendendo até o ano de 2027. Cada um destes passou a ser acompanhado pela remessa de lotes de peças sobressalentes literatura técnica e treinamento para os militares do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). Estes caminhões considerados como no “no estado da arte” militar são apropriados para qualquer terreno e indicados, especialmente, para as operações anfíbias, estavam dispostos nas versões de transporte de tropas e material, cisternas de água e combustível, munk frigoríficas e basculantes.  Em janeiro de 2022 seriam recebidas as doze primeiras viaturas, com cinco destes destinados ao emprego no Sistema Integrado de Comando e Controle da Marinha do Brasil (SIC2MB), fazendo parte das plataformas para o funcionamento das atividades de Guerra Eletrônica (GE) e de Comando e Controle (C2). Este sistema compõe o programa estratégico ProAdsumuS da Marinha do Brasil, que tem por finalidade garantir a capacidade expedicionária de sua força, restabelecendo e ampliando as capacidades da Brigada Anfíbia, nucleada na Força de Fuzileiros da Esquadra, bem como dos Batalhões de Operações Ribeirinhas, dos Grupamentos de Fuzileiros Navais e dos Batalhões de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica da Marinha. Atualmente no Exército Brasileiro ainda se encontram em operação.

Em Escala.
Para representarmos o Unimog U-1300L "CFN 34324886” fizemos uso do kit Revell na escala 1/35, modelo este de boa qualidade, onde somente apresentamos ressalva aos pneus que são em borracha e devem ser substituídos por similares em resina. Empregamos decais presentes no set " Forças Armadas Brasileiras" impressos pela Decals e Books em conjunto com decais produzidos pela Eletric Products, para assim compor este padrão de identificação representado no modelo.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura dos veículos empregados nas missões das forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), como este padrão sendo removido após o retorno dos veículos ao Brasil. Cada uma das três forças armadas brasileiras aplicou em sua frota de caminhões Unimogs, esquemas de pintura táticos idênticos aos utilizados em seus veículos de transporte.


Bibliografia : 

 

- Unimog  - Wikipedia http://pt.wikipedia.org/wiki/Unimog 

- Unimog - Alle Modelle Seit 1948 - Peter Schneider - Ed Motor Buch Verlag 

- Unimog no Corpo de Fuzileiros Navais - Expedito Carlos S. Bastos - http://www.ecsbdefesa.com.br/fts/U2450L.pdf 

- PROADSUMUS - Marinha do Brasil adquire novas viaturas para o CFN - https://www.defesanet.com.br/ 

- Marinha recebe novos Unimog – Tecnologia & Defesa https://tecnodefesa.com.br/